Desta vez, perguntas de Cunha chegarão a Temer sem censura, por Janio de Freitas

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Jornal GGN – Em tratamento oposto ao dispensado pelo juiz Sergio Moro, agora as novas perguntas da defesa do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, chegarão ao presidente Michel Temer sem censura e sem cortes. 
 
Janio de Freitas, em sua coluna de hoje (5) na Folha de S. Paulo, afirma que já fica evidente a necessidade de investigação de outras irregularidades cometidas dentro do FI-FGTS. Para o colunista,  o “questionário-revelação” de Cunha mostra que os desvios na Caixa terão mais um inquérito no Supremo Tribunal Federal, além da ação em primeira instância.

 
Leia mais abaixo: 
 
Da Folha
 
Novas perguntas de Cunha chegarão a Temer, desta vez sem censura
 
Janio de Freitas
 
Nem tudo que Lava é Jato, nem tudo que é Jato lava. As novas perguntas de Eduardo Cunha, para sua defesa, chegarão a Michel Temer sem uma só censura do juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, de Brasília.
 
Tratamento oposto aos 21 cortes, em 41 indagações de Eduardo Cunha, com que Sergio Moro dispensou Temer de questionamentos problemáticos. Resultado imediato da diferença de condutas em situações idênticas, já se evidencia a necessidade de investigação de mais uma provável irregularidade com dinheiro do FI-FGTS. E mais um motivo para Cunha, o impiedoso, deixar Temer apreensivo.
 
A decisão do juiz adverte que Temer pode se negar a responder. Mas, nesse caso, o silêncio mais fortaleceria do que recusaria o teor da pergunta, cuja interrogação não diminui a sua força afirmativa. À época em uma das vice-presidências da Caixa, Moreira Franco também está agraciado por Cunha, assim como o representante dos trabalhadores no FI-FGTS, André Luiz de Souza. E o então vice-presidente Michel Temer, por acaso, estava com eles naquele encontro que tratou de financiamentos pretendidos? É o que indaga Eduardo Cunha. Não para saber a resposta, mas para que outros a deduzamos.
 
O conhecimento fornecido é, porém, incompleto, e Eduardo Cunha é insaciável. Temer, por sua vez, é velho adepto de reuniões pequenas e discretas. Esteve com Léo Pinheiro e Benedito Júnior, da OAS e da Odebrecht, para pedir dinheiro com alegados fins eleitorais? E se assim foi, por outro acaso, o presentinho pedido ficou vinculado a alguma liberação de financiamento do FI-FGTS? O ponto de interrogação às vezes é um desperdício.
 
Ações judiciais sobre Temer não podem ficar com juízes de primeira instância, como Souza Oliveira e Moro. Embora perguntas de defesa e suas respostas não sejam investigações, como pretendeu Sergio Moro, o questionário-revelação de Eduardo Cunha indica que a corrupção na Caixa e no FGTS terá, além da ação em primeira instância, mais um inquérito no Supremo. Quando? O provável é que também quando não ameaçar Michel Temer de deposição. Essa é uma nova regra não dita, mas vigente.
 
TRINCA
 
1) Cinco jornais e sites foram vetados em entrevista coletiva na Casa Branca. A Sociedade Interamericana de Imprensa não soube? E a Organização dos Estados Americanos, com sua comissão de liberdade de imprensa?
 
2) Em nove meses, caíram oito ministros de Temer. Sete por problemas com corrupção e um por denunciá-la. Tudo bem no Brasil moralizado. E se fosse com Lula ou Itamar?
 
3) Aloysio Nunes Ferreira na internet, em novembro: “Trump é o Partido Republicano de porre”. Um achado. Esperemos que Aloysio Nunes Ferreira, no Itamaraty, seja o PSDB sem porre.
 
MAIS QUE UM LIVRO
 
Já pela originalidade e pela beleza, seria um livro destinado a ganhar o mundo e perdurar pelo tempo afora. Mas o destemor da franqueza, as ansiedades do convívio com uma mente inalcançável, a força e a fraqueza da ternura, as culpas não menos sufocantes por serem indevidas –isso faz da leitura de “Meu Menino Vadio” mais do que uma combinação rara e perfeita de prazer, emoção e descoberta. Luiz Fernando Vianna, ensaísta e jornalista entre os mais brilhantes, desmitifica a propaganda da felicidade de pais de autistas. Faria bem que esse livro fosse lido por todos, ao menos o seja por muitos. É a vida verdadeira que está nele. 
 
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Redação

5 Comentários

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  1. O PSDB colocou sua indústria

    O PSDB colocou sua indústria de blindagem a serviço dos demais golpistas, Temer em especial: os tucanos estão mamando né

  2. Como ele escolheu?

    Como o moro sabia que algumas perguntas, mesmo com possibilidade de respostas negativas, não deviam nem ser feitas ao temer?

    Como ele sabia quais não deveriam ser feitas? Como escolheu quais seriam? Muito suspeito!

    Fica inda a pergunta, diante de mil evidências, pode um ppresidente tão denunciado indicar um ministro para stf? Já sabemos que denunciado na susseção presidencial não pode, mas pode ser presidente e pode indicar ministro ao stf, que< ainda,o vai julgar?

  3. golpistas sem crédito

    Será, que depois de tanto passado após a divulgação da lista de perguntas e a indicação de alguns dos homens de Cunha na linha do poder, os “cumpradis” já não alinhavaram uma relação de respostas que podem ter sido costuradas por várias mãos, tipo: mídia, deputados e senadores golpistas, membros do judiciário sem vergonha, partidário, golpista e adoradores de holofotes e mordomias? O que esperar desse mundo de pela-sacos, mercenbários, espiões e vendilhões da pátria?

  4. Por favor !

    Não aceito perguntas relativas a meu país de nascimento. Nem pelo Moro, PGR e STF. Chega ! e como dizia o fututo (?) presidente Dória, ainda c/ ficha limpa após 2 meses de governo, C A N S E I !

  5. Perguntar não ofende

    Porque o Moro indeferiu 21 perguntas ao Temer e o Volisney as deferiu?

    Pelo jeito, o Moro se ofendeu mais com as perguntas do que o próprio Temer. Será que o Moro deve?

    Quem não deve, não teme.

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