Bolsonaro quer incluir atos “políticos ou ideológicos” em crime de terrorismo

Bolsonaro propõe "ações violentas com fins políticos ou ideológicos" na Lei Antiterrorismo, para criminalizar movimentos sociais

Jair Bolsonaro chama atos do MST de terrorismo – Foto: MST

Jair Bolsonaro quer transformar a Lei Antiterrorismo (Lei nº 13.260) para criminalizar movimentos sociais. A proposta do presidente é incluir nos crimes de terrorismo “ações violentas com fins políticos ou ideológicos”.

Para se enquadrar nesse critério, qualquer protesto que tenha algum episódio de violência poderá ser criminalizado. A violência, ainda, poderá ser interpretada, adotando um viés diferente para cada situação.

A medida está incluída no pacote de propostas para a área de segurança, divulgado na semana passada pelo mandatário.

Até então, a lei de 2016 caracterizava como terrorismo a prática de “xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública”.

Com a sugestão de Bolsonaro, “ações violentas com fins políticos ou ideológicos” seriam consideradas terrorismo.

Atos de violência também poderiam ser interpretados como a derrubada de portões de terras em ocupações do MST; a queima de pneus em greve de caminhoneiros para bloquear estradas; entre outros. Em diversas manifestações, Bolsonaro já chamou o MST de grupo terrorista.

Além de abrir brecha para criminalizar atos de movimentos sociais e oposição ao governo de Jair Bolsonaro, o pacote inclui aliviar punições a policiais, base de apoio do presidente, com vistas à reeleição.

Redação

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