Roberto Dias admite encontro com reverendo Amilton Gomes de Paula

Ex-diretor de logística afirma que encontro consta em agenda oficial e que o recebeu em sua sala; reverendo foi chamado para depor à CPI

Ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Publicado em 7 de julho de 2021

Jornal GGN – Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, admite que teve uma reunião com o reverendo Amilton Gomes de Paula, presidente da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah).

“Eu lembro de ter recebido ele em agenda oficial, na minha sala”, disse Dias, durante depoimento na CPI da Covid-19 no Senado Federal, ressaltando que houve uma única reunião.

Dias disse não se recordar de quem partiu o pedido de encontro com o reverendo Amilton. “É uma agenda oficial, está registrado e isso pode ser levantado. E a retórica era a mesma: possuía X doses disponíveis e não possuía a carta de representação do fabricante, e aquilo acabou ali”.

“Ele acaba de confessar que recebeu o representante, o reverendo Amilton Gomes de Paula, para fazer tratativas de venda de vacina”, disse Renan ao presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD), que retomava a presidência no momento. Confira a admissão no vídeo a seguir

“Vou exatamente repetir a resposta que eu dei para o senhor, por gentileza me permita: recebi um pedido de agenda, a agenda foi marcada, uma agenda oficial. E esse senhor reverendo, não me recordo o nome agora (…)”, disse Dias. “Estou falando a verdade, senador (…) Possivelmente houve um pedido de agenda, tá registrado, essa agenda aconteceu, uma agenda oficial. A mesma coisa: ‘tenho 100 milhões de vacinas da AstraZeneca’, por exemplo”

Segundo a Agência Senado, a CPI da Pandemia nesta quarta-feira já aprovou a convocação do everendo Amilton Gomes de Paula. Em março deste ano, o religioso recebeu aval do Ministério da Saúde para negociar a compra de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca em nome do governo brasileiro.

De acordo com o vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o valor das vacinas negociadas pelo reverendo era de US$ 17,50. “Três vezes mais do que o Ministério da Saúde pagou em janeiro a um laboratório indiano. O valor também é bem maior do que o mencionado pelo policial militar Luiz Paulo Dominguetti, que se identifica como intermediário entre a Davati e o Ministério da Saúde na mesma negociação de 400 milhões de doses. Ele informou que o valor da vacina vendida era de US$ 3,50”, disse o parlamentar.

Redação

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