O PT não inventou a desigualdade, por Barbara Gancia

O PT não inventou a desigualdade

Por Barbara Gancia

Via Facebook

Não sou PT, nunca fui. Mas, só de birra, está começando a me dar vontade de deixar crescer uma barba e/ou a sibilar. O que vier com mais facilidade, eu mando ver.

Explico. Esse ódio crescente e tão palpável quanto um transatlântico que jorra do coração dos “conservadoressauros” na direção daqueles que, juntos são milhões, mas não conseguem nunca acumular mais riqueza do que o famoso 1% dos ricos já deu.

Pessoal alega que foi o Lula que começou a “luta de classes”, mas, sejamos sinceros, já se vendia carro blindado e já existia cadeia superlotada, rebelião na Febem, tiro na cara pra roubar Rolex na Oscar Freire bem antes de o Lula ir trabalhar na Villares.

Mas voltemos a essa gentalha pobre que incomoda.

Hoje, eles não só ocupam espaço e saem gritando no shopping em rituais primitivos chamados de rolezinhos, como passaram a ser identificados por “massa de manobra” ou “vagabundos que votam no PT pra ganhar Bolsa Família”. 

Pois então, esse ódio que antes ficava lá contido, ele começa a mostrar a fuça. Seja lá pelo motivo que for. Não, eu não acho o Zé Dirceu santo e, sim, eu creio que, deixado livre para dispor do poder que tinha, ele teria realizado uma pequena revolução bolchevique a seu modo, por meio de uma reforma fiscal na surdina.

Se isso seria bem-vindo? Não creio, se fosse feito sem consultar a população e se não fosse à luz do dia.

Mas, voltemos à crua realidade do que temos em mãos, e não daquilo que poderia ter sido.

Agora que o PT e o Lula não metem mais medo no empresariado, o pessoal que costumava se restringir a frases econômicas como “eu voto na Arena” ou “eu votei no PSDB” começa finalmente a explicar melhor as razões pelas quais sempre teve como princípio nunca jamais nemfu votar num partido de esquerda.

Isso acontece porque a feroz desigualdade que impera no país impõe, digamos, “estilos de vida” deveras conflitantes. 

Você se encontra de um lado ou do outro. 

Se mora na periferia, não tira selfie com policial e não participa e panelaço contra nenhum político. Seja ele de que partido for, já que ninguém que está acima de você ou que você seja obrigado a chamar de “doutor” inspira confiança. 

E se você não mora na periferia e tem a sorte de possuir um jogo de panelas para brincar de imitar o Cartel de Medellin na hora do jantar -ueba!- ou se se ufana de vestir a camisa do 7×1 pra cantar aquela musiquinha insossa, ” …com muito orgulho, com muito amor… Eu, sou…” … se você tira foto com polícia, se nenhum PM nunca olhou feio pra você, nunca arrastou seu irmão no meio da noite da cama em que ele dormia e o levou embora de camburão porque ele se parece muito com um traficante do bairro; se você acha que vence na vida quem estuda e trabalha e que todos nós podemos fazer isso -sem discriminar entre ricos e pobres-, sem essa de vitimização, já que basta olhar para os Estados Unidos ou, quem sabe, pra Índia onde há inúmeros exemplos de gente humilde que venceu sem recorrer ao crime, vai dizer que não há?
Parece então que o que nós temos é um problema imenso de comunicação entre duas populações distintas obrigadas a coexistir. 

Trata-se de uma diferença de pontos de vista e de experiências de vida tão vultuosa, que acaba produzindo um mar de preconceito, indiferença, desconfiança, ignorância e desdém.
Seria lindo se fosse só isso. E olha que isso já seria uma catástrofe depois de 515 anos empreendendo esta nossa aventura civilizatória.

Mas provavelmente não é à toa que Pero Vaz de Caminha já tenha conseguido enfiar um pedido de emprego para um parente na sua famosa missiva, no primeiro episódio de nepotismo da história do nosso país, aos 10 minutos do primeiro tempo, naquele que depois viria a ser o paraíso da vantagem em benefício próprio e do desprezo pela coletividade, o bem maior e o interesse público.

Na minhas páginas nas redes sociais, todo dia tomo porrada (forte) de indivíduos que se auto intitulam “reaça” disto e “reaça” daquilo. Ontem um quadrúpede desses tentou me explicar que “reaça” e “esquerdista” são cosas equivalentes.

E é esse o pior dano que se está perpetrando ao eliminar sem dó nem piedade o PT da face da terra -como já se fez antes com Collor, Jânio, Vargas etc.

Sem um lado de cá e uma oposição para contra balacear não existe possibilidade de haver uma fagulha que dê (re) início ao processo democrático.

Golbery do Couto e Silva, ministro chefe da Casa Civil de Geisel e Antônio Delfim Neto deram força para o surgimento de Lula como liderança sindical antevendo um futuro democrático de raiz bipartidária.

A despeito dos problema com a propaganda e o financiamento das campanhas políticas, sem o equilíbrio Labour/Tory, Democratas/Republicanos, Democrazia Cristiana/Partito Socialista não pode haver nem sequer esboço de arremedo de fiofó de burro de democracia pra inglês ver.
Já não são bem tolerados no país fenômenos que nós não captamos, temos trauma ou consideramos (vá entender) démodé.

“Conservador” por exemplo, é algo que desce mal para o brasileiro. Em outras sociedades, o termo tem vários significados. Estritamente na política, sinaliza que o camarada é a favor de menos interferência do Estado na economia, da valorização dos direitos do indivíduo e da não interferência de instituições como a igreja ou quaisquer outras na vida privada. Soa como uma descrição da filosofia do Bolsnaro ou do Tuminha pra você? Pois é, pra mim também não. E Serra, exilado do regime militar e Dilma, presa política da mesma turma, trocarem gentilezas com antigos algozes e fazerem alianças que ultrapassam qualquer limite de vergonha na cara com o inimigo de ontem, faz sentido?

Não será talvez por esse tipo de “licença poética” que o sonho de um Estado democrático está naufragando e, mais uma vez, grileiros, corruptores manjadíssimos, patrocinadores de candidatos marionetes, falsos profetas, contrabandistas, pilhadores e gente que usa o governo como mero entreposto para seus fantásticos negócios está vencendo a parada novamente e pela undécima vez?

Faz sentido ainda não ter sido julgado o mensalão mineiro? Faz sentido os senhores Renan e Cunha ainda estarem lá firmes e fortes? Reafirmo: não sou petista, nunca fui, e nem me julgo particularmente de esquerda.

Mas esse desequilíbrio é indicação grave de golpe branco em andamento, treta por baixo do pano, arranjo de que tipo não se sabe, mas coisa boa dali não sai.

Ou por bem julgam tantos deste lado e também do outro e medimos forças e o país sai lambendo suas feridas, ou anistiamos a todos e vai todo mundo fritar pastel.

Esta caça às bruxas, em que o camarada está se transformando em milícia odiosa que sai à caça do “inimigo” na internet e no boteco da esquina do escritório, e acusa quem quer que lhe dê na telha de bandido e ladrão e filho e um égua só porque o outro (que até ontem era seu amigão) não compartilha de sua ideologia começa a se parecer demais com a Alemanha de Hitler circa 1934. 

Cadê o Renan, gente, lembra do processo cabeludo que caiu naquela cabeça cheia de fio implantado por conta de um caso extraconjugal? 

E o envolvimento dele no Petrolão, não há nada ainda? Claro que há, em abundância. Só não vê e não mostra quem não quer! 

E o problema lá de Furnas e do Aécio? Há uma montanha de coisas em estados de todas as mais variadas importâncias, está faltando dizer isso a quem, ao Papai Noel? Sim, porque ao papa, pode crer, sendo argentino e odiando a Kirchner como odeia, a esta altura, ele já está ao par de tudo.

E o Sarney, onde andará, por sinal? Lembra quando o Lula dizia que ele até não era de todo mau e que nós devíamos respeitar a experiência que o bigode tinha acumulado nestes anos todos?

Pois não é que, depois que ele desapareceu, eles deram um jeito de cobrir com uma lona.
Agora virou circo de verdade, completinho.

Redação

33 Comentários

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  1. Só 70%…

    BG escreve mal pra caramba… frases confusas, longas, tentando ser engraçada.

    Mas pelo menos tem caráter e esta sabendo, neste momento sombrio, se posicionar como pessoa e jornalista.

    Mas pra ser 100% honesta, só faltou ela comentar o papel da mídia, que afinal paga seus salários, nesta história toda.

    1. quem paga seu salário

      Você trabalha com o quê, Sérgio SS? Tem patrão, qual o seu grau de envolvimento? E se esse relacionamento tivesse de ser constantemente escrutinizado publicamente, como seria? Lá no seu emprego tem regras? Ou é você que faz as regras? Você sabe como funciona uma Redação?

      1. Eu assisto a sua indignação

        Eu assisto a sua indignação toda quarta feira no Saia Justa, gosto muito do programa e de todas vcs. mulheres corajosas que mesmo correndo riscos ousam falar o que pensam. Você pode não ser de esquerda, mas seu humanismo não passa despercebido. Não fiquei surpresa com seu texto pois acredito que sei pelo menos um pouco do que vc. é capaz Parabéns Barbara.

    2. Poucos fizeram… Nassif é a prova.

      “… Mas pra ser 100% honesta, só faltou ela comentar o papel da mídia …”.

      Sejamos realistas… Se fizer isso ela está fora.

      É por isso que pugnamos por mais democracia na imprensa. Para que pessoas como Bárbara Gancia possam dizer tudo o que pensam. Sem censuras. Para o bem ou para o mal.

  2. “O PT não inventou a

    O PT não inventou a desigualdade, por Barbara Gancia

    pero si,

    PT – na sua razão político-partidaria de ser ou não ser – fez voto de castidade de probidade de sanidade de capacidade de humildade de honestidade de civilidade de que ia acabar de uma vez por todas com a desigualdade e a injustiça social além do que iria também até os quintos dos infernos na caçada impediosa ao inventor da desigualdade da barbaridade e das extravagâncias com o erário e com o bolso do trabalhador.

    1. Só ingênuos e id, digo crentes confundem combate com eliminação

      Provavelmente desiludido com a humanidade imperfeita do “pêtê” agora vc deve estar acreditando que o Moro, Dallagnol, Youseff e P.R.Costa (e o Batman) vão, agora sim, “passar o Brasil a limpo”, némêz?

      Ou é só maledicência?

      Tá na hora dos eleitores criancinhas aprenderem a votar no melhor (ou no menos pior) e não no “ideal”.

      Que afinal é uma questão pessoal…

      Também nunca atingida por elas próprias.

  3. Muito pelo contrário,

    Muito pelo contrário, diminuiu.

    40 milhões de pessoas ascenderam à outras classes

    De vez em quando bate um bom senso em alguns coxinhas que merece aplausos.

  4. O medo dos bolcheviques

    Sobre a possibilidade de uma revolução “Bolchevique” de José Dirceu – André Araujo sempre cita algumas biografias sobre o periodo de transição do governo FHC para Lula, em que Dirceu costurou as alianças entre os governos americano e brasileiro, dando garantias aos americanos de que tudo segueria dentro da Democraica e assim dando possibilidades para que o governo Lula pudesse dar inicio a seu quadriênio.

    Mas sera que não é uma reforma tributaria, vamos usar essa palavra, pois revolução assusta as classes médias e altas, como parece assustar Barbara Gancia também, que estamos precisando ainda hoje? Onde ja se viu ricos pagarem tão pouco impostos sobre fortunas, herança e ganhos de capital ? So temos isso nos paises onde a desigualdade social é desde sempre o maior mal que se causa aos seres humanos. 

     

    1. Zé Dirceu

      É bem isso Maria Luiza, você destacou o ponto onde Barbara Gancia desafina em seu belo texto. É impressionate a demonização do José Dirceu. Acho que nem em 100 anos essa marca sairá.

    2. redistribuição de renda

      Engano seu, Maria Luisa. Sou totalmente favorável ao aumento da taxação das grandes fortunas, não vejo onde há contradição a respeito no meu texto. Se for pelo meu entorno, dá vontade de rir. Se vc visse o eu patrimônio… Em todo caso, depois de ler o Piketty e as considerações que o Krugman faz do livro dele, comecei a elocubrar que só dá pra redistrubuir dessa forma. Do jeito que está, com essa arquitetura financeira sofisticada…

      1. Bárbara Gancia

        Gostei do seu texto, como sempre gostei desde os tempos em que assinava o jornal onde vc escreve. Parei quando o Maluf indicou o Pitta como governador e o Jornal fazia uma campanha muito  explícita p/ ele.

        É muito bom saber que ainda existem pessoas (jornalistas) que conseguem vislumbrar, na realidade, o que anda acontecendo em nosso país .

        Abraços

    3. O maior problema é que os

      O maior problema é que os ricos não pagam nem os baixos (para o 1% da população) impostos do Brasil; veja a operação Zelotes e os 120.000 processos contestanto (corrompendo?) no estranhíssimo orgão do governo, chamado Carf, onde os malandros tem  quatro graus de recursos, com representantes deles decidindo a favor…deles!

  5. Coisas estranhas como Jô

    Coisas estranhas como Jô Soares e Barbara Gancia tendo momentos de lucidez começam a acontecer na mídia.  Será o fim dos tempos?

  6. Desesperar jamais.

    Boa, Bárbara. E eu diria ainda que, seja o que for que almejemos para o nosso país – fim da corrupção, acesso à educação e saúde para todos, redução das desigualdades de poder (econômico e/ou político), maior participação de toda sociedade nas decisões de estado, menos mocidade nas drogas (consumindo, traficando ou ambos), menos pobreza na rua, todo mundo mundo produzindo e se beneficiando da produção, prosperando juntos – é preciso, na minha opinião, ter em mente que muito pouco resultado veremos nós, pessoalmente. Qualquer mudança assim, estrutural, costuma levar uma, duas ou até mais gerações para se consolidar. Quanto tempo leva um ciclo de educação como o da Coreia do Sul, por exemplo? E aí seria preciso um pouco de despego de si mesmo, de desprendimento da ideologia de consumo, imediatista e pueril, no máximo juvenil. Essa é a que prega que o imediatismo é o “must”. Menos propaganda e mais Jornalismo – com jota maiúsculo mesmo – também ajudariam bastante. Se até parar de fumar é difícil que dizer de tomar consciência de que todos somos cidadãos do mesmo país e que ou afundamos juntos ou prosperamos juntos? Correção: “afundamos”, não; permanecemos afundados.

     

    Imediatismo e egolatria são irmãos gêmeos – e da “jeunesse dorée” – que, apesar de divertidos e simpáticos, não têm a menor habilidade para a política.

  7. Bárbara Gancia

    Só porque ela não é de esquerda, não podemos estigmatizar sua reflexão.

    Interessante, lúcida e coerente com suas opiniões. E, principalmente, corajosa, pois, mesmo  estando muito próxima da elite e das madames herdeiras das Marchas pela Democracia e do Rosário em Família do Padre Peyton, que hoje batem panelas, Bárbara consegue ver a dubiedade de perasonagens políticos que procuram com lupa no PT e nos petistas os erros que perpassam por todas as suas biografias. Se não forem até maiores.

    Só falta um pouco de piedade por Dilma, cujos silêncio e inação talvez um dia revelem pressões econômicas a que poucos seriam capazes de resistir.

     

     

  8. Na boa, acho que Barbara  e o

    Na boa, acho que Barbara  e o Jô estão sentindo um que, de glamourização.tipo deixar um legado:naqueles tempos sombrios de 2015,quando tentaram dar um golpe de estado,o Brasil inteiro foi tomado por um pensamento de extrema direita.Nós resistimos! fomos perseguidos!.estavamos do lado do povo..pois em futuras analises hitoricas vai ser inegavél a histeria e hipocrisia que dominou 2015!

    1. Pô, Bárbara e Jô, agora que a

      Pô, Bárbara e Jô, agora que a gente já está prestes a catar o Aécio, o Cunha, o Richa, que sabe até FHC, agora que o OESP, a Abril e até a Globo estão perdendo consumidores… ops! leitores, vocês vem querer por panos quentes?! Vocês não têm compromisso nenhum mesmo, hein? “Torcem” para quem ganha… Mas a construção da democracia exige constância, perseverança, seus… seus… seus artistas imediatistas, rs… Não querem perder audiência, né? Confessem aí…

  9. Bem vinda e … não cale a boca, Bárbara!

    Vc  neste artigo, como o Jô, talvez sejam o indício de novos ventos que comecem a tirar este cheiro podre de esgoto no ar.

    Eu que sou um “capistalista social”, nunca fui comunista, não sou petista, nem purista político, social ou quetais, estou perplexo de constatar que praticamente toda a minha rede de relações e parentesco (de bom nível socio-econômico) entrou neste absurdo linchamento de pêtês, Lulas e Dilmas e tudo que a eles se relacionem (até o Fachin!…)

    Sabemos que ningúem é perfeito, sejam pessoas ou instituições. Daí a que os (muito) piores queiram prevalecer “moralmente” sobre os menos piores é de uma sandice, cretinice, cinismo e hipocrisia que não se basta nestes adjetivos por si só, mas pelos efeitos nefastos que isto causa a uma nação, esta palavra desgastada que une um país à sua gente.

    Os que não conseguiram fazer em cerca de 95% dos nossos 515 anos no poder, o que os americanos fizeram em uns 170, (começando 120 anos depois),continuam a pensar-nos como um negócio deles, para explorar, corretar e alugar.Sem falar no descaráter humanista que têm em relação à sua própria GENTE (sim, sei que isto pra eles é uma bobagem).

    Enfim, que vc e o Jô (seres imperfeiitos como eu o todos) sejam o início de uma epidemia que grasse nos meios que poderiam e deveriam conduzir este país à destacada posição que pode ocupar entre as desenvolvidas nações.

    Fala, Bárbara, fala!

  10. Memória curta ou hipocrisia

    Não comenta nda dos tucanos paulistas. De FHC e seu ap em Paris de 15 milhões de euros ou a familia Serra e sua sorveteria de 100 milhões. Ou a falta de água que assola a capital paulista e vai deixar 10 milhões sem água em julho.

  11. Bárbara Gancia

    Parabéns Bárbara Gancia, estamos precisando de opiniões isentas de partidarismos baratos. Uma democracia se sustenta, entre outras coisas, por uma oposição inteligente. Abç

  12. SIntomático

    O PT volta a ser o queridinho de um monte de pseudo-intelectuais de boteco, como a uns 30 anos atras.

    Prova cabal de que, politicamente, está virando poeira.

    Mais uns anos e volta a ter seu programa eleitoral repleto de gente “classe a” querendo ser “chique” por defender os oprimidos.

  13. Grato mas… não.

    Humm… agradeço mas declino do convite para participar de revanchismo. Revanchismo é tudo de que os conservadores precisam para alegarem:

     

    – “Tá vendo? Não somos apenas nós que demonizamos.”

     

    Aliás o que se viu nos últimos discursos de Lula, por ocasião do 1o. de Maio, no lugar da positividade de sempre, foi a contaminação pelo ódio destilado pelos jornais conservadores. Ressentimento puro no lugar da costumeira esperança. Dá para entender mas não sei se é uma boa postura, principalmente para quem pretende continuar na luta democrática por um Brasil melhor e mais positivo. Tenho certeza de que, apesar de incoberta, a chama do “sem medo de ser feliz” ainda habita o coração de Lula e de milhões de outros brasileiros.

     

    À articulista:

    Se sua entrada no grupo dos que questionam a imprensa é sincera, cara Bárbara, seja muito bem vinda.

     

     

    Marcos Piccirillo

    1. Verdade, o truque é velho e

      Verdade, o truque é velho e ainda em uso pelos alunos do ginásio: cutucar, com um sorriso cínico na cara, o colega sério para capitalizar em cima da sua reação. Foi o que Aécio Neves da Cunha fez com Dilma, por exemplo. E aí quem leva a fama de agressivo é quem reagiu. Talvez seja esse o estratagema conservador, nesse momento em que sua agressividade hostil começa a ficar evidente, tanto nos kataguiri da vida quanto em reinaldosazevedos, luizescarlos prates, sheherazades e que-tais. Sem falar no absurdo que foi o massacre de meia hora de Richa contra funcionários públcos. Os conservadores agora querem parecer bonzinhos, o que, se descuidar, faz com que os progressistas fiquem com a imagem de malvados. O negócio é continuar positivo, propositivo, otimista, endurecer sem perder a ternura jamais e trabalhando, que a verdade aparece. Afinal temos um país mais bacana a todos que não pode parar de ser construído. Ou seja, não dá prá ficar dando bola prá lero-lero instigador de negatividades, temos mais o que fazer.

       

      Viva o novo!

  14. Falta alguém em Minas

    Nestas recentes “resenhas”, onde são expostas “viseras” do outro lado, fica sempre faltando um:

    Onde estará Zeze Perrela (amigão do tambem cruzeirense Aecim) e seu helicóptero ???

    1. E amodelo assassinada?

      E a modelo assassinada?

      E o acusado do crime, que se diz inocente e que hoje está solto e ninguém sabe onde está?

  15. Tudo bem Sra. Gancia

    O centenário descaso e opressão só confirma que a Justiça Social é um termo que não existe no manual da direitalha e que você escolheu ser direita pela meritocracia. Talvez os milhoes que sairam da condição de miséria fizeram vocês refletirem a respeito.

    É tarde, lamentável mas melhor do que nunca. E talvez possa até conseguir achar graça das suas palhaçadas em meio um texto que pretende ser sério.

  16. Com permissão do trocadilho barato:

    Uma ´barbara´ reflexão que tenho feito inclusive dentro de meu partido – PSB – pois ao ver o perfil dos manifestantes que estão saindo às ruas, não resta dúvida: eles não se conformam com o lado bom dos governos petistas. 

    Não resta dúvida que é a redução da miséira e a ampliação de direitos sociais até da empregada doméstica em pleno 3º milênio colocando em termos de dignidade social esse trabalho remanescente do sistema escravocrata que os motiva.

    Também é motivação dos reaças essa nunca vista desenvoltura de instituiçoes do estado democrático como a Polícia Federal, o Ministério Público e até o judiciário sempre tão cordatos com o stablishiment ousando aprofundar investigações onde ´não deviam mexer´, tais como os zelotes, as contas do Hsbc, cartéis, concorrências públicas e seus aditivos, enfim, tudo isso, incomoda muita gente.

    Enfim, em alerta ao desejado golpe branco em curso, precisamos que os democratas estejam dispostos a contrariar a corrente e denuncia-la em alto e bom tom.

    Parabéns Barbara! Estejamos alertas.

  17. No universo daqueles que, nas

    No universo daqueles que, nas palavras de Bárbara Gancia, não votam em partidos de esquerda “nemfu”, creio que existe também o grupo daqueles que têm um conceito arraigado de que os militantes de esquerda são, em sua maioria, “porra locas” irresponsáveis que, mesmo tendo boas intenções, são inexperientes para governar e a única coisa que sabem fazer com maestria é criticar os opositores, boicotar suas políticas, mesmo as que estão dando certo, e tentar convencer o povo de que os governantes que estão no poder são todos ladrões, mal intencionados e incompetentes.

    Nesse mundo nada se cria, tudo se transforma.

    Se formos analisar a situação atual com isenção, vamos constatar que a direita (ou os conservadores, se preferir) é que hoje se enquadra nesse perfil. O que mostra que o problema não é a esquerda versus a direita, nem conservadores versus progressistas, mas sim a costumeira falta de visão ou de responsabilidade de quem está na oposição.

    E por falar em irresponsabilidade, não me lembro de ter visto no Brasil algo mais grave do que a gestão da Sabesp que resultou na crise de água em SP. Daria para escrever um livro listando os prejuízos em cascata que atingiram toda a população. E que a imprensa só ignora porque é responsabilidade do partido que apoia. Algo sem dúvida merecedor de impeachment. Também merecedor de impeachment foi a repressão violenta do governador do Paraná aos professores. Poderia ter resultados em mortes. Digna de ditaduras e governos comunistas autoritários da pior espécie.

    A corrupção também seria digna de impeachment, mas como ela abrange toda a política, não dá para radicalizar, porque não sobrariam políticos suficientes para governar o país e o resultado seria a troca do ruim pelo pior. E punir a corrupção só de um partido é indubitavelmente perseguição política, sem qualquer contribuição para a redução da corrupção. Aliás, pelo contrário, só faz com que ela aumente, já que mostra que o mais importante não é ser honesto, mas sim estar do lado de quem tem mais poder e a mídia oligopolizada a seu favor. 

    Vários comentaristas estão dizendo, e eu concordo com eles, que o ódio que os antipetistas extremistas estão tentando fomentar contra o PT e seus simpatizantes se equipara ao ódio instigado contra os judeus na época do nazismo. Que culminou com pessoas de bem cometendo verdadeiras atrocidades, das quais só se deram conta quando era tarde demais. Um dia desses alguém comentou sobre a agressão contra um fotógrafo parecido com o Lula. E também com os bonecos do Lula e da Dilma pendurados enforcados em um viaduto. Pode não parecer, mas são coisas gravíssimas. Se as pessoas de bem não se posicionarem contra essas barbaridades, ai sim o país pode tomar um rumo trágico. E ainda vai ter gente que vai culpar o PT. Quando na verdade a culpa terá sido dos extremistas, que preferem ver o Brasil em guerra do que se conformar com o PT no poder, e daqueles que perceberam o que estava acontecendo, mas preferiram se omitir.   

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