A pós-verdade e o ódio levando à opressão à moda antiga

Leia “Xadrez da Mídia Golpista Global – 1” (http://migre.me/vbsMB)

 

Uma reportagem do The Economist de semanas atrás é fundamental para se entender a maneira como a notícia tornou-se elemento de segunda classe.

Nos Estados Unidos, a luta política falsificou a certidão de nascimento de Barack Obama, transformou-se em fundador do Estado Islâmico, tornou os Clinton assassinos, porque pai de um rival estava com Lee Harvey Oswald antes que ele matou John F. Kennedy. 

The Economist trata esse fenômeno como a “pós verdade política” – um mundo em que a política se faz em cima de afirmações em que basta acreditar, mesmo sem nenhuma base na realidade.

Tudo vale. A afirmação de membros do governo da Polônia de que o antigo presidente, morto em um acidente de aviação, na verdade foi assassinado na Rússia; que políticos turcos afirmam que os autores da tentativa de golpe de Estado estavam agindo sob comando da CIA.

A conclusão da reportagem é que democracias fortes podem recorrer a defesas contra pós-verdades; países autoritários são mais vulneráveis. A lição vale para o Brasil.

O The Economist não tem ilusões sobre a arte de mentir na política. Lembra as lorotas de Ronald Reagan, negando a troca de armas com o Irã para garantir a libertação de reféns; ou para financiar os rebeldes na Nicarágua. Lembra que ditadores e democratas sempre procuraram desviar a culpa pela própria incompetência, assim como perdedores sempre acusaram o outro lado de mentira.

As pós-verdade política, diz a revista, é mais do que apenas uma invenção das elites. Nela, não se discute se a verdade é falsificada ou contestada, porque ela passa a ter importância secundária.

Há uma enorme diferença em relação ao Brasil. Nos Estados Unidos, essa “pós-verdade” é praticada por outsiders da política, em contraposição às elites. No Brasil, tornou-se elemento central do jogo político, brandido tanto pela mídia quanto poe agentes públicos.

Economist cita Trump como exemplo acabado, em contraposição à elite – o setor intelectualmente superior que avaliza os valores intrínsecos da democracia. Segundo ela, Trump não tem a intenção de convencer as elites, que não têm a confiança sequer de seus eleitores-alvo, mas reforçar os preconceitos.

No Brasil, a mídia passou a explorar unanimemente esse eleitor-alvo, disposto a reforçar os preconceitos. No Brasil, a suposta elite nacional corresponde ao lúmpen do pensamento politico estadunidense.

O que move esse tipo de campanha não são fatos, mas sentimentos, a ideia de que a prosperidade é limitada aos que vêm de fora. Para seus adversários enfrentarem essa pó-verdade, não adianta mostrar seus erros: eles têm que chafurdar no terreno escolhido por Trump.

Diz o Economist que forças corrosivas estão em jogo. Uma delas é o ódio. Muitos eleitores se sentem abandonados enquanto as elites que estão no comando prosperam. Esse novo eleitor desdenha os tecnocratas. A confiança popular na opinião dos especialistas e das instituições despencou em todas as democracias ocidentais.

Em parte, se deve aos novos meios de comunicação. A fragmentação das fontes de notícias criou um mundo atomizado em que residem rumores e fofocas propagados com velocidade alarmante. Mentiras que são amplamente compartilhados on-line dentro de uma rede, cujos membros confiam muito mais uns nos outros mais do que em qualquer fontes de mídia podem assumir rapidamente a aparência de verdade, diz a revista.

Pesa nisso também a desinformação da própria mídia, que dá o mesmo peso para o cientista da NASA que diz que Marte é provavelmente desabitada; e para o Professor Snooks que diz que está repleta de alienígenas.

É tudo uma questão de opinião. E tudo discutido sob a ótica do senso comum.

A pior parte da política pós-verdade, porém, é que essa autocorreção não pode ser invocada, diz a revista. Quando as mentiras tornam o sistema político disfuncional, seus maus resultados podem alimentar a alienação e falta de confiança nas instituições.

E aí, o risco da pos-verdades para países que vivem o Estado de Exceção. A revista cita a Rússia e Turquia. Falta ainda esmiuçar os novos entrantes, como o Brasil.

Diz a revista:

A preocupação mais profunda é com países como Rússia e Turquia, onde autocratas usam as técnicas de pós-verdade para silenciar oponentes. À deriva em um mar de mentiras, as pessoas de lá não terão nada para se agarrar. Para eles, a novidade do pós-verdade pode levar de volta à opressão à moda antiga.

Alguma semelhança com o Brasil?

Apenas o fato de que, por aqui, o principal agente da pós-verdade é o setor que mais deveria resistir a ela: a mídia.

Luis Nassif

52 Comentários

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    1. É.
      Um bocado de pós-verdade e

      É.

      Um bocado de pós-verdade e vem o principal: apontar o vilão da vez, minimizando os pecados dos “bons”, restritos a meia dúzia de coisas (mas de outsiders, E SÓ DELES).

      E nem mais lembramos do post em destaque ao lado deste, o da “midia global golpista”, que trata da mídia alemã.

       

  1. Nada de novo

    Nada de novo. Apenas foi dito com outras palavras o que foi escrito n vezes neste blog: o PT abdicou da guerra ideológica e deu no que deu. A intelligentsia petista e/ou pró petismo sempre tiveram à disposição, para contra atacar, a “receita” das Primaveras (Lipmann, Gene Sharp, McCombs, o manual de guerra não convencional do US Army, a “explicação” sobre guerra híbrida do Potomac Institute, etc. etc. etc.) e … nada! Um mero exemplo: em plena Primavera Tupiniquim, o Ministro da Justiça (ele mesmo!) recebe novos ingressantes da PF com um discurso-saudação conclamando-os ao Éden, ou seja, à refundação da República!! Mas calma gente, isso pode ter um lado bom: no esgotamento da noite de São Bartolomeu (res)surgirão para nos salvar ou aliviar o Pasquim, o Opinião, a Mafalda, o Spazio Pirandello, o Café Piu Piu, o TUCA, o…

  2. NASSIF, o q vc fala tem tudo a ver com o jornalismo “isentão”:

    >> Pesa nisso também a desinformação da própria mídia, que dá o mesmo peso para o cientista da NASA que diz que Marte é provavelmente desabitada; e para o Professor Snooks que diz que está repleta de alienígenas.
    É tudo uma questão de opinião. E tudo discutido sob a ótica do senso comum.
    A pior parte da política pós-verdade, porém, é que essa autocorreção não pode ser invocada, diz a revista. Quando as mentiras tornam o sistema político disfuncional, seus maus resultados podem alimentar a alienação e falta de confiança nas instituições.
    (…) Alguma semelhança com o Brasil?
    Apenas o fato de que, por aqui, o principal agente da pós-verdade é o setor que mais deveria resistir a ela: a mídia. <<

    Sério… nao é meu habito manter vetos nao. Mas vou ser sincero: nao consigo ler os textos “isentões” demais, como os do Kennedy Alencar, nem ouvir seus comentarios (TV/Rádio).

    Acho pior a insinceridade de “isentão” do que a autenticidade canalha dos blogueiros de esgoto.

    >>Quem faz mais mal à perda de credibilidade da mídia para expor pós-verdades, Nassif?<<

    No último post do Kennedy reproduzido aqui no GGN parei no título! Mais precisamente nos adjetivos ~muito adequadamente~ reproduzidos entre aspas. Tantas aspas quanto for possivel, aliás…

    Senão vejamos:

    >>Temer dialoga com “forças atrasadas” e Doria é “risco (??) de retrocesso”, por Kennedy Alencar

    – “forças atrasadas”?

    – Entao Temer está na vanguarda??

    – Cunha era (apenas) uma “força atrasada”, Kennedy? 

    – “Risco”???????

    Serio… parei no titulo…

    Pedi aos leitores do GGN que me contassem se fui injusto em julgar o livro pela capa.

    Responderam que não!

    *

    De um post meu do mes passado:

    >> “Isentão” é o jornalista que procura passar a impressão de isento fazendo críticas de mais ou menos o mesmo peso aos dois lados da disputa política. Ou seja: não se reflete a realidade. Se, numa escala de 1 a 10, o argumento de “A” vale 8 e o da parte contrária, “B”, vale 2, em vez de criticar nessa proporção, o “isentão” vai manipular o texto de forma fazer com que se chegue a um 5×5.

    A foto no dicionário que acompanha o verbete “isentão” é a dele:

    O correspondente americano na Revista New Yorker para o Brasil, Alex Cuadros.

    Pensa que ele se ofende ao ser chamado de poster child do “isentão”, como se diz na terra dele?

    Que nada!

    Até pouco tempo atrás, quando ainda morava no Brasil, a bio dele no twitter terminava com “100% isentão”.

    A propósito, o tweet que está pregado no topo da timeline de Alex neste exato momento é um exemplo perfeito da tal da “isentonice”:

    Traduzindo:

    >> Eis a minha visão sobre o impeachment de Dilma. Pode não ser golpe [!!], mas certamente está em alguma zona cinzenta democrática [o que quer que isso signifique…]

    Aliás, “alguma zona cinzenta” é exatamente onde o isentão mora. Nada – nada mesmo! – é preto ou branco. Tudo – tudo mesmo! – deve ser relativizado, matizado, ressalvado… … … (ad nauseam)

     

    1. >>SABE ONDE Vamos parar nessa espiral? Aqui, ó:

      >>Homem: “Chimpanzé do Futuro”? Ou “Exterminador do Passado”?, por Romulus, André B & Antropólogo<<
       

      ROMULUS
       DOM, 09/10/2016 – 01:39
       ATUALIZADO EM 09/10/2016 – 02:42

      Homem: “Chimpanzé do Futuro”? Ou “Exterminador do Passado”?

      Por Romulus & André B, com crítica de Antropólogo

      Como já registrei em várias oportunidades, prezo M U I T O os comentários que recebo dos leitores aqui no GGN – sem paralelos na blogosfera ou em toda a internet brasileira. Como disse recentemente ao próprio Nassif:

      Esse público (…) deixa comentários no GGN ou nas redes sociais riquíssimos, que costumam originar novos posts meus – justamente a graça da web 2.0 (ou 3.0 já…).
      Como já tive a oportunidade de dizer e de registrar, inclusive em post, esse “ativo” do GGN não tem par na blogosfera: comentários do junior50, do Arkx (que convenci a se cadastrar no GGN lá atrás!), da misteriosa Hydra, do André Araújo, do André B, da Vânia e de tantos outros. Sem esquecer, é claro, do meu amigo Ciro, que eu “arrastei de volta” para o GGN neste ano.
      Gente, inclusive, com posicionamento ideológico e background totalmente diferentes do meu. As visões deles costumam ser diferentes das minhas. Isso me força a retrabalhar as teses. Ou para reafirmá-las, com maior convicção, ou para refutá-las, ou para ficar no meio do caminho, numa síntese (os 3 já aconteceram!).

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       (i) “Bonobo – nosso parente mais próximo” – e TARADO!! – Documentário da ‘Nature’; mais (ii) Trailer do filme “Elysium” (2013); e (iii) Chacrinha “vem para confundir”; porque afinal é tudo (iv) “Voyage Voyage!” (Desireless)  

       

  3. a figura identificada nesse

    a figura identificada nesse neocom reacionário chamada “a pós-verdade da informação” é nome bonito pra velha mentira descarada. lançam uma falácia qualquer e depois dão um nó do caraio pra tentar convencer a si e aos outros do oposto de uma coisa óbvia: os caras aprovaram a toque de caixa, sem discussão nenhuma com a sociedade a entrega do ouro (no caso, do petróleo). o defunto ainda nem tinha esfriado e eles correram pra dar de graça o que uma sociedade minimamente evoluída (que, definitivamente, não somos) a nossa maior riqueza. eles são apenas corruptos mesquinhos e sem visão. não são brasileiros, na verdade são nossos inimigos. estão apenas garantindo o deles. o duro é ver que gente inteligente, que teve educação pra amar este país, são os primeiros a vender esse peixe. como se o futuro dos filhos deles estivesse garantido, e o de quem defende um mínimo de garantias nacionalistas não, apenas pelo fato deles defenderem o interesse das seis irmãs do petróleo. grande bando de babacas, contando sempre com o que de pior existe neste país.

  4. Horas diante a TV, “sem” ou “com”

    Sem vida comunitária, sem reuniões, sem poder brincar na rua, sem dinheiro, sem esgoto, sem saúde, sem boas escolas, sem esportes, sem segurança, sem espaços públicos e praças, sem expressões artísticas, sem liderança, sem fé na política, ficamos horas presos diante a TV Globo.

    Com lei do silêncio, com prepotência policial, com desconfiança, com desentendimento, com desemprego, com fome, com radicalização de ideias, com golpe, com desinformação, com violência nas ruas, ficamos horas diante a TV Globo. No Brejo da Cruz a criançada come luz (da TV).

    A vida do brasileiro é cada vez mais virtual. Fingimos que vivemos, assim como no Show de Truman (o filme). Brasileiros correm atrás do trio elétrico “Brasil”, pagando caro pelo abadá, só olhando e consumindo. Antes, fazíamos parte integrante do grande bloco Brasil. A solução para o Brasil não virá apenas de um partido político, mas sim da atitude comportamental e comunitária do seu povo, ou seja, do seu “brazilian way of life”. Devemos começar por abaixo, novamente, e nunca mais dar o pulo apressado para Brasília, abandonando o povo e o Brejo da Cruz.

    1. “Ficamos horas presos diante

      “Ficamos horas presos diante da globo.”  Me exclua disso por favor. Quem assiste a globo faz porque quer, nisso ela não tem culpa nenhuma.  Na verdade aqueles que lhe dão audiência é que são os responsáveis pela sua existência e pelo seu poder de mandar e desmandar em todas as instituições do Brasil. 

      1. Eu também

        Eu também estou fora ha muito tempo da Globo, da Band e outras

        Mas, escrevi pensando na sociedade em geral, nas comunidades, nos eleitores desavisados. Já a sua resposta sinaliza apenas o seu pensamento, como se o meu comentário acima fosse a você dirigido. Tenta olhar em forma mais geral os problemas do Brasil.

  5. É a coisa tá osca. Estamos

    É a coisa tá osca. Estamos vivendo a legítima Era da Mediocridade. Aqui assumiram seres que não pertencem a escala da evolução humana, pois antecedem os primatas. Lá a briga é entre o pavoroso (Trump) e o péssimo (Clinton).

    Nossa sorte é que, como diria Keynes, a ‘longo prazo todos estaremos mortos”….

     

  6. Umberto Eco

    Um dos grandes paradoxos do mundo atual . 

    Enquanto parecia que o corolário óbvio de toda essa era de acesso livre e irrestrito à informação , turbinado pela tecnologia digital que produz a informação instantânea , seria um maior nível de consciência e educação da população , o que se gerou na verdade foi um aprofundamento de sectarismos , sofisticação de técnicas de desinformação e recrudescimento de alienação através do consumo de informação fútil produzida pelas redes sociais, o que antes só era feito pelas revistas de fofoca compradas em banca de jornal .

    A nova era da informação não trouxe um novo tipo de sociedade , apenas turbinou e elevou o nível das mesmas porcarias que já exisitam na sociedade pré internet .  É como se concluíssemos na época  da invenção da pólvora e seu consequente maior poder destruidor , que as guerras a partir dali iriam diminiuir. Não só as guerras aumentaram , mas a carnificina se elevou a um nível que não poderia se prever . 

     

    Redes sociais deram voz a legião de imbecis, diz Umberto Eco

    http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/ansa/2015/06/11/redes-sociais-deram-voz-a-legiao-de-imbecis-diz-umberto-eco.jhtm

     

    1. Essa credibilidade toda em

      Essa credibilidade toda em fontes secundárias de informação não apareceu, de repente, do nada. Por isso Nassif pede para ler este post com um olho no post anterior, em que fala da financeirização da mídia, e como ela com isso deixou de ter como seu principal ativo a credibilidade perante seus clientes/consumidores, e passou a defender ideias que lhe trariam mais lucro, ainda que a custo de perder parte de seus leitores/expectadores mais conscientes. Tivessem os órgãos de imprensa mantido uma postura mais cética e menos militante, esse movimento todo seria muito menor. Aliás, ele é menor justamente nos lugares onde existe jornalismo público de qualidade ou até mesmo jornalismo comercial de credibilidade. Onde a selva impera, que é o caso típico do Brasil e resto da américa latina, ou temos um grupo político muito bem preparado para lidar com esta situação ou então sucumbiremos, tal como está acontecendo agora mesmo conosco, pela simples incapacidade de mostrarmos um caminho de verdades concretas e críveis nos quais as pessoas mais simples se apegarão, quando a dúvida e confusão imposta por estes agentes desestabilizadores se fizer presente.

    2. Toda razão,  prezado Fabio. E

      Toda razão,  prezado Fabio. E principalmente a Humberto Eco, não porque o ache melhor do que você, mas respeitemos a liturgia, primeiro os mortos, que não têm a chance do contraditório. Só uma ressalva, aos dois. Legiões de redes sociais IMBECIS deram voz a imbecis. Veja o exemplo deste blog, que dá voz a todos, mas diícilmente um imbecil  aqui tem voz, não porque seja censurado, mas sim por se olhar no espelho e sentir-se inibido.

  7. Algo está podre no reino da Dinamarca.
    Antes do impeachment existia o bordão ” Desliga a Globo que o Brasil melhora”. Agora poderia ser “Liga a Globo que o Brasil melhora! Melhora?” As notícias mais negativas são dadas de forma que parecem as melhores notícias. Lendo o conteúdo da matéria se desconfia que algo está podre no reino da Dinamarca. 

  8. A análise do “The economist”

    A análise do “The economist” sobre a pós-verdade é correta, mas aplica-se também às elites e grande mídia dos EUA e Europa. A pós-verdade realmente pode ser um intrumento do estado de excessão, mas não significa que os governos de nações democráticas não se utilizem amplamente dela como estratégia política. É o que acontece na Europa e EUA, onde a pós verdade também é praticada de forma institucional, pela grande mídia.

    Vejamos alguns exemplos:

    1. Toda a grande mídia destes países endossaram e endossam a financeirização do mundo que desempbocou na crise de 2008;

    2. Esta mídia também se recusa a ver que a Otan provoca perigosamente a Rússia (uma potência nuclear) e que o conflito sírio é resultado do apoio dos EUA, por vias obscuras, aos fundamentalistas islâmicos.

    3. A mídia ignora a guerra de 4a geração que EUA e Europa desenvolvem contra nações “rebeldes” (Síria, Brasil, Venezuela, Rússia, Argentina), amplamente comprovada pelas revelações de Snowden e Wikileaks, com a finalidade de instaurar o império do caos e a tomada de poder por “elites de rapina” , aliadas do Ocidente.

    Os governos da China, Ríssia, Síria, Venezuela e Turquia não são santos e lá impera, de fato, ou ditaduras, ou estados de exceção. Mas os governos democráticos do Ocidente também se ultilizam amplamente da pós-verdade para atingir seus interesses: e a grande mídia ocidental é a ponta de lança dessa estratégia – The Economist deveria se incluir em sua prórpia crítica – doce ilusão, é sempre o outro que tem o problema!

    Aliás, os EUA e Europa  só não estão sob estado de excessão porque têm muita gordura econômica para queimar: por enquanto, há o que dividir com o povo. Então suas elites não precisam, ainda, partir para um controle mais severo das insatisfações populares. Mas o fenômeno Trump e os neofacismos da Europa são sinais de que a  insatisfação cresce. Se acontecer, as elites não vão pestanejar em se aliar a grupos neoconservadores ou neofacistas e nem de se utilizar do instrumento da pós-verdade (que já usam amplamente) para reforçar a repressão interna.

  9. Um historiador do futuro bem

    Um historiador do futuro bem distante, ao se defrontar com textos do falecido Nassif, do falecido Romulus, enfim, de muitos dos falecidos comentaristas daqui do blog, ficará pasmo com a precisão e lucidez dos escritos. E perguntará mais pasmo ainda “Como é possível que com uma elite desse quilate o Brasil continue sendo essa república bananeira ?”  “Como é possível que mesmo com essas pessoas no passado vivamos sob o presidência de Alkmin VIII, que sucedeu Aécio IV, que sucedeu Temer, o breve ?”  Não sei se o historiador vai me ler ou se passará por cima das bobagens que escrevo, mesmo assim vou deixar uma resposta para ele: 

    Prezado historiador do futuro,

    Primeiramente, essa você já sabe, nem precisa pesquisar. Segundamente, na esperança de que você não seja o Marco Antonio Villa XXII, vou lhe esclarecer o porque do Brasil continuar sendo a república das e dos bananas. Ou melhor, vou falar apenas sobre a nossa midia, causa importante mas não única. As outras causas, Judiciário, Congresso, “Corrupção”, Corrupção, não menos importantes, deixarei para você pesquisar por conta própria, para não mexer com seu brio de pesquisador. Vamos lá, até pouco tempo atrás nossa midia era produto de quase 4 famílias da “elite”, que se degladiavam em busca da primazia. O jornal de uma não citava o jornal de outra por nada. Tal qual Voldemort (você leu Harry Potter, né?) o adversário não podia sequer ser nominado. Não mais que de repente, essas famílias perceberam que se separadas eram fortes, unidas seriam imbatíveis. Deixaram de lado suas firulas e passaram a transmitir notícias que, no caso dos jornais, só mudava o nome do jornal, e o nome do adversário deixou de ser inominado, uns citam os outros como fonte límpida. E cooptaram a nata da escória dos jornalistas, que por muito menos que 30 dinheiros escrevem o que os patrões mandam, muitos deles nem precisa o patrão mandar. 

    Aproveitando o ensejo, daqui do passado mando-lhe uma pergunta que expressa uma dúvida que tenho, para a qual você terá a resposta. Para combater um pouco a presente hegemonia da midia familiar temos uns blogs sujos, você sabe quem deu e o porque do nome de sujo, editados por pessoas competentes, sérias, que prestam um grande serviço na divulgação de informações plurais, honestas e democráticas.  Só que, apesar de não se degladiarem em busca da primazia, trabalham separadamente, cada um levando informações a um grupo pequeno, relativamente à populaçao de nosso imenso país. A pergunta é, e se eles se unissem como as quase 4 famílias se uniram, e dessem vida a um Blogão Sujão ? E se com o conhecimento técnico e poder de comunicação que têm, unidos, usassem todos os recursos das novas midias, até das velhas em algumas regiões, levando informações honestas à periferia, aos grotões, à senzala, e por que não à casa grande? E se isso vier a acontecer , senhor historiador do futuro, não seria possível imaginar que você não esteja sob o governo de Alkmin VIII ?

    Grande abraço e reze por mim. Quando vim para a tumba, escapei do inferno 2016 mas tenho que purgar meus pecados, que não são poucos, antes de almejar o céu.

      1. Medo por que, Cleston ?  O

        Medo por que, Cleston ?  O ideal é que o Blogão virasse mesmo um partido , no qual, se houvesse chance, eu seria o inscrito nº 1.  E por que você nao seria o nº  2, Cleston ? Se depender de mim está convidado.

    1. Mais um comentario sensacional. Adorei “James Joyce” tb hahaha

      Me apropriei do seu comentario “James Joyce” num artigo fortuito meu da 6a passada. Fortuito pq surgiu apenas tentando responder a vc e a outros na seçao de comentarios de um post “Xadrez” do Nassif.

      Começaram a falar de mim – offtopic total – e sem possibilidade de contraditorio! rs

      Mas adorei o do “James Joyce”! rs

      Curti esse aqui tb e estou aberto a cooperar com quem quer que seja para amplificar nosso poder de fogo na disputa pela narrativa.

      Ai minha resposta aos “criticos”:

      >>Que p… é essa? Ora, essa p… é ‘Romulus’, por… o próprio!<<
       

       ROMULUS
       SEX, 07/10/2016 – 04:27
       ATUALIZADO EM 10/10/2016 – 04:59

      >>QUE P…. É ESSA? ORA, ESSA P…. É ‘Romulus’!<<
      Nunca esperei ser ~eu~ o tema em debate no GGN (hahaha), mas…

      Por Romulus

      Totalmente fora de espaço, offtopic, surgiu na seção de comentários do último post do Nassifuma discussão sobre…

      – … mim!

      Continua em:

      >>Que p… é essa? Ora, essa p… é ‘Romulus’, por… o próprio!<<

      P.S.: Pq vc nao se cadastra no GGN?? Nao sou notificado quando vc comenta meus posts/comentarios. Se vejo algum eh por acidente. Cadastre-se!

      Cadastrem-se todos!!

      Vcs tb tem que contribuir pro “Blogao”, ora. Esse proprio post de 6a surgiu em resposta aos comentaristas. Muitos outros ja surgiram assim tb.

      Por fim: “elite” eh el carajo, ta? rs

      1. Post abaixo explica pq nao existe o seu “Blogão”, Eduardo Outro:

        O post abaixo nao foi escrito com jornalistas / blogueiros sujos em mente e sim os varios fragmentos da esquerda. Mas aposto que o obstaculo à uniao dos blogueiros, que vc pede, sao muito parecidos com os obstaculos à uniao da esquerda.

        Atençao no negrito do lead:

        Velha questão: direita unida, esquerda estilhaçada. Vol. 1: Por quê?, por Romulus
         

        ROMULUS
         SAB, 13/08/2016 – 08:06
         ATUALIZADO EM 13/08/2016 – 08:07

        Velha questão: direita unida, esquerda estilhaçada. Vol. 1: Por quê?

        Por Romulus

        – O mito do conflito entre irmãos ao ponto do fratricídio povoa a psique humana desde sempre: Seth e Osíris, Caim e Abel, Esaú e Jacó, Romulo (opa!!) e Remo…

        – Esquerda e direita: de um lado, guerra fratricida. Do outro, irmãos trabalhando (juntos) em uma empresa familiar.

        – A distância entre a “vaidade” na esquerda e o “preço” na direita.

        *

        Continua em:

         

        Velha questão: direita unida, esquerda estilhaçada. Vol. 1: Por quê?, por Romulus

         

        1. Elogio é bom, mas tem coisa melhor:

          E por último:

          – Elogio é bom. Muito obrigado.

          Mas tem coisa melhor…

          E nao é dinheiro!!

          É o Sr. ir la no meu blog ver os posts que nao saem republicados no GGN (sao varios!), ler e comentar.

          Como disse, o “blogao” depende de vcs tb, ora.

          Web 2.0, 3.0…

          Ate outro dia eu era um comentarista tb.

          Olha aí…

  10. senso comum elevado ao quadrado

    Essa pós-verdade que a revista the  Economist retrata nada mais é que  o senso comum, elevado ao quadrado. No passado falava-se em Rebelião das Massas José Ortega Y Gasset , no entanto o que prevaleceu foi propaganda nazista, Joseph Goebbels, falava-se  em aldeia global e socialização do conhecimento de Marshall McLuhan . No entanto, hoje o que se vê é a propagação e difusão de boataria  de imagens e ruídos através de whatsap. Fico , então com Humberto Eco que diz que “Nem todas as verdades são para todos os ouvidos”.

  11. senso comum, elevado ao quadrado

    Essa pós-verdade que a revista the  Economist retrata nada mais é que  o senso comum, elevado ao quadrado. No passado falava-se em Rebelião das Massas José Ortega Y Gasset , no entanto o que prevaleceu foi propaganda nazista, Joseph Goebbels, falava-se  em aldeia global e socialização do conhecimento de Marshall McLuhan. No entanto, hoje o que se vê é a propagação e difusão de boataria  de imagens e ruídos através de whatsap. Fico , então com Humberto Eco que diz que “Nem todas as verdades são para todos os ouvidos”.

  12. “”Há uma enorme diferença em

    “”Há uma enorme diferença em relação ao Brasil. Nos Estados Unidos, essa “pós-verdade” é praticada por outsiders da política, em contraposição às elites”

    Essa é a elite que precisamos no Brasil.

  13. Banca, mídia e instituições

    QUEM É A BOLHA?

    Nelson Rodrigues, com o sarcasmo que comentava a sociedade de sua época, escreve que a granfina, chegando ao Estádio do Maracanã, pergunta “quem é a bola?”.

    Os pretensos analistas financeiros e econômicos que ocupam as páginas de jornais e revistas do Rio de Janeiro e São Paulo, assim como os comentaristas das redes de televisão, me sugeriram o título deste artigo, modesta homenagem à granfina das narinas de cadáver.

    Desde os anos 1980, com crescente quantidade e densidade, o mundo tem conhecido “crises” fabricadas pelo sistema financeiro internacional – a banca. Elas foram importantes para o crescimento, fortalecimento e empoderamento da banca.

    A partir de 2008 a condução da economia, em quase todos os países e com maior ou menos ortodoxia, tem sido realizada pela banca. Isto vem destruindo instituições, construções de cidadania e mesmo o modelo democrático, apesar das aparências formais.

    Hesitaria em qualificar os governos militares brasileiros como ditaduras pois também tivemos eleições para os poderes executivo e legislativo naqueles anos? Se os eleitos não agradavam havia o recurso da cassação. Hoje este se dá previamente. Ao candidato inconveniente faltarão recursos financeiros e a comunicação de massa totalitária o desconstruirá, sendo cassado mesmo antes mesmo de ser eleito.

    A eleição para Prefeito do Município de São Paulo foi uma clara e insofismável prova da ditadura midiática e financeira, o que vimos também em outros municípios nesta eleição de 2016. E as instituições, já corroídas pelas anteriores ações da banca, onde destaco apenas a espionagem com recursos norteamericanos, nem se moviam, mesmo em sua paquidérmica velocidade, como da tradição e feitio.

    Quem é a bolha? Quem é a crise?

    O presidente do Conselho de Desenvolvimento Global, nomeado por Barack Obama, economista, doutor por Oxford, novaiorquino Mohamed El-Erian, que por quinze anos serviu ao Fundo Monetário Internacional (FMI), no livro recém editado “A Única Solução”, nos traz as seguintes apreciações:

    1 – o mundo pós 2008 tem sido governado pelos Bancos Centrais;

    2 – as tensões e contradições desta gestão são crescentes e se estendem para além da economia e chegam ao terreno da política; e

    3 – dentro de três anos haverá a ruptura deste “sistema” e a saída dependerá das decisões políticas que sejam adotadas ainda em 2016.

    Pelo pouco que me é dado conhecer das situações internas de outros países, apenas a Bolívia, na América do Sul, está se aparelhando para sobreviver a esta crise. Não quero afirmar, pois desconheço, estarem outros países nas Américas e outros continentes sem capacidade de adotar e manter decisões que os fariam superar as nefastas consequências desta crise, que avalio se dará mais cedo. Talvez a Federação Russa, mas nenhum outro europeu.

    O Brasil poderia, pelos recursos efetivos já disponíveis e pelos potenciais, ter condição saudável para enfrentar este caos anunciado. Infelizmente, a sujeição dos governantes à geopolítica norteamericana e o domínio das instituições da República pelo poder dos financistas, ruralistas e corruptos e corrompidos de diversas ordens, além da desinformação do povo pela ditadura da mídia não nos deixam esperançosos.

    Esta eleição de outubro sepultou o pouco que restava. Assim como as decisões judiciárias, em todos os níveis, subordinando o direito social ao individual, casuisticamente.

    Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado

  14. Sobre o rival, e não os Clinton, estar com Lee Harvey Oswald

    Nassif,

    Apenas a título de precisão dos fatos. A acusação de Trump, feita ainda durante a corrida pela indicação do partido Republicano, foi contra o rival de Trump, o Senador Ted Cruz, e não contra os Clinton, como seu texto dá a entender no segundo parágrafo. 

         ” tornou os Clinton assassinos, porque pai de um rival estava com Lee Harvey Oswald antes que ele matou John F. Kennedy. “

    Aqui a citação da própria “The Economist” em matéria de 07 de maio passado:

    Ele [Trump]  sugeriu, sem base em qualquer evidência, que o Sr. Cruz tinha sido envolvido no assassinato de John F. Kennedy: “Quero dizer, o que ele estava fazendo – o que ele estava fazendo com Lee Harvey Oswald, pouco antes da morte? antes do tiroteio? é horrível. “

     

  15. Se até os Estados Unidos, a

    Se até os Estados Unidos, a maior das democracias, passa por isso, imagine aquelas frágeis como Brasil, Rússia e Turquia.

  16. Alexandre Garcia continuou

    Alexandre Garcia continuou aparecendo normalmente na globo, mesmo assim recebi uma mensagem “denunciando” que o sujeito havia sido demitido da globo por ordem de Lula. A pré-disposição em acreditar é tanta que tem gente que vai nessas ondas

  17. A mídia mente e a gente se defende das mentiras

    A mídia mente e a gente se defende. A pós verdade política foi incentivada aqui pela The Economist com a imagem do Cristo que decolava e do Cristo que submergia.

    A nossa imprensa é mentirosa, espalha medo e preconceito e as pessoas reproduzem este comportamento nas redes ainda que seja somente para se defnder dos jornalões e das grandes corporações midiáticas. O

    ódio foi disseminado e não se acredita mais em nada e muito menos no que diz a imprensa que é ligada aos grande interesses do capital e protege políticos corruptos enquanto persegue outros partidos.

  18. ressalva ao texto

    me parece haver mais uma diferença entre as pós-verdades dos emergentes:

    enquaqnto os autocratas da Russia e Turquia possam ter os defeitos que tenham tem em comum a Defesa Nacional de seus países.

    enquanto a autocracia brasileira comandada pelo PIG é anti-Nacional de raiz.

     

    Realmente, we’re deadly fucked

     

    🙁

  19. Companheiro, no país que é um

    Companheiro, no país que é um “deserto de homens e de ideias”, vou repetir a solução ÓBVIA ululante:

    (que nem é ideia minha, diga-se de passagem)

    .

    Empresa de Mídia pública cooperada com universidade e jornalistas de carreira contratados através de concurso.

     

  20. Hannah Arendt

    “… se o número de pessoas que acreditam na veracidade de uma fraude tão evidente [….] é bastante elevado para dar a essa fraude o foro do dogma de todo um movimento político, a tarefa do historiador já não consiste em descobrir a fraude, pois o fato de tantos acreditarem nela é mais importante do que a circunstancia (historicamente secundária) de se tratar de uma fraude” (As Origens do Totalitarismo, Hannah Arendt, Verão de 1950)

  21. se internet seguir como está…

    futuro será de muita criatividade e pouca utilidade

    nada mais que um esquema para nos tornar reféns de interesses financeiros de curto prazo

    todos sem fronteiras para o conhecimento, mas perdendo cada vez mais

    para tanto precisaram mexer no tempo……………………………………..rapidez no externo, deles, dos interesses, provocando em nós, em nosso tempo interno, uma euforia ou satisfação de pouca duração

    o segredo da coisa foi deixar pouco tempo para pensar, muito mais para consumir

    1. em tempo…

      a partir da euforia, mente queda-se receptiva até mesmo ao ódio………………………..

      não é a lentidão que gera ódio, é a rapidez, explosão de sentomentos e emoções

      1. mexeu no tempo, alterou tudo…

        porque há muito pouco de humano na rapidez………………………………………….

        surgimos lentamente para que não desvanecêssemos com a primeira tempestade

         

    2. mas, por outro lado, gera ação mútua…

      para nós es cria jardins de humanidade…………………………………..

      pena que tempestades são tão rápidas

  22. Tem o certo, tem o errado e tem todo o resto. (Cazuza)

    Na minha opinião o The Economist apenas comenta uma estratégia de vale tudo na propaganda.  Publicaram três anos antes (27/9/2013), no The Guardian: «A república está em perigo, nos EUA. Mente-se demais, mente-se, pelos jornais e noticiários sobre tudo e todos. A mentira virou o gancho. O governo Obama mente sempre, sistematicamente. Ninguém o confronta, nem a televisão, nem os jornais, ninguém. Quem mudou o debate sobre a espionagem não foi a imprensa-empresa: foi Snowden » São palavras do Seymour Hersh, jornalista investigativo, prêmio Pulitzer, especializado em geopolítica, atividades dos serviços secretos e assuntos militares dos Estados Unidos.

    O que The Economist chama —cinicamente— de “pós verdade” (!) tem muito a ver com Marc Bloch quando em 1919 ele decidira escrever sobre fatos do front na primeira guerra mundial. Bloch notara que os fatos vividos por ele eram lembrados como ”fotogramas separados”, difíceis de reconstruir numa sequência contínua. Bloch era histórico e compreendera o drama de reconstruir fatos dependendo exclusivamente da memória das fontes. Convencera-se da pouca confiabilidade das testemunhas. Discutindo com soldados, constatou incongruências e imprecisões de fatos que ele mesmo vivera pessoalmente, sobretudo nos particulares —segundo ele— os menos confiáveis. Ao constatar essa fragilidade, concluiu que tanto o histórico como o juiz têm em comum o mesmo grave e fundamental problema quando devem interrogar testemunhas e ler documentos para reconstruir a verdade. Bloch abrira o tema da psicologia do testemunho. No seu ensaio de psicologia coletiva , A Guerra e as Falsas Notícias, ele explica a base do fenômeno: todos acreditam numa falsa notícia quando ela corresponde às expectativas; quando uma coisa tem afinidade com os teus preconceitos, voce acredita nela piamente.

    Os adestradores do curso de Harvard ensinaram isso ao Moro, paranaense chinfrin. Se fosse um profissional sério e de verdadeiro talento Moro não teria topado a ”mission” de destruir grande parte do nosso patrimônio e notabilizar-se no futuro como ”a badalhoca que se fez passar por magistrado”, tentou destruir a força política que mais fez pelo Brasil nos últimos 500 anos, não conseguiu e acabou descomparecendo no vórtice dos eventos no ralo de um bidê.

    O cretino Dellagnol (francês: crétin, cristão, no sentido de compaixão) que me constrange com sua fisionomia de imbecil (latim: imbellis, combatente vil, inepto), também ignora a existência do Bloch mas os organizadores do curso de adestramento dele, em Harvard, são muito bem informados. Aquele Powerpoint ridículo faz parte do martelamento para destilar preconceitos e contou até com o apoio da indecente palla di lardo de nome Jô Soares (para mim a polêmica causada pela entrevista dele com a Dilma foi uma encenação calculada pela Globo. A reação dos fascistas na frente da sua residência foi equivalente a dos pobres diabos acampados na frente da Fiesp que chutavam a porta do carro do atual ministro da justiça, gritando ”fora comunista”. Foi uma situação prevista, não combinada com aqueles infelizes instrumentalizados para uso na TV e Redes sociais. Era preciso passar a imagem da ”participação proletária” contra o PT, no caso da Paulista, e de simpatia por Dilma, no caso da entrevista).

    No dia 30 do mes passado, o jornalista italiano Manlio Dinucci deu a noticia que o Pentagono adota a ”Psyop” (operação psicológica) com uso de pessoal especializado e forças especiais, subordinadas às FFAA. A ”Psypo” é uma «operação planificada para influenciar através de informações as emoções e motivações comportamentais da opinião pública, de organizações, de governos estrangeiros, com o escopo de reforçar atitudes favoráveis aos objetivos prefixados».

    Video aqui:  http://www.pandoratv.it/?p=11445

  23. Evangelizar e “trackear”

        A “verdade”, sempre uma suposição, somente existe se for crivel, isto desde o inicio dos tempos, já as informações que a embasavam, tambem sempre foram de acordo com os interesses que estas “verdades” desejavam demonstrar, mas nas décadas anteriores, os canais disponiveis para a veiculação eram restritos a midia de massa, jornais, revistas, radio e televisão, meios que comparados as “redes sociais” atuais, possuiam pouca penetração.

         Mas com a atomização das “informações”, primeiramente ainda dependentes das redes de massa, e depois caindo em redes, passamos da forma original, foi atingido outro universo, não apenas individual, e sim potencializado, o objetivo não é mais informar e influir, seuqer subsidiar novas abordagens, mas evangelizar, não na biblica opção, mas na utilização da forma.

         Hoje um governo, ou até uma corporação, pode lançar uma “lorota”, que como todas, faz parte de um processo e tem um objetivo claro, que publicada em midias de massa comprometidas, por certo tempo tornam-se “verdades”, viram manchetes, e caem nas “redes sociais”, que pouco importa quais sejam, mas que possuem respostas imediatas, e selecionadas, as principais ( com mais acessos ), não importando a principio se são “contra” ou “a favor ” ( o  mundo das redes funciona em preto e branco ), serão trackeadas.

         Trackeando :  Como nas redes sociais a resposta é imediata, o escopo de analise vai muito alem do “contra/ a favor”, o mais importante é sentir o pulso dos comentaristas, muitos dados sociais são assim planilhados, é até possivel avaliar a extensão da credibilidade da lorota, e até quanto tempo ela persiste ( quantidade de acessos ), e quantos mais foram “evangelizados”, e quantos estão ainda recalcitrantes, desconfiados, mas passiveis de conversão, e qual o universo dos “contras” e de quais redes eles são provenientes, e com base nestas analises, é montado um quadro com muitos dados, que possibilitarão novas operações, tipo assim: investir em maior propação da “lorota” original, ou montar outra.

          Quem quiser saber mais sobre o tema OSINT & SOCMINT ( inteligência de redes abertas & inteligência em redes sociais ), o International Centre for Security Analisis do King’s College de Londres, tem textos interessantes, e no site http://www.toonari.com

  24. Hannah Arendt 2

    “Platão em sua luta contra os sofistas, descobriu que a “arte universal de encantar o espírito com argumentos” (Fedro, 261) nada tinha a ver com a verdade, mas só visava à conquista de opiniões, que são mutáveis s por sua pró-, pria natureza e válidas somente “na hora do acordo e enquanto dure o acordo” (Teeteto, 172b). Descobriu também que a verdade ocupa uma posição muito instável no mundo, pois as opiniões — isto é, “o que pode pensar a multidão”, como escreveu — decorrem antes da persuasão do que da verdade (Fedro, 260). A diferença mais marcante entre os sofistas antigos e os modernos é simples: os antigos se satisfaziam com a vitória passageira do argumento às custas da verdade, enquanto os modernos querem uma vitória mais duradoura, mesmo que às custas da realidade. Em outras palavras, aqueles destruíam a dignidade do pensamento humano, enquanto estes destroem a dignidade da ação humana. O filósofo preocupava-se com os manipuladores da lógica, enquanto o historiador vê obstáculos nos modernos manipuladores dos fatos, que destroem a própria história e sua inteligibilidade, colocada em perigo sempre que os fatos deixam de ser considerados parte integrante do mundo passado e presente, para serem indevidamente usados a fim de demonstrar esta ou aquela opinião.” (As Origens do Totalitarismo, Hannah Arendt, Verão de 1950)

  25. Depois daquele xadrez sobre a

    Depois daquele xadrez sobre a manipulação das notícias na imprensa do Primeiro Mundo, o Nassif voltou ao modo Poliana. 

    Quer nos fazer crer que  o núcleo duro da elite estadunidense (ou britânica) é imune à prática da “pós-verdade”!

    E que o Economist é um órgão isento para fazer essa crítica!

    O artigo mais parece uma peça de propaganda pró-Hillary Clinton para atribuir SOMENTE a Trump e assemelhados aquilo que é usual em TODA a oligarquia imperial, inclusive publicações como o Economist. Basta ver as “pós-verdades” que eles atribuem àqueles que eles querem demonizar, como Putin, Assad, Chávez, os palestinos, etc.

    Por exemplo, no caso da tentativa de golpe recente, na Turquia, os dedos da CIA, que protege e mantém Fethullah Gülen, nos EUA, como um seu “asset” estão por toda a parte. O fato de Erdogan se aproveitar da operação fracassada da CIA para consolidar o seu poder autoritário não desmente este fato, nem desqualifica os indícios que o sustentam. Assim como as posições retrógradas de Trump não tornam a política de Hillary menos canalha e militarista. Mas a narrativa do Economist quer, precisamente, fixar determinadas “pós-verdades” que são convenientes aos seus editores ao ponto de parecer estúpido contestá-las.

     

     

     

  26. A matéria aborda o

    A matéria aborda o sensacionalismo usado pela direta ultranacionalista, no meu entedimento. Não obstante ser uma prática usual em relação a mídia mainstream. Portanto, não vejo com o espanto que deveria.

     

    Em relção as supostas falácias, claro que não se pode acreditar em tudo, é necessário buscar fontes.  Mas vamos aos pontos:

     

    1 ISIS e EUA:  Quem ocasionou a guerra foram os norte americanos, deixando uma vácuo de poder na região, o que propiciou o surgimento do movimento Estado Istâmico. Vejo com semelhança o que acontece nas favelas, não existe Estado, portanto outro poder paralelo ira dominar a região.

    Ademais, o chanceler russo vem reiteradamente fazendo afirmações de que o próprio EU financia o ISIS. Essa segunda afirmativa  é duvidosa, mas basta pensar quem vende arma pro ISIS, pois eles tem muitas armas. E quem são os maiores comerciantes de armas no mundo. É algo que pelo menos faz sentido. 

    2 Quando se parte da premissa de que os EUA comanda uma agenda geopolítica global, tudo que acontece em Estados soberanos é visto com disconfiança. Por exemplo, muitas pessoas não acreditam que ouve golpe no Brasil, mesmo que haja ocorrido. Pois talvez não adentraram no cerne da questão do impeachment ou por não entenderem a macro estrutura por detrás da destituição. 

    Não adentrei ao mérito em relação a tentativa de golpe na Turquia, mas provavelmente existiu alguma influência. 

    3 Em relação aos Clinton, não vejo coomo absurda também. a acusação. Pois estes fazem parte do Bildergerg, grupo esse voltado para uma agenda macabra. Se não fazia parte do assassinano de John F. Kennedy, deveria saber que este foi assassinado por motivos políticos. É algo que não me parece ser impossível, basta ver a agenda norte america, que supostamente, derrubou as torres gemeas, que invade países, que espiona agentes políticos do mundo todo, que mata inimígos. São seres repugnantes, não me surpreenderia em nada. 

    Quem está a frente dos EUA, além de ser um fantoche, precisa sujar as mãos. 

     

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