O Conselho Monetário Nacional (CMN) recebeu, nesta semana, pelo menos dois pedidos de afastamento contra o atual presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
As ações têm como plano de fundo a manutenção da taxa de juros de 13,75%, pelo Comitê de Política Monetária (Copom), anunciada na última terça-feira (21).
No dia (22), o presidente Lula (PT) chegou a afirmar que Campos Neto “joga contra a economia brasileira”, já que a taxa foi mantida, mesmo em meio a melhora nos indicadores econômicos.
Na ocasião, o petista cobrou medidas ao Senado em relação ao presidente do BC. “Eu tenho cobrado dos senadores. Foram os senadores que colocaram esse cidadão lá”.
“Democracia é coisa frágil. Defendê-la requer um jornalismo corajoso e contundente. Junte-se a nós: www.catarse.me/jornalggn”
“Campos Neto sabota o Brasil“
Um dos pedidos encaminhado ao CMN é de autoria da senadora Ana Paula Lobato (PSB-MA). Segundo documento, Campos Neto deve ser afastado do cargo devido ao “comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos da instituição”.
De acordo com Lobato, a manutenção da taxa de juros deixou evidente a “clara atuação política do presidente do BC no sentido de prejudicar o atual governo, ao impossibilitar maior crescimento econômico e, com isso, inviabilizar uma maior entrega de políticas públicas”.
“É fundamental ajustar nossa política monetária. Conto com o apoio dos colegas senadores. Campos Neto sabota o Brasil“, afirmou a parlamentar, por meio de publicação nas redes sociais.
“O Brasil não pode esperar”
Já em ofício enviado ao CMN, na quinta-feira (22), o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) defende a possibilidade de pedir a exoneração de Campos Neto ao Senado, por descumprimento dos objetivos do BC.
“Fica parecendo, cada vez mais, que Roberto Campos Neto e o Banco Central não estão agindo de forma técnica ao manter, pela sétima vez consecutiva, os juros em patamar tão elevado, mas, sim, agindo politicamente para travar a economia brasileira e sabotar o governo do presidente Lula”, escreveu.
O deputado também criticou o comunicado no qual o Copom pede “paciência e cautela”. “O Banco Central exige paciência, mas o Brasil não pode esperar. As empresas que estão quebrando não podem esperar, as famílias endividadas não podem esperar, diversos setores da economia em retração não podem esperar”, continuou Lindbergh.
“Não podemos mais ‘ter paciência’ com um presidente do Banco Central que está comprometendo de forma direta o futuro do País”, completou.
Leia também:
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
Acho que terão de “engolir” o “cidadão” …
O Brasil parece com um hipocondríaco, houve dizer que dado remédio faz bem pra isso ou para aquilo e sai atrás do medicamento. A aprovação dessa autonomia ou independência do Banco Central passa essa impressão. Não se discute que a função do Banco Central não está relacionada com as funções e políticas dos governos. Quando foi apreciada a medida que deu as condições atuais ao BCB, não se levou em consideração, ou não se respeitou o fato de o início desses mandatos para a presidência do órgão e suas diretorias começarem na metade do governo Bolsonaro. Seria prudente que nesse período inicial os mandatos tivessem os dois anos para o fim do governo e tendo em mente que todos os governos querem uma política monetária que resulte bem, os ocupantes poderiam ser reconduzidos aos cargos pelo novo governo. Se evitaria essa desconfortável suspeição de boicote e sabotagem de natureza política ao governo e consequentemente ao País. Esses embates e trocas de acusações através da mídia só complica a situação. O problema é que ao homem público não pode faltar senso crítico e nem um pouco de humildade em aceitar ser questionado, sobretudo numa instituição como o BCB. O BC parece fazer picuinha com algo que não lhe pertence. Trata-se do destino econômico de toda uma sociedade que precisa ter os anseios de progresso, do acesso ao direito de progredir. Retardar esse começo de queda nas taxas de juros por causa de querelas não é razoável. O País precisa passar a viver dentro desse ambiente de juros civilizados e compatíveis com as principais economias. Ninguém precisa ser o dono da razão.
Esse sujeito é um sabotador e um ladrão de dinheiro público, porque transfere BILHÕES para os bancos e rentistas com argumentos pífios. Tem que ser removido o mais rápido possível para estancar essa sangria.
Governo forte e Senado aliado e consciente será suficiente para substitui-lo. Confio no bom senso do Presidente Pacheco.