Acusações de um grupo de ativistas de esquerda atrasou o desenvolvimento da terapia psicodélica

Apesar de décadas de desenvolvimento a um custo de US$ 250 milhões, tratamentos foram colocados em cheque e rejeição pode comprometer o avanço da medicina psicodélica

Crédito: Icy Macload/ Getty Images

Um artigo publicado no jornal The New York Times demonstrou como a atuação de um grupo de esquerda pode colocar em risco o avanço de terapias psicodélicas, que custaram mais de US$ 250 milhões nas últimas três décadas e prometiam inovações no tratamento de veteranos de guerra.

A reportagem indica que a Lykos Therapeutics pediria às agências reguladoras o pedido de registro da primeira droga psicodélica dos Estados Unidos, que prometia ser um tratamento inovador de MDMA (metilenodioximetanfetamina, mais conhecida como ecstasy) para casos de transtorno de estresse pós-traumático.

De acordo com os pesquisadores, o tratamento prometia ser significativamente mais eficaz em comparação aos já disponíveis no mercado, além de trazer alívio para a saúde mental “associada a altas taxas de suicídio, especialmente entre veteranos de guerra”.

No entanto, o uso da MDMA foi rejeitado por um grupo de consultores da FDA, a Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos em junho, graças a diversas acusações que a Lykos recebeu.

Entre elas estava a de que a empresa estaria promovendo “um culto à terapia”, que os participantes de ensaios clínicos teriam se envolvido em casos de abuso generalizados e que a Lykos ocultou efeitos adversos do uso da droga.

“Os danos mais significativos nos ensaios clínicos da Lykos não foram causados ​​pelo MDMA, mas pelas pessoas que foram incumbidas de supervisionar sua administração”, disse ao comitê Neşe Devenot, um dos palestrantes que se opôs ao tratamento da Lykos.

Além das crítica de especialistas na área de psicodélicos, dos quais nenhum deles apresentou experiência em medicina ou terapia, a droga foi alvo também de oposição de um grupo de esquerdistas que se colocam também contra a atuação da Associação Multidisciplinar de Estudos Psicodélicos (Maps, em inglês).

Assim como os especialistas, os críticos da terapia psicodélica não apresentaram evidências para se opor à nova terapia. Porém, influenciaram a rejeição do registro na FDA a partir de alegações de que a MDMA teria efeitos no fígado e coração.

Tal rejeição foi um choque para os pesquisadores da área, pois ao contrário da expectativa da inevitabilidade sobre o futuro da medicina psicodélica, houve demissão em massa de profissionais do segmento, a área foi reformulada e o avanço da medicina psicodélica pode ter sido comprometido.

A partir da rejeição da FDA, a Psymposia, que se descreve como organização de esquerda sem fins lucrativos que oferece “novas perspectivas sobre política, drogas e cultura” passou a expandir ataques à Lykos e, inclusive, aos pesquisadores psicodélicos da Universidade Johns Hopkins e veteranos que participaram do estudo e “ousaram” vir a público defender o tratamento.

Apesar da campanha de difamação, o pedido da Lykos para terapia assistida por MDMA não está morto, pois a empresa se reuniu com autoridades do FDS para discutir possibilidades para aprovação do tratamento. O processo deve contemplar a revisão de dados e outro ensaio clínico. O porém é que tais processos, além de atrasar o processo, deve custar mais milhões de dólares.

*Com informações do The New York Times.

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