O baixo clero, o centrão e os militares, cada um com sua medida, por Rogério Maestri

Na falta de um programa mínimo de resultados realizados, só restam dois tipos de políticos que se satisfazem com nada, os imbecis, representados pelo baixo clero ou os oportunistas orgânicos, representados pelo centrão. 

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O baixo clero, o centrão e os militares, cada um com sua medida

por Rogério Maestri

Qual é a origem da expressão baixo clero? Para sabermos a origem dessa expressão temos que retroceder a idade média, pois de lá que conseguiremos entender a política brasileira de 2020.

Na idade média fazer parte do clero não era uma questão de vocação, mas sim uma imposição social que dependia da Classe social que pertencias. Se eras da nobreza e eras o primogênito varão da família e não morreste até a idade adulta, herdavas o feudo, se nasceste mulher se tiveste sorte e dote serias uma moeda de troca casando-se ou com alguém de uma família aliada ou futura aliada, se não provavelmente irias para um convento. Os segundos ou demais filhos varões se fossem fortes e viris poderiam servir ao irmão primogênito como comandante de sua guarda ou como assassino do irmão primogênito e mais fraco sucedê-lo através de uma conspiração bem feita A outra opção dos filhos não primogênitos seria a carreira eclesiástica, sendo que o posto ocupado dependeria da importância do título de nobreza da família, por exemplo se eram acima de duques, provavelmente seriam investidos como cardeais ou no mínimo bispos de alguma diocese importante se fossem baronetes a chance de algum cargo importante diminuía, ou seja havia o alto clero (patriarcas a bispos) e o baixo Clero, os padres comuns. Salvo em casos excepcionais os padres não chegavam a bispos e muito menos a cardeais, ou seja=, o baixo clero nascia e morria como tal.

Qual a importância em associar a nobreza com a hierarquia religiosa e os papeis do baixo clero na hierarquia política, está na mobilidade entre a grande burguesia (que seriam equivalente aos estratos superiores da nobreza) aos políticos mais tradicionais da política). Mas resta uma pergunta a ser respondida: Por que o baixo clero ascende aos níveis da grande política?

A maioria dos intelectuais e pesquisadores de política tentam entender essa aproximação pelo lado de um aumento da relevância do baixo clero e esquecem de outra hipótese, da inexistência de interlocutores políticos na direita de maior relevância.

Para se entender o movimento é necessário explicá-lo como um movimento de um grupo ou comunidade. Até um período mais distante de nossa história, quem ditava o comportamento intelectual de direita de nossa pobre inteligência, eram profissionais advindos das nossas escolas de direito que foram aos poucos esvaziados aos poucos pelos discursos dos intelectuais orgânicos provenientes dos cursos de ciências sociais e de economia. Com a entrada dos neoliberais nessas áreas, atraídos por um discurso dogmático de escolas tipo escola austríaca que é mais baseada em fé do que em métodos teóricos-empíricos, como das escolas monetaristas keynesianas ou mesmo neokeynesianas, a medida que os milagres prometidos pelos neoliberais não ocorrem, a fé começa a se esgotar, não sobrando mais nada além profetas de último escalão intelectual como o atual ministro da economia que faz promessas e não entrega nada do prometido.

Na falta de um programa mínimo de resultados realizados, só restam dois tipos de políticos que se satisfazem com nada, os imbecis, representados pelo baixo clero ou os oportunistas orgânicos, representados pelo centrão.

Podemos reduzir a nossa representação política de direita a dois tipos de componentes, aqueles que não se dão conta que tudo que está sendo proposto não dará certo, que chamaremos os imbecis e aqueles que sabem dos resultados e só pensam em aproveitar a festa enquanto ela dura, que chamaremos os oportunistas, três grupos tem diferentes quantidades desses componentes, o Baixo clero, os políticos do centrão e os militares. A dose depende da capacidade individual de cada um. Se quiser dar as medidas, esteja a vontade.

Redação

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