CPI da Petrobras atinge gestão FHC, mas não convoca ex-presidente

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Formada por maioria governista, a CPI da Petrobras no Senado incluiu no plano de trabalho o naufrágio da plataforma P-36, em 2001, que culminou na morte de 11 funcionários da estatal, durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Os parlamentates, entretanto, optaram por não convidar FHC a prestar esclarecimentos à comissão. O caso será investigado no eixo de plataformas com suspeita de insegurança.

O plano de trabalho apresentado pelo relator da CPI, o senator José Pimentel (PT), nesta quarta (14), contém mais três eixos investigatórios: a compra da Refinaria de Pasadena, no Texas, durante o governo Lula; o superfaturamento das refinarias de Abreu e Lima e Nordeste, e a suspeita de pagamento de propina da holandesa SBM Offshore a funcionários da Petrobras. Junto ao naufrágio da P-36, os senadores vão apurar se faltam equipamentos de segurança na plataforma P-62, em Pernambuco.

Dos quatro eixos, a oposição à presidente Dilma Rousseff (PT) queria investigar apenas dois temas: o caso da SBM Offshore e Pasadena. Liderados pelos senadores Aécio Neves, presidenciável do PSDB, e Aloysio Nunes, cotado para ser candidato a vice-presidente na chapa tucana, a ala de oposição recorreu, inclusive, ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a instauração da CPI no Senado focada nesses temas. Deixaram de fora temas como a formação de cartel nas licitações dos trens paulistas, caso que poderia dificultar a tentativa de reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo.

Minoria na CPI do Senado, PSDB e DEM, principalmente, focam agora na instauração de uma CPI mista no Congresso. Nesse quadro, os parlamentares de situação ocupariam menos espaço e a investigação seria administrada para não prejudicar as campanhas de Aécio Neves e Eduardo Campos (PSB). Neste último poderia respingar apurações sobre o Porto de Suape, em Pernambuco. A CPI mista já tem sinal verde da Comissão de Constituição e Justiça do Senado e não inclui temas que não sejam relacionados à Petrobras.

Graça, Gabrielli e Cerveró retornam ao Senado

O plano de trabalho da CPI no Senado contém, no total, 74 requerimentos. Entre eles, há convocações de dirigentes e ex-funcionários da Petrobras. Os primeiros a depor já passaram pelo Congresso nos últimos meses: a atual presidente Graça Foster, o ex-presidente Sérgio Gabrielli e o ex-diretor internacional Nestor Cerveró.

Todos explicaram aos parlamentares, em mais de uma ocasião, as condições da compra de Pasadena, os prejuízos relacionados à crise mundial de 2008 e as projeções de lucro com a refinaria. Gabrielli deve ser ouvido já na próxima terça-feira (20), enquanto o depoimento de Graça Foster ficará para a outra semana (dia 27).

Leia mais: Pasadena não era, mas virou um mau negócio, diz Graça Foster

“CPI chapa branca”

Cyro Miranda, indicado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) para compor a CPI por força do desinteresse do PSDB em indicar nomes para o grupo, disse nesta quarta que essa será uma investigação “chapa branca”. “Está delineado como vai ser o jogo. Não vamos investigar nada. O que nos interessa hoje é a CPMI”, pontuou.

O senador tucano, sem êxito, tentou convocar o ex-presidente Lula (PT) sob a justificativa de que ele conduzia o país na época em que Pasadena foi comprada. Os demais membros da comissão rejeitaram afirmando que a presença de Lula não acrescentaria nada à investigação, já que técnicos da Petrobras foram convocados.

Os quatro eixos de investigação da CPI da Petrobras no Senado:

1. Refinaria de Pasaneda
2. Propina da holandesa SBM Offshore
3. Insegurança nas plataformas P-36 e P-62
4. Superfaturamento nas obras das refinarias Abreu e Lima e Nordeste

 

 

Com Agência Senado

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. Não vão chamar o FHC por que

    Não vão chamar o FHC por que ?

    Durante o mensalão tentaram chamar o Lula várias vezes.

    E até hoje tem uma turma da oposição que qualquer CPI mequetrefe querem chamar o Lula para depor.

    O que o FHC tem que não pode depor ?

    Sai fora !

    1. Tentaram convocar o Lula na

      Tentaram convocar o Lula na CPI dos correios, mas não conseguiram. Na lógica do circo das CPIs, se não vai o Lula, porque iria o FHC ?

      Já basta ter que aguentar essa presepada palanqueira sem os ex.

  2. Tem ualguns títulos aqui que

    Tem ualguns títulos aqui que não dá para entender.

    No mínimo teria que ser “CPI não conva Lula nem FHC”.

    Mas para ser honesto mesmo, o título teria que se referir apenas ao “livramento” do Lula, que já teve sua convocação negada. A do FHC ainda poderá ser proposta e aprovada.

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