A Atlantic Council é um dos principais think tanks americanos, local onde se encontra o Estado profundo norte-americano, os grandes funcionários públicos, procuradores gerais cooptados, grandes grupos empresariais com problemas políticos e potentados estrangeiros.
Ela acaba de divulgar um estudo sobre o que se espera do governo Donald Trump.
Os principais pontos:
Liderança dos EUA no mundo
Na política de defesa e segurança, o retorno de uma abordagem de “paz pela força”. Significa grandes investimentos na capacidade de defesa dos EUA para fortalecer a dissuasão e usar a força decisivamente se a dissuasão falhar. Exigirá maior participação dos aliados para as alianças, especialmente da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Na política econômica, o foco no protecionismo – que a Atlantic chama de “foco no comércio justo” -, especialmente na guerra comercial com a China. O lema será “América em primeiro lugar, mas não sozinha”.
Comércio global
Nada acontecerá da noite para o dia. As visões comerciais de Trump foram moldadas na década de 80, para enfrentar o rápido crescimento do Japão. Trump vê o comércio em termos binários, com os desequilíbrios bilaterais sendo o principal determinante do sucesso ou não de uma política.
Seu primeiro passo provavelmente será revisar o acordo comercial da Fase 1 com a China, que ele intermediou no final do seu primeiro mandato. Considera-se que a China não cumpriu nenhum de seus compromissos, alegando problemas com a pandemia. Por isso é bem provável uma tarifa de 60% sobre produtos chineses.
O segundo passo será em relação à União Europeia. Trump buscará tarifas recíprocas sobre uma série de produtos – muitos dos quais poderá impor unilateralmente.
Parece improvável a promessa de tarifa geral de 10% no curto prazo. Mas haverá uma dispersão de tarifas específicas, indicando que é apenas o começo.
O risco maior é uma escalada de retaliação que será inflacionária nos EUA e na economia global.
A guerra da Ucrânia
A maior ameaça aos EUA e à OTAN é a parceria entre Rússia, China, Irã e Coreia do Norte. O ponto focal dessa ameaça é a Ucrânia. Segundo a Atlantic Council, Ucrânia é o primeiro passo para a Rússia que, depois, avançaria contra os estados orientais da Europa.
Não está claro se Trump encampa essa tese. É difícil prever seu comportamento, porque sua equipe tem pessoas com visões muito diversas. Há um grupo que propõe uma redução drástica do apoio à Ucrânia.
Só se saberá melhor o que pretende com as primeiras nomeações que fizer para altos cargos de segurança nacional.
OTAN
Com Trump voltando para a Casa Branca, os líderes europeus, em particular o novo secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, terão que mostrar que têm um plano para trabalhar com a nova administração.
Assim como em relação à Ucrânia, ninguém pode ter certeza sobre nada do que será montado por Trump.
A característica da diplomacia trumpiana é a imprevisibilidade, sempre mantendo os outros – amigos e inimigos – desequilibrados.
Na equipe de Trump há três grupos:
- os isolacionistas (a América em primeiro lugar),
- os defensores da “divisão de trabalho” (os EUA deveriam se concentrar exclusivamente no Indo-Pacífico deixando a Europa para os europeus) e
- os pos Guerreiros Frios Reaganitas, que apostam que Trump cortará a ajuda à Ucrânia, doará seu território e negociará diretamente com Vladimir Putin para impor uma “paz” ao país.
Concorrência com a China
A posição favorável à Rússia declarada por Trump sobre a guerra na Ucrânia removerá um ponto de discórdia com Pequim, mas também servirá à agenda geopolítica do líder chinês Xi Jinping. Trump já sinalizou falta de apoio a Taiwan e parece acreditar que pode deter a ação militar chinesa por meio de carisma pessoal. O comentarista não acredita que a esperteza de Trump supere a de Xi.
Irã
Uma das primeiras decisões importantes é o fim do mecanismo de snapback da Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU, de outubro de 2025. Ele permite a reimposição de sanções se houver desrespeito ao acordo nuclear, conhecido como Plano de Ação Integral Conjunto.
Mas provavelmente terá menos apoio na regiaõ do que tinha há 4 anos. Antes, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos eram aliados da ação dos EUA. O fim do bloqueio sauditia ao Catar, no entanto, foi visto pela Arábia Saudita como apoio insuficiente dos EUA, depois de um ataque de terroristas houthis à infraestrutura petrolífera em Abqaiq.
Trump só conseguiria avançar se o objetivo final claro fosse um acordo abrangente com o Irã.
Relações com a União Europeia
O relacionamento EUA-UE se tornará menos estratégico e menos abrangente. E as coisas pioraram rapidamente antes de melhorar. A UE não terá mais nos EUA um parceiro estratégico, incluindo seu apoio à Ucrânia, seus projetos de defesa, segurança econômica ou transição verde.
Para manter essa relação, a UE terá que priorizar algumas áreas-chave, que refletem as prioridades de Trump.
Moedas digitais
Trump passou de descrente a convertido total sobre criptomoedas. Lançou sua própria empresa de criptomoedas, depois que a Fairshake, um campeão do setor, arrecadou mais de US$ 200 milhões para sua campanha.
Trump também indicou que estaria aberto a uma reserva estratégica de Bitcoin, muito parecida com a de petróleo atualmente em vigor. Deverá levar as agências reguladoras nessa direção.
A maior reação é do Partido Republicanos, que julga que as moedas digitais podem controlar todos os aspectos de sua vida. O Projeto 2025 da Heritage Foundation propõe uma proibição de CBDC, e estados como Indiana, Flórida e Alabama aprovaram uma legislação se opondo ao uso ou experimentação com CBDCs.
Inteligência artificial
No primeiro governo, Trump favoreceu a regulamentação governamental limitada, entendendo a IA como uma ferramenta para fortalecer a competitividade dos EUA, especialmente em relação á China.
Agora, provavelmente desmontará as medidas regulatórias do governo Biden, que restringia o poder da IA. Provavelmente defenderá a auto-regulação, dando às empresas espaço para inovar sem restrições.
Mudança climática
Na campanha, Trump se revelou um adversário feroz de qualquer regulamentação do meio ambiente. Mas provavelmente se renderá à realidade. Anualmente, desastres climáticos custam US$ 150 bilhões aos EUA. Mas, por enquanto, preocupações de Trump com o meio ambiente são apenas uma esperança, não uma certeza.
Promoção da democracia global
O segundo mandato será mais do mesmo do primeiro: priorizar a segurança nacional e a alavancagem econômica. Não deverá prestar maior atenção à integração com o Sul Global, deixando de lado o pensamento tipicamente democrata da disputa entre democracias e autocracias.
Sua geopolítica se concentra em países onde haja interesse econômico e resultados mais rápidos e mensuráveis.
Taiwan
Haverá incerteza significativa para Taiwan. As tendências transnacionalistas da administração Trump significam que o presidente eleito espera que o apoio dos EUA a Taiwan tenha um preço e seja decidido caso a caso, em vez de resultar de uma parceria baseada em considerações mais duradouras.
Trump já criticou a indústria de semicondutores de Taiwan por roubar empregos americanos.
Venezuela
Na primeira gestão, houve pressão máxima sobre Nicolás Maduro. Aumentou as sanções financeiras, petrolíferas e individuais. Nos últimos meses, porém, ele se absteve de prometer publicamente a repetição do estilo. Mostrou mais preocupações com o fluxo migratório.
Israel
No primeiro mandato de Trump, o maior sucesso diplomático foram os chamados Acordos de Abraham, assinados entre Israel e Emirados Árabes e Bahrein. Mas tarde incluiriam o Sudão e o Marrocos e, especialmente, a Arábia Saudita.
Provavelmente sua estratégia será a de criar uma aliança regional contra o Irã.
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Enfim, mais do mesmo,ou seja ,o império dos falcões do norte sem máscara.
A boa notícia para os inimigos dos EUA é que Trump vai nomear Elon Musk e país será rápida e forçosamente Teslizado. Presos dentro do novo sistema milhões de americanos serão queimados vivos, mas Elon Musk dirá que centenas de milhões se beneficiaram do bullshit IA sistema verde que ele implantou. Uma potência nuclear com dois idiotas autoritários no comando não precisa de inimigos para se autodestruir.
https://www.unilad.com/news/world-news/canada/tesla-car-fire-electric-door-fault-toronto-180095-20241112?fbclid=IwY2xjawGgURBleHRuA2FlbQIxMQABHad__JeHXLQQqQhBahHjJdPQamVT5nD7mpdKpzTztLujWbY_Q6hfw1P5CA_aem_kC3ep0PoH_C_yUXSlXY8Jw
Pelo artigo a única menção a algo de América Latina foi Venezuela (petróleo a pouca distância) … Para não dizer que não falou deverá aparecer um artigo específico: Os currículos escolares deverão ensinar aos americanos que existem “países” no continente acoplado a Venezuela e instituindo graduação com méritos a quem terminar o ensino básico sabendo apontar num mapa Brasil (com “s”), Guiana, Bolivia, Paraguai, Argentina, Chile, Peru, Colombia, Equador …
Bando de burocratas, assassinos pernósticos, prepotentes e arrogantes, que só enxerga obviedades, mesmo com todo o arsenal de informações, e se valem da força acumulada para derramar sangue, às vezes gratuitamente, em terra alheia. Nisso se resume o Conselho do Atlântico. Mania de matar e roubar.
Os Estados Unidos jamais foram ameaçados pelo resto do mundo. A quem são uma permanente ameaça.