“Prova de fogo” no Ministério: Como foi a atuação de Lewandowski na fuga dos presos em Mossoró

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Considerada o "calcanhar de aquiles" de Lewandowski, a área de Segurança Pública era uma das críticas para a sua nomeação no Ministério da Justiça

Foto: Alesp

O novo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, teve a sua primeira “prova de fogo” nas últimas 24 horas, com a fuga de dois detentos da Penitenciária Federal de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Considerada o “calcanhar de aquiles” de Lewandowski, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal com currículo que fala por si só na Justiça, a área de Segurança Pública era um dos receios e alvos de críticas para a sua nomeação no Ministério.

A rápida atuação na fuga dos detentos de Lewandowski, que está a menos de duas semanas no comando do Ministério, indica ter respondido aos anseios para o setor.

O GGN compilou qual foi o passo-a-passo da atuação de Ricardo Lewandowski no Ministério da Justiça, em menos de 24h da fuga dos presos em Mossoró. Confira:

  • A fuga foi divulgada na manhã desta quarta-feira (14). Imediatamente após tomar conhecimento, para localizar os fugitivos, o ministro acionou as secretarias de Segurança Pública e de Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte.
  • Com o pedido, a pasta estadual, por sua vez, acionou as secretarias de Segurança Pública de outros dois estados na divisa: do Ceará e da Paraíba, que posicionaram equipes de segurança nas fronteiras para evitar as fugas do estado.
  • Nas horas seguintes, o Ministério enviava uma comitiva a Mossoró, comandada pelo secretário nacional de Políticas Penais (Senappen), André Garcia, juntamente com outros 5 servidores, que pousavam em Natal ainda no começo da tarde.
  • Paralelamente, o ministro da Justiça também acionou a Polícia Federal, determinando a abertura de um inquérito para investigar a fuga, e mobilizou as forças policiais, incluindo as Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (Ficco), agentes federais e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para a localização dos fugitivos.
  • Lewandowski ainda pediu a inclusão do nomes deles no Sistema de Difusão Laranja da Interpol e no Sistema de Proteção de Fronteiras, em caso de tentativa de fuga exterior.
  • Em Mossoró, os representantes da pasta avaliaram o cenário da Penitenciária Federal e ainda na noite desta quarta (14), o ministro Ricardo Lewandowski determinou o afastamento imediato de toda a equipe de direção da penitenciária.
  • No lugar, nomeou como interventor o policial penal federal Carlos Luis Vieira Pires, que é o atual coordenador-geral de Classificação e Remoção de Presos da Secretaria, em Brasília, e já foi diretor da Penitenciária Federal em Catanduvas, no Paraná.
  • Também no mesmo dia, Lewandowski determinou uma revisão nos protocolos de segurança de todas as 5 penitenciárias federais do país.

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5 Comentários

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  1. Pode ter sido uma coincidência, mas estranho muito, pois logo após a posse, uma avalanche de críticas foram feitas à indicação Lewandowski. Atacaram sobretudo uma pretensa fraqueza no que concerne a segurança e crime organizado. De forma surpreendente, na semana da posse se vê uma fuga misteriosa, num presídio de segurança máximo. A televisão transformou a notícia em problema de segurança nacional, e isto se tornou motivo de horas de noticiário na TV, com comentários alarmantes. Isto obriga o GGN a pautar esta questão e noticiar as atitudes tomadas. É uma coincidência estranha.

  2. Tudo fica maximizado ou minimizado.

    Não se pode fugir de uma prisão destas, ponto.

    Mas, nenhum sistema é 100% perfeito.

    Prisões , Sistemas de votação , defesas de times de futebol etc.

    As medidas do ministro são as óbvias, faltou o ministro mostrar a cara, o que eu temia aconteceu, ele é “maior que a cadeira”.

    E … não é só na Casa de Noca.

    https://www.theguardian.com/uk-news/2023/sep/07/daniel-khalife-wandsworth-prison-escape-terror-suspect

  3. A nova “moeda na pista molhada de Congonhas” para atingir Lula. Vale tudo na míRdia para escandalizar qq.coisa que ajude a desgastar este governo, que teima em não lhes atender total, completa e exclusivamente nos desejos dos <1%. Incluindo esta primeira fuga em 20 anos (uma boa estatística, não?) de um sistema que não existia até que este mesmo governante o criasse. Governar contra este "pudêr" perene e multisecular neste rico país recheado de pobreza, miséria e predação não é mole não! (e nem sou poeta…)

  4. “Governo prorroga suspensão de banho de sol e visitas em presídios federais”.
    Skinner e Beccaria estão se revirando no túmulo: os caras fogem e quem sofre as consequências são os que não fugiram!?!

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