A história da guitarra elétrica

Por jns

O instrumento que abalou o mundo.

A guitarra, o instrumento musical mais popular de todos os tempos, é o ícone mais duradouro da história.

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Até onde somos capazes de olhar para a pré-história da raça humana, a música tem sido uma parte fundamental da vida do homem.

Desde o início, as pessoas, que viviam em pequenos grupos, cantavam e dançavam as suas próprias músicas e alguns estudiosos especulam, inclusive, que a música pode ter surgido antes da linguagem.

Tambores primitivos e instrumentos artesanais de sopro foram fabricados e, até hoje, podem ser encontrados em uso em todas as culturas, em qualquer lugar do mundo, onde as comunidades se reúnem para as celebrações mais simples.

O aperfeiçoamento de instrumentos musicais mais sofisticados, com o avanço da tecnologia, ocorreu, especialmente, durante o século XX, atingindo o ápice nos anos 60 e 70.

A guitarra elétrica se tornou uma verdadeira instituição para músicos que buscavam,  incessantemente, a perfeição na batalha sem fim, para se manterem bem colocados na vistosa disputa com os grandes guitarristas da época. 

Les Paul, Duane Eddy, Keith Richards, Eric Clapton, Slash, Van Halen e Yngwie Malmsteen atraíam legiões de seguidores. 

O interminável debate “quem é o melhor de sempre?”, sobre os maiores guitarristas de todos os tempos, faz parte da cultura pop e os dois principais expoentes, Jimi Hendrix e Jimmy Page, são figuras lendárias do mundo do rock ‘n’ roll.

O Inventor da Guitarra Elétrica

Muitas pessoas, equivocadamente, acreditam que Les Paul foi o inventor da guitarra elétrica, mas o crédito deve ser atribuído ao músico George Beauchamp e ao engenheiro elétrico Adolph Rickenbacker, que criaram a primeira guitarra elétrica amplificada e comercialmente viável. 

Outros tinham tentado isso antes deles, incluindo o uso de microfones com botão de carbono (como em telefones antigos) ligados à guitarra, mas Beauchamp e Rickenbacker foram os primeiros que, realmente, produziram a moderna guitarra eletricamente amplificada, com qualidade de som boa o suficiente para ser usada nos circuitos da música profissional. 

O Obsoletismo do Violão

A necessidade da guitarra eletrificada surgiu porque o violão clássico era muito tímido para contribuir, efetivamente, com a música produzida pelas bandas em vários contextos. 

O problema começou a ser, particularmente, evidente nos concertos de música por volta de 1880. 

Mais tarde, as Big Bands, de 1920 a 1930, ampliaram a potência e o balanço dos tambores e dos metais, transformando o violão em um instrumento sem destaque, que produzia melodias que nem mesmo os músicos da banda podiam ouvir nos seus shows.

A Necessidade de Inovação

George Beauchamp – projetou a primeira guitarra elétrica rudimentar em sua casa –  tocava guitarra havaiana e, segundo o historiador Richard Smith, foi a música havaiana, como um gênero, o fator chave para a invenção da guitarra elétrica.

 “Existiam os músicos havaianos que usavam o violão como o instrumento para as suas melodias. Assim, o impulso real para o surgimento da guitarra elétrica veio dos músicos havaianos”, disse Smith.

Como mencionado, antes disso, os músicos de jazz e outros tentaram ligar várias parafernálias ao corpo oco das guitarras de madeira para amplificar o som sem obter resultados satisfatórios.

Originalmente, as guitarras de madeira ocas de estilo espanhol foram convertidas eletricamente.

Posteriormente, foram adaptadas as guitarras de aço havaianas – tocadas com uma barra metálica – que são colocadas sobre os joelhos e tocadas na posição horizontal, dando origem ao termo “guitarras de volta” ou “guitarras de colo.”

Eventualmente, algumas guitarras foram forjadas a partir de latão e possuíam um som muito mais alto do que as variedades de madeira.

Ao mesmo tempo que os violões começaram a ser feitos de metal, a amplificação elétrica foi se tornando uma realidade.

Os Pioneiros da Guitarra Elétrica

Beauchamp conheceu Rickenbacker nos Dopyera Brothers, uma empresa fabricante de guitarra em Los Angeles, e trabalharam no projeto de eletrificação da guitarra. 

Adolph Rickenbacker, ousado e pioneiro na sua área de atuação, foi o fundador da Rickenbacker Internacional Corporation, uma empresa cujo único propósito era criar e fabricar instrumentos musicais elétricos.

Beauchamp e Rickenbacker, depois de muita experimentação, inventaram um dispositivo eletromagnético que captava as vibrações das cordas da guitarra com grande clareza.

Resumidamente, os eletroímãs convertem as vibrações em um sinal elétrico que é amplificado e reproduzido pelos alto-falantes.

A Primeira Guitarra Elétrica

Em 1931, eles instalaram os captadores de sinais em um novo modelo de violão de colo em alumínio, desenhado por Harry Watson, que foi, devido ao seu tamanho e a sua forma, chamado de “Frying Pan”.

Por sorte, o primeiro protótipo tornou-se, finalmente, uma realidade comercial viável.

A partir daí, a primeira menção pública consistente e conhecida sobre uma guitarra elétrica foi publicada em Wichita, no Kansas, em outubro de 1932, em um artigo do jornal local, o Wichita Beacon. 

O músico Gage Brewer fez uma demonstração, para a imprensa, das duas de suas recentes aquisições, uma guitarra elétrica A-25 havaiana e uma espanhola, que foram as primeiras guitarras elétricas feitas por Beauchamp. 

No mesmo mês, as guitarras foram usadas em uma série de concertos de Halloween. 

Foi um começo humilde de um instrumento que rapidamente dominou o mundo da música popular.

The Frying Pan, a primeira guitarra elétrica

A primeira guitarra elétrica “The Frying Pan” foi apresentada, pela primeira vez, em 1932.

Gage Brewer fez a primeira exibição para a imprensa

Exposição de guitarras elétricas no Museu Histórico de Wichita

David Gilmour, The Fender 50th Birthday Celebration

Redação

22 Comentários

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  1. A musica e as traduções, usos e costumes

    Do bom e esclarecedor post, faço alguns comentários:

    Em inglês não há uma palavra específica para violão e outra para guitarra, como em português.

    Lá, violão é guitar ou, para diferenciar da guitarra elétrica, chamam de spanish guitar ou acoustic guitar.

    Assim como lap em inglês pode ser volta ou vantagem, como em corridas de autos, lambida, com em sorvete ou colo, evidentemente aqui, trata-se deste último.

    Há os violões acústicos, que podem usar captadores para amplificação, e violões elétricos que já vem com eles, e a prerrogativa de se poder tocá-los sem amplificador, embora com sonoridade geralmente pior. Lembrando que pressupõem o usso de cordas metálicas, o que diferencia o som para alguns estilos de música.

    A nossa guitarra (em português) já pressupõe ser elétrica (sem acústica ou as vezes, semi-acústica (fininha), mas precisará de amplificador.

    Em orquestras antigas, de som acústico, realmente o violão (guitar) perdia feio em volume para por ex. os instrumentos de sopro e evidentemente de percurssão.

    Com as rádios (e a eletrificação do mundo), os microfones (antigamene mais piezoelétricos do que eletromagnéticos) já serviam para amplificar violões, com restricões de ruído e mobilidade. Ficaria surpreso se as primeiras guitarras (sem acústica) tiverem sido eletromagnéticas e não piezoelétricas (cristal).

    Como os tocadores passaram de sentados em orquestras (os sopristas principalmente, as vezes levantavam-se coreograficamente) a caras como Elvis, que tocavam, cantavam e dançavam ao mesmo tempo, os violões (microfone nem pensar) com captadores ficaram trambolhudos. Daí os violões elétricos (que Elvs usava muito) e as guitarras (compactas, sem acústica) começarem a prevalecer (apesar de também ter fios, que hoje são dispensáveis).

    Quanto ao sucesso (junto com o mais versátil e portátil violão, lá também guitar, das festinhas, varandas, luaus e saraus) é indiscutível, mas em ser o mais duradouro, seus cerca de 80 anos (elétricos)  ainda são muito pouco para outros instrumentos, como p/ex. o piano (também hoje eletrificados em teclados sintetizados).

    Valeu pela história, a qual espero ter contribuido.

     

    1. Ah Bach!

      Tens ótimos posts sobre musica ‘jns’, obrigado pelo teu trabalho! Abraço e feliz natal!

      Quanto ao sueco em questão, conhecedor de todas as escalas do braço (maiores, menores, diminutas, aumentadas, mixolidias e por aí vai), concordo com Morallis: é um pé no saco! É um malabarista de escalas sempre baseadas em BACH que são mais impactantes! Ele não sabe a diferença entre ser ‘virtuose’ e tocar, embora seja técnicamente perfeito! Uma pena!

      Sou muito mais Jerry Lewis…

      [video:http://www.youtube.com/watch?v=EcDQr75GlxI%5D

      1. Mr. Blues Inventou o Rock ‘n’ Roll?

        Wynonie Harris 

        Cujo ego combinava com o enorme talento.

        Wynonie Harris nasceu em Omaha em 1920 e, na adolescência, parecia se encaixar no clichê do “entertainer nato” na sua cidade natal.

        Cantor, dançarino, comediante, baterista e pioneiro do R & B, viveu uma vida intensa, marcada por casos picantes, relacionados ao sexo, bebidas e festas infinitas celebradas na sua voz rouca marcante do show bussiness do pós-guerra.

        Ele iniciou a carreira artística como dançarino e, mais tarde, se juntou à banda de Lucky Millinder em meados dos anos quarenta.

        O irreverente e devasso ‘Mr. Blues’, como Wynonie Harris era conhecido, é considerado um dos precursores do Rock ’n’ Roll, tendo influenciado, entre outros, Elvis Presley.

        O seu primeiro lançamento foi ‘Who Threw The Whiskey in the Well’, em 1944  pela Decca Record Label.

        “Mr. Blues”, Wynonie Harris, com o seu pendor para as farras homéricas, viveu a vida que queria, apesar dos efeitos deletérios sobre a sua saúde. Ele foi um músico original e é merecedor – tanto quanto qualquer outro artista que mereça – ser nomeado como INVENTOR DO ROCK ‘N’ ROLL, a música que mudou todas as regras.

        ABRAÇOS AO INSPIRADO MISTER POA, UM GRANDE NATAL!

        [video:http://www.youtube.com/watch?v=QlwkdCoSaxw%5D

        [video:http://www.youtube.com/watch?v=rsz8ks_1z3s%5D

        [video:http://www.youtube.com/watch?v=xR_A4Su-TrI%5D

        [video:http://www.youtube.com/watch?v=vBeASSgWJsY%5D

        [video:http://www.youtube.com/watch?v=jlLAnrHdaog%5D

        Informações: http://home.earthlink.net/~v1tiger/wynonie.html

  2. A Guitarra Havaiana

    A guitarra havaiana – Lap Steel Guitar – é uma guitarra oriunda do Havaí.

    Ela possui o formato de uma tábua com seis cordas e é feita para ser tocada na posição horizontal utilizando uma paleta apropriada.

    Conta a loenda que, no século XIX, as ilhas do Havaí foram assoladas pelo mal de Hansen e um violonista local, acometido pela doença que provocou a perda dos dedos da sua mão esquerda, improvisou uma maneira própria de tocar, virando o violão e colocando-o sobre as pernas (dai, o nome inglés do instrumento, “Lap Steel”, de LAP = colo, perna) e deslizando, sobre as cordas, o lado cego de uma faca ou usando um copo de vidro.

    Grupos de música country utilizam a Lap Steel para dar um efeito especial nas suas músicas.

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=uTI_HK5Rm_Q%5D

    1. reconhecendo os desconhecidos
      Fora o primeiro, que me escapa, temos: “Mahavishnu” Jonh McLaughlin; o nosso Helio Delmiro; Wes Montgomery; um que deve ser o tal Pat Martino; e, por fim e salvo improvável engano, John Scofield.

      1. Eu iria te dar um 9..mas

        Eu iria te dar um 9..mas chamar o Pat Martino de  o “tal..já caiu para 8 , confundir Joe Pass com 

        o John Scofield já cai para 7, não  reconhecer o genial “Barney Kessel , vai para 6. Mas como voce

        entrou na brincadeira, conhece o maravilhoso brasileiro Hélio Delmiro e evidentemente sabe que

        esse lance de guitarra o “buraco é mais em baixo” leva um 10 com louvor. Voce esta no caminho

        certo, a guitarra é um instrumento musical.

          1. Exatamente!
            Voce não esta

            Exatamente!

            Voce não esta sozinho nessa,  menos mal alguns  não percebem a diferença entre uma

            guitarra e uma “picareta”…que tambem é um objeto cult.

  3. A Guitarra Baiana inicio  

    A Guitarra Baiana

     

    inicio                                                                                                                                                     evolução

     

     

     

     

  4. Q.Legal!
    ver a esquerda

    Q.Legal!

    ver a esquerda coxinha e caviar se deliciando com mais essa entre tantas criações americanas.

    Longa vida a America!!!!!!!!

     

    1. Musica não tem patria!

      Musica não tem patria cidadão, muito menos ideologia!

      A guitarra foi ter projeção na Inglaterra, não na America onde foi criada. Vale o mesmo pra musica negra!

      Não fosse aquela gurizada maluca inglesa ter descoberto a força daquela musica, ainda estariamos ouvindo Pat Boone!

      Valeu Stones, Beatles, Animals, Yardbirds, Mayall, Cream, Zeppelin e todas as vertentes que sairam dessas e outras bandas dos anos 60!

      O Brasil é atipico, pois nunca precisou (e não precisa) importar nada, muito menos guitarra eletrica, mas parece que até hoje não sabem disso! Nossa música, principalmente a do nordeste é riquissima e assemelha-se muito ao blues/rock!

      Luciano Hortêncio não cansa de postar verdadeiros diamantes aqui, mas como não cantam em inglês e não fizeram um pacto com o diabo na encruzilhada não tem valor! É música de velho!

       

    2. Ler um comentário desses só

      Ler um comentário desses deixa a  garantia de que a maior  parte da direita ” coxinha-coco é realmente

      uma bela “cagada”.

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