Bolsonaristas armam jogadas com sheik em meio ao avanço da fome

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Luis Nassif detalha esquema envolvendo Petrobras e, ao lado de Marcelo Auler, recebe o defensor público Fernando Eurico

Jornal GGN – A TV GGN 20 horas desta sexta-feira (16/12) abordou dois pontos relevantes na atual conjuntura brasileira: o avanço da fome em meio à revelação de novos esquemas de negócios entre bolsonaristas.

O primeiro ponto abordado envolve a manifestação do diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barras Torres, que rebateu as declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a vacinação de crianças entre cinco e 11 anos de idade.

“Nós tivemos a manifestação do presidente da Anvisa, o almirante que foi o único militar – além do ministro da Defesa lá trás, que pediu demissão por não compactuar com as loucuras do Bolsonaro – a ter uma atitude de militar honrado”, diz Nassif

“Ele (almirante Antônio Barra Torres) se solidarizou com funcionários da Anvisa, que foram alvos de mais um ataque baixo do Bolsonaro”, pontua Nassif. “O Bolsonaro voltou com tudo, atropelando… É um imbecil total”.

“A Anvisa autoriza a vacinação para crianças. Ele (Bolsonaro) vai na live de ontem e quer o nome das pessoas que autorizaram para quê: para jogar seus pitbulls em cima dessas pessoas”, diz Nassif.

“Daí o almirante soltou uma nota dizendo que os responsáveis pelas vacinas são os 1,6 mil funcionários da Anvisa, incluindo ele”, diz Nassif. Veja mais a respeito clicando aqui.

“Quando terminar essa loucura, Mussolini tem que servir de exemplo para os Bolsonaro”, diz Nassif. “É uma coisa inacreditável, o grau de calhordice é muito grande, não tem limite. Mas nem Trump, que Trump? Que Trump? Então, ele (Bolsonaro) voltou com tudo para enfrentar o Supremo, tem o ministro que ele colocou que tá fazendo as jogadas dele…”.

“Aquela coisa horrorosa daquele ministro da Saúde, até hoje foi incapaz de colocar de pé aquele site que saiu do ar por razões estranhas”, diz Nassif. “Você não tem informações aqui do que está acontecendo com o país”

Xadrez dos bolsonaristas com sheiks árabes

Nassif detalha como o Brasil virou refém dos grandes piratas internacionais, em um esquema que mistura “incompetência e irresponsabilidade das instituições superiores, que abrem espaço para os golpes”, diz Nassif, citando a privatização de refinarias da Petrobras.

“A Constituição definiu que privatização de estatais tem que passar pelo Congresso. E o que faz o STF, através daquela turma dominada pelo Luís Roberto Barroso: ‘tá, então não podemos privatizar estatais, mas podemos privatizar subsidiárias – isso aí é o chamado bypass, isso aí é você desmoralizar a Constituição”, afirma Nassif.

A Petrobras era uma empresa que englobava todo o sistema de produção de petróleo: prospecção, refino, distribuição, transporte – “aí fala ‘eu não posso privatizar a Petrobras, mas posso privatizar prospecção, posso privatizar refino, posso privatizar distribuição – que nem fizeram’”.

“Então, o que é a Petrobras: é uma salinha com a plaquinha ‘aqui é a Petrobras’. Eles permitiram isso”, afirma Nassif. “E mais que isso: eles permitiram que houvesse uma venda sem licitação, mas simplesmente através de um referencial de preços dado pelo TCU”.

Outras informações podem ser obtidas no artigo “Xadrez da venda da refinaria e os negócios dos Bolsonaro com os árabes, por Luis Nassif”, que pode ser lido aqui.

Avanço da fome

Enquanto os bolsonaristas privatizam o que podem, a fome continua avançando pelo país. Ao lado de Marcelo Auler, Nassif conversa com o defensor público estatal Fernando Eurico.

“Sou defensor público em Pinheiro-MA. Lá, a Defensoria Pública foi ao lixão, e ao ir ao lixão – eu costumo dizer que, depois que eu conheci aquela realidade miserável, degradante, que o catador de lixo, se tiver limite da linha da miséria, eu até digo que eles ultrapassaram esse limite”, explica Eurico.

“Acaso eles não consigam se alimentar, é porque eles têm a concorrência de urubus, de gado e de cachorro. Então, é uma situação que fede de tal forma, é um vilipêndio à dignidade humana, que você se transforma como pessoa”.

Fernando Eurico explica que, como defensor público, sua luta era partir de uma ação estratégica, e até de uma ação de desobediência civil. “Eu tinha que levar essa comunidade do lixão para a esfera pública de discussão, em que eu teria que chamar atores públicos e privados para aquela comunidade”, disse.

“O ponto principal era a constituição de uma associação. Era a partir de uma constituição de associação que procuraríamos as políticas públicas. E lá em Pinheiro começou a minha luta”, diz Eurico.

Depois de apontar o problema da miséria humana, Eurico foi à audiência pública. “Aqueles catadores, quando eu perguntava para eles – depois que já estava agendada a audiência pública – eu perguntava ‘o que vocês estão achando de tudo isso?'”.

A resposta dos catadores foi simples: “‘Nós estamos nos sentindo realizados'”

Veja mais sobre a luta de Fernando Eurico no Maranhão, e outros detalhes sobre o esquema bolsonarista com apoio de sheiks árabes, na íntegra da TV GGN 20 horas. Clique aqui e confira!

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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