Petrobras vê necessidade de novas descobertas até 2050, por Luís Nassif

Plano estratégico da Petrobras para o período 2025-2029 prioriza transição energética e traça cenários possíveis para o Brasil e o mundo

Com Ciência – SBPC

A Petrobras montou um plano estratégico 2025-2029 pensando na transição energética e na nova ordem geopolítica mundial. É um documento relevante, dada a enorme quantidade de variáveis envolvidas, com desdobramentos diversos.

A variável maior são os cenários para as políticas climáticas. O trabalho é dividido em 3 cenários:

Cenário 1 – Lenta: transição climática lenta.

Cenário 2 – Negociação: transição climática moderada.

Cenário 3 – Compromisso: transição climática acelerada.

Cenário 4 – Net Zero, com o mundo cumprindo integralmente as metas do Acordo de Paris.

No primeiro quadro, mostra o mapa mundi e os países, de acordo com suas políticas de descarbonização. Curiosamente, os Estados Unidos são pintados com azul escuro, que define o “net zero” – ou emissão zero –, provavelmente feito antes das últimas medidas de Donald Trump.

Depois, são feitas estimativas sobre o futuro do planeta. A população mundial caminha dos 7,9 bilhões atuais para 9,7 bilhões até 2050.

Atualmente, há 700 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza, 778 milhões sem acesso à eletricidade e 2,2 bilhões sem acesso a tecnologias modernas de cozinhar. Os países de alta renda consomem 11 vezes mais petróleo em relação aos de baixa renda.

Espera-se, até 2050, um crescimento médio do PIB de 2,7% ao ano, e do PIB per capita de 2% ao ano.

Nesse período, o trabalho supõe que o PIB mundial (pelo conceito de Paridade de Poder de Compra) sofra a seguinte alteração:

  1. Os EUA passam de 16% para 12% do PIB mundial.
  2. China aumenta de 19% para 22%, mas a Índia salta de 8% para 15% e União Europeia cai de 15% para 9%.
  3. O Brasil permanece em 2%.

Depois, as estimativas de consumo de combustíveis, de acordo com os cenários trabalhados.

Energia20222050
CompromissoNegociaçãoAdaptação
Renováveis16%52%40%34%
Gás natural23%17%18%21%
Petróleo30%15%20%24%
Carvão27%6%10%15%
Outros4%10%13%7%

Nos três cenários, o plano prevê a necessidade de aumentar a oferta de petróleo, mesmo no cenário de Compromisso.

No caso brasileiro, a estimativa é da população saltar de 203,1 milhões para 218,4 milhões até 2050, com crescimento de 21% na demanda de petróleo, dentro do cenário de negociação. No mundo, a demanda aumentará 1%.

 O trabalho estima três cenários para os biocombustíveis. No mais favorável, a produção aumentará 22,5% até 2050. No menos favorável, cairá 16,4%. Para compor o cenário entram na análise os percentuais de biodiesel a serem definidos pelo Conselho Nacional de Petróleo, as políticas públicas de biocombustíveis e a influência do agro no poder legislativo.

Em relação à participação do etanol, prevê uma redução na mistura com gasolina – caindo de 45.446 mil m3 em 2025 para 35.547 mil m3 em 2040 – e um aumento no hidratado – de 14.641 mil m3 para 24.901 mil m3.

Em relação aos carros elétricos, o trabalho não prevê um crescimento rápido da frota. 

Se os elétricos na frota total não passarem de 32% em 2040, na venda de novos veículos poderá responder entre 33% a 58% dependendo do cenário traçado. 

Em todos os cenários traçados, haverá predominância das renováveis na matriz energética, de 59% no Cenário de Adaptação a 73% no Cenário de Compromisso.

As conclusões finais são as seguintes:

Mundo:

• Queda da demanda de óleo, sendo suportado pela ÁSIA;

• CHINA se consolida como maior economia mundial (20% do PIB) e com relevância na eletrificação;

• Novos investimentos em E&P serão necessários, mesmo com a demanda em queda.

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1 Comentário

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  1. Mas, a GLOBO quer ENTREGAR nosso PETRÓLEO da MARGEM EQUATORIAL para os americanos explorarem. Critica a Petrobrás TODOS OS DIAS – ENTREGUISMO covarde, absurdo e contra a segurança energética do povo brasileiro.
    OBS.: EMPRESAS AMERICANAS, FRANCESAS ETC. JÁ ESTÃO EXPLORANDO PETRÓLEO A CINQUENTA QUILÔMETROS DALI NA GUIANA FRANCESA, SURINAME ETC – E NOSSA MÍDIA APLAUDE A PRODUÇÃO DE PETRÓLEO LÁ.

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