Jornal GGN – Embora a Davati Medical Supply não possua operação registrada no Brasil, Cristiano Carvalho atuava como representante e interlocutor entre a empresa e entes públicos interessados na compra de vacinas contra a covid-19.
Entre aqueles com quem Carvalho manteve contato, estão consórcios de municípios, o governo de Minas Gerais e o próprio governo federal. Em depoimento à CPI da Pandemia, Cristiano diz que sua função era apenas de “aproximação, como mensageiro das informações que recebia dos Estados Unidos”.
“Eu nunca enviei nenhuma proposta de preço, eu nunca enviei nenhuma proposta de compra e venda, sempre foram todas enviadas através do escritório central da empresa nos EUA através do senhor Herman Cardenas (dono da Davati Group). Eu não tinha influencia sobre preço e absolutamente nada, eu só fazia realmente a relação comercial entre o Brasil e os EUA, passando aqui as necessidades que haviam sido expostas aqui pelos interlocutores locais”, disse Cristiano.
Questionado pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB), sobre as tratativas em torno de vacinas, Cristiano diz que a questão “tomou uma dimensão bem grande” por conta dos contatos feitos pelo reverendo Amilton Gomes de Paula (fundador da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários – SENAH).
“Muitas prefeituras do Brasil todo ou estados começaram a procurar a Davati a fim de resolver a questão da falta da vacina”, disse Cristiano. “Ele (Amilton) soltou algumas mensagens, com o nosso conhecimento, oferecendo o produto em âmbito nacional. Aí a dimensão disso ficou um pouco incontrolável, nós ficamos até preocupados na época para poder resguardar o que poderia ser feito”.
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Os Bolsonaro fez da compra de vacina uma espécie de Feira do Rolo, com todo respeito aos roleiros.