Aliança pelo Brasil
A provável saga de Temer, o usurpador
por J. Carlos de Assis
Não é uma especulação descabida que Temer venha a ser despejado do poder num prazo relativamente curto. Isso poderá acontecer não apenas por causa das resistências em muitos setores populares a seu governo mas por causa sobretudo da evolução da crise real em que estamos metidos. Presidentes impopulares existem em todo lugar e, mediante múltiplos expedientes de manipulação da opinião pública, podem ir levando o barco. Entretanto, em situação de crises de grandes proporções, nenhum governante se aguenta, sobretudo se tiver o carimbo de usurpador.
Diante do desemprego crescente e da brutal contração da economia, ambos a serem agravados por uma nova rodada de ajuste fiscal prometida por Meirelles, teremos mais gente
na rua por causa do desespero com as condições de vida do que com os descaminhos da política. Contra uma crise real não há remédio fácil. Vimos isso, em pequena escala, com o ajuste Levy, fato que a própria Dilma admitiu ter sido um dos grandes erros de seu governo. Insistir em ajuste fiscal com a economia em depressão é algo à altura de somente ignorantes em economia como o ministro da Fazenda.
O presidente do BC também faz coro a essa estupidez. A diferença é que ele é mais sincero. Disse com todas as letras que para baixar a inflação tem que aumentar o desemprego. Lembro que o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, quando assumiu o cargo disse algo semelhante: para reverter a crise na Europa, disse ele, era necessário destruir o estado de bem estar social. (Marina deveria tomar nota disso antes de sair repetindo por aí, tal como um papagaio, que devemos ter banco central independente.) O fato é que estamos regredindo na história em questões sociais, não apenas aqui como na Europa.
Por minhas estimativas chegaremos ao fim do ano com taxa de desemprego beirando os 15% e contração da economia, se insistirem no ajuste, em 5% (o FMI já estima em 3,8%, e ele em geral calcula por baixo). No ano que vem poderemos chegar ao padrão espanhol e grego de desemprego, algo como um quarto da população ativa. Isso porque com os cortes prometidos nos investimentos públicos o quadro em 2017 poderá ser ainda pior que este ano: uma contração, de novo, da ordem de 5%. É algo inédito no mundo para países de nossas dimensões. E um convite claro a convulsões sociais das que derrubam presidentes!
Só um idiota pode imaginar que Temer tem competência para lidar com uma crise dessa envergadura. Ele dividiu seu ministério em satrapias e entregou a economia e as Relações Exteriores a neoliberais extremados. Neoliberais são muito bons para destruir, não para construir. Diante do desastre social iminente, só sabem pregar cortes no investimento público para, dizem eles, restaurar a confiança dos investidores privados. É uma solene idiotice. Não existe investimento privado de ponta, sobretudo em infraestrutura, sem prévio investimento público. Há 80 anos Keynes ensinou isso!
Diante desse quadro econômico não tenho nenhuma dúvida de que Temer vai cair. Tenho dúvida, sim, se vai cair em alguns meses ou se vão segurá-lo até o início de 2017. Se cair dentro de semanas ou meses deste ano, e desconsiderando a hipótese de Dilma voltar, terá de haver eleições diretas para presidente e vice-presidente da República. É um risco que os golpistas provavelmente não quererão correr. Assim o mais provável é que levem Temer na maca até o início do ano que vem e o forcem a renunciar a fim de que sejam convocadas eleições indiretas.
Nessa hipótese bastante provável, os tucanos vão querer o poder presidencial. Aliás, Fernando Henrique já avisou que seu partido vai retirar o apoio a Temer se ele fizer algo errado. Entretanto, qual dos tucanos vai ser consagrado na eleição indireta? Certamente as elites dominantes não tem confiança em Aécio, Serra ou Alkmin. O salvador da Pátria, convocado para por ordem na casa em nome da união nacional – tese do último programa do PSDB – provavelmente será nem mais nem menos que o príncipe dos sociólogos, um patriarca sempre disponível, Fernando Henrique Cardoso.
J. Carlos de Assis – Economista, professor, doutor pela Coppe/UFRJ.
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DEIXANDO AS DIGITAIS
Não
DEIXANDO AS DIGITAIS
Não há nada de novo no mundo, exceto a história
que não conhecemos. (Harry Truman)
Os que leram “Todos os homens do Xá”, de Stephen Kinzer (Bertrand Brasil, 2004), conheceram nas palavras de Kermit Roosevelt, agente da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos da América (EUA), o passo a passo do golpe que tirou o primeiro-ministro Mohamed Mossadegh, em 1953, do Governo do Irã, para favorecer a empresa de petróleo Anglo-Iranian Oil Company.
Saltemos a História para 2010, quando os mesmos métodos foram usados na Tunísia para Revolução de Jasmin, dando partida às Primaveras Árabes, colocando até hoje em conflito o norte da África e o Oriente Médio com custo de milhões de vidas e refugiados.
No Brasil, este movimento com as idênticas ações descritas por Roosevelt começa em 2013. Agora já aperfeiçoadas nas experiências históricas, em todo mundo, por seis décadas. Não ficarei rememorando o que até a imprensa parcial prógolpista relata da Venezuela, do Equador, da Argentina, da Ucrânia e de outros países.
O ingrediente novo é a participação do Poder Judiciário, que no Brasil tem duas gestões independentes: da Magistratura e do Ministério Público. Em ambos segmentos a imprensa, o jornalismo investigativo e as revelações do WikiLeaks demonstraram a interligação dos interesses norteamericanos com judiciário neste golpe de maio/2016. A recente declaração do Porta Voz Mark Toner, da Casa Branca (EUA), nada mais fez do que confirmar todo este “mar de cumplicidade”, como dizia Leonel Brizola.
Mas vamos ao interesse econômico. Siga o dinheiro, como recomendava aos jornalistas do Washington Post o delator do Caso Watergate.
O mundo atual vê e sente o confronto entre o sistema financeiro internacional, que chamo a banca, e os BRICS, que além dos países da sigla engloba as nações que buscam seus desenvolvimentos econômico e social soberanos.
O instrumento da banca, para se apropriar dos ganhos dos demais agentes econômicos e promover a permanente concentração de renda, é a crise. Desde 1990, quando se instalou soberana no Atlântico Norte até hoje, listei nove “crises”: bolha japonesa (1990), sistema monetário europeu (1992), México (1994), Sudeste Asiático (1997), finanças na Rússia (1998), reeleição de FHC (1999), Ponto com, bolha da internet (2000), Argentina (2001) e o subprime americano de 2008. Pelas informações que nos chegam, a próxima crise deveria ocorrer já em 2016, na área do euro. Mas para a banca, a eleição de Hillary Clinton parece ser muito importante. Assim, a banca prefere se fortalecer com um “golpe brando” na economia brasileira, criando com ajuda inacreditável dos empresários locais uma crise que lhe dê recursos até a confirmação de sua candidata nos EUA.
As medidas econômicas e fiscais divulgadas pelo provisório governo, em 24 de maio, como se estivesse iniciando um mandato de quatro anos, com apoio do voto popular, são as digitais da banca no golpe brasileiro. Como no Caso Mossadegh, a preparação do golpe objetivava um interesse econômico subjacente. Lá o petróleo, aqui as finanças que hoje dominam até mesmo o petróleo.
Vejamos cada uma dessas medidas.
Emenda para limitar gastos públicos. Todas as economias, inclusive as desenvolvidas, só crescem com os aportes das verbas públicas. São o elevado percentual dos gastos públicos em pesquisa e desenvolvimento que dão a posição de vanguarda dos EUA (NASA, comunicação virtual, armamento etc). Da mesma forma são os gastos públicos que ergueram e sustentam o progresso da Alemanha. Basta consultar as estatísticas destes países para ter a confirmação. Esta medida colonizadora procura nos manter em permanente dependência diante das nações chamadas desenvolvidas, que prefiro chamar coloniais. Absolutamente condizente com os interesses da banca pois os gastos para o desenvolvimento serão transformados em pagamentos financeiros.
Extinção do Fundo Soberano. Se tivéssemos um país politicamente amadurecido, jamais um governante, mesmo provisório, teria a desfaçatez de colocar para pagamento de juros os recursos para educação e saúde do povo. Este valor está acumulado, segundo o provisório ministro, em R$ 2 bilhões.
Devolução de R$ 100 bilhões ao Tesouro pelo BNDES. Apenas uma FIESP rentista e empresários comprometidos com o golpe não se manifestam nesta troca do dinheiro dos investimentos na indústria e logística pelo pagamento à banca.
Reforma da Previdência. O déficit da Previdência Social no Brasil é dos mitos que cercam várias “verdades” econômicas. De tanto repetidas lembram a máxima: caluniai, caluniai, sempre fica alguma coisa. É evidente que a mudança no próprio trabalho, a extinção e criação de novas ocupações, os progressos da medicina e a melhoria nas condições de vida devem refletir na previdência social. Mas não pode ser uma decisão tecnocrática, ainda mais de um provisório governo, tal medida, no mínimo, deve ser alvo de plebiscito ou referendo popular. Mas a banca tem outras exigências e este golpe já se comprometeu visivelmente.
Compõem ainda esta ponte para o futuro (!), a entrega do pré-sal às empresas estrangeiras e os critérios para escolha de diretores dos fundos de pensão da estatais, ou seja, os que passarão a aplicar conforme determinação da banca. O escândalo da entrega do pré-sal é tão ignominioso que mereceria corte marcial. Mas deixo aos competentes artigos e conferências de Guilherme Estrella, o descobridor do pré-sal, e à AEPET (Associação de Engenheiros de Petróleo da Petrobrás) esta demonstração.
Embutido em todo este conjunto está a redução dos gastos em saúde e educação. O professor Otaviano Helene, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), em artigo no Le Monde Diplomatique, afirma: “não financiar adequadamente a educação é uma forma de construir hoje o atraso do futuro”.
Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado
Deixa ele “governar”
A única maneira de acordar a opinião pública que pediu o “fora Dilma” será deixando a oposição conduzir o país para o abismo, pois do contrário, o povo ainda pediria a volta de Meirelle, Fraga, e compania. Só assim os coxinhas sertão curados contra as mentiras que o PiG propaga.
As dezenas de milhões de pessoas que votaram em Aécio e nos deputados conservadores, só acordarão assim.
Da mesma forma que em 2002, o desastre econômico colossal causado por FHC, trouxe coragem e convicção para o povo votar contra o PSDB, assim é hoje. O país tem memória curta, e a cada década, tem de levar um arrocho neoliberal para acordar.
Mais cedo mais tarde, se eles não conseguirem ganhar eleições mesmo, o que é bem provável, lançarão mão de parlamentarismo, ditadura, voto distrital, e o que puderem mais para privatizar o país.
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A melhor defesa do povo, é derrubar a taxa de natalidade em tempos de desemprego galopante. Que cada família que estiver desempregada, ou ganhando pouco sub empregada, se abstenha de ter mais filhos. Cada homem, e cada mulher solteiros em consições econômicas difíceis se abstenha de casar e ter mais filhos.Se a taxa de natalidade for derrubada o suficiente, a longo prazo o desemprego será absorvido.
Continentes como a Ásia e África, não vencem a miséria, porque suas taxas de natalidade sempre estão acima da taxa de crescimento econômico. Ambas as taxas a de natalidade e de crescimento do PIB estão correlacionadas para o fim da miséria. A taxa de crescimento do PIB o povo não pode controlar, pois está nas mãos de meia dúzia de neoliberiais empregados do mercado financeiro, mas a de natalidade está só em nossas mãos.
Natalidade
As taxas de fecundidade no Brasil já estão abaixo do que é considerado taxa de reposição. Caíram de mais de 3,5 filhos por mulher no fim dos anos 80 para menos de 2 atualmente. Uma taxa de 2,1 filhos por mulher é considerada necessária para manter os níveis populacionais.
É só olhar para a pirâmide demográfica para ver que o Brasil já não é mais um país com maioria de crianças. O crescimento populacional tem caído brutalmente, e a previsão é que daqui no máximo 10 a 15 anos a população se estabilize.
Por outro lado, basta ver na Europa, no Japão e na Rússia as consequências trágicas para o crescimento econômico de uma população declinante. A própria China, depois de décadas de política de filho único, está confrontada a uma situação dramática daqui a poucos anos, quando não haverá população ativa suficiente para sustentar tantos idosos.
Crescimento econômico sem povo não existe ; sem gente para produzir, nem gente para consumir, de onde virá o crescimento?
Austrália e Canadá
Caro sr. Crabbé.
Sua teoria é falha.
Se crescimento de PIB e qualidade de vida dependessem de grande quantidade de pessoas, porque Canadá e Austrália que tem as mais baixas densidades demográficas do planeta, tem os mais altos padrões de qualidade de vida do planeta?
Corrigindo o seu comentário 1: O crescimento econômico não depende da quantidade de pessoas, mas da quantidade de riqueza gerada. Tem países cuja eficiência do trabalhado é 5 vezes maior do que a do Brasil. O salário mínimo no Canadá e Austrália, em mais de 3 mil dólares, é muito superior ao do Brasil, de cerca de 200 dólares. E Canadá tem 35 milhões de habitantes, austrália tem 20 milhões, e o Brasil tem 200 milhões.
Corrigindo 2: O que garante o consumo, não é a quantidade de pessoas, mas o poder aquisitivo. A África tem um bilhão de pessoas, consome menos do que os EUA, que tem 300 milhões. Poucas pessoas com muito dinheiro consomem mais do que muitas sem dinheiro.
Corrigindo 3: Europa, Japão e Rússia, não estão em crise pela falta de crescimento demográfico, mas devido a uma crise econômica criada pelo mercado financeiro. Na Europa, o FMI promoveu supervalorização do Euro, e devido a isto muito países não conseguem exportar, com sua moeda valorizada. A Rússia, enfrenta um embargo econômico dos EUA, e da União européia, porque não se curvaram ao mercado, nem entregaram a sua soberania ainda. E o Japão, não consegue competir em preços com mão de obra escrava que a China utiliza, por isto teve queda de exportações.
Na verdade, Rússia, União Europeia e Japão só não estão com desemprego maior ainda, porque derrubaram suas taxas de natalidade ao extremo. A crise seria muito pior se eles não controlassem a natalidade.
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Os portugueses quando tem crise e desemprego, imigram para o mundo todo, mas o Brasil não tem para onde emigrar, pois o nosso passaporte tem restrições na maioria doa países desenvolvidos. A nossa única alternativa é diminuir voluntariamente a natalidade.
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Raramente alguém fala em desemprego no Canadá e na Austrália. Ou em miséria. Eles tem tão pouca gente, que raramente falta emprego. Nenhum país de densidade populacional baixa tem miséria. Por outro lado, mesmo a China, cujo PIB cresce a 7% ao ano, tem muita miséria em seu país, e salários miseráveis.
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Os únicos que desejam o crescimento demográfico são os patrões descompromissados com a ética, pois eles sabem que quanto mais gente desempregada, menor será o salário que terão de pagar, pela lei de oferta e procura. Os políticos também querem maior população, para ter mais votos, e mais impostos para sustentá-los. E os religiosos, que sabem que quanto mais fiéis, mais dízimo. Só quem não gosta de trabalhar, e quer viver a custa do trabalho escravo dos outros, é que apoia aumento demográfico.
Eu torço para que a natalidade no Brasil caia mais ainda, e que a população encolha ao ponto de chegar a ser a mesma de Canadá e Austrália. Aí não fará sentido discutirmos desemprego, ou recursos naturais caros, ou rios poluídos por esgoto. Seria a época Áurea da abundância de recursos naturais per capita.
Vixe Zé que mundo de merda
Vixe Zé que mundo de merda é esse ? Sendo assim, o melhor dos mundos pra morar é no cemitério. Creio em deus padre!, Quero não.
Orlando
cidades pequenas vs grandes
Caro Sr. Soares.
Eu vejo de outra forma. Cemitério é morar numa cidade como São Paulo, com 12 milhões de habitantes, onde não se pode sair a noite que se é assaltado, onde criança brinca trancada dentro de casa, onde os vizinhos não se conhecem, onde se tem um dos maiores desempregos do país.
Trabalho em uma cidade pequena, de 60 mil hab no interior de SP, aqui a maioria da população ainda se conhece e se cumprimenta nas ruas, posso sair de casa duas horas da madrugada e passear pelo centro da cidade sem medo de assalto, nunca fui assaltado em minha vida, aqui as crianças brincam na calçada até anoitecer, 100% de esgoto tratado, nada de engarrafamento, estresse, muito verde, muita tranquilidade e Paz para se viver. E o desemprego é um dos menores do país. Isto sim é vida.
Mauritânia e Mongólia
Prezado Sr. Guimarães,
Não estou fazendo comparações entre países, essas comparações não significam absolutamente nada, pois não levam em conta a história totalmente diferente de cada país.
Da mesma forma que o sr. selecionou os exemplos do Canadá e da Austrália para demonstrar sua teoria, posso selecionar outros países para demonstrar exatamente o inverso. Basta falarmos da Holanda, Bélgica e mesmo Japão, cuja densidade populacional é muitíssimo maior do que no Brasil (no caso específico da Bélgica, cerca de 400 habitantes por quilômetro quadrado, contra 25 no Brasil) para “provar” que quanto mais gente, mais rico fica o país.
Estou falando de evolução da riqueza dos países no longo prazo. Não estou analisando variações conjunturais decorrentes de crises (como a crise financeira que tem afetado a Europa entre outros) ou de bonanças (como o boom das commodities do qual o Brasil se beneficiou). Estou falando de movimentos de fundo e de tendências de longo prazo, que estão intimamente ligados à questão demográfica.
O crescimento está relacionado, como o sr. bem indica, com a geração de riqueza. Essa por sua vez depende da produtividade, mas também do tamanho da população. Uma tendência natural, que já se observa nos países com população estável ou declinante, é que com o envelhecimento da população a produtividade cai. Isso se deve tanto a fatores individuais (a velocidade, os reflexos, a força física diminuem com o passar dos anos) quanto coletivos, já que com uma proporção maior da população em idade avançada, a quantidade de pessoas ativas e produtivas diminui. Se não houver aumento correspondente da produtividade, automaticamente a produção cairá e com ela o crescimento.
O Japão se encontra nessa situação há bastante tempo, desde muito antes da crise financeira. Já são mais de 25 anos de crescimento nulo, com estabilização e mais recentemente queda da população. Todas as experiências que foram tentadas para dinamizar a economia e evitar a deflação até hoje fracassaram; um dos motivos principais é uma população envelhecida e declinante. A taxa de desemprego continua muito baixa no Japão, como sempre esteve.
Existe espaço no Brasil para aumentar a produtividade e portanto garantir o crescimento? Com certeza! O Brasil é um dos países com a produtividade mais baixa entre os países de renda média, e isso está diretamente associado a uma formação e níveis de educação absurdamente deficientes. No entanto, não é com a redução da população, ainda mais com uma população envelhecida e dependente, que isso será alcançado.
Quando o sr. declara que “Nenhum país de densidade populacional baixa tem miséria”, está ignorando boa parte do continente africano, cuja população total é de 1,1 bilhão de habitantes, porém distribuídos de forma extremamente desigual entre países. A Mauritânia, para citar um exemplo, tem uma densidade populacional de menos de 4 hab/km2, pouco maior que a Austrália (de 3 hab/km2). Será que na Mauritânia não tem miséria? Ou a Líbia, com seus pouco mais de 3 hab/km2, também não tem miséria? Mais perto de casa, a Bolívia tem menos de 10 hab/km2, inferior a todos os países europeus. Será que não tem miséria na Bolívia? Ou a Mongólia na Ásia, com menos de 2 hab/km2, porém com PIB per capita igual a um terço do Brasil.
Acreditar que diminuindo pela metade as taxas de natalidade no Brasil (que já são insuficientes para a reposição da população), daqui a 50 anos vamos nos transformar num Canadá é ilusório. A redução da população por si só não resolve os problemas de miséria e muito menos a questão de falta de crescimento.
(Se bem que com as políticas que o governo Temer quer implementar, a população corre risco de cair muito mais rápido, mercê do aumento das taxas de morbidade e mortalidade em virtude dos cortes nas parcas verbas da saúde…)
Sobre Bélgica e Holanda
Caro Sr. Crabbé
Concordo em uma coisa que o Sr. disse: Existem sim, países com baixa densidade demográfica, e com pobreza, mas não tem pobreza por causa da densidade demográfica. Mauritânia tem sim miséria, mas mesmo que tivesse grande população continuaria miserável, porque as grandes potências boicotaram por séculos o desenvolvimento do continente Africano. Assim sendo, é melhor para eles terem pouca população, pois sobram mais florestas e ambientes naturais, reservas de caça e pesca que podem ser utilizados pelo povo em caso de fome extrema.
Discordo porém de que comparações não querem dizer nada. A História e a Geografia humana, é feita de comparações. Grandes filósofos, como Malthus, ou Keynes elaboraram teorias para explicar a economia, baseados em comparações. Sem as comparações estaríamos como numa nau sem rumo na noite tempestuosa.
Discordo também sobre Bélgica e Holanda. Estes paíse se desenvolveram, não por suas populações demográficas densas, mas sim por que não foram tolhidos por nenhuma potência de se desenvolver. Diferentemente do Brasil.
Por certo o sr. nunca se perguntou o que faltou para o Brasil se desnvolver. Não se desenvolveu e nunca se desenvolverá enquanto não for da vontade dos EUA e da União Europeia. Eles impedem o Brasil, cada vez que tenta levantar vôo. A população nada tem a ver com isto, se grande ou pequena. Agora mesmo, que o Governo Lula conseguiu um crescimento de PIB da ordem de 7%, aparece a Lava Jato, que suspeita-se orquestrada pelos EUA e destrói nossas principais empresas. Então, devido a isto nunca nos desenvolveremos se for contra a vontade dos EUA. A diminuição da população só vai nos dar vantagens com relação a isto, pois nos tornará mais resilientes a desemprego. É mais fácil um país de pequena população vencer uma onda de desemprego do que com grande população. A dominação dos EUA é algo que a população brasileira não pode controlar, de forma alguma.
Sobre os idosos. Isto não é uma desculpa para se reduzir a natalidade. Conforme cai a natalidade, aumentam o número de idosos sim, mas diminui também os gastos do governo com educação e construção de novas moradias, pois nascem menos crianças. Uma coisa equilibra outra. Com pequenos ajustes na aposentadoria, no tempo, ou no valor, o país supera esta fase, e quando a população começar a declinar, devido a taxa de natalidade baixa por muito tempo, a diferença entre idosos e jovens se estabilizará novamente.
O seu argumento sobre o Japão é falho. Não se mede a economia só por tamanho do PIB, mas por qualidade de vida. O Japão quer tem mais da metade da frota de carros movidos a eletricidade, tem qualidade de vida muito superior à China cujo PIB e população são muito maiores do que o Japão, mas que tem grandes cidades com ar mais poluido do mundo. A Índia tem um crescimento economico e demográfico muito maiores do que o Japão, e no entanto, o Japão não tem miséria, ao contrário da Índia, que tem um dos povos mais miseráveis do planeta. A explosão demográfica na Ìndia é tão intensa, que supera em muito o seu crescimento econômico.
O Sr preferiria morar em Melborne na Austrália uma das cidades com maior qualidade de vida do planeta, ou em Xangai na China, com ar, rios, e até a água que sai da torneira poluída? A água da China é tão poluída que os chinese só bebem água fervida.
Eu não teria dúvidas quanto a esta questão.
Ainda Bélgica e Holanda
Prezado Sr. Guimarães,
Quem declarou peremptoriamente que “Nenhum país de densidade populacional baixa tem miséria” não fui eu. Só levantei alguns exemplos para mostrar que a alegação não era correta. Os motivos da miséria na Mauritânia, Líbia e Mongólia são vários e diferentes em cada um desses países, porém são três exemplos claros de países com densidade populacional baixa onde a miséria existe.
Da mesma forma, citei o caso da Bélgica e da Holanda como exemplos de que países com densidade alta também podem ter qualidade de vida. Não estou entrando no mérito dos motivos pelos quais esses países se desenvolveram ao invés de outros.
Em momento algum afirmei que crescimento econômico e qualidade de vida dependem de grande quantidade de pessoas. Meu argumento inicial é de que não se pode ignorar o impacto da demografia sobre o crescimento da economia. Não fiz comparação entre países com realidades diferentes, olhei a evolução de vários países, no caso o Japão e a Europa, ao longo do tempo, e os desafios que esses países enfrentam devido à situação demográfica desfavorável.
O crescimento populacional explosivo não é nenhuma garantia de riqueza nem de qualidade de vida, como se pode observar tanto na Índia quanto na África.
Porém países como o Brasil e a China, que já fizeram sua transição demográfica de países em crescimento para países com população estável e tendência à queda, sem antes terem alcançado um patamar de desenvolvimento suficiente, enfrentarão um desafio gigantesco para sustentar suas populações idosas com uma população ativa declinante.
O caso do Japão mais uma vez, com uma proporção de população ativa sobre população total de cerca de 50% e caindo todo ano, ilustra o tamanho do problema e do desafio ao qual o Brasil, a China e outros países com população estagnada ou descrescente estarão confrontados no futuro próximo.
Note que nao estou comparando a qualidade de vida no Japão e na China, mas sim a evolução da situação no Japão em decorrência da redução da população, e traço um paralelo com o que se pode esperar como evolução na China e no Brasil, mesmo partindo de um patamar totalmente diferente.
Mesmo considerando que o aumento das despesas da previdência seja compensado pela redução das despesas em educação e moradia, o argumento ignora o crescimento explosivo das despesas de saúde relacionadas à idade, inclusive em economias desenvolvidas, a ponto de representar o maior desafio orçamentário em vários países desenvolvidos, muito além da questão previdenciária. Com a redução da população ativa, a tendência é de queda da atividade econômica e portanto da arrecadação do Estado, o que tende a piorar aida mais o quadro.
Não estou comparando qualidade de vida em países diferentes. Essa comparação não tem lógica se esses países não tiveram uma história e uma evolução comparável. Da mesma forma que o sr. preferiria morar em Melbourne (densidade populacional baixa) do que em Xangai (densidade populacional alta), eu preferiria morar em Amsterdã (densidade alta) do que em Trípoli ou em Nouakchott (densidade baixa).
Ou seja, qualidade de vida não está ligada à densidade populacional em países diferentes. Meu argumento é que a evolução demográfica dentro de um país tem sim impacto sobre o crescimento econômico desse país no longo prazo, e que desejar a queda da população com a esperança de que isso melhore a situação econômica é ilusório e traz consequências indesejáveis que não podem ser ignoradas.
Respeito a sua opinião
Caro Sr. Crabbé
Respeito a sua opinião. O Sr. é um “explosionista demográfico convicto, e dificilmente mudará, é um direito seu.
Só deixo uma consideração final: a Terra, com 7 bilhões de habitantes, e a cada 13 anos aumenta um bilhão a mais, não aguentará muito tempo, sem que seus recursos naturais entrem em colapso. Em 50 anos, os oceanos estarão mortos, devido a pesca predatória de arrastão; 70% das florestas já foram derrubadas, e o resto está sob fortíssimo lobby para ser também, um terço das terras já foram desertificadas, e a desertificação aumenta a cada ano assustadoramente. A taxa de extinção de espécies é a maior já vista em toda história da Terra, inclusive de espécies importantes para a agricultura, como as abelhas que estão em risco de extinção devido a pesticidas nas floradas. Sem abelhas muitas culturas comerciais não polinizarão e não produzirão mais. Não sei que futuro é este que as pessoas desejam, mas com certeza cada recurso natural como água limpa, ou solo produtivo, madeira para construção, será mais muito mais caro, e só poucos poderão pagar.
Lembro também que quase todas as nações de densidade demográfica elevada, só enriqueceram às custas de processos insustentáveis, predatórios, e escravizadores. Não que nações de baixa densidade demográfica também não façam isto, mas as de elevada densidade são praticamente todas. A China cresce economicamente, às custas de sua mão de obra escrava. A Índia ídem, com seus salários miseráveis. A Europa, com seu passado colonizador, e escravista, enriqueceu e se industrializou de igual maneira, sugando as riquezas de suas colonias. Agora tentam sugar a riqueza de países como Grécia Portugal, e Espanha, flagelados pela crise. Os EUA então nem se fala, com seu imperialismo e golpes de estado pelo mundo, guerras de conquista, saque de petroleo no Iraque, etc. Enfim, acho que enriquecer assim, não é muito bonito, mas fazer o que há os que discordam de mim, e eu respeito.
Governo Michel Cunha
Estou pasmo e com muita vergonha de tudo isto. Principalmente por constatar que parentes, vizinhos e pessoas de minhas relações colaboraram nesta destruição do Brasil.
Eu entendo esse sentimento,
Eu entendo esse sentimento, Jurgen. Tristeza, vergonha por tudo isso. Um plano demoníaco de destruição do Brasil, com a colaboração de tantos brasileiros, abrigados em todos os poderes da República e em quantidade assustadora. Uns sob chantagem por seus pecados. Outros cooptados, devidamente submetidos a “treinamento especial”, além, claro, dos vendilhões e oportunistas conhecidos. Todos a serviço dos abutres internacionais, possibilitando o plano de depredação do seu país, de destruição das condições mínimas de bem estar social do seu povo. É doloroso demais, sobretudo tendo que lidar com a ignorância dos inocentes úteis que ainda não perceberam o quanto foram otários ao se juntar ao coro do “fora Dilma e leve o PT junto”.
FHC? Nao
Vira um salvador da patria. Um Moro, um Gilmar, um JB, ou o proprio Meirelles. Alguém com carta branca para praticas ditatoriais em nome da “ordem e progresso” (nessa ordem)
Onde estao os coxinhas do “Fora Dilma” e do “contra a corrupção”? O PiG deixou de falar, acabou a corrupção no Brasil?
https://www.youtube.com/watch
https://www.youtube.com/watch?v=P63XFVSgMFo
Estão muito afoitos, indo com
Estão muito afoitos, indo com muita sede ao pote, O Povo vai se rebelar sim. É questão de pouco tempo. Estão querendo tudo ao mesmo tempo agora. Desmonte de políticas sociais, desemprego e arrocho para agrado dos rentistas. Privatizações para o capital privado ficar mais gordo e dar um retorno individual para alguns, é claro. Temos também a questão previdenciária, tributária e trabalhista, ou seja, pau no lombo do pobre e do trabalhador. Onerar empresas e os ricos jamais. Eles não tem competencia para administrar tudo isso. Vai mandar bater? Vai ter “prendo e arrebento”?
“Insistir em ajuste fiscal
“Insistir em ajuste fiscal com a economia em depressão é algo à altura de somente ignorantes em economia como o ministro da Fazenda.” Faço coro, meu caro Assis. Meirelles é absurdamente ignorante em economia. Ele apenas repete o que lhe sopram nos ouvidos, sem sequer entender o que diz. Não é de hoje. Sempre foi assim. Como presidente do BC, foi uma nulidade; quem de fato mandava era a diretoria. Mas foi alçado à condição de gênio por uma imprensa totalmente dominada por economistas representantes dos bancos, e, infelizmente, com a contribuição do Lula, que por ele se engraçou, sabe-se lá por quê. A entrega do BC ao “mercado” produziu uma valorização cambial destruidora. Mas continuamos a caminhar para o desastre, iludidos pelo ciclo das commodities.
Tudo isso era e é absolutamente evidente. Mas os economistas sérios deste país (e ainda os há) foram praticamente excluídos da grande imprensa. O público e os políticos (estes, ignorantes como são em questões econômicas) passaram a acreditar em tolices, em absurdos. Um deles é que existe um desajuste estrutural do setor público. É incrível como se pode acreditar nisso à luz dos superavits primários que tivemos durantes anos. É claro que há um ou outro problema estrutural, que poderia ser tratado com prudência e discernimento.
Mesmo a tragédia Levy não foi suficiente para que a grande imprensa revisse seus preconceitos. Basta ler os patéticos editoriais da Folha. Gostaria de saber quem escreve aquele monte de asneiras. Temos uma imprensa que expõe muito mais preconceitos do que ideias e análises.
No entanto, ainda custo a crer que não haja alguma cabeça pensante entre os golpistas. Há, é claro, economistas muito competentes do outro lado do espectro ideológico. Penso especificamente nos mais velhos, embora muitos tenham se tornado banqueiros. E a meta fiscal, na verdade, abre espaço para uma política anticíclica, apesar do discurso neoliberal que a acompanha. Veremos.
É foda
Em dez dias, sem nenhuma medida concreta, o governo Temer já virou o responsável pelo déficit, pela dívida, pela recessão e pelo desemprego. Hehe
Também acho que Temer não emplaca 2018, o que é lamentável, porque seria a saída menos traumática para todos.
Muito engraçado também que o autor diz que “estamos regredindo em questões sociais”. Ué, e cadê os propagandeados ganhos sociais dos últimos 12 anos ? Sumiram ? A análise de ganhos e perdas sociais é feita em que escopo de tempo ? Um ano ? um mês ? dez dias ?
E para arrematar a velha e batida ladainha do keynesianismo de 80 anos atrás, num mundo sem penicilina, sem transistor e sem globalização, onde um governo podia gerar milhões de empregos com um pouco de vontade.
Meu caro, 2 coisas para te
Meu caro, 2 coisas para te dizer:
1 – Vire gente e bote seu nome em seus comentários. Covarde que se esconde atrás de anonimato não merece nem resposta.
2 – Vá atrás de ler alguns livros para ver se você consegue fazer um upgrade teórico na sua cabecinha, porque argumentar só em cima de fato jornalístico não dá, é muito topológico.
Caso a situação chegue a tal
Caso a situação chegue a tal nível – e as chances são reais, não fruto de torçida opositora – continuando ainda que em ritmo menor essa degola na classe política, talvez seja a vez do Brasil experimentar esse fenomeno global dos extremos políticos. É com temor que podemos ter a materialização da descrença no sistema político, com o crsecimento da direita radical, com um Bolsonaro canditato numa ponta, e uma esquerda explosiva noutra.
Se o Brasil usar o remedio
Se o governo temer(ário) usar o receituario do BCE vai tornar o Brasil um grande Portugal ou Espanha ou Italia ou Grecia.
Infelizmente esse paises, por razões diferentes estão numa situação muito dificil, desesperados para crescer, ter investimentos, baixar o desemprego a niveis saudaveis, segurar os melhores quadros, etc!
Anos e mais anos, tentativas e mais tentativas e nada de nada!.
Nos teremos todas as desvantagem sem ter as poucas que restaram nesses paises ( do tipo: segurança nas ruas, cidade razoavelmente bem cuidadas, civilidade das pessoas, etc).
Os ricos podem ir para Miami mas nos!
Misericórdia! FHC, de nono,
Misericórdia! FHC, de nono, NÃO!!!!