Anunciando outro contrato de vacinas com Brasil, Pfizer não deve criminalizar governo

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Carlos Murillo anunciou, em sua fala introdutória, o fechamento de um segundo contrato de 100 milhões de doses que serão entregues ao Brasil. Com acordos de confidencialidade e negociações, farmacêutica não deve criminalizar Bolsonaro diretamente

Jornal GGN – Com um contrato fechado em 100 milhões de doses, um segundo com a mesma quantidade recém anunciado e acordos de confidencialidade, o CEO da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, indicou em sua fala inicial que não deverá criminalizar diretamente o governo de Jair Bolsonaro em relação aos erros cometidos na aquisição da vacina contra a Covid-19.

Murillo é o gerente da farmacêutica na América Latina, mas esteve no cargo de presidente da Pfizer do Brasil desde 2017 até novembro do ano passado, e afirmou que liderou as negociações com o país até a assinatura do contrato, realizada em março deste ano.

Expondo inicialmente a bandeira da empresa, junto ao avanço das pesquisas na vacinação, agradecendo o trabalho dos pesquisadores, cientistas e voluntários, Murillo aponto investimentos de mais de U$ 2 bilhões de dólares da Pfizer no desenvolvimento da vacina junto ao laboratório BioNTech, anunciando que não obteve nenhum investimento de governos de países para a área de pesquisa.

“Nossa companhia opera no Brasil desde 1952. O Brasil é, sem dúvida, o mercado mais importante dentro da América Latina. (…) Agora nossos esforços estão na parte produtiva. No começo deste ano, a expectativa de fornecimento ao Brasil era de 1,3 bilhões de doses, até umas semanas atrás aumentou a 2,5 bilhões de doses, e hoje estamos falando de possivelmente atender 3 bilhões de doses.”

Após apresentar a importância do mercado brasileiro, o representante da Pfizer anunciou, em tom de comemoração, que a agência regulatória do país, a Anvisa, foi a primeira no mundo a conceder o registro permanente do uso da vacina. “Depois, assinamos contrato de 100 milhões de doses. Nosso contrato previa a entrega de 13,5 milhões de doses no segundo trimestre, mais 86 milhões no terceiro trimestre. Acreditamos que vamos ser capazes de entregar 15 milhões”, continuou, em tom positivo.

Ao final de sua fala introdutória, o CEO da América Latina anunciou que a empresa estava “a portas” de fechar o segundo contrato com o governo brasileiro para a entrega de mais 100 milhões de doses: “Estamos a finais do nosso segundo contrato com o Brasil, com adicionais 100 milhões de doses, para o quarto trimestre deste ano. Com muito orgulho, vamos conseguir vacinar quase a metade da população do Brasil.”


Acompanhe o depoimento de Carlos Murillo na CPI da Covid:

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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