Polícia do Rio investiga plano para matar Marcelo Freixo

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

Foto Agência Brasil

Jornal GGN – A Polícia Civil do Rio de Janeiro recebeu informação pelo Disque Denúncia e saiu em busca de confirmação de que haveria um plano para matar o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL). A denúncia recebida e transmitida à Polícia por Zeca Borges, coordenador do Dique Denúncia, é de que Freixo seria morto por três homens, no fim de semana, em um compromisso político na zona oeste do Rio. Além da Polícia, o setor de inteligência da Assembleia Legislativa do Rio colabora nas investigações.

Freixo foi atuante na cobrança por investigações sobre milícias e sua atuação no estado, e presidiu, há dez anos, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o tema.

“No mês em que a CPI das Milícias completa 10 anos, voltei a ser ameaçado. A CPI foi um marco no combate ao crime: mais de 200 indiciados e principais chefes presos. Apresentamos 48 medidas para enfrentar a máfia, mas nada foi feito.”

Ele ressaltou a importância dos resultados da CPI. “O relatório da CPI é uma conquista porque é propositivo e indica caminhos para derrotarmos as milícias. Autoridades do Município, Estado e União receberam o documento, mas não avançamos. Milicianos continuam matando, ameaçando, tiranizando principalmente quem vive nas áreas mais pobres.”

Nestas eleições, Freixo foi eleito deputado federal e começa seu trabalho na Câmara dos Deputados de Brasília em fevereiro. No Rio, uma escolta policial 24 horas por dia o cerca, e isso desde que presidiu a CPI das Milícias. A vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada há nove meses, foi auxiliar de Freixo nesta CPI.

“Sou deputado estadual eleito e estou sendo ameaçado mais uma vez. Não é uma ameaça ao Freixo, mas à democracia. Não é uma questão pessoal, é muito mais que isso. A zona oeste está hoje sendo governada pelo crime. Desde 2008, quando presidi a CPI das Milícias, passei a contar com proteção policial por receber inúmeras ameaças concretas de morte. Apresentei medidas para o enfrentamento dos milicianos. O que foi feito? Nada”, disse Freixo em sua conta no Twitter.

Em nota, a bancada federal do PSOL repudiou o ‘hediondo plano de execução’ de Freixo e cobrou providências para a elucidação do assassinato de Marielle. “A bancada federal do PSOL repudia esta trama, exige redobrada proteção a Marcelo Freixo, inclusive em Brasília, e cobra resultados da investigação que vitimou Marielle e Anderson”.

Os parlamentares cobrar pela ‘ineficiência’ da Polícia Civil em dar respostas ao crime da vereadora e seu motorista. “Essa ineficiência, que nutre a cultura da impunidade, faz com que criminosos se sintam à vontade para elaborar esse plano macabro de execução de Freixo. A planejada barbárie vulnerabiliza também a nossa já frágil democracia: a trama letal seria praticada em agenda pública do nosso parlamentar no próximo fim de semana”, diz a nota, assinada pelo líder do PSOL na Câmara, deputado Chico Alencar.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

5 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Muito cuidado

    A impunidade dos assassinos de Marielle Franco e Anderson levam as milicias e a propria policia a grata certezaa de que podem continuar silenciado a oposição como na ditadura militar, matando os adversarios. 

    Soube também que Guilherme Boulos andou sendo ameaçado e esta fora do Brasil no momento. Esses acontecimentos estão em sintonia com o momento que passa o Brasil. 

  2. Londres, Estocolmo, Copenhague ou Berlim

    Penso logo em ‘cortina de fumaça’ para desviar foco… 

    Como não pensar, se a partir da ‘descoberta’ pela polícia civil do ‘plano para assassinar Freixo’, sabado próximo, essa faz publicidade ampla, geral e irrestrita, do mesmo, ao invés de manter sigilo e estabelecer esquema para prender os executores durante os preparativos à ação, tomando antes medidas para proteger a vítima através de contato direto com Freixo, estabelecendo que na última hora não compareceria ao compromisso agendado, sem avisar/comentar com quem quer que seja sobre o que estava a ocorrer, até que a contra ação da polícia terminasse ou a ação dos executores não ocorresse.

    Basico, né?

    Mas não!

    E mais interessante, que ninguém cobre, desconfie e exija explicações factíveis, aceita-se a versão oficial por mais mambembe  que seja e pronto, como se em Londres, Estocolmo, Copenhague ou Berlim. 

    1. O CRIME ORGANIZADO É O ESTADO BRASILEIRO

      Fr@ncisco, eu iria pelo mesmo caminho. Um monte de conversas mal contadas. Quem são os tais criminosos que planejavam a ação? Por que não estão presos? Marielle aguarda por esclarecimentos há quase 1 ano. Não consegue descansar. Então, pensei : o que estão esperando? Por que Jungmann não pronuncia alguma conclusão? Por que no 1.o dia de Janeiro, o problema não é mais dele. Aquela balela do caso Patricia Aciolly não colaria mais. 3 ou 4 soldados rasos e um oficial de batalhão, para assassinar uma Juíza, não convenceria mais ninguém no caso da Vereadora. Ainda mais quando o Ministro da Justiça, sofrendo pressão da estrutura política fluminense, jogou no ventilador: ‘o crime organizado no RJ é comandado por 3 ou 4 Congressistas através do gabinete do Governador’. Até quando tantas farsas e fantasias? O RJ e o Brasil, mesmo depois de tantas atrocidades e barbáries, continua o mesmo. Outro dia, Ônibus de Transporte Coletivo Urbano do RJ, com barra de direção quebrada matou uma pessoa na calçada. Foi o mesmo caso daquele que despencou do viaduto, há alguns anos, matando várias pessoas. A Mídia e Imprensa repassou uma fábula, que um tal garoto teria brigado com o motorista. Nem o motorista do ônibus confirmou tal sandice. Quando caiu no esquecimento, tudo foi arquivado. Monopólio com Serviços Animalescos e Preços Extorsivos seguem na normalidade ditatorial brasileira. Lavouras e Baratas agredecem o prestígio defendido por Ministro do STF Gilmar Mendes. Mas continuamos a querer acreditar que Crime Organizado, Milícias, Tráfico, são pessoas das periferias e favelas. Pobre país anencéfalo. 

  3. Eu tenho nojo
    O Rio é uma cidade em que o povo vota abertamente em miliciano e em crente aproveitador, que na verdade são a mesma coisa, todos mafiosos perigosos que deveriam viver em presídios de segurança máxima. É difícil conviver com esse tipo de gente, é praticamente conviver com um inimigo 24h por dia. Saber que o seu colega do lado vota nesse tipo de gente que trama execuções é aterrador, às vezes me dá pavor, às vezes me dá nojo.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador