A chapa esquentou para o ex-juiz Sergio Moro nesta terça (18). O ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, levantou o sigilo de ações da Lava Jato contra a Odebrecht e deu acesso ao subprocurador da República, Lucas Furtado. A informação foi divulgada por Guilherme Amado no site Metrópoles.
Furtado foi quem pediu a investigação sobre os ganhos e o ato de “revolving door” praticado de maneira ilegítima por Moro, quando ele abandonou a magistratura para, primeiro, entrar na política e, depois, entrar na iniciativa privada, em empresa de consultoria americana que cuida justamente da recuperação judicial da Odebrecht, a Alvarez & Marshal.
Depois da investigação no TCU, Moro acabou saindo da consultoria americana alegando fim do contrato. Ainda assim, o Ministério Público junto ao Tribunal quer saber se Moro faturou dinheiro usando informações privilegiadas que obteve enquanto juiz da Lava Jato, ou mesmo se suas ações enquanto juiz prejudicaram a construtora, levando-a a necessitar do apoio da Alvarez & Marshal.
Esse movimento de “revolving door”, ou porta-giratória, é bastante comum nos Estados Unidos e já aconteceu em outras situações no Brasil. O GGN explicou isso em uma série de cinco episódios que destrincha a relação da Lava Jato com agentes norte-americano (assista aqui).
Moro usava uma empresa, a Moro Consultoria, para prestar serviços para a companhia nos Estados Unidos, mas alega que jamais incorreu em conflito de interesses em relação à Odebrecht.
Depois que saiu da Alvarez & Marshall, Moro se filiou ao Podemos em ampliou as atividades de sua empresa, que agora, além de, “consultoria e assessoria em gestão de riscos e investigações, ética empresarial e governança corporativa”, também pode preparar cursos, palestras, eventos e outras ações.
Furtado, o subprocurador que cuida da ação contra Moro, foi batizado pela grande mídia de “espinho” no caminho de Bolsonaro.
Em entrevista ao Conjur, em meados de 2020, Furtado deixou claro que não vê com bons olhos o movimento de juízes e procuradores que migram para a política.
“Muito se discute se haveria ou não quarentena para juízes e promotores se lançarem na política. Por mim, esse prazo seria eterno. Se uma pessoa opta por ser juiz ou promotor, não poderia nunca disputar um cargo político. Pessoas nesses cargos podem tomar medidas que as colocam em situação de destaque e que colocariam em risco a isonomia com que devem agir”, disse Furtado.
A chapa de Moro está esquentando.
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