Parlamento Europeu espera que Reino Unido apresse saída da UE

Jornal GGN – O Parlamento Europeu se reúne pelo segundo dia consecutivo em Bruxelas para discutir as consequências para a União Europeia com a saída do Reino Unido. “Analisamos a realidade dos mercados financeiros; a turbulência da Libra; as agências de classificação rebaixaram dois níveis do Reino Unido. Vivemos tempos turbulentos e não há tempo a perder. O apelo do Parlamento é para que o governo britânico invoque o Artigo 50 [do Tratado de Lisboa] o quanto antes”, disse Martin Schulz, presidente do parlamento.

O artigo ao qual ele se refere estabelece que qualquer país que queira se retirar do bloco deve antes notificar sua intenção ao Conselho Europeu. “Em função das orientações do Conselho Europeu, a União negocia e celebra com esse Estado um acordo que estabeleça as condições da sua saída, tendo em conta o quadro das suas futuras relações com a União”, diz o tratado.

A intenção é que tudo corra o mais rapidamente possível. “Não há roteiro, é algo inédito. Há que se criar um roteiro em conjunto e definir os próximos passos”, disse Schulz. “O Reino Unido é um país importante, está no G7 e é membro permanente com veto do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas [ONU]. Anos de incerteza não serão bons para a nossa economia, para a nossa moeda ou para o Mercado Único da UE ou para o mercado do Reino Unido”.

Da Agência Brasil

Parlamento Europeu: Schulz cita Tratado de Lisboa e cobra saída do Reino Unido

Por Marieta Cazarré

Hoje (29) é o segundo dia de reuniões do Parlamento Europeu, em Bruxelas, para discutir as ações que devem ser tomadas e as consequências da saída do Reino Unido da União Europeia, após o referendo Brexit da semana passada. Sem a presença do Reino Unido, participam do encontro representantes dos outros 27 estados-membros. É a primeira vez, em 40 anos, que o Reino Unido fica de fora das negociações.

Os debates de ontem (28) foram marcados por tensão e troca de acusações entre diversos deputados do Parlamento Europeu. “Analisamos a realidade dos mercados financeiros; a turbulência da Libra; as agências de classificação rebaixaram dois níveis do Reino Unido. Vivemos tempos turbulentos e não há tempo a perder. O apelo do Parlamento é para que o governo britânico invoque o Artigo 50 [do Tratado de Lisboa] o quanto antes”, disse Martin Schulz, após as discussões dessa terça-feira, em entrevista à EuroparlTV, canal do Parlamento Europeu.

O Artigo 50 do Tratado de Lisboa estabelece que a saída de um país pode levar dois anos e diz que qualquer Estado-Membro que decida retirar-se da União deve notificar a sua intenção ao Conselho Europeu. “Em função das orientações do Conselho Europeu, a União negocia e celebra com esse Estado um acordo que estabeleça as condições da sua saída, tendo em conta o quadro das suas futuras relações com a União”, diz parte do texto.

Ele disse que o objetivo não é humilhar o Reino Unido e que os receios do governo (britânico) são compreensíveis, mas que devem definir um roteiro para a saída “o quanto antes”.

Ontem, em Bruxelas, David Cameron afirmouque o Reino Unido vai notificar a UE sobre a sua decisão quando for necessário e possível. “Esse é o nosso direito soberano de membro da União Europeia.”

Schulz comentou que, apesar de não haver nenhum dispositivo no Artigo 50 que obrigue o Reino Unido a iniciar rapidamente a saída da UE, é importante lembrar que a maioria dos britânicos votou pela saída e que é, portanto, fundamental que se dê início às negociações.

Segundo referendo

Quando perguntado sobre a hipótese de inversão do resultado ou de um segundo referendo, Schulz disse que não cabe a ele comentar, mas que considera que a vontade soberana do povo britânico deve ser respeitada. “Não há roteiro, é algo inédito. Há que se criar um roteiro em conjunto e definir os próximos passos. Se algo mudar durante o processo, podemos debatê-lo.”

“O Reino Unido é um país importante, está no G7 e é membro permanente com veto do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas [ONU]. Anos de incerteza não serão bons para a nossa economia, para a nossa moeda ou para o Mercado Único da UE ou para o mercado do Reino Unido” disse Schulz.

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador