Presidente Lula assume presidência do Mercosul nesta terça-feira

Entre as pautas, acordo com a UE é uma das principais. Venezuela deve permanecer de fora do grupo, apesar da aproximação brasileira com o país

O presidente Lula sorri e faz um sinal de "positivo" com as mãos.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Brasil ocupará a cadeira de presidente do Mercosul nesta terça-feira. Alberto Fernandez, aliado de Lula, cede ao chefe de estado o assento em meio a tensões com a União Europeia, assunto que deve ser priorizado em discussões com os países vizinhos, Argentina, Uruguai, Paraguai e outros países.

Lula participará do bloco pela primeira vez em seu mandato e é possível que traga à tona a insatisfação com as exigências ambientais feitas pela UE para ratificar o acordo de livre comércio entre os dois blocos. A pauta trouxe discussões desde o início do ano.

O retorno da Venezuela ao Mercosul, apesar da aproximação de Lula com Nicolás Maduro, não deve acontecer. O país foi suspenso do bloco em 2016, por violar a cláusula democrática, um critério estipulado pelo Protocolo de Ushuaia. 

De acordo com a embaixadora Gisele Padovan, “não há previsão [de retorno do país ao grupo, mas é um tema que está na nossa pauta”, anunciou.

“Gostaríamos de ver a Venezuela reintegrada ao Mercosul e, por isso, precisamos dialogar”

Gisele Padovan, embaixadora e secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty.

Outro assunto que deve estar presente no encontro é a intenção do Uruguai de firmar acordo bilateral com a China. Tanto o Brasil como a Argentina desaprovam a ideia. A crise na Argentina também deve ser discutida.

Tratados e acordos internacionais

Para o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, Maurício Lyrio, o governo brasileiro espera, na liderança do bloco, conseguir concretizar o acordo de livre-comércio com a União Europeia.

Após carta adicional enviada pelo bloco europeu, novas negociações foram necessárias, mas o Brasil pretende reafirmar o desejo de discutir o tema, mas ciente de que alterações no texto serão necessárias. 

Um documento será apresentado para os companheiros do Mercosul, e depois para a UE. “É um trabalho delicado, exigiu coordenação interna muito intensa, muito importante porque há muitos detalhes”, explicou. “Mas o que eu posso dizer é que não tardará que apresentemos o documento aos parceiros do Mercosul”, explica Lyrio.

Isadora Costa

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