Vantagem de Lula cai e Gusttavo Lima aparece como ameaça, mostra Quaest

Embora na vantagem eleitoral, Lula se aproxima de adversários na disputa de 2026. Jair Bolsonaro é o mais forte da oposição, mesmo inelegível.

Crédito: Johnny Louis

O presidente Lula venceria todos os possíveis adversários em um eventual segundo turno, caso as eleições fossem realizadas hoje, segundo pesquisa Genial/Quaest. Mas é contra o cantor sertanejo Gusttavo Lima, atualmente sem partido, que o presidente enfrenta o cenário mais difícil, com riscos à vista: ainda sem campanha ou partido, o cantor teria 35% contra 41% de Lula nas intenções de voto.

A explicação para as chances de Gusttavo Lima está, segundo cientista político Felipe Nunes e diretor da Quaest, diretamente no alto nível de conhecimento dos eleitores ao seu nome: 80% afirmam ter uma imagem positiva do cantor, porcentagem muito acima de outros nomes políticos como Tarcísio de Freitas, Romeu Zema e Ronaldo Caiado, o que garante, automaticamente, a vantagem.

Mas o presidente segue na liderança. Nos demais cenários simulados, Lula venceria Eduardo Bolsonaro (44% x 34%), Pablo Marçal (44% x 34%), Tarcísio de Freitas (43% x 34%), Romeu Zema (45% x 28%) e Ronaldo Caiado (45% x 26%).

Fragmentação na oposição e limites do bolsonarismo

Os números mostram que, apesar de 49% dos eleitores reprovarem o governo, nenhum candidato conseguiu canalizar completamente esse descontentamento, conforme aponta o cientista político, em análise compartilhada em suas redes. Parte significativa desse grupo optaria por branco, nulo ou abstenção se a eleição fosse hoje.

E, embora Lula mantenha vantagem eleitoral, sua base de apoio sofreu desgaste nos últimos meses. Contra Tarcísio de Freitas, por exemplo, a vantagem que era de 26 pontos em dezembro caiu para apenas 9 pontos em janeiro. Com Caiado, a diferença passou de 34 para 19 pontos no mesmo período.

Potencial de crescimento e taxa de conversão

Uma análise detalhada das intenções de voto em relação ao grau de conhecimento dos candidatos ajuda a dimensionar o potencial de crescimento de cada nome. Ronaldo Caiado tem apoio de 81% dos que o conhecem, Romeu Zema é votado por 74%, enquanto Tarcísio conta com o respaldo de 62% de seus conhecidos. Pablo Marçal é apoiado por 50%, e Gusttavo Lima e Eduardo Bolsonaro têm 44% de conversão entre os que os conhecem.

Isso indica que, ao se tornarem conhecidos nacionalmente, nomes como Caiado, Zema e Tarcísio têm grande potencial de competitividade caso consigam replicar em âmbito nacional suas imagens consolidadas em Goiás, Minas e São Paulo, respectivamente. Para Felipe Nunes, Gusttavo Lima, mesmo sem um partido político definido, apresenta desempenho surpreendente.

Outros destaques da pesquisa

Dois pontos importantes merecem atenção:

  1. Jair Bolsonaro permanece como o nome mais forte da oposição, mas está inelegível;
  2. Fernando Haddad, atualmente ministro da Fazenda, lidera a rejeição, com 56%.

Cenário de primeiro turno e desafios para a oposição

Mesmo em cenários de primeiro turno, Lula mantém seu piso histórico de 30%. Caso a oposição bolsonarista se una em torno de um nome como Gusttavo Lima e Tarcísio não entre na disputa, o cantor teria força para chegar ao segundo turno.

Contudo, se a oposição permanecer fragmentada, o cenário se torna imprevisível, com possibilidade de até Ciro Gomes enfrentar Lula. Para o diretor da Quaest, para ser competitiva em 2026, a oposição precisará mais do que contar com erros do governo; será necessária organização e unidade.

Felipe Nunes ressalta que apesar das simulações e projeções, a eleição de 2026 está longe de um desfecho definido. Hoje, 78% dos eleitores não sabem dizer espontaneamente em quem votariam. Lula e Bolsonaro têm cada um 9% das intenções, revelando ao mesmo tempo a fraqueza e a persistência dos dois nomes.

A pesquisa Genial/Quaest ouviu 4.500 pessoas entre os dias 23 e 26 de janeiro, com nível de confiabilidade de 95% e margem de erro de 1 ponto percentual.

Nota da redação: Este texto, especificamente, foi desenvolvido parcialmente com auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial. A equipe de jornalistas do Jornal GGN segue responsável pelas pautas, produção, apuração, entrevistas e revisão de conteúdo publicado, para garantir a curadoria, lisura e veracidade das informações.

4 Comentários

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  1. Bem, vamos lá.

    Há várias dimensões da política, que ensejam tantas outras possibilidades analíticas.

    Eu gosto, particularmente, de duas.

    – Não há novidade em surgimento de nomes conhecidos para concorrerem a cargos majoritários, e o texto disse, por óbvio, que ser famoso não implica em votos, embora essa seja uma premissa importante, assim como em alguns casos, ser conhecido piora as coisas, vejam Haddad.

    – A outra questão é mais séria. A forma de representação e as reproduções sociais das novas formas de produção capitalista, e o vertiginoso momento de aparente transição, para uma nova forma de exploração e acumulação de riquezas pelas classes dominantes, parece apontar para um fim das maneiras de operar a política institucional (partidos e instituições dos poderes estatais) e suas correspondências naquilo que concordamos em chamar de sociedade civil.

    Em verdade, em países como o nosso, a experiência institucional partidária sempre foi precária, e os chamados movimentos de classe nunca amadureceram a ponto de serem uma real ameaça aos patrões.

    Salvo raras ocasiões na história.

    O capitalismo local incorporou partes consideráveis desse movimento quando Vargas operou a sua modernização e a CLT, e momentos depois veio 64, e logo depois, o movimento sindical do ABC, que sofreu com a aparelhamento institucional pelo PT.

    Sendo assim, o caldo de cultura política de partidos e sociedade civil nunca foi consistente, assim como nunca foi consistente o capitalismo local.

    Talvez por esta razão, o processo de diluição dessas esferas políticas de intervenção esteja sendo muito mais rápido (vertiginoso, como dissemos) que em outras paragens, e pode ser que só nos EUA (não à toa, nossa matriz colonial) o ocaso das super estruturas aconteça no mesmo ritmo, ou mais rápido.

    Se a esquerda não inventar um tipo de Trump ou Nikolas “do bem”, que busque “locus” do discurso antissistema (ATENÇÃO: SEM SER ANTI POLÍTICO), ao invés de se agarrar (e afundar) na defesa de um modelo morto, e que não é mais capaz de reificar a esperança dos pobres, ou a menos, incutir o medo dessa camada mais pobre em se aproximar dos ultra direitistas, já era.

    Cada vez que Lula fala em “defesa da democracia” ou que Haddad fala em crescimento com responsabilidade fiscal, o PT afunda mais dois metros no lodo do centrão que o envolve…

    O eleitor pobre é sábio, do seu jeito e nos seus limites.

    Se é para eleger um PT ou um Lula que vá fazer o mesmo que Guedes ou Bolsonaro, eles ficam com os últimos, originais e que ainda posam uma violência simbólica que atrai, porque permite aí pobre extravasar sua cólera social.

    Pode ser Gustavo Lima, Bolsonaro, Michele, ou o filho de Donald Trump com alguma modelo brasileira, e recém reconhecido.

    Tanto faz.

    Se Lula e o PT não disserem em alto e bom som porque são diferentes, serão iguais.

    Aí, ganhará a novidade, a aberração ou o estranho.

    É a era da atenção, não de conteúdo.

    Mesmo assim, no caso de Lula e pt, falta forma e o conteúdo é parecido.

  2. Não vai ser maravilhoso ter um cantor reconfigurado na presidência cantando tche tche tereretetê?
    Neste país alegre, quem canta seus males espanta. Cantando ele espantará a inflação, a miséria, a corrupção, a marginalidade…he!he!
    Porém, como as previsões avulsas de oráculos diversos têm dado como certas duas mortes súbitas: Trump e Gusttavo, cada um na sua língua, é claro, então vamos aguardar que o tempo, o mestre de todas as coisas, nos brinde com a melhor sorte.

  3. Conforme temos dito, em 2026 será a vez de Nivaldo (Gusttavo) Lima presidente, Jojô Toddynho vice. O cantor candidato já conta com o aval de governador e ministro do supremo!
    O PIG trabalha diuturnamente para que isso aconteça. E o povo desinformado é surfista: Está sempre atrás de uma boa onda.
    Os funcionários públicos civis ou militares, eleitos ou não, diante desse quadro, só tem uma preocupação: seu próprio salarinho.

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