TV GGN 20h: Com Supremo, com tudo, a grande pizza da Lava Jato

Confira o comentário diário de Luis Nassif sobre os últimos acontecimentos na política e na economia do Brasil nesta quarta-feira, 07 de outubro

O tema do TV GGN 20 horas desta quarta-feira (07/10) é a grande pizza da operação Lava-Jato. Confira este e outros destaques a seguir:

O programa começa com os dados de covid-19, destacando a queda gradual de novos casos e de óbitos no Brasil, e a curva continua caindo.

A segunda onda da Europa, em uma análise per capita, mostra a Bélgica como destaque. Entre os quatro grandes países, Espanha e Itália sofreram mais no começo

Itália deixou economia de lado e, hoje, é o único que está se saindo bem, enquanto os registros em países como França, Espanha e Reino Unido explodem.

“Se você ver a cascata do Paulo Guedes: ele falava sobre estudos do BC, e o Mandetta quando solta o livro diz que o BC efetivamente mandava estudos sobre o desenrolar da pandemia, mas que Paulo Guedes não estava nem aí”

Banco Central incorreu em um erro típico de quem não conhece pandemia: fez um estudo acreditando na tal imunização de rebanho, e aí a pandemia acabava mais cedo e a recuperação se daria mais cedo.

Estudiosos disseram que não. “Se você não tratar direito no começo, dá uma explosão de casos, cria pânico e a própria população vai exigir maior isolamento no momento seguinte. Foi o que aconteceu na Itália”.

Sobre o Felipe Neto, ele e outras pessoas tem passado por um processo de tomada de consciência. “É interessante, pois ele pegava todos aqueles bordões do jornalismo e engolia.

Com o tempo, ele começou a perceber e se deu conta da excepcional importância do movimento dos sem terra e dos sem teto. Se fosse em país europeu o que eles fazem, teria dado Prêmio Nobel.

Nassif entrevista Carmem Silva, do Movimento dos Moradores Sem Teto do Centro e candidata à vereadora. “Não me sentiria bem se não falasse do porque de ter aceito ser candidata a vereadora de São Paulo” (…) O Nassif sempre foi de uma generosidade da escuta, de me permitir ter voz e de ter o entendimento do nosso propósito e da nossa causa”, diz Carmem Silva.

Ela começa a falar das propostas que pretende levar à Câmara dos Vereadores. “A gente percebe o quanto a vulnerabilidade é invisível aos olhos do poder público”

“Nos criminalizam por abrir porta de prédios abandonados, deixam as pessoas em palafitas em bairros não tão periféricos, pessoas morando em coabitações pagando caríssimo”

“Se formos ver os cortiços, onde 30 famílias muitas vezes tem que usar a mesma pia e o mesmo banheiro. E em momentos de covid-19 se pedindo para ficar em casa. É de uma discrepância que é intensa”.

“O desafio de ser candidata nada mais é do que trabalhar em rede, com as pessoas, e não precisamos ter mais nada a não ser cobrar por aquilo que está parado”.

“Sabemos que temos um Estado de amedrontamento, que usam certos setores de poderes para amedrontar ao invés de trabalhar em benefício da população. Nós vivemos em uma democracia para poucos”, ressalta Carmem Silva.

Sobre a atuação de outros setores da sociedade, Carmem cita o apoio de vários núcleos, como a parceria com a UBS local para que as pessoas associadas tenham seu cartão do SUS, vacina em dia para as crianças e atendimento do médico de família e de creches.

Carmem também cita a mídia alternativa, urbanistas, advogados, assistência social e a Defensoria Pública. “Atuamos em rede para proteção das famílias que estão conosco nas ocupações”, diz.

Sobre a covid-19, Carmem diz que a primeira providência tomada foi realizar uma reunião na UBS, que fosse criado um pólo de vacinação contra a gripe (“não resolve a covid-19, mas deixa a pessoa com alguma imunidade”)

Carmem também proibiu eventos com aglomerações, como assembleias, além de conscientizar moradores pedindo por restringir as visitas. Álcool em gel e higienização em todos os corredores dos prédios ocupados.

“Nós criamos um comitê de combate ao covid-19, combate à fome inclusive. Fomos agraciados pelo apoio de diversas entidades da sociedade civil, e conseguimos manter por três meses as nossas famílias com cesta básica, cesta de legumes e kit de higiene”.

“Nós somos responsáveis por 142 comunidades em São Paulo e na Grande São Paulo para a distribuição de 12 mil cestas básicas, e ai também entra o projeto Cidade Solidária”

“Durante os 4 primeiros meses, conseguimos que 156 costureiras fossem mantidas empregadas, pagando a R$ 1,20 por máscara confeccionada. Tinha muita gente chamando, mas pagando 10 centavos, 20 centavos. Muitas delas chegaram a tirar mais do que nas empresas em que trabalhavam”.

“O movimento tem toda uma preocupação de Estado, mas não queremos ser à parte do Estado. Queremos que o Estado entenda que somos parte de um Estado acolhedor”, diz Carmem.

Sobre a possibilidade de novos sem-teto por conta da crise, Carmem disse que, recentemente, foi feita uma pesquisa sobre como as crianças das ocupações se portam em nível psicológico.

“Com a pandemia, tem o grande aumento de famílias na rua, retirando marmitex, pois é perversa demais a lógica do aluguel e a lógica do despejo. Como se faz apelo para ficar em casa e, ao mesmo tempo, se despeja?”

“Quando você recebe uma doação, você tem que pagar imposto. Tem toda uma organização de prestação de conta, ver se o estatuto está em dia. Ninguém é tão bonzinho para dar dinheiro a ninguém”, diz Carmem sobre as colaborações da iniciativa privada.

“O pacto solidário passa pelas pessoas, inclusive por aquelas que passam dificuldades, mas que conseguem dividir”, diz Carmem. “Por trás desses investidores, tem pessoas que conhecem a nossa luta e que sabem que temos capacidade de prestar contas e distribuir o que nos propuseram”.

“Tudo o que eles fazem é pegar brechas na Constituição e abrigar os desabrigados”, diz Nassif. “Esses movimentos são criminalizados o tempo todo”.

“As coisas estão acontecendo. Você pega esse caso da Magalu com os executivos negros, investidores na Inglaterra pressionando para que até 2022 tenha que ter 1 executivo que não seja branco”

Sobre o STF, Nassif diz que terminou a grande pizza. “A Lava-Jato já cumpriu seu papel: destituir uma presidente eleita, criminalizar um partido, tirar do jogo político. Em certo momento precisava seguir com modelo e tentou investir contra Aécio e Serra”.

Nesse momento se tem reação, formam-se maiorias dentro da Segunda Turma, livra-se todo mundo. Bolsonaro hoje diz que acabou “porque acabou com a corrupção no seu governo”.

“Hoje, Brasília é a maior praga do país, como aconteceu no final do governo militar (…) Vem Bolsonaro, STF consegue colocar faca no peito com as ações contra o filho no inquérito de fake news, caiu na real e monta todo um pacto nacional”.

´Sobre o projeto de transposição do Rio São Francisco, “a pessoa que mais ampliou os gastos foi Fernando Bezerra Coelho, um dos braços direitos do bolsonarismo.

“O que temos hoje, objetivamente, é um acerto entre o Supremo. A Lava-Jato acabou (…) Foi a mesma coisa quando Bolsonaro estava balançando, mas não sabiam do que o medo é capaz de fazer.

“(Bolsonaro) Se moldou ao jogo de Brasília, teve o evento com os principais ministros do Supremo, com presidente do TCU, do Senado (…) Temos as corporações com as dinastias, esposas, filhos como desembargadores. A mesma coisa ocorre com o setor militar”

“Não que tenha demérito ser filho ou não, mas o mundo em que eles vivenciaram é restrito à caserna ou aos tribunais. Não tem conhecimento de povo, de diversidade de opinião, da democracia abrigar choque de ideias”

“Você não tem um inimigo externo, então vai buscar um inimigo interno. E tem que ter legitimação, tendo obviamente uma série de vantagens (…) No Judiciário é a mesma coisa”

“Todo aquele imbroglio, aqueles caras que se achavam ungido de Deus, de repente se viram usados e serão descartados. Não tem necessidade de dar tiro de morte na Lava-Jato, morreu de morte morrida e pode ser ressucitada se julgar suspeição de Moro.

“Não existe tratamento precoce, nenhuma droga com eficácia para diminuir a propagação em casos leves. Existem duas drogas para casos graves, mas a eficácia é só para casos selecionados. O tratamento continua sendo a população evitar se contaminar”, diz o médico Daniel Dourado.

Dourado ressaltou ainda que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não fez uso de nenhum dos medicamentos que ele mesmo propagou como milagrosos, como a hidroxicloroquina.

Redação

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