A revolução nos sistemas de pagamento digitais

Um dos grandes fenômenos da Internet foi o sistema de pagamentos Paypall, talvez o mais conhecido sistema de pagamento digital do planeta.

A Paypall nasceu há quinze anos, no boom da Internet, como uma ferramenta de envio de pagamento através da agenda pessoal do Palm – a primeira agenda eletrônica da Internet. Com o dinheiro fácil da época, seus criadores levantaram mais de US$ 350 milhões.

Acabou sendo adquiridos pelo site de leilões EBay, para resolver o problema da transferência de pagamento entre duas pessoas – o vendedor e o comprador. Oito anos atrás abriu capital como empresa independente, quando as transações da Internet passaram a exigir cada vez mais a moeda digital.

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A empresa cresceu em cima de dois conceitos: segurança e praticidade.

Em vez de competir com os cartões de crédito, o Paypall tornou-se uma carteira de cartões de crédito. O usuário cadastra seus cartões no sítio do Paypall e efetua as compras de modo simplificado, meramente usando a senha do sistema para gerenciar as compras de todos os seus cartões.

As fraudes com cartões ocorrem quando os dados transitam pela Internet e são capturados pelos hackers. No caso do Paypall, na abertura da conta o cliente cadastra seus diversos cartões. Depois, em cada compra basta colocar a senha do Paypall e dar ok.

Para aumentar o conforto do cliente, a Paypall decidiu assumir as perdas totais dos clientes decorrentes de fraudes. Bancou a aposta depois de constatar que as fraudes respondiam por 1,2% a 1,5% do faturamento total.Essa proteção ao consumidor estendeu-se também aos produtos. Se não receber o produto em até 45 dias, o consumidor recebe seu dinheiro de volta.

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O segundo ponto é a praticidade. Em qualquer loja virtual, há muitos passos entre colocar os produtos no carrinho e pagar. Na Paypall basta um clique. Na média de mercado, apenas de 25 a 35 em cada cem saem com cartão aprovado na primeira vez. Na Paypall a média sobe para 60%.

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O telefone caminha para ser o acessório indispensável das pessoas. Estudos recentes mostram que 75% das pessoas dormem com o celular ao lado; 25% levam para o banheiro; e 88% para todo o tempo a uma distância máxima de 1,20 metro.

A nova fronteira da competição no setor, agora, é valer-se do celular para o chamado pagamento invisível. Em algum tempo haverá transferência de numerário através do próprio celular, com a moeda digital

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Esse modelo tornou-se particularmente relevante no Brasil devido aos buracos do sistema 3G, com a linha caindo seguidamente, muitas vezes no meio do procedimento.

Nos sistemas de táxi por celular, quando termina a corrida o taxista passa o celular ao freguês, coloca o valor da corrida e o passageiro limita-se a colocar os três últimos dígitos do seu CPF para transferir o pagamento.

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A Paypall entrou há quatro anos no Brasil. Hoje em dia possui 3 milhões de contas ativas, 150 funcionários. 20 grandes players contam com 80% do volume de transações da Internet brasileira. A Paypall responde por mais da metade das transações.

Para clientes menores, há a concorrência de serviços brasileiros, como o sistema similar da UOL. Mas nas grandes redes, que exigem sistemas de segurança mais parrudos, o Paypall reina absoluto.

Luis Nassif

17 Comentários

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  1. Quanto ao número de usuários,

    não podemos esquecer que alguns desses milhões já eram clientes que faziam compras internacionais e já tinham suas contas, que migraram automaticamente com a abertura do Paypal no Brasil.

    Duas coisas que podem azedar a vida de alguns empresários sortudos:

    -Acredito que a vinda do Paypal crie uma zona de conflito, visto que a filha de Cerra é sócia do Mercadolivre com o Ebay, mas nas terras tupiniquis tem um sistema de pagamento próprio (Pagueseguro).

    -O Mercadolivre, que aumentou muito suas taxas por operação de venda, tem forte perda para as páginas de venda de usados gratuitas (OLX e Bomnegócio).

     

    1. Plataformas de Pagamento…

      Olá Luiz Augusto,

       

      Como utilizo muito esses sites, só gostaria de informar e afirmar que o PAGSEGURO é ulitizado pelo site do UOL o TODAOFERTA e no MercadoLivre a plataforma para pagamentos é o MERCADOPAGO.

      Sim, as taxas aumentaram e os outros estão tirando boa parte dos anunciantes, mas ainda são os melhores para compra e venda.

       

      Abraços…Mauricio

    2. Mercado Livre se perdeu

      Mercado Livre se perdeu completamente porque é adminsitrado por gente de finanças.

      É o mesmo serviço de 10 anos atrás com a diferença de que hoje o risco de fraude é muito maior. Usuários pessoa física evitam mas se tornou o paraíso de muambeiros…pessoas que moram na fronteira. Paraná impera a lista!

       

      Neste ramo, se vc não se reinventa, acaba por fechar. E este é o caminho que o ML parece estar trilhando!

  2. Outras fraudes com cartão
    Nassif:

    “As fraudes com cartões ocorrem quando os dados transitam pela Internet e são capturados pelos hackers. ”

    Esta afirmação está correta, porém outras fraudes ocorrem e não são no momento da transmissão.

    Vamos imaginar que você seja cliente frequente de uma loja online. Então seu cartão vai estar gravado no sistema da loja. O hacker invade este banco de dados e tem acesso a milhares ou milhões de cartões.

    É por isto que às vezes um banco cancela seu cartão por segurança, mesmo quando faz tempo que ele não é usado.

    O Brian Krebs, jornalista americano, tem um excelente blog (em inglês) sobre fraudes eletrônicas http://krebsonsecurity.com/

    Especificamente sobre roubo de dados em grande escala ver este link http://krebsonsecurity.com/category/data-breaches/

    1. A

      A saber: https://pt.pcisecuritystandards.org/minisite/en/pa-dss-v3-0.php

       

      “O PA-DSS é o programa gerenciado pelo Conselho, anteriormente sob a supervisão do programa da Visa Inc., conhecido como Melhores Práticas de Aplicativos de Pagamento (PABP). A meta do PA-DSS é ajudar os fornecedores de software e outros a desenvolver aplicativos de pagamento que não armazenem dados proibidos, como faixas magnéticas inteiras, dados de CVV2 ou PIN, e garantir que seus aplicativos de pagamento suportem a conformidade com o PCI DSS. Os aplicativos de pagamento que são vendidos, distribuídos ou licenciados a terceiros estão sujeitos aos requisitos do PA-DSS. Os aplicativos de pagamento internos, desenvolvidos por comerciantes ou prestadores de serviço, que não são vendidos a terceiros não estão sujeitos aos requisitos do PA-DSS, mas ainda assim precisam ser seguros de acordo com o PCI DSS.”

  3. Carteira eletrônica da Google

    Penso que o sistema vencedor será o Google valet, uma carteira eletrônica que voce carrega com um depósito  e vai gastando, como um cartão pré-pago, só que eletrônico e acessado pelo NFC do tablet ou do celular, ou pelo teclado do computador.

    Vale lembrar que a há 11 anos atrás quizeram acabar com o dinheiro físico no Japão e a população ficou revoltada com as taxas e encargos  o que criou uma rejeição a cartões e pagamentos eletrônicos na população japoneza que não se recuperou até hoje.

    Agora, se você trabalha em um CPD que coloca zeros a direita nas contas, que é uma tentação comprar helicópteros, jatinhos e Iates é, não há como negar. Ou seja criar moeda para você e seus amigos, o que nos lembra, não sei porque “quantitative easing” hehehehe…

    Na verdade, o dinheiro eletrônico hoje é uma moeda fiduciária, criada “ex nehil” sem lastro, nem eira nem beira, Daí que sua operação deve pertencer ao governo que a fornece sem ônus ao povo e não uma fonte de lucro, verdadeiro imposto de captação sem contrapartida em todas as transações  dos cidadãos, para firmas que conseguem operá-la através de contratos que não são licitádos e com isto estabelecem verdadeiros monopólios ao melhor estilo cosa-nostra.

  4. Pra pequenos lojistas esta

    Pra pequenos lojistas esta “revolução” ainda tem um bom custo. No Paypal pra uma conta pessoa jurídica, pra pequenos volumes de venda mensal o custo por transação é de 10% (!) do valor recebido. E os concorrentes brasileiros liberam o valor recebido de 14 a 30 dias, o que não é muito “revolucionário” pra quem tem não tem o volume de uma grande rede. Mas o Paypal é interessante por disponibilizar o dinheiro na hora e poder ser usado pra compras em outras moedas, e por evitar de ter que fazer um contrato SWIFT pra transferir pequenos valor recebidos no exterior.

     

    Eu gosto do MoIP (moip.com.br) porque ele emite boletos  e também faz transferência a débito de contas bancárias com tarifas menores que a do Paypal, mas com o inconveniente de que ele segura o dinheiro por 14 dias.

     

    Uma última inovação que eu vi é o TransferWise (transferwise.com) que é uma forma mais barata de enviar e receber dinheiro do exterior, um pouco mais barata que SWIFT e com a conversão automática de moeda.

     

  5. E DIZEM QUE FHC E SANTO NE

    Estragos produzidos na Petrobras, pelo governo FHC, visando desnacionalizá-la.

    1993– Como ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso fez um corte de 52% no orçamento da Petrobras, previsto para o ano de 1994, sem nenhuma fundamentação ou justificativa técnica.

    Ele teria inviabilizado a empresa se não tivesse estourado o escândalo do Orçamento, fazendo com que se esquecessem da Petrobras.

    Todavia, isso causou um atraso de cerca de 6 meses na programação da empresa, que teve de mobilizar as suas melhores equipes para rever e repriorizar os projetos integrantes daquele orçamento.

    1994 – Ainda como ministro da Fazenda, com a ajuda do diretor do Departamento Nacional dos Combustíveis, Fernando Henrique manipulou a estrutura de preços dos derivados do petróleo, de forma que, nos seis últimos meses que antecederam o Plano Real, a Petrobras teve aumentos mensais, na sua parcela dos combustíveis, em valores 8% abaixo da inflação. Por outro lado, o cartel internacional das distribuidoras de derivados teve, nas suas parcelas, aumentos de 32% acima da inflação.

    Isto significou uma transferência anual, permanente, de cerca de US$3 bilhões do faturamento da Petrobras para o cartel dessas distribuidoras.

    A forma de fazer isso foi por meio dos dois aumentos mensais, que eram concedidos aos derivados, pelo fato da Petrobras comprar o petróleo em dólares, no exterior, e vender no mercado, em moeda nacional. Havia uma inflação alta e uma desvalorização diária da nossa moeda. Os dois aumentos repunham parte das perdas que a Petrobras sofria devido a essa desvalorização.

    Mais incrível: a Petrobras vendia os derivados para o cartel e este, além de pagá-la só 30 a 50 dias depois, ainda aplicava esses valores, e o valor dos tributos retidos para posterior repasse ao Tesouro, no mercado financeiro, obtendo daí vultosos ganhos financeiros, em face da inflação galopante então presente. Quando o Plano Real começou a ser implantado, com o objetivo de acabar com a inflação, o cartel reivindicou uma parcela maior nos aumentos, porque iria perder aquele duplo e absurdo lucro.

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    1995 – Em fevereiro, já como presidente, FHC proibiu a ida de funcionários de estatais ao Congresso para prestar informações aos parlamentares e ajudá-los a exercer seus mandatos com respaldo em informações corretas.

    Assim, os parlamentares ficaram reféns das manipulações da imprensa comprometida. As informações dadas aos parlamentares no governo de Itamar Franco, como dito acima, haviam impedido a revisão da Constituição Federal com um claro viés neoliberal.

    Fernando Henrique emitiu um decreto, nº 1.403/95, que instituía um órgão de inteligência, o Sial, Serviço de Informação e Apoio Legislativo, com o objetivo de espionar os funcionários de estatais que fossem a Brasília falar com parlamentares. Se descobertos, seriam demitidos.

    Assim, tendo tempo de trabalho para me aposentar, solicitei a aposentadoria e fui para Brasília por conta da Associação. Tendo recursos bem menores que a Petrobras (que, no governo Itamar Franco, enviava 15 empregados semanalmente ao Congresso), eu só podia levar mais um aposentado para ajudar no contato com os parlamentares. Um dos nossos dirigentes, Argemiro Pertence, mudou-se para Brasília, às suas expensas, para ajudar nesse trabalho.

    Também em 1995, FHC deflagrou o contrato e a construção do Gasoduto Bolívia-Brasil, que foi o pior contrato que a Petrobras assinou em sua história. FHC, como ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, funcionou como lobista em favor do gasoduto. Como presidente, suspendeu 15 projetos de hidrelétricas em diversas fases, para tornar o gasoduto irreversível. Este fato, mais tarde, acarretaria o “apagão” no setor elétrico brasileiro.

    As empresas estrangeiras, comandadas pela Enron e Repsol, donas das reservas de gás na Bolívia, só tinham como mercado o Brasil. Mas a construção do gasoduto era economicamente inviável. A taxa de retorno era de 10% ao ano, enquanto o custo financeiro era de 12% ao ano. Por isso, pressionaram o governo a determinar que a Petrobras assumisse a construção. A empresa foi obrigada a destinar recursos da Bacia de Campos, onde a taxa de retorno era de 80%, para investir nesse empreendimento.

    O contrato foi ruim para o Brasil pelas seguintes razões: mudança da matriz energética para pior, mais suja; ficar dependente de insumo externo dominado por corporações internacionais, com o preço atrelado ao do petróleo e valorada em moeda forte.

    Foi ruim para a Bolívia, que só recebia 18% pela entrega de uma de suas últimas riquezas, a mais significativa. Evo Morales elevou essa participação para 80% (a média mundial de participação dos países exportadores é de 84%) e todas as empresas aceitaram de bom grado.

    FHC_Legado54AE foi péssimo para a Petrobras que, além de tudo, foi obrigada a assinar uma cláusula de “Take or Pay”, ou seja, comprando ou não a quantidade contratada, ela pagaria por ela. Assim, por mais de dez anos, pagou por cerca de 10 milhões de metros cúbicos, sem conseguir vender o gás no mercado nacional.

    Ainda em 1995, o governo, faltando com o compromisso assinado com a categoria, levou os petroleiros à greve, com o firme propósito de fragilizar o sindicalismo brasileiro e a sua resistência às privatizações que pretendia fazer. Havia sido assinado um acordo de aumento de salário de 13%, que foi cancelado sob a alegação de que o presidente da Petrobras não o havia assinado. Mas o acordo foi assinado pelo então ministro das Minas e Energia, Delcídio Amaral, pelo representante do presidente da Petrobras e pelo ministro da Fazenda, Ciro Gomes.

    Além disso, o acordo foi assinado a partir de uma proposta apresentada pelo presidente da Petrobras. Enfim, foi deflagrada a greve, após muita provocação, inclusive do ministro do TST, Almir Pazzianoto, que disse que os petroleiros estavam sendo feitos de palhaços. FHC reprimiu a greve fortemente, com tropas do exército nas refinarias, para acirrar os ânimos. Mas deixou as distribuidoras multinacionais de gás e combustíveis sonegarem os produtos, pondo a culpa da escassez nos petroleiros. No fim, elas levaram 28% de aumento, enquanto os petroleiros perderam até o aumento de 13%, já pactuado e assinado.

     

    Durante a greve, uma viatura da Rede Globo de Televisão foi apreendida nas proximidades de uma refinaria, com explosivos, provavelmente pretendendo uma ação de sabotagem que objetivava incriminar os petroleiros. No balanço final da greve, que durou mais de 30 dias, o TST estabeleceu uma multa pesada que inviabilizou a luta dos sindicatos. Por ser o segundo maior e mais forte sindicato de trabalhadores brasileiros, esse desfecho arrasador inibiu todos os demais sindicatos do país a lutar por seus direitos. E muito menos por qualquer causa em defesa da Soberania Nacional. Era a estratégia de Fernando Henrique para obter caminho livre e sangrar gravemente o patrimônio brasileiro.

    1995 – O mesmo Fernando Henrique comandou o processo de mudança constitucional para efetivar cinco alterações profundas na Constituição Federal de 1988, na sua Ordem Econômica, incluindo a quebra do monopólio estatal do petróleo, por meio de pressões, liberação de emendas, barganhas e chantagens com os parlamentares.

    Manteve o presidente da Petrobras, Joel Rennó, que, no governo Itamar Franco, chegou a fazer carta ao Congresso Nacional defendendo a manutenção do monopólio estatal do petróleo, mas que, no governo FHC, passou a defensor empedernido da sua quebra.

     

    Petrobras_Investimentos2013A

    As cinco mudanças constitucionais promovidas por FHC

    1. Mudou o conceito de empresa nacional. A Constituição de 1988 havia estabelecido uma distinção entre empresa brasileira de capital nacional e empresa brasileira de capital estrangeiro. As empresas de capital estrangeiro só poderiam explorar o subsolo brasileiro (minérios) com até 49% das ações das companhias mineradoras. A mudança enquadrou todas as empresas como brasileiras. A partir dessa mudança, as estrangeiras passaram a poder possuir 100% das ações. Ou seja, foi escancarado o subsolo brasileiro para as multinacionais, muito mais poderosas financeiramente do que as empresas nacionais.

     

    A Companhia Brasileira de Recursos Minerais havia estimado o patrimônio de minérios estratégicos brasileiros em US$13 trilhões. Apenas a companhia Vale do Rio Doce detinha direitos minerários de US$3 trilhões. FHC vendeu essa companhia por um valor inferior a um milésimo do valor real estimado.

    2. Quebrou o monopólio da navegação de cabotagem, permitindo que navios estrangeiros navegassem pelos rios brasileiros, transportando os minérios sem qualquer controle.

    3. Quebrou o monopólio das telecomunicações, para privatizar a Telebrás por um preço abaixo da metade do que havia gasto na sua melhoria nos últimos três anos, ao prepará-la para ser desnacionalizada. Recebeu pagamento em títulos podres e privatizou um sistema estratégico de transmissão de informações. Desmontou o Centro de Pesquisas da empresa e abortou vários projetos estratégicos em andamento, como capacitor ótico, fibra ótica e tevê digital.

    4. Quebrou o monopólio do gás canalizado e entregou a distribuição a empresas estrangeiras. Um exemplo é a estratégica Companhia de Gás de São Paulo, a Comgás, que foi vendida a preço vil para a British Gas e para a Shell. Não deixou a Petrobras participar do leilão por meio da sua empresa distribuidora. Mais tarde, abriu parte do gasoduto Bolívia-Brasil para essa empresa e para a Enron, com ambas pagando menos da metade da tarifa paga pela Petrobras, uma tarifa baseada na construção do Gasoduto, enquanto que as outras pagam uma tarifa baseada na taxa de ampliação.

    5. Quebrou o monopólio estatal do petróleo, por meio de uma emenda à Constituição de 1988, retirando o parágrafo primeiro, elaborado pelo diretor da Aepet, Guaracy Correa Porto, que estudava Direito e contou com a ajuda de seus professores na elaboração. O parágrafo extinto era uma salvaguarda que impedia que o governo cedesse o petróleo como garantia da dívida externa do Brasil. FHC substituiu esse parágrafo por outro, permitindo que as atividades de exploração, produção, transporte, refino e importação fossem feitas por empresas estatais ou privadas. Ou seja, o monopólio poderia ser executado por várias empresas, mormente pelo cartel internacional.

     

    1996 – Fernando Henrique enviou o projeto de lei que, sob as mesmas manobras citadas, se transformou na Lei 9.478/97.

    Esta Lei contém artigos conflitantes entre si e com a Constituição Brasileira. Os artigos 3º, 4º e 21º, seguindo a Constituição, estabelecem que as jazidas de petróleo e o produto da sua lavra, em todo o território nacional (parte terrestre e marítima, incluído o mar territorial de 200 milhas e a zona economicamente exclusiva) pertencem à União Federal. Ocorre que, pelo seu artigo 26º – fruto da atuação do lobby, sobre uma brecha deixada pelo projeto de lei de FHC – efetivou a quebra do monopólio, ferindo os artigos acima citados, além do artigo 177 da Constituição Federal que, embora alterada, manteve o monopólio da União sobre o petróleo. Esse artigo 26º confere a propriedade do petróleo a quem o produzir.

    “O petróleo agora é vosso.”

    1997 – Fernando Henrique criou a Agência Nacional do Petróleo e nomeou o genro, David Zylberstajn, que havia se notabilizado como Secretário de Minas e Energia do Estado de São Paulo, desnacionalizando várias empresas de energia por preços irrisórios, inclusive a Eletropaulo, vendida para a empresa americana AES que, para essa compra, lançou mão de um empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e não pagou.

    Cabe salientar que, dos recursos do BNDES, 50% são originários do FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador – e foram emprestados a empresas estrangeiras para comprar empresas nacionais, que demitiram, em média, 30% dos trabalhadores. Ou seja, o FAT foi usado para desempregar os trabalhadores.

    Zylberstajn, no ato de sua posse, com o auditório cheio de empresas estrangeiras ou de seus representantes, bradou: “O petróleo agora é vosso”.

    Empossado, iniciou os leilões de áreas, já com alguma pesquisa feita pela Petrobras, com tal avidez entreguista que os blocos licitados tinham áreas 220 vezes maiores do que a dos blocos licitados no Golfo do México.

     

    Zylberstajn, inicialmente, mandou que a Petrobras escolhesse 10% das áreas sedimentares, de possível ocorrência de hidrocarbonetos, nas 29 províncias onde ela já havia pesquisado, para continuar explorando por mais três anos, quando, se não achasse petróleo, teria que devolvê-las à ANP. Depois de 6 meses de exaustivos estudos, a Petrobras escolheu as áreas que queria.

    Surpreendentemente, Zylberstajn, aproveitando que a atenção do país estava voltada para a Copa do Mundo de futebol, em realização na França, retomou 30% dessas áreas que a Petrobras havia escolhido, sob rigorosos critérios técnicos, pelos seus especialistas. Assim, a Petrobras passou a ter direito de explorar apenas 7% do total das rochas sedimentares brasileiras. Esse prazo de três anos se mostrou inviável e foi estendido para cinco anos. Nós publicamos informativos mostrando que as multinacionais tinham oito anos de prazo contra os três da Petrobras.

    FHC_Legado58_Petrobras

    1998 – A Petrobras é impedida pelo governo FHC de obter empréstimos no exterior para tocar seus projetos – a juros de 6% a.a. –, e de emitir debêntures que visavam à obtenção de recursos para os seus investimentos.

    FHC cria o Repetro, por meio do Decreto 3.161/98, que libera as empresas estrangeiras do pagamento de impostos pelos seus produtos importados, mas sem, contudo, dar a contrapartida às empresas nacionais. Isto, somado à abertura do mercado nacional iniciada por Fernando Collor, liquidou as 5 mil empresas fornecedoras de equipamentos para a Petrobras, gerando brutais desemprego e perda de tecnologias para o País. Essas empresas haviam sido criadas por meio do repasse de tecnologia que a Petrobras gerava ou absorvia. A presença do fornecedor nacional facilitava em muito a operação da empresa.

    Ainda em 1998, seis empresas multinacionais (duas delas comandaram a privatização da YPF Argentina – Merryl Linch e Gaffney Cline) passaram a ocupar o 12º andar do prédio da Petrobras (Edise) para examinar minuciosamente todos os dados da Companhia, sob o argumento de que se tratava de uma avaliação dos dados técnicos e econômicos necessários à venda de ações da Empresa, em poder do governo.

    Durante dois anos, essas empresas receberam todas as informações que quiseram dos gerentes da Petrobras, inclusive as mais confidenciais e estratégicas, de todas as áreas. Reviraram as entranhas da Companhia, de uma forma jamais realizada em qualquer empresa que aliene suas ações.

    1999 – Muda-se o estatuto da Petrobras com três finalidades:

    permitir que estrangeiros possam ser presidentes da empresa (Philippe Reichstul);

    permitir a venda de ações para estrangeiros;

    retirar os diretores da empresa do Conselho de Administração, colocando em seu lugar representantes do Sistema Financeiro Internacional, como Jorge Gerdau Johannpeter (comandante do lobby para a quebra do monopólio), Roberto Heiss, Paulo Haddad e outros;

    Reichstul inicia o mandato cancelando atabalhoadamente (propositalmente?) o contrato da empresa Marítima – fornecimento de seis plataformas para perfuração exploratória – um mês antes dela incorrer numa grave inadimplência. O cancelamento salvou a Marítima de pesadas multas e ainda deu a ela argumentos para processar a Petrobras, pedindo R$2 bilhões de indenização pelo incrível cancelamento. Ganhou em primeira instância.

    FHC_Legado60_Petrobras

    Reichstul viaja aos EUA com o ex-jogador Pelé e, juntos, fazem propaganda do lançamento e venda de ações da Petrobras em Wall Street; o governo vende, então, 20% do capital total da Petrobras, que estavam em seu poder. Posteriormente, mais 16% foram vendidos pelo irrisório valor total de US$5 bilhões.

    Como a “Ação Direta de Inconstitucionalidade” da Aepet contra o artigo 26, já mencionado, assinada pelo governador Roberto Requião (Paraná), foi derrubada, e a Petrobras é dona das reservas, em detrimento da União, esses acionistas incorporaram ao seu patrimônio um acervo de 10 bilhões de barris – 36% de 30 bilhões de barris nas mãos da Petrobras (incluindo 16 bilhões do pré-sal, já cubados) – os quais, pela Constituição pertencem à União.

    Como, agora, estamos no limiar do pico de produção mundial, o barril de petróleo, em queda temporária, vai ultrapassar os US$100, esse patrimônio transferido, gratuitamente, valerá mais de US$1 trilhão. Considerando que já existiam no mercado cerca de 20% das ações em mãos de testas de ferro, o governo, hoje, detém 54% das ações com direito a voto, mas apenas 40% do capital total da Petrobras (antes das mudanças, o governo detinha 87% do capital total da Companhia).

    O poder dos novos e felizardos acionistas de Wall Street os levam a exigir da Petrobras a quitação dos débitos que a Companhia tem com o Fundo de Pensão (Petros), de preferência pelo menor preço possível. Reichstul usa R$8 bilhões em títulos de longuíssimo prazo do governo (NTN tipo B, recebidos na privatização das subsidiárias da Companhia – prazos de 23 e 32 anos) e quita a dívida, financeiramente, mas não atuarialmente, pelo valor de face dos títulos. A Petrobras contabiliza a saída dos títulos por R$1,8 bilhão e o Fundo de Pensão os recebe por R$8 bilhões.

    FHC_Legado61_Petrobras

    Reichstul dobra o salário dos gerentes da Petrobras, amplia o número deles, e lhes dá poderes ilimitados para contratar empresas e pessoas. Ganha com isso o apoio para fazer todas as falcatruas que planejava. Desmonta a competente equipe de planejamento da Petrobras e contrata, sem concorrência, a Arthur De Little, empresa americana, presidida pelo seu amigo Paulo Absten, para comandar o planejamento estratégico da Companhia.

    Isto resulta numa série de desastres consecutivos. Entre eles, a compra de ativos obsoletos na Argentina, na Bolívia e em outros países. Os gerentes – cooptados – se fartam de contratar empresas e pessoas, sem controle. A terceirização atinge o estrondoso absurdo de 120 mil contratados, com nepotismo e corrupção, enquanto os empregados efetivos caem de 60 mil para cerca de 30 mil, seguindo a estratégia aplicada na Argentina, de enxugar para desnacionalizar. Abre-se acesso às entranhas da empresa para pessoas alocadas por empreiteiras e concorrentes estrangeiras.

     

    Reichstul tenta mudar o nome da empresa para Petrobrax, para facilitar a pronúncia dos futuros compradores estrangeiros. Causa uma reação de indignação nacional e recua. Mas segue a sua meta desnacionalizante e divide a empresa em 40 unidades de negócio, seguindo a proposta do Credit Suisse First Boston, apresentada ao Governo Collor, para a desnacionalização da Companhia. Pulveriza as equipes técnicas, desmantelando a tecnologia da empresa e preparando para, por meio do artigo 64 da Lei 9.478/97, transformar cada unidade de negócio em subsidiária e privatizá-las, como iniciou fazendo com a Refinaria do Rio Grande do Sul, a Refap.

    FHC_Legado59_Petrobras

    Essa privatização foi feita pela troca de ativos com a Repsol Argentina (pertencente ao Banco Santander, braço do Royal Scotland Bank Co.), onde a Petrobras deu ativos no valor de US$500 milhões – que avaliamos em US$2 bilhões – e recebeu ativos no valor de US$500 milhões, os quais, dois dias depois, com a crise da Argentina, passaram a valer US$170 milhões.

    A avaliação dos ativos foi feita pelo Banco Morgan Stanley, do qual Francisco Gros era diretor, acumulando, desde o início da gestão Reichstul, o cargo de membro do Conselho de Administração da Petrobras. Gros, segundo sua biografia publicada pela Fundação Getulio Vargas, veio para o Brasil, como diretor do Morgan Stanley, para assessorar as multinacionais no processo de privatização. Por meio de sindicalistas do Rio Grande do Sul, entramos com uma ação judicial na qual ganhamos a liminar, cassada, mas que interrompeu esse processo de desnacionalização.

    A gestão Reichstul levou a empresa a um nível de acidentes sem precedentes na sua história: 62 acidentes graves – em dois anos – contra a série histórica de 17 acidentes em 23 anos (1975 a 1998), segundo relatório publicado pelo Conselho Regional de Engenharia do Estado do Paraná.

    Nós pedimos investigação de sabotagem aos vários órgãos de segurança: Polícia Federal, Marinha, Procuradoria Federal. Não investigaram, mas os acidentes cessaram.

     

    2001 – Reichstul, desgastado, dá lugar a Francisco Gros, que, ao assumir a presidência da Petrobras, num discurso em Houston, EUA, declara que, na sua gestão, “a Petrobras passará de estatal para empresa privada, totalmente desnacionalizada”.

    Gros compra 51% da Pecom Argentina, por US$1,1 bilhão, embora a dita empresa tenha declarado, publicamente, um déficit de US$1,5 bilhão; cria um sistema para mascarar acidentes, nos quais os acidentados não os possam reportar; tenta implantar um plano de Benefício Definido no fundo de pensão – Petros.

    Faz, ainda, um contrato de construção de duas plataformas com a Halliburton, com uma negociação obscura, sem concorrentes, que resulta, além de um emprego maciço de mão de obra estrangeira, em dois atrasos superiores a um ano e meio. Esses atrasos fizeram com que, pela primeira vez na história da empresa, houvesse uma queda de produção, fato ocorrido em novembro de 2004. Apesar desses atrasos, a Halliburton não pagou multa e ainda ganhou cerca de US$500 milhões adicionais da Petrobras, em tribunal americano.

    Com a eleição de Lula para a Presidência da República, antes da sua posse, houve uma renegociação em massa dos contratos de serviço em andamento, com novos prazos, superiores a quatro anos, de forma a criar uma blindagem ao novo governo, impedindo as reanálises, renegociações ou revogações dos contratos feitos sem concorrência, incluindo empresas ligadas aos amigos de alguns gerentes do governo FHC.”

    Fernando Siqueira é presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras em 26/5/2009.

     

    1. Por que este documento não

      Por que este documento não foi elevado a post? É antigo mas atualissimo. Alguém deveria remeter para ‘seu’ deputado para a CPI. O ‘meu’ não eleito. Como sempre.

    2. GGN, este seria um post

      GGN, este seria um post interessante, principalmente para a disseminação de informações que não são necessariamente de conhecimento geral.

  6. O Grande Roubo dos Cartões SIM

    O Grande Roubo dos Cartões SIM

     Cada telemóvel ou smartphone tem no seu interior um cartão Subscriber Identity Module, “Módulo 
    de Identificação do Assinante”, mais conhecido como cartão SIM.

    O que interessa isso? Interessa, interessa…

    É que os últimos documentos fornecidos por Edward Snowden e Gleen Greenwald mostram uma das acções mais graves implementadas pela Agência de Segurança Nacional, a NSA: a violação do cartão SIM dos telefones móveis.

    Entrando na infra-estrutura de segurança da Gemalto, a multinacional holandesa que produz os pequenos chips inseridos nos cartões dos telefones celulares e cartões de crédito de última geração, os agentes do espionagem americanos e britânicos têm garantido o acesso a dados e informações vitais, incluindo telefonemas, mensagens e endereços de milhões, talvez biliões de pessoas.

    A gravidade da situação é realçada pela rapidez com a qual a Gemalto tem emitido um comunicado para confirmar o início dum inquérito sobre a questão. Não admira: só nos Estados Unidos, a empresa serve clientes do nível de AT&T, T-Mobile, Verizon, Sprint, para os quais a segurança é (ou deveria ser) uma prioridade absoluta.

    A técnica
    De acordo com os documentos, a intrusão nos chips dos cartões SIM permitiu a monitorização da grande parte das comunicações celulares globais, e isso sem pedir ou obter autorização nenhuma por parte de empresas de telefonia ou governos estrangeiros.

    A operação começou com o GCHQ (o homólogo britânico da NSA) que espalhou malware em computadores de diferentes funcionários da Gemalto para encontrar um ponto fraco no sistema de segurança e conseguir ter acesso ao servidor da empresa.

    Nesta altura entrou em função o Mobile Handset Exploitation Team (MHET), um grupo de especialistas cuja função era (e ainda é) espiar os segredos dos cartões SIM. O MHET, cuja existência nunca antes tinha sido divulgada, foi formado em Abril de 2010 e uma das suas principais missões foi mesmo penetrar secretamente nas redes de computadores das empresas que fabricam os cartões SIM, bem como nas redes dos provedores de rede sem fio. A equipa inclui agentes de ambas as agências, GCHQ e a NSA.

    Depois disso, foi só começar a recolher os dados encriptados, traduzi-los e ficar com nas mãos o maior banco de dados de telefones alguma vez existido.

    Nos documentos apresentados, o GCHQ alega também a capacidade de manipular os servidores de facturação das empresas de telecomunicação para “suprimir” os encargos derivantes das acções secretas de espionagem contra o telefone de indivíduos. O GCHQ também penetrou nos “servidores de autenticação”, o que lhe permitiu decriptografar dados e comunicações de voz entre o telefone dum indivíduo-alvo e a sua rede ou o seu fornecedor de telecomunicações.

    Na prática, as agências de intelligence americanas e inglesas conseguiram obter o acesso ao database das chaves de encriptação de numerosas empresas ligadas ao serviço das comunicações sem fio. Isso deu-lhe acapacidade de interceptar e decifrar as comunicações sem alertar o provedor da rede, o governo estrangeiro ou o usuário-alvo da espionagem.

    Como explica Matthew Green, especialista em criptografia do Instituto de Segurança da Informação Johns Hopkins:
    Ter acesso a um banco de dados de chaves é o fim da criptografia de celular.E é simples imaginar qual a razão.

    Como regra geral, as empresas de telefonia não fabricam os cartões SIM, nem os programam com chaves de criptografia. É mais barato deixar que sejam empresas especializadas a fazer isso. Como a  Gemalto, a maior do sector. Portanto, as empresas de telefonia compram grandes quantidades de SIM, com a chave de criptografia já pré-carregada.

    Depois dum cartão SIM ter sido fabricado, a chave de encriptação, conhecida como “Ki”, ​​é gravada directamente no chip. Uma cópia da chave também é dada à empresa ao fornecedora do serviço sem fio, para permitir que a sua rede reconheça o telefone.

    Para que um telefone seja capaz de conectar-se à rede da operadora, o telefone (com a ajuda do cartão SIM) autentica-se usando a tal chave Ki. O telefone e a rede, portanto, reconhecem-se e a partir daí todas as comunicações são encriptadas. Mesmo que GCHQ ou NSA interceptassem os sinais de telefonia que são transmitidos pelo ar, os dados interceptados seriam ilegíveis, pois decifra-los pode ser difícil e demorado.

    Roubando as chaves (as tais Ki), vice-versa, tudo fica bem mais simples: as comunicações são encriptadas de forma rápida e eficiente, sem esforço nenhum. E foi exactamente isso que se passou.

    Não só telemóveis

    Até aqui falámos de telemóveis e smartphones.
    Mas os chips produzidos pela Gemalto são utilizados em outras aplicações.

    A empresa, que arrecadou 2,7 biliões de Dólares em receitas no ano de 2013, é líder mundial no sector da segurança digital, na produção de cartões bancários, sistemas de pagamento móvel, dispositivos de autenticação, passaportes electrónicos e cartões de identificação.

    Gemalto fornece Vodafone na Europa e Orange na França, assim como a EE, uma joint ventureno Reino Unido entre France Telecom e Deutsche Telekom. A Real KPN, o maior provedor de rede sem fio holandês, também usa a tecnologia Gemalto.

    Mas os chips da Gemalto são utilizados em todo o mundo. Entre os clientes há mais de 3.000 instituições financeiras e 80 organizações governamentais. No portfolio: Visa, Mastercard, American Express, JP Morgan Chase, Barclays, Audi, BMW.

    Em 2012, a Gemalto ganhou um contrato 175 milhões de Dólares do governo dos EUA para produzir os passaportes electrónicos dos Estados Unidos, que contêm chips e antenas usados ​​para melhor autenticar os viajantes. NSA e GCHQ, que foram capazes de contornar a criptografia das redes móveis, têm a capacidade de aceder aos outros dados privados da Gemalto?

    Ambas as agências de intelligence recusam responder a quaisquer perguntas específicas acerca desta história.

    Mas as últimas revelações de Snowden fazem lembrar o início do Datagate, quando foi mostrado ao mundo a operação X-Keyscore, o programa que permite que a NSA rastreie os usuários móveis. Mas enquanto X-Keyscore funciona através da navegação na web e do acesso às redes sociais, com as novas descobertas o círculo está fechado: a intelligence de EUA e Reino Unido tem a capacidade de controlar qualquer pessoa que utilize um telefone celular ou algo parecido.

    E talvez ainda mais do que isso.

    Ipse dixit.

    Relacionados:
    Edward Snowden: as novas revelações
    Serviços cloud: espiados
    Telemóveis: NSA, Co-Travellers e a nossa (ex) privacidade
    Datagate: as novas revelações
    XKeyscore: internet, o Cavalo de Tróia

    Fontes: The InterceptGemaltoPCS Harvesting at Scale -Introducing Automation to Ki Harvesting Efforts in TDSD

    http://informacaoincorrecta.blogspot.com.br/2015/02/o-grande-roubo-dos-cartoes-sim.html

     

     

  7. Empresas de Técnologia x Bancos Tradicionais a proxima revolução

    Nassif,

    Segue abaixo texto publicado no jornal da Caixa falando da revolução provocada pela entrada dos gigantes da Técnologia no setor financeiro:

    Empresas de Técnologia x Bancos Tradicionais a proxima revolução

    O bilionário Bill Gates, hoje afastado de sua empresa, Microsoft, e dedicado à filantropia em tempo integral por meio da Fundação Bill & Melinda Gates, sentenciou por meio de uma carta divulgada no último Fórum Econômico Mundial de Davos que a vida das pessoas de países pobres terá nos próximos anos um salto de qualidade maior e mais rápido que qualquer outra população já experimentou na história. 

    A ousada visão envolve melhoria de índices de saúde, em grande parte da combinação de vacinas e melhoria de sistemas sanitários, além do incentivo à produção agrícola por meio de novas técnicas. Mas a visão de Gates também inclui uma revolução no sistema bancário nos próximos 15 anos. 

    Segundo dados divulgados pela Fundação Gates, 2,5 bilhões de pessoas sem acesso bancário podem entrar no sistema em 15 anos, sendo que 700 milhões serão beneficiadas já nos próximos cinco anos. O canal para esta inclusão seria o mobile banking, ou ao menos uma nova categoria dele, com custo reduzidíssimo de transações e pouca ou nenhuma dependência de atendimento bancário tradicional, aquele que envolve um ponto de venda. 

    Para Gates, o acesso a serviços financeiros de qualidade é uma das chaves para alavancar a qualidade de vida da população de países pobres, pois ele permitirá lidar de forma mais efetiva com as crises e facilitar o investimento em áreas vitais como alimentação, saúde e educação. Não é sem conhecimento de causa que afirma isso. Equipes de sua fundação estão dedicadas ao assunto em nível global desde a década passada, estudando inclusive a realidade brasileira.

    Em outra iniciativa, o governo chinês tem permitido a abertura de “bancos virtuais” privados no país. No ano passado foram liberadas dez concessões para este serviço, que tem como objetivo oferecer crédito às pequenas empresas ou pessoas físicas que têm dificuldades para conseguir empréstimos com os bancos estatais. O primeiro desses bancos virtuais já funciona desde o começo de janeiro. O Webank faz parte do grupo Tencent, uma das principais empresas de Internet da China e que tem no comércio eletrônico e no serviço de mensagens Wechat seus carros chefes. A gigante do e-commerce chinês, Alibaba Group, também já recebeu autorização para criação de seu banco virtual. 

    No outro lado do mundo, o Google, que já possui toda uma arquitetura de plataforma de pagamento, recebeu recentemente autorização para vender seguros nos Estados Unidos, serviço que já oferece na Inglaterra. A empresa ofertará produtos a partir de um sistema de buscas que dará as melhores condições entre as seguradoras vinculadas ao serviço. 

    Não é difícil imaginar que em pouco tempo o seguro será oferecido, por exemplo, no Android Auto, plataforma inteligente para veículos, permitindo que o dono do veículo faça a contratação ou renovação do seguro ali mesmo, sem nem sair de trás do volante do carro, usando uma conta do Google Wallet que pode ser abastecida até com créditos comprados no caixa do supermercado. Parece uma disputa desigual com a ideia de ir até uma agência do seu banco para pegar uma proposta e assinar um contrato. 

    Em uma pesquisa realizada em 2012, com cerca de 200 executivos em cargos de liderança em bancos de várias partes do mundo, 11% deles indicaram que viam grandes empresas de tecnologias, como Apple, Google e Amazon, como uma grande ameaça real e imediata para o seu negócio. Em 2013, 18% dos dirigentes de bancos já apontavam esta tendência. Em 2014, 23% dos entrevistados já estavam compartilhando esta visão. E todos estes números são anteriores aos anúncios das iniciativas citadas acima. Logo a tendência para 2015 parece bastante clara.

    A saída para enfrentar esta nova concorrência é literalmente uma pergunta cuja resposta vale bilhões em dinheiro real ou virtual. Em parte, talvez buscar parcerias mais ousadas com as empresas de tecnologia seja o caminho. Talvez buscar custos menores e preços mais competitivos por meio do conhecimento já existente do cliente nos bancos tradicionais. Repensar os modelos de negócio também pode estar no escopo. Mas um cenário novo está surgindo e provavelmente um jogo completamente diferente no setor financeiro esteja aparecendo no horizonte.

    Antonio Rubens Lopes Bonfim é consultor matriz na Gerência Nacional de Estratégia e Desempenho de TI da CEF

  8. Todo Poder as Corporações TI e a Gillette…se converter o Islã!

    e vêm por aí o 5G com velocidade anos-luz do 4G… e o ocaso do sistema bancário tal como o conhecemos e utilizamos…

    enquanto isso, mangabeiras ungers pensam e pensam e repensam com quem dilma deve-se casar…

    sem chance!

    BRAZIL BOLA DA VEZ, SEMPRE A REBOQUE DO SISTEMA

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