O GSM e o CDMA

Nesses períodos de rápidas inovações tecnológicas, e de globalização da produção, nem sempre o a melhor tecnologia é a vitoriosa, na hora de definir o padrão universal.

A vitória do GSM sobre o CDMA é exemplo disso. No início da telefonia, a Telesp Celular (depois Vivo) adotou o padrão CDMA enquanto sua concorrente, a BCP, adotou o TDMA. A definição do padrão correto e uma gestão inicial irrepreensível garantiram a vitória da Vivo.

Depois, as novas gerações de transmissão digital trouxeram o padrão GSM. Lembro-me quando a Qualcomm tentou obter uma faixa do espectro de telefonia para que a Vésper pudesse implantar o CDMA. Houve uma longa discussão em que nós, jornalistas não especializados, fomos bombardeados por estatísticas e descrições técnicas dos dois lados.

Ao final, se percebia que tecnologicamente o CDMA era superior. Mas quem venceu a guerra foi a GSM porque tinha uma estratégia de cobertura melhor. Além do chip campeão (que permite colocar em qualquer celular e manter o mesmo número), estava escudada em um consórcio que garantia a cobertura em um número muito maior de países. Essa escala barateava fantasticamente os aparelhos, além da comodidade do roaming (a possibilidade de falar com outras operadoras). Internamente, cobria todo o território nacional, sem os clarões de cobertura da Vivo.

A adesão da Vivo ao GSM, em um momento em que ela parece estar em queda livre, comprova que o modelo de negócios por trás da tecnologia adotada, é mais relevante do que a própria tecnologia.

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