Fernando Holiday ataca as eleições: “manipuladas”

Johnny Negreiros
Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.
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Por causa de suposta denúncia de Fábio Faria, eleições estariam "sujas, imundas", "independentemente do resultado", disse ele

Instagram Holiday

O vereador paulistano Fernando Holiday (Republicanos) acusou as eleições deste ano de terem sofrido “fraude”: “as eleições foram manipuladas, e não foi uma manipulação escondida, foi às claras”. O vídeo no Instagram já tem mais de 273 mil visualizações.

Roubaram de Bolsonaro mais de 154 mil inserções comerciais! Se isso tudo fosse colocado em uma emissora só, seriam 53 dias ininterruptos de propaganda de Jair Bolsonaro! […] É não é um erro, é um roubo absolutamente inédito na história do Brasil.

falou Holiday

Segundo ele, se a Justiça Eleitoral “não tomar nenhuma atitude”, “essas eleições, independentemente do resultado, estarão sujas, imundas”.

A alegação vem na esteira da suposta denúncia apresentada nesta segunda-feira (24) pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, ao lado de Fábio Wajngarten, ex-comandante da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) e atualmente um dos coordenadores da campanha à reeleição de Jair Bolsonaro.

Em entrevista coletiva, ambos anunciaram que auditorias realizadas por duas empresas teriam evidenciado que 154 mil inserções comerciais do presidente não foram veiculadas nas rádios de todo o País, mas especialmente no Nordeste, onde muitos governadores são do Partido dos Trabalhadores.

LEIA: Carta de golpe de Bolsonaro está guardada para o segundo turno

Questionados sobre os nomes das companhias que fizeram o levantamento eles não responderam nem informaram em que estações de rádio isso teria acontecido. No entanto, informaram que o número se referiria somente ao segundo turno, ou seja, depois do dia 2 de outubro.

Bolsonaro costuma fazer ataques, sem provas, à lisura do processo eleitoral e à segurança das urnas eletrônicas.

Moraes exige provas

Na sequência, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, exigiu que a coligação de Bolsonaro apresente provas sobre as supostas fraudes contra o atual mandatário.

Os partidos têm 24 horas para apresentar “documentos sérios que comprovem sua alegação”, sob risco de terem cometido eventual crime eleitoral, caso não cumpram a ordem.

Segundo o ministro:

“Os fatos narrados não foram acompanhados de qualquer prova e/ou documento sério, limitando-se o representante a juntar um suposto e apócrifo relatório de veiculações em Rádio, que teria sido gerado pela empresa ´Audiency Brasil Tecnologia´. Nem a petição inicial, nem o citado relatório apócrifo indicam eventuais rádios, dias ou horários em que não teriam sido veiculadas as inserções de rádio para a Coligação requerente; nem tampouco a indicação de metodologia ou fundamentação de como se chegou à determinada conclusão.”

Guinada bolsonarista

Desde a saída do Movimento Brasil Livre (MBL) em 2020, Fernando Holiday e seu assessor parlamentar, Lucas Pavanato, têm se aproximado do bolsonarismo. Enquanto o grupo se tornou oposição ao presidente, Holiday e Pavanato adotaram postura diferente.

Os dois marcaram presença nas manifestações bolsonaristas do último dia 7 de setembro, no feriado de 200 anos de Independência do Brasil.

Em 2021, ambos se filiaram ao partido Novo, que também teve guinada em direção a Bolsonaro. No entanto, após o fiasco nestas eleições de 2022, Holiday e Pavanato deixaram a sigla. Eles se candidataram pela legenda a deputado federal e estadual, respectivamente, mas não se elegeram.

Atualmente, Fernando Holiday é filiado ao Republicanos, mesmo partido de Tarcísio de Freitas, candidato bolsonarista ao Governo do Estado de São Paulo.

LEIA: Novo x MBL: o que está por trás do afastamento dos dois grupos

Johnny Negreiros

Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.

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