Microplásticos se acumulam cada vez mais no cérebro e no corpo humano, aponta estudo

Acúmulo de nanopartículas pode influenciar desde o parto prematuro a doenças degenerativas e está em todos os lugares

Crédito: frimufilms/ Freepik

Em um estudo publicado em fevereiro na Nature Medicina, um grupo de cientistas do laboratório dirigido pelo toxicologista Matthew Campen constatou que o acúmulo de microplásticos é cada vez maior não só no meio ambiente, mas também no corpo humano

Amostras de cérebro humano de 2024 tinham, por exemplo, quase 50% mais microplásticos em comparação às amostras de 2016. 

A pesquisa apontou ainda que o cérebro de pessoas com demência têm mais microplásticos em comparação aos de pessoas sem demência. 

Os microplásticos foram encontrados ainda em testículos e placentas, além de sangue, sêmen, leite materno e até nas primeiras fezes de um recém-nascido. 

Inclusive, um estudo em parceria com pesquisadores do Baylor College of Medicine e Texas Children’s Hospital indica que a placenta de bebês prematuros também concentra mais microplásticos do que as de bebês que nasceram no tempo previsto.

Estudos em andamento tentam investigar se a concentração de microplásticos está relacionada a problemas de perda de memória e Parkinson.

Mas, para Campen, ainda não é possível determinar os efeitos da concentração de microplásticos no corpo humano, mas nem por isso o fato deixa de ser alarmante, especialmente porque os fragmentos que entram no corpo humano não possuem mais de 200 nanômetros de comprimento. Assim, o microplástico é 400 vezes menor do que um fio de cabelo. 

Não se sabe também a origem dos microplásticos. Mas, em teoria, o lixo plástico despejado no solo, água, ar e chuva, liberam substâncias que se incorporam à cadeia alimentar. 

Para os pesquisadores, o plástico no corpo humano hoje está em todos os lugares, foi produzido há muitos anos e se desgastou ao longo do tempo. 

Isso porque foram encontradas amostras de polietileno, que dominava a composição de plásticos produzidos na década de 1960. Já as garrafas de água produzidas a partir da década de 1990 não apresentavam tanto polietileno na composição. 

*Com informações do The New York Times.

LEIA TAMBÉM:

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador