De quem é a responsabilidade pela crise hídrica? Uma comparação entre a pesquisa do Datafolha e a do Data Popular

Por sergiorgreis

Uma comparação entre os resultados encontrados na pesquisa feita pelo DataFolha, há cerca de um mês, e os publicados hoje pelo Data Popular permitem uma análise interessante sobre as interpretações que são disseminadas a respeito da crise da água (e da tentativa de se associá-la ou compará-la a uma crise elétrica), bem como a respeito do próprio modo de operacionalização dos levantamentos e, por conseguinte, da sensibilidade social efetiva a respeito dos problemas abordados, que pode externar percepções absolutamente distintas sobre o mesmo fenômeno – que pode, no limite, dar ensejo até ao questionamento a respeito da lisura de um ou outro levantamento, dada a diferença encontrada nos resultados.

Tudo bem que a pergunta não é exatamente a mesma, nem o território pesquisado é idêntico. Mas é muito curioso observar a imensa diferença no padrão de respostas encontrado na pesquisa Datafolha, de cerca de um mês atrás, e a realizada agora pela Datapopular e citada na coluna de Monica Bergamo. Naquela, questiona-se se o Governo Federal tem muita, pouca ou nenhuma responsabilidade pela falta d’água, depois o mesmo sobre o “Governo Estadual”, as Grandes Empresas e a própria população. As respostas foram dividas por região do país. No Sudeste, 58% dos entrevistados acreditam que o Governo Federal e o Governo Estadual têm muita responsabilidade sobre a crise hídrica. É um contingente bastante expressivo e absolutamente equivalente. Encaixa-se bem no tipo de diagnóstico que a Folha busca passar diariamente ao seu leitor, quando busca colocar no mesmo patamar de gravidade a tragédia do Sistema Cantareira e os níveis da represa de Furnas (que estão, hoje, ainda baixos, mas 4 vezes acima do patamar do apagão de 2001). É, claro, uma estratégia de divisão de ônus pelo que está ocorrendo (a pergunta, inclusive, é feita de modo a misturar a questão do abastecimento de água com a questão elétrica). Os detalhes do questionário podem ser vistos aqui: http://media.folha.uol.com.br/datafolha/2014/04/08/racionamento-agua-e-energia.pdf
Os dados do Instituto Data Popular, abaixo, dimensionam o problema de forma absolutamente distinta, e apontam indícios dos efeitos eleitorais a respeito do racionamento branco implementado por Alckmin. Restrita ao Estado de São Paulo e ao problema hídrico, o levantamento indica não só que 30% dos paulistanos (e 23% dos paulistas) entrevistados ficaram sem água recentemente, mas também que a população identifica a gestão Alckmin como a principal culpada pelo problema, 70% das respostas, ao passo em que o Governo Federal recebe apenas 9% das atribuições nesse sentido. Ainda que as pesquisas sejam razoavelmente diferentes, as discrepâncias dos resultados são muito significativas, e permitem, no mínimo, questionar a abordagem dada pelo instituto da Folha nesse levantamento (cujos resultados ganharam considerável repercussão no momento da publicação, ensejando análises bastante enviesadas pelos colunistas do jornal a respeito ou da culpa do Governo Federal pelo problema apontado, ou da impossibilidade de abordagem eleitoral do tema, considerando-se que a sensibilidade popular culpava igualmente a gestão petista pela crise).

Vale, enfim, rememorar uma bizarra pergunta feita ontem por um jornalista da rádio Jovem Pan ao candidato Alexandre Padilha na sabatina de ontem: “O sr. não acha antiético explorar o problema da falta d’água em pleno ano eleitoral?”. Por mais inacreditável que possa parecer a questão, ela guarda um fundamento interessante: a crise hídrica não ocorre, de forma alguma, por leniência, leviandade ou, simplesmente, por falta de planejamento da SABESP. É conspiração divina, ou de São Pedro, contra o pobre governador tucano, de mãos atadas frente a natureza – desde 1995, aparentemente.

“Os dados são de pesquisa do Instituto Data Popular, que ouviu 18.534 pessoas em 70 cidades do Estado. Pelo levantamento, 59% dos paulistas acreditam que sofrerão com falta d’água até o fim do ano. E apontam como principal culpado pelo problema o governo estadual (41%), a Sabesp (29%), o governo federal (9%) e a falta de chuva (7%).”

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2014/05/1450395-falta-dagua-em-sp-afeta-23-da-populacao-nos-ultimos-tres-meses.shtml

Redação

50 Comentários

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  1. Aqui em Minas tá tudo lindo e

    Aqui em Minas tá tudo lindo e maravilhoso!! No rádio só ouve louros a respeito do governo tucano. A melhor educação básica do Brasil, o asfaltamento de 1800Km de acessos a cidades do leste, a melhoria do atendimento médico das UPAS e Postos de Saude (não se toca no mais médicos!!).

    Aqui com nossa imprensa presa no bolso do clote do governador e de sua verba de propaganda e comunicação, fica difiícil mostrar a verdade!

    1. É o paraíso

      Minas é o paraíso no Brasil.

      Tudo lindo e maravilhoso. Tanto que as páginas de cartas dos leitores dos jornais mineiros tratam de problemas menores, tipo o escândalo da Petrobras, os gastos da Copa, a responsabilidade do PT diante da violência, o falastrão do Lula e acredite, li no jornal supernotícias, dias desses, carta de um leitor detonando… o Padilha, candidato a governador de SP!!!

      Aqui em Minas parece que não vai ter eleições para governador este ano. Eu tenho vergonha da mídia nacional em relação à política, mas Minas me envergonha muito mais…

      1. Pra nossa felicidade a edição

        Pra nossa felicidade a edição impressa do Estado de Minas está virando pó, a falência não é decretada porque o governo de Minas subsidia os Diários Associados.

    2. Tudo resolvido com o ambiente favorável

      Em minas está tudo bem, depois do brilhante “choque de gestão” que havia resolvido tudo, surgiu o ainda melhor “ambiente favorável” e aí tudo ficou ainda muito melhor. Estas estradas foram todas asfaltdas mas depois para criar o “ambiente fvorável”, as cobriram de terra para manter os ares provincianos tão adorados, até os buracos foram simulados nesta novas e maravilhosas 1800 km de estradas.

      No país vai ser uma maravilha: “choque de gestão” mais “ambiente favorável” e pronto. O presidente vai até poder morar e aproveitar as praias do leblon.

    3. Há um pequeno equívoco de sua

      Há um pequeno equívoco de sua parte Braga. O programa “Caminhos de Minas”, alvo dessa massificante propaganda demotucana, foi lançado há quatro anos pelo Aócio e previa a abertura e/ou restauração de 8 mil quilômetros de rodovias estaduais. Pois bem; passados quatro anos, até agora foram concluídos IMPRESSIONANTES E INIMAGINÁVEIS………40 quilômetros. Nessa peça de embromação atual eles voltam a dizer que SERÃO construídos ou reformados os tais 8 mil quilômetros. Mas, se esqueçem que o Aócio deixa o governo em dezembro (o outro que está lá, já é o segundo despachante de luxo a ocupar o cargo). 

    4. A UPA que dinheiro

      A UPA que dinheiro marjoritamente federal, Minas não investe o necessário e o gasto em propaganda não sofre com o choque de gestão.

  2. A culpa ou é de Deus ou é do PT…

    Lembro da coitada da dona Marta, sofrendo pelas chuvas come se fosse ela a culpada… ah, imprensa sem memoria ou com memoria seletiva… mas, também, o PT não aprende…

  3. Aliás, na região de MG, onde

    Aliás, na região de MG, onde moro, só se sabe o que o governo estadual faz, em época de eleição. No município e redondezas, não chega nenhum prgrama , principalmente na saúde e estradas. Só chega a propaganda, no rádio e TV. A construção de um presídio então,( apesar dos motins no cadeião), ouço falar há mais de 10 anos diretamente da boca dos governadores e deputados do PSDB. O mesmo caso se dá de uma estrada, que entra ano, sai ano, dizem que tem a verba, mas acho que já comeram ela todinha, pois estrada que é bom, nécas ! Eta gente mentirosa ! e safada!

  4. A elite, através de seu

    A elite, através de seu sistema de comunicação, quer manter a SENZALA em seu lugar, sempre fazendo acreditar que é bom ter estas luzes a guiar e que duro ofício de governar e dirigir o estado são recompensados por míseros bilhões.

  5. Na minha pesquisa (contratada no Fêicebuque) deu …

    65%, culpa da Dilma.

    34% do PT.

    1% não sabe ou não respondeu.

    Mas suspeitam que seja do Lula!

  6. De quem a culpa?

    Caros

    O texto tenta transformar um problema tecnico em politico, se querem saber de quem é a culpa da falta de agua e possivel falta de energia,  tenho minha opinião que diverge completamente de todas apresentadas.

    Leis ambientais.

    Voces perguntariam porque, culpar leis ambientais pela falta d’agua ? 

    Simplesmente porque precisamos de caixas d’aguas para suportar consumo crescente,  caixass essas com volumes suficientes para garantir energia e agua para uma população que cresceu vertiginosamente nas areas urbanas.

    No caso da Cantareira já comentei aqui,  houve um esvasiamento dos reservatorios propositalmente, pois nos anos de 2010 e 2011, como os reservatorios estavam com capacidade de 100%, com a chegada da epoca chuvosa, não houve condições de contenção da aguas de chuvas, assim ocorreram inundações em Atibaia e municipios à juzante das barragens, nos anos 2012 e 2013, a Sabesp resolveu soltar as aguas no inverno esperando chuvas de verão, coisa que não aconteceu nos dois anos consecutivos, deu no que deu, falta agua no sistema.

    No caso das barragens de Minas, dois anos de estiagem, a capacidade de reservação das barragens é naturalmente esgotada.

    Assim isso vem mostrar que o grande culpado da falta de agua são as leis ambientais que não permite mais a construção de reservatorios, vide toda polemica ocorrida com a construção de Belo Monte. O conjunto de barragens brasileiras, tinha reservação para 12 meses, com essa politica de não construção de reservatorios, essa reservação baixou para 5 meses, como ambientallstas de forma geral acredita que reservar agua destroi a natureza, temos que aprender a conviver com falta de agua e de energia, e ainda ouvir deles que energia boa é a dos cata-ventos, lembrando que poderemos tomar banhos e ligar computadores apenas quando estiver ventando.

    Tenho dito.

     

    abraços

      1. Leis

        Caro Daniel

        Não é o caso de fazer “doa a quem doer”, o caso é que nós mesmos, fizemos leis ambientais que engessa e não permite construção de reservatorios, como disse acima, veja o caso de Belo Monte, estudos, reestudos, brigas com indios, europeus, americanos, a turma toda dos “verdes”, e não foi construido o reservatorio que para região seria de grande relevancia para pesca, navegação, piscicultura, e ainda por cima, garantia de energia com maior potencia e maior constancia de fornecimento nas epocas de estiagem.

        Não consigo entender por que essa aversão a reservatorios, não existe logica para isso.

         

        abraços

        1. A lógica é muito simples.Não
          A lógica é muito simples.
          Não se faz grandes reservatórios em PLANICIES.
          Os motivos são óbvios.

          O ponto a questão que vc deveria bater, agora que vc sabe que tem lógica, é que os ambientalistas transformaram uma vitória pontual em uma ideologia generalizada.
          Jamais houve debate sobre grandes reservatórios. Houve debate sobre o reservatório de Belo Monte.

          Pelo que sei, não há qualquer restrição à grandes reservatórios.

          A não ser em PLANICIES.
          O grande mérito dos ambientalistas foi te enganar fazendo vc pensar que o motivo para não se construir na Amazônia é a floresta.
          O motivo é técnico e não ambiental , a planície.

          1. Qual motivo?

            Caro Athos

            Discordo, o motivo de não se fazer reservatorio em Belo Monte não foi tecnico, foi politica ambiental, exatamente no ponto onde esta sendo construido Belo Monte, fica a chamada curva grande, ali é um dos pontos onde o Planalto Central despenca para a Planicie Amazonica, com uma diferença de nivel acima de 90 m, o que possibilitou se construir Belo Monte a fio d’agua, exatamente o desnivel.

            Com esse tanto de desnivel, se tivesse construido um reservatorio nem muito grande 1200Km2, se teria muito mais potencia com garantia de produção nas epocas de estiagem. O reservatorio foi construido com 400Km2, praticamente a area inundada nas ocasiões das cheias do Xingu.

            Leis ambientais e principalmente movimentos internacionais deram força para “verdes” em geral bater contra essa solução tecnica que seria de multiplas utilidades para nós brasileiros, além da garantia de produção de energia, poderiamos nos beneficiar de navegação, pesca, controle de vazão etc, etc,etc…

             

            abraços 

          2. Ainda estou para ver a foto

            Ainda estou para ver a foto de um morro na foresta amazônica.

             

            Perguntaram qual a lógica e eu respondi. A lógica é esta.

          3. Geografia

            Caro Athos

            Veja nesse site conforme ensina o veterano professor de geografia Aroldo de Azevedo, os limites do Planalto Central com a Planicie Amazonica e percebera que exatamente na chamada Curva Grande do Rio Xingu, situa-se esse limite, que como disse, proporciona um desnivel de praticamente 90m, então não é o caso de visualizar montanha na Amazonia, é simplesmente o limite do planalto Central com a planicie Amazonica.

            https://www.google.com.br/search?q=planalto+central+do+brasil&es_sm=122&biw=1164&bih=840&tbm=isch&imgil=9OtORxuMH-S_xM%253A%253Bhttps%253A%252F%252Fencrypted-tbn2.gstatic.com%252Fimages%253Fq%253Dtbn%253AANd9GcTga-Ncru41maaxFeBa0tpIfTwXxs9hMICRaWKPLAlGS4IFP7Jk%253B820%253B795%253BE_niwUj-nLAkdM%253Bhttp%25253A%25252F%25252Fprofessorjamesonnig.wordpress.com%25252F2012%25252F11%25252F06%25252Fmais-usinas-na-amazonia-legal%25252F&source=iu&usg=__bDO_tFIJmVhi7LUAMqt5gXuKiuo%3D&sa=X&ei=4jhtU5qVAonTsATl1IG4BQ&ved=0CDwQ9QEwBA#facrc=_&imgdii=_&imgrc=9OtORxuMH-S_xM%253A%3BE_niwUj-nLAkdM%3Bhttp%253A%252F%252Fprofessorjamesonnig.files.wordpress.com%252F2012%252F11%252Fplanalto-central-aroldo.png%3Bhttp%253A%252F%252Fprofessorjamesonnig.wordpress.com%252F2012%252F11%252F06%252Fmais-usinas-na-amazonia-legal%252F%3B820%3B795

            Veja tambem no google maps, fotos de satelite, dá pra visualisar inclusive as corredeiras ocasionada no rio Xingu devido a esse desnivel.

             

            abraços

          4. Que nada

            Em Belo Monte e no Madeira NÃO DÁ PARA FAZER RESERVATÓTIO. Não há política ou meio ambiente que interfira neste ponto porque o bom senso é muito maior. Gerar-se-a a energia da grande massa passante e está ótimo. Viva a Dilma.

            Reservatório ou o estoque da vendinha ai em frente nunca é problema se é bem administrado, que é o que não foi em sp por irresponsabilidade do psdb protegido pelo pig. O depósito estava lá, só faltou obras que permitissem ele ficar cheio usando outros recursos disponiveis, de que agora se lembram com obras para daqui a dois anos, que não foram feitas. Será, tomara que não, o povo não merece pagar pelos erros do psdb/pig, o desastre anunciado e despresado.

            Devemos mais esta ao pig.

          5. 50% de razão

            Caro

            Realmente no caso do Rio Madeira, a barragem tera 46 turbinas do tipo bulbo, com um represamente de apenas 250 Km2, ja a do Rio Xingu estava prevista inicialmente para um reservatorio de 1200 Km2, coisa que não ocorreu devido a movimentos ambientalistas, assim a barragem ficou mista com represamento de pouco mais de 400Km2, porem como disse, poderia ser uma hidroeletrica com maior reservatorio, coisa que não ocorreu.

            A solução foi de certa forma boa, pois aproveitou o desnivel de praticamente 90 m, que como disse acima marca o limite do Planalto Central com a Planicie Amazonica.

            Quanto ao problema da estiagem, isso não é de ordem politica, logicamente sera usado como tal, porem afeta a região Sudeste, afeta brasileiros do PSDB, do PT, do PSB, enfim todos seremos afetados.

             

             

            abraços

             

             

    1. Eu penso exatamente como o

      Eu penso exatamente como o senhor, “que o grande culpado da falta de agua são as leis ambientais”.

      Porem por razões absolutamente contrarias.

      O pais de maior potencial hidrico do mundo esta com falta de agua, porque estamos dilapidando nosso patrimonio natural, destruindo nossas reservas  para produzir em grande quantidade comida para porcos do estrangeiro.

      A agua não nasce na torneira, mas nos mananciais, que deveriam ser altamente protegidos.

      O ministerio do meio ambiente parece que não sabe disso. 

      O governo paulista, todo mundo sabe, não é nenhuma Brastemp, mas destruindo as florestas, como estamos fazendo, brevemente teremos que construir “um reservatorio” do tamanho do pais, para “tomar banho e ligar o computador”.

      No pais onde havia mais agua no planeta estamos com dificuldade para tomar um banho.

      E a discussão  fica reduzida a falta da agua na torneira e ninguem fala sobre a raiz do problema.

      E os poucos que falam ainda acham que temos que destruir mais.

      1. Reservar

        Caro

        Reservar:  conforme o Aurelio

        Significado de Reservar

        v.t. Pôr à parte para uso posterior: reservar mantimentos. / Guardar: reservar parte do lucro. / Destinar: para quem se reservou isto? / Adiar, procrastinar: vamos reservar as preocupações para depois. / Preservar, livrar. / Destinar exclusivamente para um fim, para uma pessoa, para uma ocasião. / Encomendar, comprar antecipadamente acomodações em hotéis, passagens etc. / &151; V.pr. Ficar de reserva. / Guardar para si

        Esse é o significado de reservar, quem falou em destruir ? Fazer reservatorios não tem nada a ver com destruição, se temos uma população aglomerada de 12 milhões de habitantes, necessitamos de reservatorios para tanto.

        Como voce pode falar em falta de agua, se nosso planeta simplesmente é composto por 70% de agua, veja as noticias sobre as enchentes no Acre e Rondonia, temos problemas pontuais, esse ano no Sudeste, devido a duas estiagens seguidas, veja os indices pluviometricos das demais regiões. 

        Quanto a preservar nascentes, obvio temos que ter essa preocupaçao, porem a agua não vem apenas dos mananciais, grande volume tambem vem das precipitações pluviometricas,  contruir reservatorios não significa destruir nascentes, pelo contrario, reservatorios significa mais agua, e mais agua significa mais vida, partindo da igualdade :

        Agua = vida.

         

        abraços

        1. Desculpe fazer uma correção,

          Desculpe fazer uma correção, mas 75% da superfície do planeta é coberta por água. Mas muito menos  disponível para consumo:

          Mais numeros aqui: http://www.daescs.sp.gov.br/index.asp?dados=ensina&ensi=planeta

           

          Mas não em uma publicação da editora abril cuja fonte foi o Guilherme Arantes (ahah):

          http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/agua-disponibilidade-uso-consumo-desperdicio-falta-saneamento-541962.shtml

          1. Disponibilidade de agua

            Caro Sergio

            Realmente, 75% do planeta é recoberto por aguas que nem sempre esta disponivel para consumo, porem, para que qualquer agua, atenção, qualquer agua, esteja disponivel para consumo, precisamos apenas de duas coisas, tecnologia e ENERGIA.

            Com essas duas coisas transformamos qualquer agua disponivel para consumo, despoluindo, dessalinizando, trantando, transportando, transpondo, enfim, com energia e tecnologia temos possibilidade de fazer tudo isso.

            Assim, volto a reafirmar que temos as melhores condiçoes do planeta em conseguir energia limpa, somos um pais continental, com a maioria de seus rios nascendo no planalto Central e despencando para as planicies o que nos dá um potencial energetico fenomenal, porem, lamentavelmente nós mesmos criamos tantos entraves ambientais, que não temos como resolver esse embrolio sem a menor utilidade.

            Falam que estamos detruindo a natureza, separando natureza de seres humanos, como se não fizessemos parte dela, isso é de uma ingenuidade absoluta, somos parte integrante da natureza, se fazemos modificações no ambiente é apenas então somente para nossa sobrevivencia, sem as modificações não conseguiriamos a população que temos hoje, e por ai vai, esse papo é longo, numa mesa de boteco renderia uns bons  chopps,

            bom dia

            abraços.

        2. Pois é, meu caro,
          Continuamos

          Pois é, meu caro,

          Continuamos discordando.

          Apenas agora descobri a verdadeira razão.

          Voce acha que a agua vem do ceu e eu continuo pensando que ela nasce nos mananciais.

          As vezes ate gosta de passear nas nuvens, mas volta.

          Se voce  deixar de colocar agua num vaso de planta por uns poucos dias.

          ela estara seca, morta. O mesmo se inunda-la de agua.

          A natureza é assim, responde rapido a nossa ação sobre ela.

          É forte, fortissima, pungente, mas ao mesmo tempo delicada, delicadissima.

          O seu funcionamento é complexo, depende ate de insetos microscopicos.

          Quando incomodada reage inundando tudo ou promovendo secas.

          E a sua forma de mostrar que não esta gostando muito da maneira como a estamos tratando.

          Mas fique calmo, seo Sebastião, eu não sou um desses terriveis inimigos “verdes” que voce cita em seu comentario.

          Ao contrario.

          Não penso como eles que “o homem esta destruindo a natureza”.

          Creio que é a natureza  que eliminara o homem que a esta incomodando, promovendo  diluvios e secas.

          Mas continuara viva e forte, atraves dos seculos.

          1. de onde vem a água?

            Caro

            Não falei isso, a agua não vem do céu nem dos mananciais, ela é ciclica, como disse esta em 70% da superficie terrestre, enchentes, secas, nevasca, tornados, furações, faz parte do clima, sempre ocorreram, nos tempos remotos com muito mais intensidade que atualmente.

            Quanto a destruir a natureza, respondi acima para o Sergio.

            bom dia

            abraços

    2. Seca

      Entao o senhor acha que a culpa é a falta de chuvas, porque esvaziaram os reservatorios. O problema entao nao é falta de planejamento e construlção de barragens e reformas do sistema condutor para conter as perdas ( algo em tornode 40%) . Os governantes devem rezar por chuva….meu Deus   cada um que me aparece

      1. Chuvas e reservatorios

        Caro

        O que falei foi que estamos com legislação ambiental de tal ordem, que engessa todo e qualquer projeto de engenharia que venha provocar reservação de agua. Isso de A a Z, tanto para setor privado como para o governamental, experimente voce que tem um sitio qualquer no interior de SP, tentar fazer um pequeno lago que seja para criar peixes ou embelezar a propriedade, ou então veja a dificuldade que os governos tem em projetar e construir barragens tanto de hidroeletricas como de controle de vazão dos rios. Para não falar outra coisa, “É parto de montanha”, tirar uma licença dessa, se é que consegue.

        O governo de SP, ameaçou fazer uma interligação da bacia do Paraiba do Sul com o sistema Cantareira, a bem da verdade não seria nem para transpor agua  do Paraiba para o sistema, seria mais, creio eu, para utilizar a imensa barragem do Rio Jaguari como reservatorio do sistema Cantareira, nem bem anunciou isso, opiniões contrarias das mais variadas fontes, politica, religiosa, leiga, advocacia e tantos outros que nem hidraulica conhece, pipocaram na imprensa.

        Quanto a rezar, isso vai da crença de cada um, eu por exemplo sempre tenho orado por todos nós, penso que o brasileiro esta precisando mesmo de oração.

        abraços

  7. Uma grande bobagem da FOLHA.

    Uma grande bobagem da FOLHA. O cenario da energia atravessa décadas e tem variaveis complexas, de natureza climatica, demografica, economica internacional (preços do petroleo e gas), de habitos e costumes, ninguem e nenhum governo tem culpas e méritos isoladamente, há uma continuidade, quando JK fundou a CEMIG e construiu Tres Marias, na época uma enorme usina, ele nunca  criticou Benedito Valadares, seu antecessor, quando Getulio criou Paulo Afonso tampouco atribuiu culpas a Washington Luis, só a mediocridade da esquerda precisa sempre achar culpa em alguem, vive disso, culpou FHC por uma crise que era basicamente climatica e agora não tem como se justificar usando o mesmo argumento, grande parte da atual crise é culpa do clima, o governo está fazendo o que pode, está construindo Belo Monte, Jirau e Santo Antonio, não pode ser culpado pela crise mas FHC tambem não, o apagão foi devido à falta de chuvas e FHC teve a iniciativa de construir termicas de reserva, que estão sendo a SALVAÇÃO hoje.

    Então descabe culpar FHC pelo apagão em seu governo e tambem não se pode culpar os governos do PT.

    É preciso pensar no futuro, em como sair dessa situação de operar no limite e não ficar procurando culpados, mania velha do PT que usou no passado quando era estilingue e agora não sabe como evitar sendo vidraça.

    CONSTRUIR exige grandes homens, como Juscelino e não comadres fofoquentas que vivem de pichar vizinhas.

    1. Que coisa!

       

      O aa fica bonzinho, com a calça na mão, tentando despistar. O fhc foi o culpado, não porque era do psdb, naquele tempo começava a ser a desgraça que é agora, mas porque privatizou as empresas na marra, garantiu seus lucros em contrato e não lhes deu obrigação. Elas interromperam os investimentos, como fez a cemig e você deve saber bem disso, para acumular lucro. Por falta de investimentos teve um apagão que era anunciado como o secão de sp agora. Aliás diga-se que as empresas privatizadas no setor elétrico tiveram ainda mais lucro devida a falta de energia, você tambem sabe. O que salvou o fhc foi que o pig lhe deu toda a proteção para despistar o tremendo erro. Senão…

      Conversinha fiada. Não pega.

  8. Empurrando a culpa para a Dilma

    Já não bastassem as referências dos Jornalões/Telejornais `a ANA ( Agência Nacional de Águas – Federal ) para “dluir ” a culpa dos tucanos, para a “sorte” do PIG/Governo do Estado de São Paulo a “presidenta ” da SABESP também se chama Dilma ( Seli Pena ) .  Parece até de encomenda pois já antevejo nas manchetes :  

     

          DILMA NÃO LEU O CONTRATO . FALTA ÁGUA EM SP. 

  9. so inverter pt no gov de sao

    so inverter pt no gov de sao paulo e psdb no federal

    “apesar da seca nao tera apagao por investimentos”

    “apesar de alertado, governo de sao paulo nao fez investimentos necessarios”

    ou fazer um parametro SABESP X PETRO

    enquanto sabesp é uma das que mais paga dividentos ou prioriza os “”investidores” petro priori vender gasolina mais barato que preco internacional, favorecendo sociedade como um todo e carro chefe em investimentos no pais em todas areas

    com o dinheiro pago aos acionista da sabesp daria pra tratar quase todo esgoto da grande sao paulo despoluido tiete e ate podendo usar sua agua 

    opcao, mercado x povo

  10. Governar é administrar

    Governar é administrar carências e prevenir crises de desabastecimento de víveres e água. Preciso dizer algo mais?

  11. Paradoxos à brasileira

    Um, São Paulo, o dito Estado mais desenvolvido  da Federação, vá lá, tenho cá minhas dúvidas, comporta-se como um imenso grotão político, verdadeiro curral eleitoral commo se via nos tempos da arena, vulgo pds, vulgo pfl, vulgo dem, elegendo como nos tempos do bico de pena, a mais do que demonstrada incomptência tucana ao longo de 25 anos.

    Outro, Minas Gerais, o que se ufana de ser o berço da Liberdade deste País, o que é de fato, contudo a sua madeira passados tantos anos, ela esfacelou-se, apodreceu e foi comida pelos cupins. O grande povo mineiro, que abrigou a Inconfidência Mineira e com isto nos ajudou a socar o pé no rabo das concunbinas de ingleses, quer seja, dos portugueses, ele hoje não dá conta de arrancar os tucanos destas terras da liberdade. Com todo respeito, aos meus amigos e as minhas doces, meigas e lindas amigas mineiras, com suas vozes suaves me chamando “d’ocê”,- ah! quantas saudades, eu hoje neles  percebo um misto de medo, de não se mete nisto, de cuidado, do podem não gostar se ouvirem você falar, quer seja, o bicho papão está lá do outro lado da porta… ou vota em mim ou te devoro!

    Em ambos Estados, conservadores por natureza, a tendência de manter-se o status quo é muito forte e medo do novo é maior ainda.

    Lembro-me de uma velha Senhora, muito querida em sua cidade, e, particularmente por mim a quem devoto um imenso carinho, lá do Vale do Aço, da gloriosa ACESITA, ela em sua simplicidade de vida e, mais ainda política, dizia à época das eleições de 1989: – eu vou votar em Fernando Affonso Collor de Melo, escandindo cada letra de seu nome e completando dizia: -Deus nos livre de votar num Lula.

    Note bem: num lula, um sem eira nem beira, sem um sobrenome ligado a corte portuguesa de seu imaginário, um ninguém. Um metalúrgico tal  e qual seus filhos e netos em longa tradição de siderúrgia.

    Ao cabo e rabo da eleição de Collor a siderúrgica foi mais uma das doadas ao capital privado e seus filhos e netos, umbilicalmente ligados ao aço, foram demitidos um por um, e ela em sua simplicidade dizia:- mas como foram se aposentar ainda tão cedo? perguntava ela, pois a palavra demissão soava por demais pesada para seus ouvidos acostumados ao suave som de Fernando Affonso……

    Acordem paulistas e mineiros e deixem os operadores de gerúndio político falando sozinhos!

     

    1. E isso se deve ao pig

      Um dos crimes que o pig cometeu foi dar blindagem total a estes políticos em detrimento é claro dos “outros” que os levou a este estado de miserabilidade. Cairam no colo do pig, sentiram sua poderosa proteção e … descambaram. Hoje há outros orgãos procurando este mesmo colo quentinho e se decompondo, condenando seu próprio futuro.

      É ao pig que devemos mais ese “trabalho”criminoso. É o autor maior.

  12. Isso é sopa para os políticos

    São tantas carências por fazer…

    O problema dos reservatórios de água se resolverá mais cedo ou mais tarde com dinheiro emprestado do exteior.

    Pior seria se não tivessemos outro pasís que nos servisse como reservas de valor.

    A fome e a miséria seria total.

  13. a matemática do volume morto

    A Cantareira vem secando a uma velocidade de 0,2% dia. Neste ritmo perde os 9,4% de volume d’água em 47 dias. Vamos contar 40 dias porque parte desta água não poderia ser utilizada. Independentemente do volume morto, este volume faz parte do volume total e deve ser considerado no alcance das reservas.

    No que toca ao volume morto, o governo vem dizendo que utilizará 180 milões de metros cúbicos, ou 180 bilhões de litros. Ora, o volume de vazão diária sem restrições gira, segundo a SABESP em torno de 24 metro cúbicos por segundo (24.000 litros/segundo), para o abastecimento da área irrigada pela Cantareira. Ora, se dividirmos 180 bilhões/24.000 litros obteremos a quantidade de segundos que o volume morto durará que é igual a 7.500.000 segundos. Se dividirmos este resultado por 60 encontraremos o número de minutos, igual a 125.000 minutos que divididos por 60 resultam em 2083 horas que dividas por 24 horas resultam em 86,80 dias, ou aproximadamente três meses.

    Ora, se a água da Cantareira dura 47 dias e a do volume morto mais 87 dias, há água para 134 dias a contar de hoje.

    isto sgnifica que em fins de setembro se não chover, o resto do volume morto deverá estar sendo utilizado ou faltará água. Se vier a ser usado durará mais uns 90 dias. Por estes cálculos, e mantendo-se a falta de chuvas, a água só chega até dezembro de 2014.

    Não racionar água parece, assim, uma incrível decisão. 

    1. Igual fazia na época do

      Igual fazia na época do colégio: imagina um valor crível para a solução de um problema e depois criava a matemática que explicava o resultado.

      As vezes passava despercebido e o professor dava meio… 

      (brincadeira professor)

       

  14. Olá, fiz um comentário mas

    Olá, fiz um comentário mas não acho em lugar nenhum. Provavelmente também não verei esse. Se algum moderador puder ajudar, pode enviar email explicando.

    Grato

  15. Essa queda constante de 0,2

    Essa queda constante de 0,2 por esse período prolongado é difícil demais. Uma conjunção enorme de variáveis vai afetar taxa

  16. O pig

    É interessante que houve outro dia um seminário no qual todos os palestristas disseram que a imprensa é imparcial e nós e o pt é que tramamos contra a liberdade de imprensa.

    Acontece que as falhas deles, eu sempre digo o crime deles porque para mim vender desinformação é crime e grave, são exposta a cada dia e, parece que eles esquecem, estão em letras garrafais e registradas para sempre. Aliás o dia que a justiça despertar para este tipo de crime, desinformação através de orgão de concessão pública, as milhares de provas estarão nos próprios jornais ou nas gravações da tv.

    Um exemplo escrachado é este das pesquisas. Cometem erros, desculpem, crimes de concepção e de interpretação grosseiros. São grosseiras  e criminosas na concepção e na interpretação e são feitas por profissionais deles, então o erro, desculpem, crime é consciente e explicitado, é cometido por profissional. Todas viciadas, todas, todas com interpretação viciada, todas. Isto é ou não é crime de desinformação. Estão registradas e como prova dos crimes, nas manchetes deles..Este artigo mostra o que qualquer um, se não estivesse sobre a garra destes rapinantes, veria. É dedicados aos que leem sem maldade, aos que acham que se informam sem saber que estão sendo enganados, desinformados, vítimas indefesas. Qualquer pessoa com um mínimo de capacidade de interpretar dados notaria a gorsseria do crime.

    E o pior que como todo bandido ele se justifica e se esconde também criminosamente atrás da liberdade de imprensa e no direito de fazer oposição. O que aliás é outro crime grave, usar de maneira venal a lei  o conceito sagrado da liberdade, do direito a proteção que têm os corajosos nos embates, na proteção do fraco contra o forte, que eles invertem, para encobrir crimes.

  17. Sabesp aumentou as “vendas” da Cantareira enquanto a água secava

    Da água da bica à Sabesp: a seca em São Paulo é culpa de quem?

     

         Postado em 09 mai 2014por :  O rio Jacareí

    O rio Jacareí

     

    Dentre todos os culpados pela falta d’água em São Paulo, São Pedro é o único inocente. As estiagens e as deficiências de abastecimento são tanto antigas quanto previsíveis. Sempre foi assim, desde a chegada dos colonizadores. Os índios, ao contrário, viviam numa fartura da qual só herdamos a memória.

    A aparente fartura e a seca recentes têm ambas a mesma origem. Pra quem não sabe, ou não lembra, o sistema Cantareira foi projetado pela antigaComasp – Companhia Metropolitana de Águas de São Paulo, pouco depois do golpe de 1964, em plena ditadura. Naquela época já se previa – novamente – que iria faltar água em São Paulo. E os milicos tinham pressa em fazer grandes obras para impressionar.

    Até 1880 só havia água de pipa ou de bica. Em 1881 foi criada a Companhia Cantareira de Águas e Esgotos para o fornecimento de três mil metros cúbicos por dia, equivalentes a 50% da água encanada consumida na capital A empresa privada – veja você! – foi estatizada pelo governo do estado por causa dos péssimos serviços prestados à população. Naquela época o sucateamento das empresas era feito para estatizá-las, e não privatizá-las, como é feito hoje.

    A Comasp foi criada em 1968 para a captação e tratamento das águas que abasteciam a Grande São Paulo. E eles previram tudo direitinho. O sistema Cantareira seria um conjunto de cinco reservatórios correspondentes às barragens do rios Jaguari e Jacareí, Cachoeira, Atibainha, Juqueri e Águas Claras que iriam produzir 33 metros cúbicos por segundo, quando todas as represas ficassem prontas. A construção foi feita em duas etapas: Na primeira foram feitas as barragens a jusante do rio Cachoeira, produzindo 11m³/s. Depois foi acrescido o reservatório da barragem dos rios Jaguari e Jacareí, para atingir os 33m³/s previstos para o sistema.

    “Reservatório”, como se sabe, foi feito para “reservar” a água dos rios, permitindo regular seu aproveitamento em casos de seca ou chuva. E osreservatórios do sistema Cantareira foram planejados para fornecer água em abundância por bastante tempo, a ponto de fazer os paulistas esquecerem por algum tempo a escassez de água que os milicos pretenderam acabar.

    “Volume morto”, o lodo que se acumula nos fundo dos reservatórios e está prestes a ser filtrado para retirar água da lama, passou a ser chamado de “reserva técnica”, como se o reservatórios não fossem uma reserva e um tanque de decantação ao mesmo tempo. E “rodízio” virou um neologismo para “racionamento”. Assim como você deixa seu carro na garagem uma vez por semana, também poderá encostar seu chuveiro, cozinha e máquina de lavar.

    Em 1972, os economistas Paulo Roberto Davidoff Cruz e Cláudia dos Passos Claro, da Secretaria de Planejamento do estado previam, com bastante exatidão, que a demanda por água encanada na região metropolitana seria de 68,29 metros cúbicos por segundo em 1990, para uma população estimada de 17 milhões de habitantes. Essa previsão só foi atingida no ano 2.000. Hoje, a população servida pela Sabesp na Grande São Paulo é de 16,3 milhões de pessoas, que receberam 73,2 metros cúbicos por segundo somente no ano passado. Se eles erraram, foi para mais, não para menos.

    Quem distribuía a água captada pela Comasp, porém, não era ela própria como faz a Sabesp hoje. Era a Saec – Superintendência de Águas e Esgotos na Capital, sucessora do Departamento de Águas e Esgotos, o DAE. Em 1972 a Saec já admitia uma perda de 30% da água distribuída por causa de vazamentos nas tubulações. Exatamente o mesmo índice da Sabesp hoje, 42 anos depois.

    Os estudos conduzidos pela Seplan paulista consideraram apenas a demanda para consumo doméstico. A demanda industrial não foi prevista, pois segundo eles seria improvável garantir o fornecimento dos grandes volumes contínuos exigidos pelas indústrias, além da ausência, naquela época, “de indicadores confiáveis sobre a estimativa de grande consumo industrial”. Os industriais preferem captar a água de que necessitam do que depender do abastecimento público duvidoso, acreditavam os técnicos do Estado desde então.

    O engenheiro Haroldo Jenzler, presidente da Comasp, calculou em 1972 a necessidade de investimentos de 100 milhões de dólares ao ano durante 20 anos para realizar as obras projetadas para a Grande São Paulo. E concluiu: “Ou aceitamos as metas que serviram de base para esses investimentos e conseguimos os recursos necessários, ou deveremos modificar as metas.”

    Os governos estadual e federal resolveram manter as metas e por isso criou a Sabesp em 1973, pela fusão da Comasp, da Saec – distribuidora da capital – do Fomento Estadual de Saneamento Básico e da Sanevale do Vale do Paraíba, entre outras empresas. Ela “vende” diretamente ao consumidor a água tratada que traz dos rios. E “vende” também para os grandes consumidores industriais urbanos, que não dispõem de fontes próprias de abastecimento, como supunham os planos iniciais.

    seca

    Para atender a demanda industrial, a Sabesp ampliou em 13 vezes sua produção de água de “reúso”, proveniente do tratamento parcial de esgotos, em sociedade com a Odebrecht. Ainda assim, a produção é de apenas 395 mil metros cúbicos por mês, equivalentes a 0,15 metros por segundo. Se a população cresceu menos do que as previsões iniciais, a falta de previsões sobre o crescimento do consumo industrial fez toda a diferença.

    Não são surpreendentes, portanto, os dados dos resultados obtidos pela unidade de negócios Metropolitana Norte da Sabesp, encravada no atual sertão paulista.

    Segundo os dados apresentados pela unidade da estatal para concorrer ao Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento 2013, o volume total faturado pela unidade que abastece toda a zona norte da Grande São Paulo de São Paulo, mais os municípios produtores do sistema Cantareira – Bragança Paulista, Joanópolis, Piracaia, Atibaia, Mairiporã e Franco da Rocha -, passou de 350 milhões de metros cúbicos em 2010 para 370 milhões em 2012. Um crescimento de 6% na véspera da seca.

    No mesmo período, a rentabilidade expressa em termos do Ebitda – lucro antes de juros e impostos – subiu de 65,9 para 72,6%. A arrecadação da unidade metropolitana norte passou de 863 milhões de reais em 2010 para um bilhão em 2012. O incremento do fornecimento para grandes consumidores – indústrias – saltou de 18 para 35% do volume faturado, incluída ai a incansável e sedenta construção civil.

    Esses resultados são bons? Depende pra quem. Desde 2002 a Sabesp passou a negociar ações no Novo Mercado da Bovespa. As ações subiram ininterruptamente de seis para trinta reais entre 2008 e 2012. O crescimento médio do lucro líquido foi de 23% nos últimos cinco anos.

    Nos últimos dez anos a companhia distribuiu aproximadamente quatro bilhões de reais em dividendos, dos quais a metade no período de 2010 a 2012, quando a Metropolitana Norte batia recordes de faturamento.

    A região metropolitana como um todo responde por 75% do faturamento da companhia.

    O rating internacional passou de BB a BB+. Como um desempenho tão fantástico pode ser classificado como classe B?

    Para os acionistas foi um bom negócio, pelo menos até recentemente. As previsões de queda no faturamento e aumento das despesas deverão afetar esses resultados no curto prazo.

    Sabesp e Petrobrás devem se tornar os troféus em disputa na campanha eleitoral que se aproxima. Ambas são grandes empresas brasileiras de economia mista, sólidas e bem administradas por profissionais competentes. As duas são importantes não só para seus clientes, funcionários e acionistas, mas para o país.

    Uma se deu mal na Cantareira e a outra em Pasadena. Nenhum dos dois prejuízos é irreversível para gigantes como elas.

    As ações da Petrobrás não ostentam a valorização e o rendimento esfuziantes da Sabesp na última década. Mesmo assim a produção de petróleo bateu novo recorde em março. As ações da empresa dispararam 4% na quarta-feira, dia 7, e a Folha anunciou que o motivo foi a queda nas intenções de voto na presidenta.

    Infelizmente não dá pra beber petróleo. Nem engolir essa.

    http://www.diariodocentrodomundo.com.br/da-agua-da-bica-a-sabesp-a-seca-em-sao-paulo-e-culpa-de-quem/

  18. O povo é sábio

    “”Os dados são de pesquisa do Instituto Data Popular, que ouviu 18.534 pessoas em 70 cidades do Estado. Pelo levantamento, 59% dos paulistas acreditam que sofrerão com falta d’água até o fim do ano. E apontam como principal culpado pelo problema o governo estadual (41%), a Sabesp (29%), o governo federal (9%) e a falta de chuva (7%).””

    O povo é sábio: os culpados são exatamente esses, nessa ordem.

    A culpa do governo federal é não ordenar o espaço nacional nem limitar o crescimento exagerado desordenado das metrópoles. Os investimento em captação de água nunca serão suficientes se as grandes cidades não pararem de crescer. Em breve será preciso dessalinizar água do Atlântico para abastecer a Grande São Paulo.

    Padilha erra ao dizer que o papelo do ministério das Cidades é trazer mais dinheiro. Isso só vai piorar a situação, pois foi assim que chegamos até ela.

  19. Sigam minas

    Eles ainda vão fazer como minas fez com a energia dizendo que o governo federal, “aquele lá de brasília”, dizia a propaganda em jornais e radios vassalos do pig, “mandou” dar o aumento de energia.

    Em sp vão citar uma nota qualquer da agência federal, que ainda estão sob o comando do psdb assim como o setor de comunicação do governo, e dizer que a Dilma  “mandou” racionar a agua. 

    Quem tem pig bandido tem tudo. Esperem.

  20. Ora, a única coisa que tenho

    Ora, a única coisa que tenho certeza, é quem não é culpa de tucano!!!!!!!!! Afinal, eles são perfeitos nos seus “golpes de gestão”.

  21. A responsabilidade obviamente

    A responsabilidade obviamente é dos pobres e classe média baixa. Sendo naturalmente maioria e com estes aumentos reais do salário mínimo, aumentaram em muito o consumo de água quer seja pra tomar banho, beber ou lavar o piso revestido em cerâmica dessas casas e apartamentos do Minha Casa Minha Vida.

    Óbvio que esse aumento rápido no número de consumidores levou a essa tragédia. 

  22. Estão todos enganados. A

    Estão todos enganados. A situação hídrica atual vivida pela população de São Paulo, embora envolta em fortes tinturas críticas, é fruto de acurados e intensos estudos do governo tucano para, de forma paulatina e sutil, formar na população a cultura e práticas importadas de um país do Primeiro Mundo; mais precisamente, a FRANÇA. Sem leis ou imposições, mas por absoluta falta de opção o BANHO SEMANAL já será uma realidade da paulicéia desvairada em, no máximo, um mês. Mas, já há uma segunda etapa nesse processo. Não posso adiantar muito (questão de fidelidade à discrição), mas, o segundo passo segue em direção ao  hábito do povo TCHECO. 

  23. Já que Vcs fazem questão de

    Já que Vcs fazem questão de dar nomes aos bois, os culpados são dois:

    1- Os Bertin; 2- Marina Silva

    Não há outros.! Aaa sim, tem tb Jesus Cristo. Quase esqueci…

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