
A ideologia atrapalhou o jornalismo na avaliação do Covid e doi caso sueco.
No início do Covid, foi o primeiro país a não adotar o isolamento como arma como a doença. Imediatamente, a decisão foi encampada pela ultra-direita como arma contra a política de isolamento, especialmente depois que o exemplo sueco foi encampado por Jair Bolsonaro.
No início de junho, o principal responsável pela estratégia sueca, o epidemiologista Anders Tegnelli, reconheceu o fracasso da estratégia, devido aos altos números registrados pelo país. Nem essa autocrítica foi suficiente para esvaziar a grita da direita.
No dia 16 de setembro passado, a Jovem Pan insistia no sucesso do modelo sueco: “Suécia tem poucos casos de Covid-19 e volta ao patamar registrado em março
A média semanal de novos casos no país escandinavo ficou em 108 nesta terça-feira (15).
“Enquanto em parte da Europa os casos de coronavírus estão subindo em níveis alarmantes, a Suécia segue sua vida de forma quase normal. O país, que decidiu ir na contramão do continente e não adotou medidas severas de quarentena, agora parece estar colhendo os resultados. O nível de contaminações por lá bateu o recorde mínimo e chegou ao mesmo patamar registrado no início de março. A média semanal de novos casos no país escandinavo ficou em 108 nesta terça-feira (15) e somente 1,2% dos testes de Covid-19 realizados na semana passada deram positivo”.
Os dados mostravam outra realidade, com a volta das curvas de crescimento.
No Twitter, o procurador Ailton Benedito, um dos principais propagadores das ideias científicas de Bolsonaro, insistia na “imunidade de rebanho”, um absurdo propagado por bolsonaristas. Aliás, mostrando que uma das características da ignorância é a insistência, ontem Benedito intimou a Sociedade Brasileira de Infectologia, por não recomendar o uso da cloroquina como tratamento alternativo às vacinas.
No dia 27 de novembro passado, em seu comentário na CNN, o jornalista Alexandre Garcia insistiu no sucesso do modelo sueco, devido ao fato de não ter incorrido ao isolamento social e garantido a economia. Afirmou que a Suécia apresentou os melhores níveis per capita em relação à pandemia.
Na comparação com outros países nórdicos, a Suécia apresentou o maior índice per capita de óbitos e o terceiro em casos, apesar de estar muito menos exposto ao turismo do que a Suíça.
No gráfico de linha percebe-se que, no dia 27 de novembro, a segunda onda já explodia com toda intensidade na Suécia.
Agora, com as curvas de novos casos em crescimento exponencial, o governo sueco pede autorização para o Congresso para radicalizar as medidas de isolamento.
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Poderiam tirar a Holanda e a Suiça, por favor, da classificação de país nórdico.
Aliás, sem esses dois países, o erro do governo sueco fica bem aparente.
Já não é a primeira vez que o Nassif inclui a Suíça como um país nórdico. É incompreensível que se cometa esse erro crasso por aqui. Equivale a uma dessas barbaridades cometidas por néscios bolsonaristas, negacionistas et caterva. Basta abrir um mapa, consultar um livro escolar para constatar a estupidez nessa insistência.