Presidência diz que manterá ministro do Turismo mesmo após acusação no caso dos laranjas do PSL

Álvaro Antônio foi denunciado sob acusação de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa; há indícios de caixa dois

Jornal GGN – Na noite desta segunda-feira (7), o porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, disse à imprensa que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, seguirá no cargo.

“O ministro se mantém no cargo e detém a confiança do presidente Jair Bolsonaro”, declarou. Ele disse ainda não existir da parte de Bolsonaro “neste momento, qualquer indício ou formulação de ideia no sentido de substituir o ministro”.

O Ministério Público de Minas Gerais denunciou o ministro e outras 11 pessoas sob a acusação de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa. A denúncia, entregue à 26ª Zona Eleitoral de Belo Horizonte, foi feita no âmbito do inquérito que apura o uso de candidaturas-laranjas pelo PSL em Minas Gerais nas eleições de 2018.

A denúncia do Ministério Público foi feita com base na decisão da Polícia Federal de indiciar, na última sexta-feira (4), todos os acusados no esquema. Para os investigadores, o ministro de Bolsonaro comandou um esquema de desvios de recursos públicos por meio de candidaturas de mulheres nas últimas eleições.

O indiciamento significa que a Polícia Federal concluiu que existem indícios suficientes de crimes praticados pelo ministro do Turismo e assessores.

A apuração da PF teve início a partir de reportagens da Folha de S.Paulo. Uma delas mostrou que o PSL repassou R$ 279 mil para quatro candidatas que tiveram desempenho insignificante nas eleições passadas. Além disso, parte do dinheiro que receberam foi aplicado em empresas ligadas aos assessores do ministro para a produção de materiais de campanha.

Em entrevista à Rádio Itatiaia, Álvaro Antônio negou que irá se afastar do cargo após ser indiciado pela PF e denunciado pelo Ministério Público mineiro.

“Quem não deve não teme. Por que eu me afastaria, sendo que eu tenho minha consciência tranquila? Eu respeito muito o trabalho da Polícia Federal, do Ministério Público estadual, do Ministério Público Federal, da Justiça brasileira e eu vou ter minha oportunidade de, na Justiça, provar que, realmente, a minha conduta foi absolutamente idônea a frente do partido”, disse.

Segundo o promotor do caso, Fernando Abreu, os denunciados agiram em coautoria no esquema que usou verbas de campanha destinadas por lei para quatro candidatas para beneficiar candidaturas de homens do PSL.

Neste domingo (6), a Folha de S.Paulo divulgou uma reportagem sobre o depoimento de Haissander Souza de Paula à PF, que foi assessor de Álvaro Antônio. Ele afirmou achar que “parte dos valores depositados para as campanhas femininas, na verdade, foi usada para pagar material de campanha de Marcelo Álvaro Antônio e de Jair Bolsonaro”.

Ainda na sexta-feira (4), com a repercussão da denúncia da Promotoria de Minas Gerais e indiciamento pela PF, o presidente Jair Bolsonaro encerrou uma entrevista logo após ser questionado por jornalistas sobre a permanência do ministro do Turismo. “Tá OK, obrigado”, disse ao sair do Ministério da Defesa.

Redação

5 Comentários

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  1. Não há como não chegar a uma leitura assim:
    Esse sabe das coisa e de coisas da campanha eleitoral de 2018 que se ele apenas balbuciar alguma coisa o governo desaba.
    Perto dele Queiros é menor aprendiz.
    Não pode existir outra razão para a sua manutenção no governo. Essa história de que Bozo não quer dar o braço a torcer para a folha não engana ninguem.
    O que tá rolando mesmo é um puta cagaço. Daí o ELE FICA!

    1. Também acho isso. Deve estar rolando chantagem da grossa no pedaço e Bozzo está de mãos atadas. Não só ele como os seus filhinhos também. Goza de inteira confiança do Bozzo? Sei, sei…..

  2. Nunca diga: “Dessa água não beberei”.

    “Um governo cada vez menos diferente dos que criticava. Confunde o público com o privado e adota prática de ética seletiva”. – Deputado Marcelo Ramos (PR-AM), sobre a carona em avião da FAB que o Ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, deu ao pastor de sua igreja.

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