Em 2022, 2.575 trabalhadores foram resgatados de condições análogas às de trabalho escravo, segundo dados da Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.
Foram realizadas 462 fiscalizações realizadas no ano em todo país, resultando em R$ 8,187 milhões em indenizações, a título de verbas salariais e rescisórias em razão da rescisão imediata dos contratos de trabalho.
Já o vínculo de emprego com a formalização de contratos de trabalho alcançou 1.122 trabalhadores, sendo ainda recolhidos mais de R$ 2,8 milhões a título de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
O Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) foi responsável por 32% do total das ações fiscais, e encontrou condições de trabalho análogo ao de escravo em 16 dos 20 estados onde as operações ocorreram.
Mesmo fiscalizados, os únicos estados que não apresentaram casos de escravidão contemporânea foram Alagoas, Amazonas e Amapá.
Minas Gerais foi o estado com mais ações fiscais ocorridas no ano (117), tendo 1070 trabalhadores resgatados. Em seguida vem Goiás, com 49 fiscalizações e Bahia, com 32 ações.
De acordo com os dados, o maior resgate de trabalhadores ocorreu em Varjão de Minas (MG), onde 273 trabalhadores foram resgatados de condições degradantes de trabalho na atividade de corte de cana-de-açúcar.
Homem, negro e pobre
Sobre o perfil social dos trabalhadores resgatados, os dados do seguro-desemprego pagos mostram que 92% eram homens, sendo que 29% deles tinham entre 30 e 39 anos. 51% residiam na região nordeste e outros 58% eram naturais dessa região. 83% deles se autodeclararam negros ou pardos e 15% brancos e 2% indígenas.
Quanto ao grau de instrução, 23% deles declararam ter estudado até o 5º ano incompleto, outros 20% haviam cursado do 6º ao 9º ano incompletos, e 7% dos trabalhadores resgatados se declararam analfabetos.
Outro dado importante se refere à quantidade de imigrantes resgatados: 148 cidadãos de outros países encontrados, o dobro do apurado em 2021. Desse total, 101 eram paraguaios, 25 bolivianos, 14 venezuelanos, 4 haitianos e 4 argentinos.
Saiba Mais
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.