Rui Daher
Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor
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Um País que se recusa ao desenvolvimento, por Rui Daher

Um País que se recusa ao desenvolvimento

por Rui Daher

(Para o GGN)

Quando vi Luís Nassif se referir a APL logo pensei em, à direita, Associação dos Procuradores Lobotomizados, e à esquerda Amplificadores do Pensamento Livre. Mas, não. Qual minha surpresa ao ver que ele, ao mencionar Nova Serrana (MG), tratava dos Arranjos Produtivos Locais, modelo que, durante anos (podem pesquisar), defendi como caminho vital para o desenvolvimento do Brasil? Se nosso forte é a produção de bens primários, principalmente os agrícolas, e em nossos mais de cinco mil municípios a grande maioria parte dessa atividade, por que não “arranjá-la” para um mercado interno e externo de maior valor agregado e de melhor renda para as populações locais?

Mais uma vez, e como sempre de forma autonômica, vejo em minhas andanças o exemplo de Nova Serrana se repetir em várias cidades. Nem sempre com ajuda de qualquer nível governamental, como o exemplo calçadista citado. Pela instância federal foi aniquilado, na estadual relativizado, na municipal depende de alguma boa alma. No mais, vão como Deus fez a mandioca, “de qualquer jeito”. Mesmo assim, tão óbvias, se arranjam.

(Da CartaCapital)

Tenho-me recusado a tangenciar o momento político brasileiro nas colunas. Já o fazem às mãos-cheias. Sei que assim perco leitores da coqueluche do momento. Os “efezinhos” vão dos milhares às centenas, facilmente. Compartilha apenas quem quer incomodar algum desafeto; 90% da opinião nacional se dirige a isso, 5% à contratação de Neymar pelo PSG, e os demais 5% pedem que Deus nos ajude. Este o que mais posso esperar.

O Brasil, em pouco mais de um ano, como aquelas caixas que vão decrescendo suas dimensões até que na última caiba apenas uma pulga atrás da orelha, jogou fora, a paneladas, 31 anos de reconstrução democrática. Pior, expusemos a mediocridade da maioria dos brasileiros que atuam nos Três Poderes e nas folhas e telas cotidianas, e passamos a ser o miquinho do planeta.

Mesmo no agronegócio não encontro pérolas para lhes expor. Campeões nacionais como Joesley, lateral do Galo, e Wesley, da Raposa? Como um ministro da Agricultura, Blairo Maggi, um dos maiores produtores individuais de soja do mundo, que sabe tratar uma semente, plantá-la, usar inoculação, acompanhar as fases da vegetação ao ponto da colheita, não sabe cuidar de burocratas em Brasília e dar recursos à Embrapa?

Sou insistente e procuro. De prima, encontro o senhor Fernando Gonçalves Neto, engenheiro mecânico e presidente da Jacto, empresa tradicional de máquinas e equipamentos agrícolas, que declara à revista Globo Rural (julho, 2017): “num exercício de futurologia, acredito que em quatro ou cinco anos a máquina autônoma já será uma realidade no mercado”.

Claro que o doutor fala em agricultura de precisão, onde o dono da fazenda senta a bunda em escritório ou cabine de máquina agrícola e monitora, digamos, o mínimo, até mesmo Deus. Ou não? Nando, apenas se aproveita de tecnologias, não tão novas assim, para melhor avaliar a empresa no mercado e seu bônus de fim de ano, diante de concorrentes multinacionais.

Caboclos, campesinos, caipiras, sertanejos e ruralistas pouco endinheirados, sacaram? A conversa do futurólogo é com vocês. Filme que já assistem há décadas. Eles os acham caros, ineficientes e com muitos “direitos trabalhistas”. Em 4 a 5 anos, sobrar-lhes-ão formar duplas sertanejas ou disputar rodeios em cavalos mecânicos.

Dizem os dicionários e aceita o saber comum: “autônoma, é aquela que não se deixa influenciar por ninguém”. A tecnologia de automação avança em qualquer atividade, é histórico, mas até que página? São milhares de culturas alimentícias, fibras, combustíveis, silvicultura, pastagens, módulos de terras, relevo, fases dos plantios, nutrição e fisiologia vegetais.

A agricultura brasileira confunde a própria dialética. Vista assim do alto, se faz orgástica e só se expressa em números, recordes, volumes, ilusões. Com a lupa, vive a contradição de não entender que o passado comporta um futuro melhor. Está sem dialética, não há contestação. Mais um ano seremos recordistas na produção de grãos, é o que basta para generalizar o sucesso e abafar todas as mazelas que mostram subjacente um estado de putrefação.

Gente do campo, não se assuste com o que diz o Dr. Fernando. Sua verdade não enxerga um planeta diversificado e seu besteirol para uns vai até a página 9, para outros até a 32, e para alguns nem passa da orelha da capa. O livro da atividade laboral no campo não tem fim. O que se quer é amedrontá-los e roubar-lhes mais fácil os direitos.

Há infinitas culturas que nascem da terra, da água, do homem. Têm a idade do planeta. Nelas, uma infinidade de formas de plantio, mais técnicas ou não, mais devastadoras de biomas ou não, mais dependentes de mãos lavradoras ou não, de maior possibilidade de agregação de valor para o comércio capitalista, ou não.

São de nossas escolhas, possibilidades e vocações, dependendo do lugar do mundo em que vivemos. As máquinas do Nando, um dia, poderão ajudar um ou outro, mas nunca os eliminarão.

Pelo contrário, vocês crescerão. Só peço uma coisa, não ajudem a crescer a bancada ruralista no Congresso Nacional. Ela já cresceu o suficiente e apenas em benefício de seus 250 componentes.

Volto ao assunto, se não vomitar ao escrever sobre eles.

 

 

Rui Daher

Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor

4 Comentários

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  1. um pais….

    Caro sr. Rui, mas Nova Serrana é nacionalista, capitalista e meritocrata. O problema de 40 anos de Redemocratização é que escolhemos, sim, escolhemos; acreditamos e colocamos todos os ovos e seus 50 Tons de Vermelho numa só cesta.  Os ovos que a Europa não consegue produzir nem saindo de cloacas subsidiadas. Assim como seu frango bomba atômica ou suas vacas-lsd-loucas. Aqui, ao invés de precionarmos por nossos produtos e nossa agropecuária, que é fantástica, extraordinária e gigantesca como é o país, arranjamos uma tal de Carne Fraca.  É muito fácil entender o país e os políticos de quem a Bancada Ruralista tem que se defender. Inclusive defender aos pequenos que são os priimeiros a apanhar. O Gigantismo do Agronegócio está espalhado em milhares de médias e pequenas propriedades familiares. E o sr., mais que ninguém, sabe muito berm disto.  Nova Serrana cresce com trabalho, comércio, indústra, formação de classe média assalariada, nacionalismo….tudo que nossa esquerdopatia bipolar tupiniquim pregou ser contra. Metade do barco remando para a proa e outra metade remando para a popa,iremos para onde fora não sair do lugar e afundar. Parece familiar? Tratemos antes nossa esquizofrenia.abs. 

    1. zé….

      Caro sr.Rui, o discurso é ambiguo e bipolar. É claro que a esquerda é isto e demonstra com ações e discursos. Onde esta o discurso claro e evidente sobre o Brasil e seu povo acima de tudo? Álias, que esquerda? E que direita? Existe isto no Brasil? Ou apenas uma única elite parasitária que se sustenta do Poder Público e Orçamento do Estado? Tendo o Estado para se sustentar nababescamente , o que importa a Sociedade Civil? Para sair da discussão rasa de preferênciuas políticas, basta olhar para o Poder Judiciário. O Poder Judiciário é o emblemático exemplo do Estado Brasileiro. Serve para que fora sustentar suas castas? E o próprio Estado Brasileiro. Exemplo dado. abs. 

  2. Vou deixar alguns links aqui que eu penso ser interessantes

     

    Rui Daher,

    Não tenho dúvida que a agricultura e pecuária permanecerá como fonte de trabalho para muita gente. Ela requer evidentemente duas dimensões: a grande propriedade autossustentável e a pequena propriedade. É na pequena propriedade que estará a oportunidade de trabalho. Agora ela jamais será produtiva como a grande propriedade. E por isso terá que ser subsidiada.

    Como já comentei uma vez em algum texto seu no início do século eu montei umas quatro apostilhas de umas cem páginas cada uma com textos que eu baixei da Embrapa Gado de Corte. Fiz uma divisão de assunto para cada uma das apostilhas: 1) Administração, 2) Formação de pastagens e alimentação animal, 3) Cuidados veterinários e 4) Desenvolvimento genético. No site da Embrapa Gado de Corte havia uma fonte infindável de conhecimento. E de lá retirei quase todos os textos.

    Um texto importante que eu peguei logo de início foi sobre o tamanho mínimo de uma propriedade agropecuária lucrativa. São necessários mais de 500 hectares de terra de boa qualidade. Daí ficava visível que o pequeno proprietário no futuro será subsidiado. Atualmente já existe o financiamento subsidiado, mas digo de algo mais bem estruturado e com regulação como já existe na Europa. É mais para o futuro porque não cabe regulação no curto prazo se o interiorzão do Brasil ainda é bravio e sujeito a desmatamento e avanços que não se ajustam à regulação (Existe uma regulação mínima na medida que e estabelece proteção a vegetação ribeirinha e manutenção de reservas florestais).

    Na atual realidade é preciso dar apoio aos pequenos assentamentos, construindo barragens e disponibilizando maquinário e oferecendo assistência técnica para que a terra possa ser explorada de modo a atingir os melhores resultados. A ideia é ter 10 a vinte milhões de família vivendo no campo e ao mesmo tempo tendo condições de proporcionar saúde e educação para os filhos.

    Dito isso lembro aqui uma passagem que se deu comigo ali no início da década de 90 e que está vinculada a idéia dos Arranjos Produtivos Locais (APL) que você lembrou aqui, tendo em vista o post de Luis Nassif “Nova Serrana, a cidade que cresce na crise, por Luís Nassif” de segunda-feira, 14/08/2017 às 09:49 aqui no blog dele e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/nova-serrana-a-cidade-que-cresce-na-crise-por-luis-nassif

    Alí no início da década de 90, estavam sendo criados novos municípios em Minas Gerais. Eu sempre fui defensor da criação de pequenos municípios e favorável a que se dê mais assistência a esses municípios, para que eles possam desenvolver e assim possibilitar o crescimento da cidadania. Cidadania que envolve a política com as eleições de prefeitos e vereadores que a esquerda e a maioria dos técnicos com viés de esquerda são contrários pois vem os políticos apenas como representantes dos ricos quando não de si mesmo.

    No nosso mundo e principalmente nos países mais desiguais a representação é realmente disfuncional, mas ela é o único caminho e temos que lutar para o aperfeiçoamento dessa representação e não a combater. E para esse aperfeiçoamento os pequenos municípios são um instrumento importante dada a menor desigualdade que existe neles. Assim eu sempre interessei por modelos alternativos que conseguissem evitar que os pequenos municípios se desmilinguissem.

    Eu sempre considerei a política a atividade mais importante de uma nação. E a sociedade há de caminhar nessa direção. Vai sobrar mais horas para a população exercer mais a cidadania, lá na frente quando as máquinas estiverem substituindo o trabalho humano. E o exercício da cidadania requer um contato maior com o seu representante. Este uso de mais tempo livre para exercer a cidadania foi o objeto do artigo de Fernando Nogueira da Costa e que foi publicado aqui no post “Advogado do diabo em defesa da ‘desindustrialização’, por Fernando Nogueira da Costa” de sexta-feira, 14/07/2017 às 07:00, publicado aqui no blog do Luis Nassif, e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/advogado-do-diabo-em-defesa-da-%E2%80%98desindustrializacao%E2%80%99-por-fernando-nogueira-da-costa

    Voltando à criação de municípios em Minas Gerais no início da década de 90, na época bastante interessado em levar algumas ideias para serem exploradas, eu fui assistir um Congresso Mineiro de Municípios. Lá, em uma palestra propus ao técnico de um órgão de pesquisa que apresentava a paletra a proposta de Minas Gerais desenvolver pequenas indústrias de reciclagem para operar em cada município de Minas Gerais. Era uma pergunta cumprida e ele não entendeu direito e aproveitou para dizer que o termo não era indústria de reciclagem, mas usina de reciclagem.

    Na verdade, eu não me expressei direito e usei uma só terminologias para duas ou mais idéias diferentes. O que eu queria dizer era que Minas Gerais precisava aproveitar a grande quantidade de municípios para transformar isso em ganho competitivo. Uma idéia seria que em cada município tivesse uma ou várias mini-usinas de reciclagem. O Estado se encarregaria de desenvolver pesquisas para criar tecnologias de reciclagem. Uma vez criada a tecnologia de reciclagem iriam ser desenvolvidos os equipamentos, maquinários e peças para o processamento da tecnologia de reciclagem.

    Só que esses equipamentos, maquinários e peças seriam produzidos industrialmente. Então haveria em Minas Gerais uma grande indústria de equipamentos, maquinários e peças para a montagem de usinas de reciclagem. A demanda pelos equipamentos seria grande não só pela grande quantidade de municípios, mas também porque eu imaginava uma legislação que incentivasse a instalação das mini-usinas de reciclagem nos municípios.

    O material produzido pela indústria seria fornecido para as mini-usinas de reciclagem que operariam a tecnologia de reciclagem desenvolvida pelos órgãos de pesquisa. Tudo isso eu representava pelo termo indústria de reciclagem.

    E por fim lembro que lá no post “Nova Serrana, a cidade que cresce na crise, por Luís Nassif” eu fiz um comentário junto ao comentário de Manu bhz, enviado segunda-feira, 14/08//2017 às 12:59, em que ele diz:

    “Na verdade nova serrana era um polo de calçados falsificados. De tão bem falsificados e cansados de combater a falsificação que umas empresas contrataram empresas da região para produzir os originais, o resto é conversa para boi dormir.”

    Eu enviei um comentário quarta-feira, 16/08/2017 às 14:32, em que, muito preso ao que ele diz na primeira frase, eu dei o seguinte título ao meu comentário: “Observação importante, mas precisa de complementos”. Na verdade, a parte final do comentário de Manu bhz já continha o complemento suficiente à primeira frase.

    O complemento que eu dei foi retirar um trecho do artigo acadêmico “A indústria de calçados de Nova Serrana (MG)” de autoria de Wilson Suzigan (Professor do Instituto de Geociências da Unicamp), João Furtado (Professor da UNESP e da Escola Politécnica da USP), Renato Garcia (Professor da Escola Politécnica da USP) e Sérgio E. K. Sampaio (Mestrando em Desenvolvimento Econômico – UFPR), e que fora publicado na revista Nova Economia, Belo Horizonte,15 (3), páginas 97-116, de setembro-dezembro de 2005. O artigo pode ser visto em pdf no seguinte endereço:

    http://www.scielo.br/pdf/neco/v15n3/v15n3a04.pdf

    Eu transcrevi um trecho que vai do final da página 102 até o início da página 104 da revista onde o artigo foi publicado. E do trecho transcrito eu volto a transcrever três partes para as quais eu dei destaque no meu comentário para Manu bhz. O primeiro descreve o surgimento, o crescimento e a queda na primeira fase de industrialização de Nova Serrana:

    “Das 48 fábricas existentes em 1972, pulou-se para cerca de 400 em 1985. O auge do crescimento parece ter ocorrido no ano de 1986, com o Plano Cruzado, mas a crise subseqüente, que marcou o fim do plano, atingiu profundamente a indústria local.”

    Na sequência eu transcrevo a parte em que há a explicação para o motivo da recuperação:

    “O que parece ter ocorrido é que, em reação à crise dos anos oitenta, um empresário imitador local, burlando as regulamentações de marcas e patentes, iniciou a produção de “similares” de marcas famosas de tênis, especialmente a Nike. O sucesso comercial desse tipo de produto deu origem a um processo, que, por fim, se revelou virtuoso, de aprendizado e disseminação de conhecimento na fabricação de tênis.”

    E no final há a descrição da atual situação de Nova Serrana no mercado de calçados e da situação dos produtos falsificados:

    “Hoje a produção de tênis responde pela quase totalidade da produção de calçados de Nova Serrana, que participa com cerca de 55% da produção nacional. A falsificação foi reduzida a cerca de 3% da produção, o que equivale a cerca de 10 mil pares/dia.”

    Bem, os Arranjos Produtivos Locais são outra expressão para o que é também conhecido por Cluster Industrial. Uma vez se tenha conseguido fazer um aglomerado de indústria a tendência é o crescimento contínuo a menos que a fonte daquele aglomerado se esgote ou uma outra concorrência torne aquele aglomerado pouco produtivo. Com a dinâmica atual na parte de inovação esse segundo problema é o mais sério quando se tenta implementar via a intervenção estatal áreas de maior densidade industrial.

    De todo modo, o que se ganha em escala e escopo com esses aglomerados industrial é de tal ordem que a presença do Estado com assistência técnica e investimentos na infraestrutura e logística do local é imprescindível. E esses aglomerados trazem ganho também na habilidade industrial do empregado e também do empresário que repercute na produtividade industrial do país.

    E o caso de Nova Serrana é interessante porque mostra como os aglomerados são produtivos e como a origem deles pode ser a mais diversificada possível. E a origem na falsificação não pode ser tida como uma nódoa suprema. O tempo cicatriza tudo isso. E é através dela que o desenvolvimento industrial vai-se locomovendo de lugar para lugar. Ninguém fica reinventando a roda, mas a medida que se a utiliza aprende-se a entender todos os demais mecanismos que estão associados a ela. Japão (Esse menos porque iniciou o processo de cópia no final do século XIX e início de XX), Coreia e China cresceram muito a partir do final do século XX com imitações desenfreadas.

    E no meu comentário para Manu bhz eu lembrei de um texto de Fernando Henrique Cardoso que é negligenciado, mas que talvez seja uma das poucas coisas de mérito que ele produziu. Trata-se do artigo “Originalidade da cópia: A Cepal e a idéia de desenvolvimento” que foi publicado em “As ideias e seu Lugar: ensaios sobre as teorias do desenvolvimento”. Não se trata de uma criação de Fernando Henrique Cardoso. Isso é mesmo ideia da dialética marxista e o amigo dele Roberto Schwarz deve ter repassado para Fernando Henrique Cardoso algumas ideias que o permitiram escrever o artigo que deveria ser mais divulgado.

    E por fim pondero sobre a perspectiva brasileira. Precisaríamos de uma moeda desvalorizada. Algo em torno de 3,5 dólares. Se conseguíssemos manter isso por vinte a trinta anos, rapidamente, isto é, após três a cinco anos, teríamos crescimento de 5 a 7% ao ano. Defendo isso há mais de trinta anos. No entanto, o Brasil é governado por pessoas que vivem melhor com a nossa moeda valorizada. E, sendo assim, esse desiderato da moeda desvalorizada puxar o nosso desenvolvimento se esvai como um sonho.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 18/08/2017

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