Empresários queriam crédito aos pequenos, Bolsonaro lhes deu contenda com STF

Jair Bolsonaro levou a conversa para o lado da flexibilização da quarentena. E os forçou na caminhada.

Jornal GGN – Os empresários que caminharam com o presidente Jair Bolsonaro até o Supremo Tribunal Federal para pressionar pelo fim do isolamento, não tinham tal intenção. Sua pauta, com Bolsonaro e Paulo Guedes, era bem diferente.

Segundo apurado pela Folha, em matéria de Bruna Narcizo, os empresários foram em busca de ‘discutir a situação da indústria, ações e doações para o combate ao novo coronavírus, retomada do setor produtivo —com a explicação de que a pandemia veio logo após uma longa crise que atingiu as indústrias— e retomada do crescimento econômico, com diminuição do custo Brasil e a volta da agenda de reformas’.

Mas Jair Bolsonaro levou a conversa para o lado da flexibilização da quarentena.

A Folha apurou que, após entrar no assunto e obter um único gesto de concordância, Bolsonaro desafiou os empresários a irem com ele pressionar o STF e dizer que a indústria está precisando de oxigênio.

O grupo, chamado Coalizão Indústria e marcadamente apoiador de Bolsonaro, queria discutir o planejamento para a reabertura, para que o setor se preparasse. Não pediram, relatam empresários, nenhuma pressa para a reabertura de comércio, pois que sabem ser isso de alçada de governadores e prefeitos.

O grupo vem se reunindo com frequência com o governo e, recentemente, estiveram com Paulo Guedes, sugerindo a utilização de bancos públicos para ajudar a liberar o dinheiro emergencial para pequenas e médias empresas em dificuldades.

Esta era o ponto principal da pauta com o presidente. Ele e Guedes reconheceram que o dinheiro ainda não chegou na ponta, e disseram estar trabalhando para isso.

E o grupo afirma que o governo ainda não apresentou nenhum tipo de proposta concreta para que o crédito chegue às empresas.

A Coalizão surgiu como alternativa ​para industriais terem uma interlocução direta com o governo, sem depender de entidades como a Fiesp (Federação da Indústria do Estado de São Paulo). Atualmente, conta com 15 entidades do setor.

Os empresários que acompanharam Bolsonaro eram José Ricardo Roriz Coelho, da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria de Plástico), Fernando Valente Pimentel, da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), José Velloso Dias Cardoso, da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Paulo Camilo Penna, presidente do Snic (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento), Elizabeth de Carvalhaes, da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), Synesio Batista da Costa, da Abrinq, Haroldo Ferreira, da Abicalçados (Associação Brasileira da Indústria de Calçados), Ciro Marino, da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), José Jorge do Nascimento Junior, da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), José Rodrigues Martins, da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Reginaldo Arcuri, da FarmaBrasil, José Augusto de Castro, da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), Marco Polo de Mello Lopes, da Coalizão Indústria, Humberto Barbato, da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) e um representante da Anfavea.

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Redação

5 Comentários

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  1. Bolsonaro – aliás, seu governo, pois exemplos não faltam – faz muito barulho, agita-se, fala, esperneia.
    Mas está evidente que, quanto mais se mexe, mais colorido parece, mais ativo.
    Ele se parece com aquele paciente que parece muito “vivo”, mas que se agita em torno de algo que não pode tocar. Claro, dão um bocado de trabalho, há “pistas falsas”, e quanto mais você tenta seguir e interpretar de acordo com que as coisas aparecem, você se vê num beco sem saída.
    Por isto, ler notícia após notícia, todas com o mesmo jeito (ora muda um tópico ou outro, mas a linha, a atitude do governo não muda), começa a cansar.
    Afinal, são seus problemas: as investigações no RJ, falta de política econômica adequada à realidade (Guedes cai em depressão ou surta quando?), apoio derretendo (a falta de quadros efetivamente técnicos só leva a aparelhamento militar), contradições que desaguam no quero-quero, ou melhor, no centrão.
    Esta atitude de “lobo solitário”, “estão contra mim” merece interpretação. E bater pesado nisso. Bate que cai.

  2. Forçou? Coitadinhos dos grandes empresários. Tão fraquinhos que foram “forçados”. Na realidade, estão preocupadíssimos com mortandade que o COVID-19 está provocando e tudo indica vai aumentar, com a vida de seus empregados e familiares e seus empregos. E foram, justamente, pedir ao governo que desse prioridade à vida do povo brasileiro. Para eles todos, diante da situação catastrófica, os lucros são secundários. Emocionante.

  3. A indignação seletiva dos covardes. Ou: é fácil rosnar pra cachorro morto

    Weintraub, em reunião oficial, dentro da sede do governo, legitimamente gravada, disse que o STF é composto por 11 filhos da puta. E vai ficar por isso mesmo! Lula, num grampo criminoso a uma Chefe de Estado, em conversa privada (entre velhos amigos), então submetido a massacrante e concertado lawfare (que o diga a Vazajato), disse que STF parecia acovardado pela pressão da lavajato/mídia; com isso, atraiu a revolta indignada dos valentes ministros, simbolizada em nota pública do decano. Depois os frouxos reclamam de tirania!

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