Congresso

Câmara aprova projeto que proíbe “saidinhas” de presos; decisão final é de Lula

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (20), o projeto de lei (PL) 2.253, que coloca um fim nas saídas temporárias de presos para visita às famílias ou para convívio social em feriados, prática chamada popularmente de “saidinha”. O texto segue para sanção presidencial.

O relator da proposta, já aprovada na Câmara em agosto de 2022, deputado Guilherme Derrite (PL-SP), chegou a se licenciar do cargo de Secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo, para atuar na nova aprovação da pauta na Casa.

Em fevereiro, a matéria foi aprovada pelo Senado, mas com alterações. Sendo assim, o texto precisou ser ser analisado novamente pelos deputados.

A nova votação na Câmara foi unânime e simbólica, sem registro de votos no painel, a partir de acordo com os parlamentares.

Nem mesmo partidos de esquerda dificultaram a votação, já que avaliaram de forma positiva as emendas do Senado ao projeto.

Principal mudança

Hoje, somente os presos que cumprem uma série de exigências têm direito a cinco saídas anuais para visitas à família, atividades de retorno do convívio social e cursos profissionalizantes. Sendo que nos dois primeiros casos as saídas acontecem em datas comemorativas específicas.

Já o PL 2.253 extingue de vez as possibilidades de visitas às famílias e atividades de convívio social, mantendo somente a autorização de saída temporária para estudos e trabalho externo ao sistema prisional.

Expectativa pelo veto

O Palácio do Planalto já chegou a se manifestar contra o projeto, mas ainda não se sabe se Lula irá sancionar ou vetar o texto final. O presidente tem 15 dias úteis pra tomar a decisão.

Conforme noticiado pelo GGN, na avaliação de especialistas, as mudanças nas regras do benefício “representam um retrocesso civilizatório”, uma vez que a prática é fundamental para o processo de ressocialização dos presos, conforme previsto em Lei.

O principal argumento utilizado pelos apoiadores do PL, na maioria bolsonaristas, é que as saídas temporárias colocam a população em risco, já que alguns presos cometem infrações durante o gozo do benefício ou fogem do encarceramento.

No entanto, vale ressaltar, que os dados apontam que os presos que são beneficiados e fogem são minoria.

Leia também:

Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

Recent Posts

Justiça determina novo prazo para prescrição de ações de abuso sexual infantil

Em vez de contar a partir do aniversário de 18 anos da vítima, prazo agora…

2 horas ago

O que diz a nova lei para pesquisas com seres humanos?

Aprovado pelo Senado, PL segue para sanção presidencial e tem como objetivo de acelerar a…

2 horas ago

Da casa comum à nova cortina de ferro, por Gilberto Lopes

Uma Europa cada vez mais conservadora fala de guerra como se entre a 2ª e…

3 horas ago

Pedro Costa Jr.: Poder militar dos EUA não resolve mais as guerras do século XXI

Manifestantes contrários ao apoio dos EUA a Israel podem comprometer a reeleição de Biden, enquanto…

4 horas ago

Economia Circular e a matriz insumo-produto, por Luiz Alberto Melchert

IBGE pode estimar a matriz insumo-produto nos sete níveis em que a Classificação Nacional da…

5 horas ago

Os ridículos da Conib e o mal que faz à causa judia, por Luís Nassif

Conib cismou em investir contra a Universidade Estadual do Ceará, denunciada por uma postagem na…

5 horas ago