A fome dita o lockdown parcial em Manaus

Enquanto governador Wilson Lima (PSC) prolonga bloqueios para conter colapso no sistema de saúde, pedintes se espalham em busca de ajuda

Foto: AgênciaPT

Jornal GGN – Manaus adotou um lockdown parcial para lidar com o avanço da nova cepa do coronavírus na cidade, mas um problema importante não parece ter solução: a fome. Famílias inteiras têm ido às ruas, mesmo sob uma chuva intensa, buscar ajuda para ter o que comer.

Reportagem do site Amazônia Real aponta o que moradores da capital do Amazonas estão passando no período: muitas das pessoas que estão nas ruas são pedintes, vendedores ambulantes, “pessoas que se arriscam para obter qualquer ajuda e consigam aliviar o desespero da fome”.

A única movimentação vista nas principais vias é o fluxo dos carros, enquanto os supermercados registraram baixo fluxo após a circulação de um áudio nas redes sociais com uma falsa notícia de desabastecimento, o que gerou aglomeração de pessoas.

Um exemplo do drama vivido pela população manauara é relatado pela imigrante venezuelana Domelis Paola Villaruez, de 25 anos. “Ainda não comi nada hoje. Nem eu, nem minha filha. Ela e minha sobrinha ficam esperando a gente voltar para poder comer”, confidencia Domelis, à porta de uma farmácia na zona sul de Manaus enquanto espera por trocados dos clientes.

Na falta do auxílio emergencial do governo federal, negado pelo presidente Jair Bolsonaro, os governos estaduais e municipais buscam alternativas para lidar com a questão em meio às críticas de que o lockdown foi adotado sem estimular a população a cumprir as regras.

No último dia 28, o governo do Amazonas anunciou a liberação do auxílio financeiro emergencial no valor de R$ 600 para famílias em situação de extrema pobreza a partir de fevereiro, divididos em três parcelas, enquanto a a Prefeitura de Manaus prevê o valor de R$ 200 para 40 mil famílias de baixa renda do município a partir de fevereiro.

Já o governador Wilson Lima (PSC) prorrogou o isolamento mais restrito que restringe a circulação de pessoas por 24 horas até 7 de fevereiro para tentar controlar o agravamento da Covid-19 no estado do Amazonas.

 

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Redação

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