Xadrez de 29 de novembro: o golpe está próximo da vitória, por Luis Nassif

A indicação de Múcio para Ministro da Defesa será a confirmação tácita de que o golpe foi vitorioso.

Vamos complementar o “Xadrez do dia 31 de dezembro de 2022” com a peça que faltava. No Xadrez anterior, apontei duas razões hipotéticas para a movimentação em frente os quartéis: a criação de um clima para explodir em 31 de dezembro, tirando os militares do quartel; ou um mero esperneio para manter a militância mobilizada.

Vamos a duas consequências mais objetivas, que explicam melhor a insistência em manter a mobilização à porta dos quartéis.

Peça 1 – as negociações com o Alto Comando

A cada dia que passa consolida-se a percepção de que a maior parte dos manifestantes acantonados na porta dos quartéis são familiares de militares. É o que poderia explicar, por exemplo, a presença dos tais homens de preto armados, possivelmente para oferecer segurança aos manifestantes.

Segundo fonte bem informada sobre os movimentos militares, a intenção das manifestações seria pressionar o novo governo para manter em mãos dos militares as definições sobre o Ministro da Defesa e do Alto Comando. O candidato dos militares para o comando do Exército é o general Estevam Cals Theophilo Gaspar, comandante de Operações Terrestres.

Inicialmente, Lula montou um grupo de trabalho informal, para se aconselhar. Há uma proposta do grupo, de indicação de Nelson Jobim para o Ministério da Defesa, assessorado por um Grupo de Trabalho encarregado de estudar as Forças Armadas e propor um plano de ação para sua profissionalização e despolitização..

No meio do caminho, entrou o Ministro do Tribunal de Contas da União, José Múcio Monteiro, fazendo lobby em favor de Aldo Rebelo.

Ainda no governo Dilma, Aldo tornou-se a quinta coluna dos ruralistas e dos militares. A extraordinária ingenuidade do PT impediu-o de ver o boicote de Aldo – então Ministro dos Esportes – na defesa da Copa do Mundo. Foi o primeiro grande embate nas redes sociais, após as manifestações de 2013. E Aldo não apenas não participou como boicotou a defesa do evento.

Em outro episódio, na discussão da lei ambiental, Aldo agiu radicalmente em favor dos ruralistas. Conseguiu colocar todo o movimento ambientalista contra Dilma e não agregou ao governo um centímetro de apoio dos ruralistas, já que a vitória deles foi atribuída exclusivamente a Aldo. Hoje em dia, Aldo se alinha com a direita conspiratória das Forças Armadas e dos ruralistas, tendo recebido apoio do general Villas Boas à sua candidatura ao Senado.

Sendo impossível a indicação de Aldo, o Alto Comando passou a pressionar pelo nome de Múcio Monteiro, egresso da Arena, com vínculos com o governo militar, com boa relação com os militares, na condição de ministro do TCU,  mas, também, com folha de serviços prestados ao governo Lula, na lógica do presidencialismo de coalizão.

Primeiro, Lula indicou Múcio para o Grupo de Transição da Defesa. Agora, anuncia-se a dissolução do grupo e a possível indicação próxima de Múcio para Ministro da Defesa.

Segundo observadores de dentro, a contrapartida dos militares, à indicação de Múcio, seria a desmobilização das manifestações na porta dos quartéis. Ainda é uma suposição. Mas, confirmando, revelaria interferência direta do Exército nas manifestações.

Para os observadores de dentro, o envolvimento de Lula com questões internacionais o está impedindo de se debruçar de forma mais aprofundada em temas centrais, dos quais um dos mais delicados é o Ministério da Defesa.

Lula não teria se dado conta, ainda, que a indicação de Múcio pode ser o primeiro grande desastre da transição, pois traria de volta o velho Lula de 2002, disposto a concessões em temas tabus. E a desmilitarização e profissionalização das Forças Armadas é um dos pontos centrais do grande arco civil em apoio ao seu governo.

Peça 2 – as negociações com Bolsonaro

Outra informação alarmante foi sobre possíveis negociações do Ministro Gilmar Mendes com Jair Bolsonaro, aconselhando-o a desmobilizar as manifestações, em troca de uma postura mais condescendente do Supremo Tribunal Federal em relação aos seus crimes.

Ou seja, tenta-se repetir, mais uma vez, o maior dos erros da redemocratização: a flexibilização da Lei da Anistia para englobar crimes contra a humanidade e a democracia, cometidos por militares. Entraram na Lei até crimes praticados após sua aprovação, como a tentativa de atentado no Riocentro e o assassinato da secretária da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Rio de Janeiro.

O pesadelo Bolsonaro foi filho direto do “jeitinho” brasileiro e da submissão do poder civil ao que o jornalista Fábio Vitor batizou de “poder camuflado”. A indicação de Múcio vai manter inalterada essa estrutura de poder. Até que se reúnam condições para o próximo golpe.

A indicação de Múcio para Ministro da Defesa será a confirmação tácita de que o golpe foi vitorioso.

Agora há pouco, em entrevista ao Metrópole, o general Hamilton Mourão Filho não poderia ter sido mais claro:

“Julgo que seria muito bem visto pelas Forças Armadas. Tenho muito apreço e respeito pelo ministro Múcio, com quem tive ótimo relacionamento quando ele estava no TCU”.

Luis Nassif

23 Comentários

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  1. Devemos considerar, ainda, a possibilidade de um golpe da elite (um contragolpe à direita tosca representada pelo bolsonarismo), com “Supremo e tudo”. Essa elite, que não é menos golpista do que Bolsonaro, poderá se aproveitar de um caos social criado pelo bolsonarismo para derrubar Lula, impor a GLO e suspender a Democracia. Um governo “tampão” seria instituído até a “pacificação” do País. Um nome como Rodrigo Pacheco, já aclamado como “grande defensor da democracia” pela mídia comercial, poderia ser o chefe deste “governo”.

  2. “(…) revelaria interferência direta do Exército nas manifestações.” Quisestes dizer “confirmaria”? Porque, pra mim, mais explícito, as tais manifestações, impossível.
    Sobre a despolitização, isso aí é bem mais complicado. O estamento, para usar um termo de Faoro ia muito bem, obrigado, rumo à sua desmobilização política depois de 20 anos de democracia regular, quando em 2005 resolveram recomeçar pra valer o golpismo, depois do estágio de 1992. Os coturnos se agitaram; porém nada de perigoso; foram imperceptíveis, até. Mas em 2013 recomeçaram pra valer e… ao contrário de 1964 não convidaram a turma de verde-oliva. Ora, foram eles que materializaram a República, contra ela se rebelaram dando em 1930; em ação conjunta perpetraram todo o golpismo de 1945 até 1964; “carregaram o piano” e suas perdas até 1985… porque iriam ficam de fora agora? E, como Peisistratus, já que preteridos em 2013 pelos golpistas nobres, temporariamente arrependidos, se aliaram ao morro. Não deu? Renegocia para continuar comandando o jogo. “Com Forças Armadas, com tudo”. E faz de conta que tudo não passou de um porre. Lula é que jamais se apequenará enquanto houver o termo “negociar”, essência da democracia.

  3. Nassif, me permita divergir de alguns pontos.
    Estou me baseando naquilo que recebo de informação da mídia, logo tudo muito enviesado, como você nos alerta sempre.
    Assim como o acordo com Lira não é rendição, na hipótese da nomeação de Múcio o mesmo. Lula está desde a sua saída da prisão tentando urdir uma trama de apoios para poder minimamente governar, construindo um tecido político de apoios. Isso revela uma visão política realista das forças em ação nesse jogo pesado. Ir para o enfrentamento e perder foi o que Dilma fez. Se Lula não consegue impor um nome seu para a Defesa é sinal de que não conseguiu, ainda, articular uma rede para enredar (me perdoe a redundância) os adversários, e não necessariamente é sinal de capitulação.
    Minha discordância de suas ponderações está no fato de que Lula pode capitular e o golpe vencer. Interpreto que, no atual contexto de forças políticas, não seria possível enfrentar essa questão como gostaríamos. Lula tem inúmeras batalhas nesse governo, que não tinha em 2002. Guerrear em várias frentes é derrota na certa, como demonstra todas as teorias da guerra. Lula está escolhendo quais são os fronts principais e tentar, conforme os apoios políticos, enfrentá-los.
    Enfim, tudo isso são hipóteses, mas se um nome próximo ao Alto Comando for indicado, significa mais uma leitura política de Lula, que não tem força para enquadrá-los, do que uma possível adesão. E Lula sabe melhor do que nós que os militares estão a espreita tramando golpes. Não vai dormir sossegado nunca.
    Seja como for, como você notou a partir do artigo de Nunes e Traumann, essa será uma luta longa e dura, que estamos só começando. Ainda bem que é o Lula que está a frente para construir essa rede política para nos dar um mínimo de segurança. Contudo, conforme nos mostra o futebol, depender de um craque não é o bastante.
    Espero ter contribuído.

  4. É excesso de otimismo acreditar que Jair Bolsonaro será julgado por seus crimes. Nunca aconteceu na história do Brasil o julgamento de um ex chefe de Estado, com a notável exceção de Lula, que se explica por si mesma, ele foi o único líder do país que não teve origem nas famílias oligárquicas, caso de todos os chefes políticos do Império e da República Velha, incluindo Getúlio Vargas, um grande fazendeiro, ou no Exército caso de todos os generais ditadores e de Bolsonaro. Lula é um retirante nordestino de família camponesa. Foi só por isso que ele foi julgado e preso. E cada vez mais eu acredito que no futuro Lula será visto no mesmo grupo de Juscelino Kubitschek, um pobre que foi cooptado pelas elites do país e só conseguiu governar porque cedeu, cedeu e cedeu sempre, conseguindo enfiar aqui e ali alguma coisa para beneficiar os humildes.

  5. NUNCA se passou de úm Regime a Outro, em todo o mundo, sem sangue. A história está aí para provar.
    Desde que o Brasil é Brasil,nunca os militares deixaram de nos tutelar. No Chile, na Argentina e agora na Colômbia, deram um chega pra lá e eles se aquartelaram resta saber, até quando. Aqui,infelizmente,falta coragem. Eu nunca me iludi,por isso não estou surpreso.

  6. NUNCA se passou de úm Regime a Outro, em todo o mundo, sem sangue. A história está aí para provar.
    Desde que o Brasil é Brasil,nunca os militares deixaram de nos tutelar. No Chile, na Argentina e agora na Colômbia, deram um chega pra lá e eles se aquartelaram resta saber, até quando. Aqui,infelizmente,falta coragem. Eu nunca me iludi,por isso não estou surpreso.

  7. Será possivel que Lula seja tão ingênuo de cometer o mesmo erro duas vezes? Minha pergunta é: Quem Lula REALMENTE quer para o ministério da defesa? Ele deve seguir seus princípios e deixar que os mlitares pisquem primeiro, senão estamos FDDs! No final das contas, o Lula está vivo e na posição de poder hoje por conta de sua determinação e um sentido inabalável da verdade! Não é hora de ter medo! O ciclo vicioso do golpismo dos militares tem que acabar AQUI e AGORA!

  8. Em minha opinião e pelo andar da carruagem, o governo Lula não será mais do mesmo, será muito pior. Vejo um governo tutelado pelo mercado financeiro e pelos militares (cães de guarda do capital financeiro e do setor rural).

  9. O golpe perdeu, Mané!
    Agora,o presidente Lula sabe muito bem que foi eleito e não que liderou uma revolução.
    O presidente Lula sabe de que lado está e fará o que estiver a seu alcance para lutar por este lado.
    Sabe também que o queixo duro de alguns nos levaram a essa destruição do país.
    Os milicos milicianos do prendo e arrebentou,agora,são aqueles que acham bom este ou aquele nome.
    O Brasil é maior que nossos desejos e não podemos nos esquecer que para aqueles que não tem nada,pouco não é muito mas é tudo.

  10. Faltou nesse roteiro golpista combinar com os russos, ou melhor, com a Santa Sé da milicada canarinho. Não é nenhuma novidade que qualquer iniciativa nesse sentido não terá apoio nem a condescendência da administração Biden e do establishment democrata. Enquanto se mantiverem no poder, não há mínima hipótese de um golpe militar no Brasil que se mantenha por mais de algumas semanas. Não é do interesse da Casa Branca que não permitirá o fortalecimento do ideário trumpista em seu mais vistoso quintal. Esta será a curta janela que terá o governo Lula para promover mudanças de rumo e o efetivo enquadramento da caserna.

  11. Armas, poder e dinheiro. Quem, em sã consciência abriria mão dessas benesses? Bozo botou o burro dos milicos na sombra. Agora, que finalmente se faz sol, a fonte vai secar e os milicos voltam para os quartéis sem poder e sem dinheiro? Às armas, então, que é o que lhes resta. Os generais de pijama, entre uma cerveja e outra, incentivam o golpe como se fossem eles no comando.Se foi o dinheiro que deu empoderamento aos milicos: os bons soldos, a aposentadoria gorda, as mordomias, e os duplos salários da “turma do gargarejo” , mais conhecidos como auxiliares imediatos em cargos de confiança, que se lhes prometa a manutenção no próximo governo – São 60 mil cargos à disposição dos desqualificados milicos, que poderão ser esvaziados depois. Isso é coisa corriqueira na administração pública. O que a maioria não sabe, é que quando da mudança de qualquer governo, os cargos de confiança, que são da administração e não do servidor, mesmo os de carreira, devem ser postos à disposição do próximo governo automaticamente, eis que seus ocupantes deverão contar com a confiança do governante que vai tomar posse. São cargos estratégicos e políticos por excelência. Mas, não custa fazer um agradinho momentâneo só para apaziguar os ânimos.

  12. Cada dia a desinformação se profissionaliza, isso lembra muito bem uma história que meu avô contava:

    “Certo dia, a mentira e a verdade se encontraram.

    A mentira disse para a verdade:

    – Bom dia, dona verdade!

    E a verdade foi conferir se realmente era um bom dia.

    Olhou para o alto, não viu nuvens de chuva, vários pássaros cantavam e vendo que realmente era um bom dia, respondeu para a mentira:

    – Bom dia, dona mentira!

    – Está muito calor hoje, disse a mentira.

    E a verdade, vendo que a mentira falava a verdade, relaxou.

    A mentira então convidou a verdade para se banhar no rio.

    Despiu-se de suas vestes, pulou na água e disse:

    -Venha dona verdade, a água está uma delícia.

    E assim que a verdade sem duvidar da mentira tirou suas vestes e mergulhou, a mentira saiu da água e vestiu-se com as roupas da verdade e foi embora.

    A verdade por sua vez recusou-se a vestir-se com as vestes da mentira e por não ter do que se envergonhar, saiu nua a caminhar na rua.

    E aos olhos de outras pessoas era mais fácil aceitar a mentira vestida de verdade, do que a verdade nua e crua.”

    É isto o que está a nos acontecer.

  13. Xadrez hard!… Porém compatível com a eleição de Lula após curtir 580 dias em outro tipo!… E se Deus não é brasileiro, pelo menos o Papa é argentino. Ah, e foi a miopia que me salvou de me tornar militar. Uff!

  14. Tudo mostra como estamos em tempos difíceis e que nada será conseguido sem união e luta. Assim foi em todos países que deram o grande passe para o desenvolvimento. Tentar fazer as mudanças sem mobilização é um sonho (ou pesadelos). A grande burguesa nunca cederá um anel preferindo testar perder as mãos. Se não aproveitarmos o atual momento de ruína do projeto autoritário militar ( disfarçado de gov. civil) para mudanças, pressionando e exigindo, outro ciclo terá que ser esperado, mais duro e terrível. Mataram 700.000 brasileiros, jogaram milhões na miséria, esquartejaram o Estado, aparelharam as instituições e mesmo assim fracassaram. Rugem e sempre o farão, mas agora estão reféns do desastre por eles produzindo. Eles precisam do Lula reconstruindo o destruído. Na atualidade com o país excluído do mundo, sem credibilidade, como impor um golpe? Lula é o único a reintroduzir o país no capitalismo sem bloqueio externo.

  15. Essa elite do atraso, e migalheira escala seu centroavante coleador do momento, as forças armadas e parece que mais uma vez o brasil não vira o jogo. Estamos inexoravelmente fadados a ser um pais de miseráveis!!!! obs: tudo corretamente em caixa baixa.

  16. Prezado, tudo é uma questão de correlação de forças. Até Lenin deu um passo atrás com a NEP tendo em vista a impossibilidade de compor com o campeonato russo a coletivização da agricultura nos 20 do século passado.
    Seria um erro estratégico está composição de tivéssemos pelo menos a quantidade de votos suficiente para barrar uma tentativa de impeachment. Não temos.
    Vc pode chamar de erro a estratégia da esquerda de ficar na eleição do presidente ao invés de ganhar a maioria no congresso.
    Agora é isso. E quem pensa que será diferente é muito mais inocente que a ala que comanda o PT hoje.
    Eles são os pragmáticos.

  17. Desde a fundação da Republica, as FFAA estão no poder! Simples assim! Ao longo dos anos, vemos situações pontuais onde os interesses “corporativos” das FFAA podem ser prejudicados tensionam a situação. É lamentável que em nome do interesse nacional, tenham como finalidade maior os interesses corporativos em detrimento à nação. Quem jurou defender o pais aceitou a entrega de do PRESAL? E as doações dos sistemas Telefônico e Energético, sempre denunciado por Paulo Henrique Amorim no saudoso site Conversa Afiada? Hoje, como permitem os ataques as Instituições da Republica Brasileira? Enfim, urge a necessidade do enquadramento das FFAA as suas funções estritamente constitucionais nao permitindo o pronunciamento individual de seus integrantes como pronunciamento da Instituição.

  18. O presidente, a mídia e o judiciário:
    A nova lei de anistia…
    Não há como ficar impassível à diplomação de Lula, e da carga de mistificação veiculada em discursos de narrativas de jornalistas, juízes e o próprio presidente…
    É de dar asco ouvir a mídia tratar dos “ataques à democracia”, ou dos “riscos corridos”, e depois, do “renascimento de Lula” e sua iniciativa de “zerar o jogo, chamando a pacificação”…
    Pois é…
    Esta lorota cantada na boca dos verdugos de redação não espanta, mas sim o presidente “comprar” esta versão, como se a História só oferecesse a ele esta alternativa: capitular e se domesticar, ou perecer…
    Não faltam, claro, avisos do tipo: “olha o Peru”…
    Em resumo, todo o “significado” repetido, ad nauseam, pela mídia, e pelo presidente e pelo judiciário, pode ser limitado dentro dos seguintes sofismas:
    – Bolsonaro e milícias digitais são o único alvo;
    – O judiciário é o “campeão” da vigilância democrática, destacando-se como herói o Lex Luthor do TSE;
    – Lula é presidente porque o sistema funciona, e não porque superou o sistema com sua resiliência…
    Judiciário, Lula e a mídia se irmanam em uma posição de vítimas-mártires, como se não fosse cada um deles responsável pelo nascimento e fortalecimento do monstro fascista recente:
    – Lula porque foi covarde, em não resistir à sua prisão ilegal;
    – Mídia e judiciário, a primeira por criar o clima do terror jacobino curitibano, e o judiciário, por permitir que a falange paranaense seguisse cortando cabeças…
    Resultado?
    Se a eleição de Lula pudesse ser considerada uma ruptura com o sistema anterior, ou seja, um basta com a possibilidade de repetição de cruzadas judiciais, com a desculpa rota de combate à corrupção, ao contrário, é a garantia de que tudo pode ser repetido…e talvez, de forma ainda pior, sabe-se lá…
    A presença de Dilma na primeira fila, é um trágicômico tapa na cara da dignidade política que restava no PT, como se ela fosse, na pior acepção da palavra sadismo, chamada a compactuar com o fim do processo de golpe iniciado em 2016, que nem mesmo com a vitória eleitoral mereceu o menor desagravo…
    Ela ali diante de seus algozes, os de toga, e outros tantos de mandato parlamentar, incluindo aí o próprio vice…
    Como na lei de anistia, esta aberração política nacional, torturadores saíram ilesos…agora, golpistas saem ilesos…
    Todos que semearam e institucionalizaram o discurso de ódio, agora odeiam o ódio…
    É, este país é um lixo…
    Lula que se dane, ele terá sempre aquilo que escolheu merecer….

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