Lula garante Auxílio Brasil em 2023 se eleito; Bolsonaro previu pagamentos até dezembro de 2022

Em transmissão online, petista diz que vai manter transferência de renda como política de governo caso volte ao Planalto

Lula ao lado de Janones, que mostra o texto da lei atual, determinando fim do auxílio em dezembro. | Foto: Reprodução do Youtube

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do Brasil de Fato

por Nara Lacerda, de São Paulo (SP)

Em uma live pelas redes sociais na manhã deste sábado (13), o candidato à presidência da república Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que, caso eleito, vai manter o Auxílio Brasil no valor de R$ 600 mesmo após o prazo determinado pelo governo de Jair Bolsonaro.

Segundo a Emenda Constitucional (EC) que autorizou o aumento, o dinheiro só será disponibilizado para as famílias até 31 dezembro de 2022.

Para conseguir ampliar o Auxílio, que antes era de R$ 400, Bolsonaro teve que criar um mecanismo para burlar a lei eleitoral, que não permite incrementos em benefícios sociais em ano de eleições.

Essa norma existe para garantir que candidatos que ocupam a cadeira presidencial não usem programas de transferência com a intenção de ganhar votos. 

O caminho encontrado pelo governo foi a EC 123. Apelidada de “PEC Kamikaze”, ela determinou estado de emergência em todo o Brasil até o fim do ano, o que permite gastos acima do teto. 

Na transmissão pela internet, Lula disse que, com a emenda, “Bolsonaro fez uma bobagem muito grande” e que não há garantias de permanência do benefício em 2023. 

“Ele percebeu a bobagem que fez e agora está apavorado tentando dizer para a sociedade que vai continuar. Mas se ele quisesse que continuasse ele não teria feito até dezembro, ele teria feito sem dia para acabar. Ou como nós fizemos quando criamos o Bolsa Família, vai acabando na medida que a sociedade vai arrumando emprego e as pessoas vão melhorando de vida”, comparou o petista.

Lula alertou ainda para a possibilidade de que o fim do Auxílio, em dezembro, crie convulsões sociais em um momento em que as famílias já estão esgotadas pela inflação e pelo aumento da fome e da pobreza.

“Temos que dizer uma coisa em alto e bom som: enquanto não acabar a miséria e fome nesse país, não tem como acabar com o Auxílio Emergencial. Você pode, inclusive, criar uma convulsão nesse país se você for tirar o pouquinho de possibilidade que esse povo tem.”

O ex-presidente estava ao lado do deputado federal mineiro André Janones (Avante). Ele se aproximou da campanha de Lula nas últimas semanas, após desistir da candidatura à presidência e abrir diálogo com o PT.

Janones já havia chamado atenção nas redes para o prazo final do Auxílio e chegou a ser acusado de propagar notícias falsas por apoiadores de Bolsonaro. No entanto, a data realmente está prevista na lei, embora o governo atual diga no plano da campanha que tem intenção de manter o valor. 

Vale ressaltar que, durante a campanha de 2018, Bolsonaro tinha como promessa a criação de uma renda mínima “para todas as famílias brasileiras”, o que não aconteceu. Um levantamento recente feito pelo site de notícias G1 aponto que ele não cumpriu nem 20% do que prometeu.

“Como atual presidente da república, ele (Bolsonaro) teria o poder de optar para que o Auxílio continuasse após 31 de dezembro, mas não”, disse Janones. “Encher a boca para falar a palavra ‘povo’ durante a eleição todos fazem”, criticou o deputado, que mostrou o texto da lei durante a transmissão para garantir que não compartilhou fake news.

Edição: Felipe Mendes

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Redação

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