Em Nova York, grupo faz ato contra o impeachment

Jornal GGN – Com cartazes contra o golpe e a favor da democracia, cerca de 20 pessoas se reuniram na Union Square, em Nova York, nos EUA, para protestar contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A maior parte do grupo é formada por brasileiros que já organizaram dois protestos no local. 

Um dos manifestantes diz que “é difícil explicar para um estrangeiro que a única pessoa que não tem acusações de corrupção contra ela vai ser punida”, indo na mesma linha de jornais dos Estados Unidos, como o New York Times, que destacou em uma matéria a presidente Dilma é um caso raro entre as fíguras políticas brasileiras porque ela “não está sendo acusada de roubar para si mesma”. 

Da Folha

Manifestantes fazem ato contra o impeachment em Nova York

“Também não pode ser um massacre… Estamos aqui para resistir”, diz o dono de casa Diogo de Santana, 37.
 
E com samba puxado no megafone pela enfermeira Myriam Marques, 53, em ato contra o impeachment de Dilma Rousseff que seria votado em poucas horas, neste domingo (17).
 
“Vamos cantar igual à Beth Carvalho”, ela convoca, lembrando da sambista que declarou apoio à presidente. “Reage, reage, meu povo/não vai ter golpe de novo!”
 
Com cartazes alertando para “a democracia brasileira sob ataque”, cerca de 20 pessoas se juntaram na Union Square, tradicional ponto de protestos em Nova York –neste domingo de sol, dividem espaço com um grupo de asiáticos em defesa de Peter Liang, policial acusado de matar um rapaz negro no Brooklyn.
 
A maioria é de brasileiros que, em um mês, organizaram outros dois protestos no local, ambos com mais de 50 pessoas.

 
A professora Andreia Vizeu conta que nas últimas horas deletou “uns dez ex-amigos” do Facebook, “gente que literalmente diz ‘fuck you’ [foda-se você]” às suas publicações favoráveis a Dilma.
 
Acirrado no Brasil, o clima de Fla-Flu entre os que torcem contra ou a favor do governo não dá trégua nos Estados Unidos.
 
“Quero ver ter a pachorra de defender aquela ‘coisa’ [a presidente] na minha frente”, diz a relações públicas Teresa Carlos, 43, que passeava pela Times Square.
 
Ela e o marido assistirão ao impeachment do hotel, pela internet, com um casal de amigos. “Já até contrabandeamos uma cachaça pra fazer caipirinha de limão e de manga, verde e amarela!”, conta os planos da “comemoração”, convencida de que o placar da votação no Congresso será pela deposição da presidente.
 
Se isso acontecer, será “golpe”, dizem os manifestantes da Times Square, ecoando a linha de defesa pró-governo no Brasil.
 
“É difícil explicar para um estrangeiro que a única pessoa que não tem acusações de corrupção contra ela vai ser punida”, diz Santana, casado com uma diplomata brasileira. “Se conseguirem levar o golpe adiante, será muito ruim para a imagem do país.”
 
A imprensa americana tem destacado essa linha de pensamento. O “New York Times” publicou, na quinta (14), reportagem citando casos contra o vice-presidente Michel Temer, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, todos do PMDB.
 
“A sra. Rousseff é um caso raro entre as maiores figuras políticas do Brasil: ela não está sendo acusada de roubar para si mesma”, diz a matéria, que começa lembrando do lema “rouba, mas faz” (“he steals but gets it done”) atribuído ao deputado Paulo Maluf (PP-SP), ex-aliado de Dilma e hoje pró-impeachment.
Redação

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