O descontrole de Cunha no rompimento com o governo

Jornal GGN – A reação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, de romper com o governo depois de ser citado como beneficiário de esquema de propinas na Operação Lava Jato acabou partindo o PMDB. Cunha esperava apoio, mas os companheiros de partido disseram que a iniciativa foi uma decisão pessoal, que não é compartilhada pelo partido.

Mesmo os partidos de oposição não se apressaram em reforçar a posição de Cunha. Apenas o Solidariedade manifestou apoio ao deputado.

Do O Globo

Rompimento de Cunha é visto como ato de ‘descontrole’ pelo PMDB

Por Isabel Braga, Simone Iglesias, Fernanda Krakovics, Cristiane Jungblut, Júnia Gama e Washington Luiz

Acusado pela Lava-Jato e isolado, presidente da Câmara diz que agora é oposição

Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, anuncia rompimento com o governo – Agência Brasil / Antonio Cruz

BRASÍLIA — O anúncio do rompimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, foi considerado uma demonstração de descontrole, mesmo no PMDB. A nota divulgada pelo vice Michel Temer, presidente do PMDB e articulador político do governo, deu o tom no partido, dizendo que a iniciativa de Cunha “é a expressão de uma posição pessoal, que se respeita pela tradição democrática do PMDB”. Temer ressalta, no entanto, que “toda e qualquer decisão partidária só pode ser tomada após consulta às instâncias decisórias do partido”.

O rompimento foi discutido na noite de quinta-feira, em jantar no Palácio do Jaburu, residência de Temer. O vice recebeu Cunha e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O presidente da Câmara comunicou que não tinha mais condições de permanecer na base do governo. Segundo relatos feito ao GLOBO, Temer ainda tentou, em vão, demovê-lo do anúncio de ontem, repetindo o apelo interno que tem feito pela “sobriedade” do PMDB em momento tão delicado. O vice deixou claro que não abandonará a coordenação política, como Cunha quer, e que conta com o apoio de ministros peemedebistas.

— É uma decisão isolada de Cunha. Todos nós temos que ter juízo com o momento que estamos vivendo. O PMDB não está no governo, é governo — reforçou o ministro Hélder Barbalho (Pesca).

Nem mesmo o PMDB do Senado, onde o presidente Renan Calheiros tornou-se um grande crítico de Dilma, aderiu a Cunha em sua estratégia radical. Renan cancelou uma coletiva de imprensa que daria ontem pela manhã e optou por divulgar uma nota crítica à gestão de Dilma, mas sem se expor como Cunha. À tarde, se reuniu com senadores mais próximos, como Romero Jucá (PMDB-RR), Delcídio Amaral (PT-MS) e Edison Lobão (PMDB-MA). Todos repetiram o tom ponderado.

— Não é o momento de romper. Esse é um momento muito delicado para a gente jogar gasolina na fogueira — disse Jucá.

— Se o PMDB fez uma aliança com o PT, tem que sair da forma como entrou, pela porta da frente, não num momento de dificuldade — avaliou o líder do partido no Senado, Eunicio de Oliveira (CE).

Nem mesmo o maior aliado de Cunha no Congresso, o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), o apoiou. Dirigentes dos partidos da base, como PDT e PP, mantiveram apoio ao governo, embora achando que a situação de Dilma vai piorar. Eles rejeitam, no entanto, a tese de que Cunha tenha de se afastar do cargo, como defenderam o PSC e o PSOL.

Beneficiária mais clara da crise, a oposição manteve cautela desde quinta-feira. O líder do DEM, Mendonça Filho (PE), demonstrou preocupação:

— A gente sai de uma crise política para virar agora uma crise institucional. Temos que agir com responsabilidade. Não estou aqui para passar a mão na cabeça de ninguém, mas que o curso normal do processo de investigação avance sem interferência e manipulações e buscando a verdade dos fatos.

Entre as principais lideranças da Câmara, apenas o presidente do Solidariedade, Paulo Pereira da Silva (SP), divulgou nota em apoio a Cunha.

Redação

13 Comentários

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  1. Esses politicos sempre tão

    Esses politicos sempre tão inocentes.

    Sao sempre perseguidos, ora pela mídia, ora pelo judiciario, pelo MP 

    Nunca , absolutamente NUNCA são culpados de nada.

    São guerreiros né?

    Só faltou levantar a maozinha com os punhos cerrados…rs

    1. Julgamentos no atacado, levante a mão quem tá a fim

      depois levante a mão quem quer pena de morte

      depois levante a mão quer quiser eficiência alemã no serviço, austeridade total.

  2. menos mal o descontrole do

    menos mal o descontrole do poderoso político fiel Cunha o Brevíssimo diante dos malfeitos investigados…

    a coisa poderia ser muito pior e tragédia nacional se então poderoso político Cunhasan fosse político no Japão:

    lá, os políticos japoneses, por muito menos $ investigados costumam lavar honra & vergonha com o ritual Seppuku.

    {Seppuku é vulgarmente chamado harakiri (literalmente “cortar o ventre”)}

  3. Caindo do alto

    É que se quebra a cara! Vaidade, arrogância, ambição desmedida = mistura fatal para o fracasso.

    Se tivesse se conformado em continuar sendo um sanguessuga das sombras, poderia continuar achacando indefinidamente … mas, quis ficar sob os holofotes… quem procura, acha.

  4. E o Solidariedade mostrando com quem é solidário…

    Quem acredita em Marina que encontre explicaçao para isso. Talvez a Velhinha de Taubaté acredite.

    PS: O Gunter seguramente encontrará uma explicaçao, rs. (Provocaçao explícita, viu Gunter? Mas é verdade que vc tem uma capacidade imensa de torcer as coisas para justificar o que quer, rs).

    1. “Quem acredita em Marina que

      “Quem acredita em Marina que encontre explicaçao para isso”:

      Rabo preso dos co-estrelas partidarios de Marina?

  5. materia!

    Quá! Quá!Quá!

    Agora eh descontrole? Estava apostando que quanto pior melhor e agora só O Cunha eh descontrolado e a Globo não?

    Tirando o seu time de campo em PIG! Cachorro morte vamos pisar!!!

  6. Tem de cair!

    Por muito menos vi político renunciar ou ser cassado. Severino cavalcante renunciou por causa de um mensalinho do restaurante da câmara. Esse cunha tem uma penca de casos de corrupção e não cai. Tem de cair, renunciando ou sendo cassado. E não é só perder o cargo de presidente da câmara, não… tem de perder o cargo de deputado tbm.

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