Mourão diz que governo poderia ter orientado melhor sobre isolamento, mas aponta “paixonite” política

“Foi uma falha nossa. Nós poderíamos ter feito uma diretriz. Poderia ter abordado outros aspectos, como tipos de isolamento”

Foto: ABr

Da Reuters

O vice-presidente Hamilton Mourão admitiu nesta sexta-feira que o governo poderia ter dado diretrizes mais claras sobre o isolamento e as medidas sanitárias por conta da pandemia de Covid-19, mas criticou o que considera uma “paixonite política” em torno do tema.

Para o vice-presidente, o governo poderia ter feito orientações formais a Estados e municípios.

“Foi uma falha nossa. Nós poderíamos ter feito uma diretriz. Fizemos isso de forma informal, uma disseminação de melhores práticas, mas poderia ter abordado outros aspectos, como tipos de isolamento”, disse, destacando as medidas tomadas pelo governo para combater os efeitos econômicos da crise do coronavírus.

“Dentro deste mundo que estamos vivendo, do tribalismo excessivo, houve uma paixonite política em cima disso. Desde os aspectos mais simples: é isolamento total, é vertical, é hidroxicloroquina, não é hidroxicloroquina, é vacina da China, não é vacina da China. Algo totalmente desproporcional, ineficaz e prejudicial às necessidades que o país tinha de como combater a pandemia”, reconheceu.

O vice-presidente negou que teria restrições a ser imunizado com qualquer uma das vacinas em estudo no Brasil, desde que certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Eu tomo qualquer vacina desde que seja certificada pela Anvisa”, garantiu.

A vacina Coronavac tem sido alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro. O desenvolvimento do imunizante é tocado pela chinesa Sinovac, em parceria no Brasil com o Instituto Butantan, vinculado ao governo do Estado de São Paulo. O presidente trava uma guerra política com o governador paulista, João Doria (PSDB).

Em outubro, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chegou a anunciar, acompanhado de governadores, a compra da potencial vacina da Sinovac contra a Covid-19. Mas a decisão foi desautorizada por Bolsonaro no dia seguinte.

 

Redação

4 Comentários

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  1. Não adianta querer ser o “moderado”, com a sensatez depois dos acontecimentos. Ora senhores, usem esta hipocrisia de falsos sensatos e moderados para agora. Cadê o governo dando voz a quem carrega o SUS, que são os técnicos? Mostrem seriedade com relação à vacinação da população e não a doida “paixonite ideológica” tão comum neste governo que precisa gastar milhões em espalhamento de desinformação, dúvidas e fake news. Também ficam divulgando remédios para malária, chato e doenças parasitárias, divulgando que são bons para tratamento precoce, sabendo-se que a única coisa que dá o diagnóstico precoce é o teste e então os moderados, sensatos e desapaixonados irresponsáveis dão um prejuízo genocida de perda de centenas de milhões de reais e de milhões de kits de testes vencendo, no momento atual do agravamento da pandemia

  2. “Devia ter amado mais
    Ter chorado mais
    Ter visto o sol nascer
    Devia ter arriscado mais
    E até errado mais
    Ter feito o que eu queria fazer”

    Epitáfio, Titãs

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