O DNA de um canalha norte americano é identificável em certos líderes da Lava-Jato, por Carlos Russo Jr.

Roy Cohn tornou-se o mais agressivo interrogador das pessoas investigadas por suspeita de comunismo. Ele preferia não realizar sessões abertas ao público,  utilizava largamente interrogatórios “off-the-record”, de forma a agir sempre com relativa impunidade contra suspeitos e forçar as delações.

Roy Cohn e Donald Trump – Foto Vanity Fair
O DNA de líderes da Lava Jato
Apresentação de Izaías Almada

Quero ter a honra de compartilhar com os leitores do GGN o artigo do meu amigo escritor Carlos Russo Jr., pessoa dotada de grande cultura literária e que tem o Espaço Literário Marcel Proust (*).

Vamos ao artigo:

O DNA de um canalha norte americano é identificável em certos líderes da Lava-Jato.

por Carlos Russo Jr.

Roy Cohn tornou-se assistente do Procurador dos USA Irving Saypol em Nova York, quando contribuiu para que um grande número de cidadãos norte americanos fosse acusado de cooperar com a União Soviética. Sua atuação permitiu a aprovação do “Smith Act” pelo Congresso, com enorme prejuízo às liberdades individuais, como o casal Julius e Ethel Rosenberg, vítimas inocentes da guerra-fria.

 Roy Cohn, aos 24 anos de idade, teve um papel proeminente no julgamento, em 1951, do casal de cientistas presos e acusados de espionagem. Ele sempre teve grande orgulho do veredicto que levou à morte os Rosenberg e, em sua autobiografia, relata que o Promotor Saypol fora por ele influenciado a pedir a pena de morte e que manobrara para que o juiz Irving Kaufman fosse nomeado para o caso, dado que ele já se dissera favorável à condenação ainda antes de sua nomeação. Afinal apenas possuíam uma delação e nenhuma prova! Como se nos afigura claro o DNA deste canalha norte americano na genética de muitos dos líderes da Lava Jato!!!

O Macarthismo. O julgamento dos Rosenberg chamou a atenção do então diretor do FBI, J. Edgar Hoover e este recomendou Roy Cohn ao senador Joseph McCarthy, que por sua vez contratou-o como seu conselheiro-chefe. 

Roy Cohn tornou-se o mais agressivo interrogador das pessoas investigadas por suspeita de comunismo. Ele preferia não realizar sessões abertas ao público,  utilizava largamente interrogatórios “off-the-record”, de forma a agir sempre com relativa impunidade contra suspeitos e forçar as delações.

Em 1953, Cohen viajou à Europa para avaliar os rumos da “conspiração comunista mundial”. Mas na mira da dupla estava a BBC de Londres, considerada “pouco anticomunista” e os livros de Dashiell Hammett, que ele desejava ver varridos das bibliotecas europeias. Impedir o mesmo papel que a imprensa independente e Glenn Greenwald desempenham hoje!

Quando seu amigo e amante Schine foi convocado para servir o Exército americano, Cohen envidou todos os esforços para que ele tivesse um tratamento “muito especial”. Ao não obter seus intentos de bônus, promoções e isenções de missões no exterior para o amigo, ele passou às ameaças como “a destruição do Exército”. 

Os resultados das audiências terminaram por evidenciar as articulações, mentiras e má fé de Cohn, e estes foram fatores determinantes na desgraça em que McCarthy cairá logo após.

Cohn é demitido do Senado e tornar-se-á advogado privado pelos próximos 30 anos. Um advogado de criminosos e de trapaceiros. Entre seus clientes estiveram o atual presidente norte-americano Donald Trump e figuras da máfia. “Pouco me importa qual é a lei, diga-me quem é o juiz”.

Na década de 1970, tornou-se importante personalidade nova-iorquina, mantendo laços estreitos em círculos políticos conservadores. Como conselheiro de Richard Nixon, foi um dos articuladores do Golpe de 1964 no Brasil. Alguma semelhança entre a Lava Jato, o Golpe de 2016 e as eleições fraudadas de 2018?

Nos anos 1980, tornou-se amigo de Ronald e Nancy Reagan, frequentando-os na Casa Branca.

“Pouco antes de agosto de 1986, quando veio a falecer de complicações da AIDS, foi, finalmente, expulso da classe dos advogados de Nova York, cujos princípios éticos, ainda que muito flexíveis, conseguira forçar em demasia”. (Hobsbaum).

(*) – A íntegra deste importante ensaio em:

https://www.proust.com.br/post/o-dna-de-um-canalha-norte-americano-%C3%A9-identific%C3%A1vel-em-certos-l%C3%ADderes-da-lava-jato
  

Redação

4 Comentários

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  1. Não temos duvida que a operação lava jato e seu propósito de poder e ditadura , usa a tese de combate a corrupção como pano de fundo pra ocultar seu usurpadores intuitos. Isso percebemos com nitidez.

  2. Além de todos os cruzamentos canalhas, calhordas e cretinos entre aquele e os brasileños d’agora, chama a atenção – sem qualquer desdouro, diga-se – o fato dele ter sido homossexual (mesmo que assumido); pois, por aqui, parece que os armários não têm fundos…

  3. “Ele preferia não realizar sessões abertas ao público, utilizava largamente interrogatórios “off-the-record”, de forma a agir sempre com relativa impunidade contra suspeitos e forçar as delações”:

    EU nao tive UMA unica testemunha que falou por mim em 10 anos, ninguem esteve do meu lado, ninguem sabe o que eu passei, ninguem me deu apoio nenhum, ninguem abriu uma porta pra mim, ninguem me deu um centavo, ninguem me deu um credito, ninguem me ofereceu um unico resto de boa vontade. E entao o FBI me aborda *no meio da rua* 3 meses atraz. E eu so virei as costas sem ouvir mesmo. Vai achar seu favorite house nigger, filhos da puta, ele salva. EU nao movo sequer uminha palha por ninguem.

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