Em 2030, quase 70 milhões de crianças vão morrer antes de chegar aos 5 anos, afirma Unicef

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Voluntário pesa criança de cinco meses de idade em monitoramento mensal no distrito rural de Kasungu, no Malawi. Foto: UNICEF/Hubbard
 
Jornal GGN – Relatório divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nesta quarta-feira (28) aponta que, em 2030, quase 70 milhões de crianças irão morrer antes de completar cinco anos de idade. 
 
De acordo com o documento ‘Narrowing the Gaps: The power of investing in the poorest children (Reduzindo as diferenças: o poder de investir nas crianças mais pobres), o investimento em saúde e na sobrevivência de crianças de comunidades desfavorecidas salva quase o dobro de vidas a cada US$ 1 milhão gasto, em relação a investimentos similares em grupos menos vulneráveis. 
 
Anthony Lake, diretor executivo da Unicef, afirma que “investir nas crianças mais pobres não é apenas correto em princípio, também é correto na prática, pois salva mais vidas a cada dólar gasto”.

 
Lake também pontua que os investimentos em saúde não só garantem a sobrevivência das crianças, mas pode ajudar a interromper os ciclos de pobreza entre as gerações. “Uma criança saudável tem uma chance melhor de aprender mais na escola”, afirma. 
 
O estudo aponta que, caso não sejam intensificados os esforços para reduzir a mortalidade infantil, quase 70 milhões de crianças vão morrer antes dos cinco anos de idade no ano de 2030. 
 
O documento é baseado em informações coletadas em 51 países nos quais acontecem cerca de 80% de todas as mortes de recém-nascidos e menores de cinco anos. Segundo o estudo, melhorias na cobertura de intervenções nos grupos de pessoas mais pobres ajudaram a diminuir a mortalidade infantil quase três vezes mais rápido do que entre os grupos não pobres. 
 
Entre as intervenções aponta o início precoce da amamentação, cuidados pré-natais, vacinação completa como intervenções de alto impacto para a saúde materna. 
 
Também são citados o uso de mosquiteiros com inseticida, a presença de pessoas qualificadas durante o parto e a busca por cuidados para crianças com febre, pneumonia e diarreia. 
 
De acordo com o relatório, das 1,1 milhão de vidas salvas nos 51 países durante o último ano estudado para cada país, quase 85% estavam entre os pobres. 
 
Entre os países analisados estão o Afeganistão, Bangladesh e Malawi, umas das nações com altas taxas de mortalidade de menores de 5 anos. Nestes locais, o trabalho focado nos mais desfavorecidos teve grande influência na redução da mortalidade infantil. 
 
Entre 1990 e 2015, a mortalidade de menores de 5 anos foi reduzida em 50% no Afeganistão e em 74% tanto em Bangladesh quanto no Malawi.
 
O relatório da Unicef pede que os países adotem medidas práticas para reduzir as desigualdades, como fortalecer os sistemas de saúde para ampliar o acesso ao atendimento de qualidade; encontrar novas maneiras de alcançar as populações vulneráveis, e também investir em intervenções comprovadas para prevenir e tratar as maiores causas de mortalidade de crianças.
 
O órgão das Nações Unidas também diz que os investimentos na sobrevivência das crianças também pode auxiliar os países a atingir outros objetivos globais de desenvolvimento, como o fim da pobreza. 
 
O documento da Unicef está disponível em inglês, espanhol e francês e pode ser encontrado aqui.
 
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Redação

2 Comentários

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  1. Se o trem do neoliberalismo

    Se o trem do neoliberalismo continuar nos trilhos, restarão poucos sobreviventes, nessas condições,  para a Unicef cuidar em 2030. 

  2. Despopulação
    É o que tenho dito sobre o programa de diminuição da população no planeta. Tem dado certo na África, Oriente Médio. A nossa vez está chegando… A curva de quantidade de humanos desacelerá e diminuirá. Inclusive no G7.

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