Manharão retalia Cunha retirando da CCJ ação que poderia evitar cassação de mandato

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), sofreu um golpe desferido pelo presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP), que tomou uma decisão, na manhã desta segunda (20), para frear uma manobra que poderia abrandar a pena de Cunha, que teve seu processo de cassação de mandato autorizado pelo Conselho de Ética.

Maranhão determinou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) a retirada de uma consulta feita por ele mesmo ao colegiado, questionando os ritos da tramitação de pedidos de cassação de mandato. A ideia era criar uma brecha para abrandar a pena de Cunha. A consulta já havia recebido um parecer indicando que poderia beneficiar o peemedebista, com a apresentação de emendas que poderiam amenizar a pena para parlamentares na situação de Cunha. Ela iria a plenário nesta segunda, mas após a decisão de Maranhão, não será mais analisada.

Nos bastidores, a informação é de que Maranhão deflagrou a medida em retaliação a Eduardo Cunha, numa disputa que envolve a presidência da CPI da DPVAT, criada por Cunha em maio para apurar “denúncias e supostas irregularidades na concessão do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres”. Maranhão queria emplacar o deputado Luís Tibet (PTdoB) na presidência da comissão de inquérito, mas este foi derrotado por Marcos Vicente (PP), candidato apoiado por Cunha.

Com a consulta arquivada, Cunha poderá apresentar recursos à votação de seu processo de cassação no Conselho de Ética, onde foi derrotado por 11 votos a 9. O prazo para a defesa é até quinta-feira (23). Se os recursos não forem acolhidos, o plenário da Câmara analisará em definitivo a situação do peemedebista. O parecer pela cassação de Cunha precisa de 257 votos, ou será arquivado.

Cunha é acusado de mentir à CPI da Petrobras, em março de 2015, quando afirmou não possuir contas no exterior. Posteriormente, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, confirmou a existência das contas. O parlamentar alega que não são contas, mas trusts controlados por terceiros.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

8 Comentários

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  1. É briga de foice no escuro.
    É

    É briga de foice no escuro.

    É lobo engolindo lobo.

    Mas que ele não faria isso apenas e tão somente para retaliar, não faria.

    Ele não meteria a mão nessa cumbuca, sem estar resguardado, sem as costas quentes.

    Aí tem tem a mão de gato do Teme e do Padilha.

    A República das Capivaras não pára um só momento.

  2. É assim que funciona a

    É assim que funciona a política e a justiça no Brasil.

    O cara já sabia de pelo menos duas jurisprudências da própria CCJ que deixaram claro que o conselho de ética emite um parecer (e não cabe emendas, portanto). Mas para manobrar a favor de Cunha, havia solicitado nova manifestação da CCJ, e o aliado de Cunha (o relator na CCJ) já havia dado a resposta contrária às jurisprudências anteriores (para beneficiar Cunha).

    Se não fosse por Cunha e seus aliados terem feito pouco caso de Maranhão, a consulta continuaria.

    Ou seja: Como falta imparcialidade às pessoas que têm o poder no país. Que absurdo! E esse é só um exemplo.

  3. Nao é retaliação à cunha. É aliviando a barra
    Kkkkkkkkm É um parto mesmo. Tem muita gente envolvida até o pescoço. Nao creio em retaliação.

  4. Há uma verdadeira guerra

    Há uma verdadeira guerra civil instalada entre os politicos. Ninguem esta imune de levar um tiro ( no sentido de ser denunciado e ter a sua carreira destruida)

  5. Cunha não vai delatar ninguém!

    São duzentos e tantos delatáveis, é muita gente para investigar caso Cunha sofra um derrame (de chumbo na cabeça).

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