PM reprime indígenas que retomam área sobreposta por fazenda no MS

Após ataque, Justiça Federal de Ponta Porã, em decisão controversa, autoriza atuação da polícia estadual, legitimando violência policial contra a comunidade

Retomada Guarani e Kaiowá da TI Nhanderu Marangatu é alvo de ataque policial e deixa três feridos. | Foto: comunidade TI Nhanderu Marangatu

do Conselho Indigenista Missionário – CIMI

Retomada Guarani e Kaiowá da TI Nhanderu Marangatu é alvo de ataque policial e deixa três feridos

Na tarde de quinta-feira (12), indígenas Guarani e Kaiowá retomaram a Fazenda Barra sobreposta à Terra Indígena (TI) Nhanderu Marangatu, localizada no município de Antônio João, no estado do Mato Grosso do Sul.

A comunidade foi atacada pela Polícia Militar. Três pessoas, uma mulher e dois homens, foram feridos, estando uma delas internada em um hospital do município.

Após os eventos, a Força Nacional foi para a região. Os indígenas resistem cercados na sede da fazenda.

Essa é a última propriedade que ainda não havia sido retomada pela comunidade, sendo que a última tentativa ocorreu em 2016. Na ocasião, houve um forte ataque de fazendeiros da localidade, que contaram com o apoio de políticos.

O ataque resultou na morte, a tiros, de Simião Vilhalva. Na TI Nhanderu Marangatu também foram assassinados Dorvalino Rocha, em 24 de dezembro de 2005, e Marçal Tupã, em novembro de 1983.

Decisão pronta

Após o ataque violento da Polícia Militar na tarde de ontem (12), a Justiça Federal de Ponta Porã, em decisão controversa e apressada, publicada na noite do mesmo dia, autorizou a atuação da polícia estadual em proteção à propriedade privada, legitimando a violência contra a comunidade indígena.

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