Observatorio de Geopolitica
O Observatório de Geopolítica do GGN tem como propósito analisar, de uma perspectiva crítica, a conjuntura internacional e os principais movimentos do Sistemas Mundial Moderno. Partimos do entendimento que o Sistema Internacional passa por profundas transformações estruturais, de caráter secular. E à partir desta compreensão se direcionam nossas contribuições no campo das Relações Internacionais, da Economia Política Internacional e da Geopolítica.
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Ninguém escreve ao presidente, por Felipe Bueno

Nicolás Maduro continuará como o líder nacional ao longo de todo o mandato do seu homólogo brasileiro a ser eleito em 2026

Ninguém escreve ao presidente

por Felipe Bueno

Admitamos que nada tenha acontecido de errado ou irregular nas últimas eleições da Venezuela. Até porque, para efeitos práticos, não adiantará questionar. Com a vitória e seus mais de 5 milhões de votos, superando “o fascismo e os demônios”, Nicolás Maduro conquistou o direito de completar pelo menos 18 anos à frente da Presidência da República.

Portanto, segundo a matemática mais elementar, ele continuará como o líder nacional ao longo de todo o mandato do seu homólogo brasileiro a ser eleito em 2026 – e nada nos autoriza a imaginar que haverá aqui alguém mais complacente que Lula com relação aos excessos bolivarianos.

Assumindo que a verdade em situações como essa é inatingível, ocupando talvez o mundo supralunar de Aristóteles, podemos, no máximo, fazer aproximações e projeções com base em nossos estudos, ponderações e experiências.

Tais subsídios nos permitem imaginar pelo menos duas tendências: do lado de cá, após um constrangido e incômodo silêncio, o governo brasileiro começou a esboçar uma reação pragmática, em linha com a posição do Ocidente e, ao mesmo tempo, sem fugir dos propósitos de manter o Brasil em sua posição teórica e prática de liderança regional.

Do lado de lá, já soa como inevitável, por outro lado, uma saraivada de agressões, mais ou menos diplomáticas, como a visão do procurador-geral Tarek William Saab de que Lula é um “agente da CIA”.

Continuando com projeções baseadas em fatos e possibilidades, podemos escolher o caminho mais pessimista e enxergar, para o médio prazo, um afastamento real entre as duas nações, o que, salvo engano, traz muito mais prejuízo para venezuelanos que para brasileiros. Há como reverter essa possível tendência com menos barulho e mais realpolitik?

A pergunta traz uma preocupação concreta, e faz sentido especialmente se, por um momento, deixarmos de lado os políticos de terno e gravata que, protegidos em seus gabinetes, ditam os rumos do continente enquanto homens e mulheres comuns seguem sendo personagens desse eterno realismo mágico latino-americano.

Felipe Bueno é jornalista desde 1995 com experiência em rádio, TV, jornal, agência de notícias, digital e podcast. Tem graduação em Jornalismo e História, com especializações em Política Contemporânea, Ética na Administração Pública, Introdução ao Orçamento Público, LAI, Marketing Digital, Relações Internacionais e História da Arte.

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1 Comentário

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  1. É evidente que a Venezuela não está sendo tratada como deveria pelos EUA e seus Estados vassalos europeus. Mas isso não justifica a estúpida proposta de Maduro de invadir a Guiana. Pior, ele disse que pretende fazer isso utilizando o território brasileiros. O Brasil não pode impedir esse maníaco de começar uma guerra contra o vizinho, mas ninguém tem o direito de invadir nosso território. Maduro pisou na jaca e tem que levar muito ponta-pé na bunda até anunciar que desistiu de invadir o Brasil para chegar à Guiana e pedir desculpas ao nosso país. Enquando ele não fizer isso tropas brasileiras e material bélico terão que ficar na fronteira com a Venezuela.

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