Congresso deixa eleições em segundo plano e se preocupa com sabatina

Jornal GGN – Com a eleição do Senado agendada para esta quarta-feira (01), mas sem preocupações do sucessor que ocupará o posto de Renan Calheiros (PMDB-AL), com Eunício Oliveira (CE), a cúpula do PMDB no Congresso trata de se preocupar com outro tema nesta primeira semana de atividades legislativas: a sabatina do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Mais especificamente, é a Comissão de Constituição e Justiça que terá que sabatinar o indicado por Michel Temer para substituir Teori Zavascki, e o ministro que poderá ter papel nos julgamentos de plenário da Operação Lava Jato.
Conforme o GGN publicou nesta terça-feira (31), a agilidade de Temer em indicar o novo ministro ainda guarda interesses com possível abertura na Operação Lava Jato de competir a todos os onze membros da Corte os julgamentos Limais importantes.
Nesse sentido, se a primeira semana do Congresso trazia como predominante preocupação o parlamentar que ocupará a Presidência, seja no Senado, onde a disputa já está quase decidida, ou na Câmara, onde ainda guarda polêmicas e decisões, a indicação de Temer ao Supremo ocupou a prioridade das atenções.
É o caso da sabatina. A pressão vem de ambos os lados: se Temer quer tentar certa conciliação com o Poder Judiciário, possivelmente levantando um nome isento do meio jurídico, os aliados e a cúpula do governo peemedebista pressiona por alguém com trânsito político dentro do STF, neste momento de ápice da Lava Jato com as delações da Odebrecht.
A dobradinha Renan e Eunício Oliveira no Senado, agora empenhados em apenas trocar de papéis na Presidência do Senado e liderança do PMDB na Casa, também viria na pressão direta a Temer. Enquanto Renan é alvo de oito inquéritos da Operação Lava Jato, Eunício já foi citado em delações premiadas.
A Renan, que assume o posto de líder do PMDB no Senado, caberá a função de indicar os nomes do partido que integram as comissões. Como, ainda, o PMDB é a maior bancada, indica não só o presidente de cada comissão, como também 8 dos 21 integrantes do colegiado.
A primeira iniciativa tomada por Renan Calheiros foi justamente mirar a CCJ, que em breve irá sabatinar um ministro. Entre os principais cotados para a presidência desta comissão estão os peemedebistas Marta SUplicy (SP), Garibaldi Alves (PI) e Raimundo Lira (PB). Edson Lobão (MA) também se dispos, mas pode gerar desgaste no governo, por ser alvo da Lava Jato.
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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