Fachin abre inquérito contra Temer

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Beto Barata/PR/Fotos Públicas
 
Jornal GGN – Michel Temer teria cometido o crime de concordar com a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) durante o seu mandato na Presidência da República. Por isso, a Constituição prevê que ele pode ser responsabilizado. Com base nisso, o ministro relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, abriu um inquérito contra Temer.
 
O pedido partiu da Procuradoria-Geral da República, com base na delação premiada já homologada pelo STF de Joesley Batista e Wesley Batista, empresários do frigorífico JBS, que coletaram provas contra o peemedebista, com o monitoramento das próprias autoridades policiais.
 
Enquanto isso, a resposta do mandatário tem sido a de que ele é vítima de uma conspiração. Segundo a jornalista Andreza Matais, do Estadão, Temer disse a senadores ainda na manhã desta quinta-feira (18) que estava sendo a vítima das acusações, uma vez que “está firme” no posto e já sentenciava, antes mesmo de um pronunciamento: “Não vou cair!”.
 
Com os parlamentares aliados, em um dos encontros desde que o escândalo foi deflagrado, o peemedebista repetiu diversas vezes: “É uma conspiração, não vou cair”.
 
De outro lado, Michel Temer teria admitido a pessoas próximas que “concordou” com uma “ajuda humanitária” a Eduardo Cunha, negando o ilícito da anuência da compra do silêncio do parlamentar. “Foi tudo num contexto humanitário”, teria narrado um amigo de Temer, segundo coluna de Monica Bergamo, nesta quinta.
 
“O presidente diz que jamais pensou que isso poderia beneficiá-lo com o silêncio e Cunha”, teria acrescentado a pessoa próxima ao jornal.
 
Joesley Batista gravou uma conversa que teve com o mandatário, em 7 de março, no Palácio do Jaburu, a residência do peemedebista. No diálogo, o empresário do frigorífico contou que estava pagando uma mesada a Cunha e a Lúcio Funaro, apontado como o operador do ex-presidente da Câmara, ambos presos pela Operação Lava Jato, para que ficassem em silêncio sobre irregularidades relacionadas a aliados. 
 
“Tem que manter isso, viu?”, disse Temer a Joesley, sobre a compra de silêncio de Cunha.
 
Leia mais: Temer tentará abafar crise, mas é convencido a fazer pronunciamento
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. Uma pergunta… A JBS disse q
    Uma pergunta… A JBS disse q não foi tratado com Temer o tal pagamento, mas q sabia e estava de acordo. De quem foi a iniciativa então? Essa informação apareceu em algum lugar?
    Agora, ajuda humanitária é dose, hein? Desde qdo o Cunha é um pobre coitado sem $$ e precisa de mesada na cadeia?

  2. Temer não deve renunciar, mas suicidar-se para o bem geral

    Renuncia não, Temer. Se enforca, se for por falta de corda, eu te envio via email 100 metros de corda e mando 200 metros para p Aécio, pois ele queria matar o seu intermediário para evitar a delação.

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