Um dos temas relevantes da 5a Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5CNCTI), que começa dia 30 em Brasília, é a indústria de defesa. Entende-se a defesa como grande geradora de avanços tecnológicos, que podem se propagar por toda a economia.
O evento foi precedido de seminários por todo o país, destinado a levantar dados, conceitos e questões a serem debatidas durante o encontro.
O seminário preparatório, “Base Industrial da Defesa e da Segurança / Financiamento da Inovação e Capacitação de RH” ocorreu em 23 de janeiro, com a participação de instituições da área tecnológica – MCTI, Finep, CGEE -, da indústria e da defesa.
Houve uma defesa da nova política industrial, por ter criado instrumentos concretos de financiamento.
Papel central será entra a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e a Finep (Financiadora de Estudos e Pesquisas). Como lembrou Perpétua Almeida, da ABDI, há a necessidade de financiamentos estratégicos, que estabeleça conexões cruciais com as áreas de saúde e educação.
Ali, vê-se o conceito de defesa como algo muito mais sistêmico do que tanques velhos soltando fumaças na Esplanada dos Ministérios.
Ressaltou os programas PESE (Programa Estratégico de Sistemas Espaciais), o Amazônia Azul, o SISFRON (Sistema de Integração e Monitoramento das Fronteiras).
Um projeto grande de soberania implica em cuidar dos problemas sociais do país, destacou Perpétua. Por isso, propôs a criação de um Grupo de Trabalho envolvendo Finep, ABDI e CGEE para a discussão e implementação de um GPS (Gestão Pública Sustentável). Há a necessidade, ainda, de definições claras para a proteção estratégica de empresas, sendo crucial a recomposição do orçamento da Defesa, com um limite fixo para gastos com pessoal.
Como “instituições do Estado”, há a necessidade de um amplo debate sobre o papel das Forças Armadas na defesa da soberania.
Já Ronaldo Carmona, da Finep, destacou o programa “Mais Inovação” como uma forma do que ele definiu como “o anacronismo ideológico da mídia”, que associa erroneamente a Política Industrial à Política de Inovação.
Lembrou que há uma tendência internacional de ver a Defesa como prioridade na política de inovação. No caso do Brasil, esse conceito assume importância adicional, segundo ele, devido à posição geopolítica cada vez mais central do país, que te provocado bloqueios e cerceamento para a aquisição de material de defesa.
Atualmente, 80% dos recursos da Defesa são destinados a pessoal. A Finep impulsa a inovação com subvenção econômica de R$ 1 bilhão. Para o período 2024/2026, a previsão é de R$ 2,38 bilhões.
A nova política industrial ressaltou especialmente a área de foguetes, diz ele.
Fábio Borges, do LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica), mais um dos organismos relevantes pouco conhecidos, alertou para a evolução da segurança cibernética e a iminente revolução trazida pela computação quântica, que alteram significativamente o cenário da guerra.
Em breve, novos armamentos, mais acessíveis e ágeis, redefinirão estratégias de guerra. Além disso, haverá a presença marcante da Inteligência Artificial, abrangendo desde a análise de dados de inteligência, vigilância e reconhecimento, passando pelo controle de sistemas autônomos letais, pilotagem de drones de vigilância, monitoramento de soldados, cálculos de equipamentos necessários para controle área, naval e terrestre.
Nos debates que se seguiram, houve algumas conclusões:
- Marcos Dantas salientou a importância das informações disponíveis no país saírem de plataformas como Google e Microsoft. Houve a defesa da criação de nuvens nacionais.
- Apontou-se a dificuldade para a retenção de talentos e a ausência de rotas tecnológicas claras;
- a discussão sobre contratos offset (as compensações exigidas pelo país na compra de bens e equipamentos de outros países) tem que contar com o compromisso da Finep de investir na Defesa.
- O ciclo dos combustíveis é área sensível, mas sob a vigilância da Agência de Energia Nuclear (AEI). Tem que se pensar em formas autônomas de desenvolvimento;
- toda atençào para as reservas brasileiras de nióbio, especialmente em Roraima (em áreas indígenas).
Tudo isso ocorre em um quadro de desnacionalização de empresas de defesa, de ausência de regras claras para a transferência de tecnologia, a falta de proteção às tecnologias críticas.
Essas ideias serão debatidas na reunião temática do Eixo 3 – CT&I para Programas e Projetos Estratégicos.
Nas reuniões preparatórias, houve uma organizada pelo Ministério da Defesa, com a participação das 3 Armas, representantes da Academia e da Indústria, sob a coordenação do Brigadeiro Antônio Ferreira de Lima Júnior e do Major Luciano Valentim Rechiuti.
Mas esse debate não foi gravado.
Aqui, os principais documentos gerados na reunião do Ministério da Defesa:
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Não basta discutir os meios pelos quais o Brasil vai se defender e onde a tecnologia militar de defesa será desenvolvida e os equipamentos fabricados. Nós precisamos decidir o que defenderemos. Até a presente data parece que as Forças Armadas ainda não perceberam que os dados dos cidadãos brasileiros são um ativo econômico e geoestratégico importante que merece ser defendido. Isso me parece um problema, Nassif. Empresas norte-americanas e europeias não cogitam hospedar seus dados em servidores russos e chineses. Mas as empresas brasileiras e até órgãos públicos brasileiros hospedam informações sensíveis e até sigilosas nos servidores da Microsoft e Amazon como se isso fosse algo perfeitamente natural. Pior, tem militar querendo comprar aquele sistema de internet do Elon Musk que permitiria aos gringos espionar as Forças Armadas. Assim não dá, né….
Luz no fim do túnel? Tomara…
JÁ q vc falou em tanques Nassifâo(relaxa não é so política Nassif,respira)Lula em sua primeira viagem fechou um contrato em tanques novos trazendo milhões para o País precispu só de uma mas umaaa viagem para fazer mais para o Pais q o governo passado e isso não foi explorado por incompetência e aí q os maus avançam,o povão vive numa bolha,um mundo paralelo isso engloba até empresários q supostamente seriam cultos,isso explica o apoio deles a coisas q prejudica a si mesmos,uma mente colonizada(por quem?)p PAÍS regredindo ao agro e outros dizendo q isso é pop,FALTA INFORMAÇÃO e uma visão de equilíbrio geral o Brasil virou uma guerra de gangues cada uma querendo tudo só pra si e os outros q se lasquem,agora os bilionários querem tudo e se acham donos de tudo sem respeito ou consideração a ng são os REIZOES DO MUNDO,vejam só o ex. DE Boni,trabalhou 30 anos dando o sangue,consolidou o Império midiático e ganhou um pé na bunda tamanho 53 isso ocorre pq não há humanismo e sim ganância viramos algoritmos e números e lógico q uma sociedade assim nunca dará certo,na escravidão seres humanos negros não eram nada,eram só propriedade dos ricaços um brinquedinho de lucro deles e atualmente esse principio está sendo imposto a todos em um regresso brutal da sociedade por um interesse de meia dúzia!!!Obs.:Nassif vc já sofreu muito bulling na imorensa corporativa,tem e faz diferente pfv defenda mais a sua profissão e seus colegas,eles fazem o q fazem(donos) pq fica no oculto veja o caso das entregas do património brasileiro e q prejudica povão e empresários ai falam só de quem rouba jóias milionárias falta muita informação mesmo com a inter net esse PAÍS e o pais do cercadinho,Nassifão q tal trazer colegas e ex colegas seus para um bate pspo contando sempre os bastidores da imprensa corporativa psra sabermos quem é quem ???
Marcelo, seu texto parece ter substância, mas falta clareza: você escreve mais ou menos como quem fala, atropeladamente (sem parar nem para respirar), não revisa a sequência de ideias, não usa a pontuação adequada e não corrige os erros de digitação cometidos (são muitos). Assim fica difícil de entender. A gente para de ler na metade… Tente reescrever o comentário com calma (essa é uma crítica construtiva).
Antes de tudo e mais nada.
País onde o conceito de defesa é levado a sério não discute esses temas em público, pelo menos, não com acesso a todo tipo de público.
Depois, é preciso concordar com o Fábio.
Só se defende quem tem algum interesse estratégico, e o nosso país, o único interesse duradouro sempre foi a subordinação, o entreguismo, e essa foi a doutrina aprendida pelas FFAA.
Esse processo de rebaixamento de nossas expectativas, por óbvio, atende aos interesses dos países que se beneficiam dessa subordinação, ou seja, os países mais ricos.
Nossas FFAA tiveram uma mínima chance, quando Genoíno montou uma base (e que não era divulgada, dada a sensibilidade do tema) de interlocução com alguns nomes das FFAA, pessoas excepcionais que escaparam a lavagem cerebral de West Point e adjacências.
Naquele momento houve uma luz, um esclarecimento no núcleo duro do governo Lula, de que sem um projeto estratégico de defesa (e de ataque, quando fosse preciso), com renovação tecnológica e, principalmente, do alto oficialato, nada poderia ser feito, como nada foi feito desde que os EUA entenderam…
Mandaram o Almirante, Genoíno, Odebrecht, Zé Dirceu e até Lula para cadeia, e mataram o projeto no ninho.
Obama disse: esse é o cara!
Os bobocas sabujos se refestelaram em loas à grandeza de Lula.
Qual nada, era um código, apontando o alvo principal.
Daí, engoliram o pré-sal, e os fundos de investimento continuam sangrando o que resta por aqui, concessões públicas, de água, esgoto, luz, etc.
Defesa?
Deixe-me rir.
A primeira estratégia deverá ser combater e eliminar a subserviência aos EUA e o entreguismo reinante nas nossas FFAA.