Esterilização e pena de morte foram defendidos por Bolsonaro para diminuir a pobreza

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Parlamentar já disse que o “pobre não controla a sua prole” e é “ignorante” e que só tem uma utilidade pública, “votar”
 

Foto: Wilson Dias/ABr
 
Jornal GGN – “Um homem e uma mulher, com educação, dificilmente vão querer ter um filho a mais para engordar o programa social deles”, disse o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), sob vaias e aplausos, durante encontro com prefeitos e vereadores, na última semana.
 
A fala expõe o discurso que o candidato da extrema direita assume publicamente desde 2013. “Só tem uma utilidade o pobre no nosso país: votar. Título de eleitor na mão e diploma de burro no bolso, para votar no governo que está aí. Só para isso e mais nada serve, então, essa nefasta política de bolsas do governo”, já afirmava no Plenário da Câmara, em novembro daquele ano.
 
“Tem que dar meios para quem, lamentavelmente, é ignorante e não tem meios controlar a sua prole. Porque nós aqui controlamos a nossa. O pessoal pobre não controla”, dizia, em outra declaração de 2013.
 
Na opinião do parlamentar, programas sociais como Bolsa Família e Bolsa Escola servem apenas para incentivar os pobres a ter mais filhos para receber mais benefícios. E apesar de já expor como deputado há cinco o tema, a sua opinião, de redução da população pobre no país, ou esterilização de pobres como forma de combater a miséria é vista, ainda, desde 1992.
 
 
De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, naquele ano, em seu terceiro ano como deputado, mencionou: “Devemos adotar uma rígida política de controle da natalidade. Não podemos mais fazer discursos demagógicos, apenas cobrando recursos e meios do governo para atender a esses miseráveis que proliferam cada vez mais por toda esta nação”.
 
Em 1993, também em outra manifestação no Plenário da Câmara, Bolsonaro defendeu não só o “rígido controle de natalidade”, mas também a “pena de morte”, porque ele via “a violência e a mise´ra cada vez mais se espalhando”. “Quem não tem condições de ter filhos não deve tê-los. É o que defendo, e não estou preocupado com votos para o futuro”, já expunha.
 
O Diário do Centro do Mundo recuperou três vídeos comprovando as manifestações públicas de Bolsonaro, hoje presidenciável, sobre o tema. Acompanhe:
 

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

12 Comentários

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  1. acho ridiculo essas

    acho ridiculo essas interpretacoes da midia sobre as falas dele. Pena de morte serve como intimidacao e punicao contra aqueles que cometem crimes hediondos, como assasinatos e latriocinios, fora estupros e corrupcao. Fora que ele nao defende a esterilizacao, e sim um melhor programa que combata a politica de aceleracao da natalidade, como forma de impedir a disseminacao da pobreza em escalas maiores. (Desculpe a gramatica horrivel, estou escrevendo em teclado americano, que nao possui alguns elementos basicos da lingua portugues)

    1. Trata-se mais de burrice do que da falta de recursos básicos

      O seu teclado americano tem a letra “a” e ainda assim a palavra língua está discordando da palavra português.

      Trata-se, portanto, mais de burrice gramatical do que da falta de elementos básicos da língua portuguesa.

      Aliás, todo e qualquer elemento é básico. Nada obstante, o Bolsopaturi afirma que faltam elementos básicos.

  2. O paraíso

    Uma terra sem povo, sem a massa fétida.

    O sonho dourado e inconfessável da classe média, e do rebanho dos pastores pilantras.

    Esse discurso são harpas celestiais em milhões e milhões de ouvidos.

  3. Mas ele não disse esterilização ” obrigatória”

    Deixa eu bancar o advogado do diabo. 

    Lamento dizer, mas em nenhum momento, Bolsonaro defendeu esterilização ” à força ” . Ele defendeu uma política  de forte incentivo à esterilização, e isto é ótimo, haja visto que hoje, mesmo que um pobre queira deveras fazer uma vasectomia ou laqueadura pelo SUS, encontrará mil e um obstáculos. Tem de ter no mínimo dois filhos, tem de ter 25 anos, enfim, os pobres que querem e não podem fazer a cirurgia são milhões. Incentivar, não é forçar. 

    Esta intenção de Bolsonaro é benéfica para o país e não ruim. Se realmente ajudar a diminuir a pobreza e a miséria, e sendo um programa voluntário, que ótimo! Provavelmente ele vai liberar a esterilização para qualquer um que quiser operar e tiver mais de 18 anos, sem burocracia. 

    A longo prazo isto acabaria com o desemprego, com a fome, com a miséria, etc. Criticar por criticar, não faz sentido. A crítica só é valida quando é inteligente. 

    Isto significa que a fala de Bolsonaro vai aumentar a sua popularidade, e não diminuir. Até eu , que sempre fui a favor do controle de natalidade voluntário, estou pensando seriamente de desistir de votar em Ciro e votar em Bolsonaro, após esta notícia.  

     

     

    1. Não apenas ao “pobre”

      “(…) haja visto que hoje, mesmo que um pobre queira deveras fazer uma vasectomia ou laqueadura pelo SUS, encontrará mil e um obstáculos. Tem de ter no mínimo dois filhos, tem de ter 25 anos, enfim, os pobres que querem e não podem fazer a cirurgia são milhões”.
      Não só os pobres: eu mesmo, que faço parte da “privilegiada” classe média e tenho acesso a plano de saúde, tentei fazer uma vasectomia mas desisti, tal a burocracia envolvida no processo, passando por declarações que devem não só ser assinadas mas reconhecidas em cartório. Parece-me que, para mulheres, a laqueadura não envolve tanta papelada. Corrijam-me aqueles que souberem acerca de laqueaduras.
      Portanto, mais me parece uma questão do machismo tropical – no caso da vasectomia – do que pela condição social.
      E como vociferou o Bolso-naro, existe interesse político de que os pobres votantes se proliferem. A questão a ser abordada não é controle de natalidade e sim políticas públicas de emprego e renda.

      1. sim, isto mesmo

        Exatamente, Sr Duarte. 

        Os maiores interessados em dificultar a vasectomia, são o pessoal da elite, patrões,que em sua ganância criminosa, sabem que se houver um controle de natalidade forte, o desemprego abaixa e o salário será valorizado. Ou os políticos, que lucram com a miseria do povo, quanto mais povo, mais votos. 

        Bolsonaro está defendendo a felicidade e o bem estar do povo brasileiro e dos mais pobres em primeiro lugar, ao propor uma política de esterilização facilitada. 

        Se esta política for implementada, em cerca de duas décadas, nós conseguiremos abaixar o desemprego. 

        Mesmo a laqueadura atualmente tem extensa burocracia no SUS. Um colega meu, conseguiu, somente porque era amigo do prefeito, numa cidade pequena do interior, pra esposa dele, mas teve de assinar tantos e quantos papéis autorizando. 

        —————–

        O PT fica louco da vida quando alguém  cria uma política eficiente para acabar com a pobreza, lógico, o PT vive da pobreza, não querem que acabe a pobreza e sim que ela fique eternizada no bolsa família. Senão, se alguém acabar com a pobreza, de que o PT vai viver? Teriam de pegar na enxada e trabalhar, coisa que os petistas tem horror. E onde ia ficar a glória do PT, se o bolsonaro acabasse com a pobreza? O PT serve a própria vaidade. 

        ————

        Uma informação extra, se o Sr não conseguiu pelo SUs, pode conseguir nas clinicas médicas privadas, aqui no interior, tinham clínicas médicas boas, fazendo vasectomia, barato, cobravam cerca de 500 reais, há alguns anos atrás, e faziam na hora, sem agendamento, sem nada. O paciente podia ir pra casa após o fim da cirurgia. Após 3 dias, o paciente já podia trabalhar. Dizem que é uma das cirurgias mais fáceis que existem. 

        A vasectomia é bem mais barata do que a laqueadura. 

        1. Se a população for reduzida, o desemprego se elevará

          Zé Guimarães, você tá mais por fora do que bunda de Índio. Se você ler esse trecho de um artigo escrito pelo Paul Krugman em 2014, você verá que a redução do crescimento populacional aumentará o desemprego em vez de reduzí-lo:

          Eis o trecho do artigo do Paul Krugman:

          “Quando o economista Alvin Hansen propôs pela primeira vez o conceito de estagnação secular, ele enfatizou o papel do crescimento mais lento da população na redução da demanda por investimentos. (Suas advertências tornaram-se irrelevantes com o baby boom no pós-Guerra.)

          As discussões modernas retomaram aquela ênfase: o encolhimento da população em idade ativa no Japão parece ser uma importante causa de problemas para o país, e o crescimento mais lento da população na Europa e nos Estados Unidos é um indicador importante de que podemos estar entrando em um regime semelhante.

          Mas onde quer que eu levante essas teses as pessoas me perguntam por que não considero boa essa desaceleração do crescimento populacional. Afinal, significa menos pressões sobre os recursos, menos danos ambientais e assim por diante.

          É importante perceber que essa desaceleração realmente poderia, e deveria, ser uma coisa boa – mas o que passa por política econômica sólida tem grande probabilidade de transformar esse fato potencialmente bom em um grande problema. Porque pelas atuais regras do jogo há um forte aspecto “bicicleta” em nossas economias: se elas não avançarem suficientemente rápido, tendem a cair.

          É um argumento bastante simples. Para ter emprego mais ou menos pleno, uma economia precisa de gastos suficientes para utilizar seu potencial. Mas um componente importante dos gastos, o investimento, é sujeito ao efeito acelerador: a demanda por novo capital depende do índice de crescimento da economia, mais que do nível atual de produção. Por isso, se o crescimento desacelerar devido a uma queda no crescimento populacional, a demanda por investimentos cai – potencialmente empurrando a economia para uma queda semipermanente.

          Alguém pode dizer que basta reduzir os juros o bastante para sustentar a demanda por investimento, apesar da desaceleração populacional. O problema é que a taxa de juros real necessária sobre ativos seguros pode ser negativa e, portanto, só é alcançável se houver inflação suficiente – o que se choca com um compromisso ideológico com a estabilidade de preços.

          Esse é basicamente um problema técnico, e em um mundo melhor simplesmente o enfrentaríamos e desfrutaríamos dos benefícios de um planeta menos populoso. Neste mundo, porém, problemas técnicos podem de fato causar danos imensos, porque muito poucas pessoas estão dispostas a pensar claramente sobre sua natureza.  Por isso nos preocupamos com a desaceleração do crescimento populacional.”

          1. crescimento vs qualidade

            Caro Sr. Ribeiro 

            Satisfação em revê-lo

            O Sr está mais perdido que palhaço em velório, caro amigo. 

            Discordo, caro amigo. Os argumentos deste economista que o Sr citou se referem a uma economia de um país desenvolvido, onde o desemprego é baixo, onde tudo funciona, e todos tem um pode aquisitivo alto. ( E nem isto também, porque países como Japão tem baixa natalidade, são desenvolvidos e vão muito bem). 

            Aqui no Brasil não é assim como nos países ricos. Se um desempregado, que não produz nada, e não tem dinheiro nenhum para gastar com nada, morrer de velhice sem deixar filhos, que diferença vai fazer pra economia? Nenhuma. Multiplique esta fórmula por 13 milhões e verás que assim tiraríamos um gigantesco peso morto da economia, o que por si só vai fazer uma imensa diferença positiva, tanto para os próprios desempregados, quanto para a sociedade. . 

            O seu economista foi pago pelos ricos para defender uma tese que se for posta em prática só vai servir para abaixar os salários e escravizar o povo no desemprego crescente. Quanto mais gente nasce, maior oferta de mão de obra, e consequentemente menor o valor do salário. São uns expertalhões. 

            ———————–]

            Não entendi o seu exemplo do Japão. O Sr criticou o Japão? Mas é um dos melhores países do mundo para se viver, o salário mínimo lá é de cerca de 10 mil reais ( com um custo de vida similar ao nosso aqui do Brasil ), e tudo isto com uma taxa de natalidade das mais baixas do planeta. Só isto já desmonta toda a sua argumentação, caro Sr Ribeiro. 

            Se crescimento populacional baixo fosse ruim, o Canadá, não seria um dos países mais ricos do planeta, os canadenses tem a mais baixa taxa de natalidade do ocidente. 

            Quais seriam os problemas de um país com baixa taxa de natalidade? O Canadá e a Austrália estão entre os paises com melhor qualidade de vida do mundo, e entre os mais ricos também, tem uma taxa de natalidade baixíssima. Acontece, que menos população não significa cidades menores, obrigatoriamente, e sim, menor número de cidades, com imensos espaços de natureza entre elas, assim é na Austrália e no Canadá. 

            Nos próximos 20 anos a economia não vai crescer, seja com ou sem crescimento populacional, não sei se o Sr está entendendo isto. Isto é um decreto lei do presidente da república. Então manter a atual taxa de crescimento demográfico, quando o cresimento do PIB não virá, só vai aumentar o desemprego. Isto é uma crueldade para com os desempregados, para com as crianças que estão nascendo, para com os jovns que estão tentando entrar no mercado de trabalho, e pricipalmente para com os mais pobres, os que mais dependem de emprego. Enfim, manter a taxa de natalidade alta neste período de desemprego é uma decisão de rematada estupidez. 

            Pra finalizar. Mais vale ter uma população pequena de ricos, com altíssimo poder de renda, do que bilhões de pobres, que nada podem comprar, porque não tem dinheiro. O que alavanca a economia é a quantidade de  dinheiro, e não a quantidade de pessoas. 

            Foi- se o tempo em que se precisavam de muitas pessoas na lavoura ( que hoje é mecanizada ) , ou de muitas pessoas nas fábricas ( que hoje são automatizadas, ou muitas pessoas nos exércitos ( pois as guerras são ganhas com um punhado de técnicos, e engenheiros). 

            Hoje em dia todos os países que tem uma redução da pobreza tem obrigatoriamente uma baxa taxa de natalidade. 

  4. É aumentando e distribuindo a riqueza que se reduz a pobreza

    Se não existisse riqueza, não existiria pobreza. Portanto, matando-se os ricos, acaba-se com a pobreza. Em sendo assim, dêem uma facada na pança do Bolsonaro. Ao morrer, seu espólio será dividido entre os pobres, e a pobreza se reduzirá.

  5. Com educação, homem e mulher terão um filho a menos
    O problema é que pobres sem educação proliferam com muita rapidez, espalhando a pobreza. Entretanto, esse problema se resolve não com educação, mas com pena de morte.

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