Bolsonaro e a arte brasileira : A Sibéria é aqui, por Albertino Ribeiro
Quando o assunto é cultura, o governo Bolsonaro age da mesma forma que o ditador Stalin e seus bedéis. Quando chegou ao poder, Stalin perseguiu toda a classe artística porque considerava a arte predominante na época como expressão do modelo capitalista. Sendo assim, obrigou-os a adotar uma estética conhecida como Realismo Socialista. Assim aconteceu com os pintores Kandinsky e Malevich.
Da mesma forma, os poetas, escritores e compositores soviéticos também tiveram que se conformar ao novo modelo. Devido a paranoia do presidente soviético, muitos artistas foram mandados para a Sibéria e condenados a trabalhos forçados.
Não temos uma Sibéria, mas a nossa arte pode ser forçada a tornar-se gélida e sem vida.
Hoje, a arte brasileira está sendo sufocada e a” bola da vez” é o cinema. Pelo motivo diametralmente oposto, o admirador das ditaduras borradas de sangue na América Latina tem nomeado um exército de golens para cumprirem cegamente o seu desejo. Figuras obscuras que carregam decorada na testa – igual ao ser mítico judaico -, a palavra verdade, porém uma verdade que escraviza, muito diferente daquela pregada pelo homem de Nazaré.
Contudo, dentro e fora do Brasil, muitas vozes estão se levantando. Há um mês em Paris, artistas denunciaram a censura do governo Bolsonaro. O Evento na capital da resistência chamou à atenção para o perigo do cerceamento da cultura e da arte brasileira.
A batalha está só começando.
“Não devemos tender a limitação, mas a libertação. Só a liberdade nos permite acolher o futuro.” – Kandinsky.
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